O Caso do Slender Man escrita por Hunter Pri Rosen


Capítulo 9
Onde eles estão.


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente!

Tudo bem com ocês?

Estou chegando com mais um capítulo que adorei escrever! Nele teremos Mia, Isabelzinha, pais desesperados (para variar) e... TCHAN TCHAN TCHAN TCHAN veremos por onde anda Rachel, Henry e... Mais alguém. Oi?

Ah! Só para constar, estou me dedicando mais para adiantar alguns capítulos porque quero finalizar esta fic as soon as possible. E pelo meu cronograma maluco, teremos 16 capítulos. E o último capítulo... Ai meu Loki, será mais como um aperitivo de uma próxima fic.

Falo mais sobre isso quando chegar a hora, blz?

Lá vai o disco voador...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/533818/chapter/9

Mia estava na cozinha de sua casa, apoiada na bancada, segurando o telefone contra a orelha e ouvindo atentamente o que Jody Mills estava relatando do outro lado da linha.

A xerife havia chegado no bunker com Bobby, Sam, Dean e Castiel minutos antes e, a pedido do anjo, ligou para a caçadora para contar sobre o desaparecimento de Rachel e Henry.

Mia ouviu tudo, mas não conseguia pensar no que dizer naquele momento. Estava em choque por Isabel ter sonhado que um homem sem rosto havia levado as crianças, exatamente como Jody havia detalhado. E ao mesmo tempo, estava aflita ao imaginar o que Rachel e Henry estariam passando nas mãos do tal monstro, e também o desespero que Sam e Dean deviam estar sentindo naquele momento.

— Se tiver alguma coisa que eu possa fazer para ajudar, por favor, me ligue. — foi a única coisa que Mia conseguiu dizer antes de Jody encerrar a ligação.

Então ela colocou o telefone sobre a bancada, apoiou os cotovelos sobre ela e levou as mãos ao rosto, tentando assimilar tudo o que tinha ouvido, ao mesmo tempo em que se dava conta de que Isabel estava mesmo desenvolvendo o poder da premonição.

Em seguida, ela olhou na direção da porta e viu a filha parada na soleira, a observando.

— O que aconteceu? — perguntou a menina e diante do silêncio e da expressão tensa de sua mãe, ela deduziu: — Aconteceu, não foi? Ele levou os dois.

Por um momento, Mia achou que o melhor seria mentir para Isabel, para que ela não ficasse preocupada com os amigos e não se sentisse culpada por ter previsto, mas não impedido o que aconteceu com eles.

Isabel só tinha seis anos e, portanto, não tinha culpa de absolutamente nada, mas Mia tinha certeza de que a menina acabaria se sentindo assim. Porque era exatamente assim que ela também se sentia quando tinha uma premonição, mas por algum motivo, não conseguia encontrar a potencial vítima a tempo de salvá-la. Era uma sensação horrível. De impotência e culpa.

— Eu sinto muito. — respondeu a caçadora por fim, sem querer mentir para a filha, mas sem conseguir entrar em detalhes porque não queria que ela sofresse.

Isabel entendeu perfeitamente o que aquilo significava e ficou visivelmente triste e aflita. Já começando a chorar, ela correu até Mia, que se abaixou para receber o seu abraço.

— Vai ficar tudo bem. — assegurou Mia, tentando convencer a si mesma enquanto a abraçava mais forte. — O seu pai vai ajudar a encontrá-los. Logo logo o Henry e a Rachel estarão de volta, você vai ver.

Isabel pareceu se acalmar um pouco ao ouvir aquilo, se desvencilhou do abraço e fitou a mãe nos olhos antes de perguntar:

— Onde o meu pai está agora?

— No bunker. Com os outros. Eles estão pesquisando sobre esse Slender Man... O homem sem rosto. — contou Mia. E enquanto enxugava os olhos da filha, completou: — Eles vão encontrar uma forma de derrotá-lo e de trazer os seus amigos de volta. É só uma questão de tempo.

Isabel ficou em silêncio, pensando sobre aquilo por alguns instantes, e depois falou:

— Eu quero ir para o bunker também.

— Por quê? — estranhou Mia.

— Talvez eu possa ajudar. Talvez você também possa, mamãe. Se você tiver alguma visão... Ou se eu sonhar com o lugar para onde a Rachel e o Henry foram levados, nós poderemos ajudar a encontrá-los. — explicou Isabel.

Mia engoliu em seco. Não duvidava mais de que a filha estava mesmo desenvolvendo os mesmos poderes que ela e que poderia, portanto, ter algum sonho daquele tipo.

Mas, imaginando que o bunker devia estar uma bagunça naquele momento e com um clima muito pesado para uma criança, ela argumentou:

— Se isso acontecer, nós ligamos para o bunker e contamos o que vimos.

— Eu não quero ficar aqui... — insistiu Isabel dando indícios de que voltaria a chorar. — E se o monstro vier me pegar também?

— Ei, ei! — cortou Mia segurando o rosto da filha com carinho. E quando percebeu que tinha a sua atenção, ela prosseguiu: — Isso não vai acontecer, meu anjo. Este monstro escolhe as vítimas antes de levá-las. Eu tenho certeza que ele nunca te viu antes. Além disso, lembra do que o seu pai disse? Que nós dois não vamos deixar nenhum monstro te fazer mal? Que nós vamos te proteger sempre? Mesmo que esse monstro queira vir atrás de você, Isabel, eu não vou deixar ele te levar. Eu prometo.

— Se vocês querem mesmo me proteger deviam fazer isso juntos. — articulou a menina. — Eu sei que você faria de tudo para me proteger, mamãe, mas e se você não puder? E se o monstro te levar também? O papai é um anjo. Ele pode proteger nós duas.

Perceber que Isabel estava mais abalada e impressionada com aquela história do que ela havia imaginado que ficaria, e principalmente vê-la voltando a chorar, fez Mia sentir um aperto em seu coração. Ela voltou a se questionar se Castiel tinha agido certo ao contar a verdade para a menina.

Sem conseguir chegar em uma conclusão, que no fim não levaria a lugar algum, ela simplesmente abraçou Isabel novamente. Queria lhe passar segurança, queria que a menina acreditasse que ela podia mesmo protegê-la de tudo. No entanto, no fundo a caçadora sabia que a filha estava certa. Naquela situação, só Castiel poderia fazer isso.

Mia respirou fundo desejando com todas as suas forças que o anjo estivesse ali. Ele saberia o que dizer e fazer para tranquilizá-las. Para fazê-las se sentirem seguras de novo.

— Por favor... — implorou Isabel fazendo Mia fechar os olhos com força, tentando controlar a vontade de chorar por ver a filha tão assustada. — Eu quero o meu pai...

Mia a abraçou com mais força e admitiu:

— Eu também quero aquele anjo linguarudo.

Isabel fungou engolindo o choro e indagou:

— Então?

Mia pensou mais um pouco, em seguida soltou a filha, enxugou o rosto dela mais uma vez, soltou um suspiro profundo e assentiu:

— Tudo bem. Você venceu. Aliás, você sempre vence quando chora deste jeito. — e depois de se levantar e fazer um cafuné em Isabel, Mia orientou: — Vamos arrumar as nossas coisas.

A menina a fitou com carinho e gratidão. Em seguida envolveu a cintura da mãe com os seus bracinhos e agradeceu:

— Obrigada, mamãe.

— De... Nada. — respondeu Mia se atrapalhando um pouco.

Isabel franziu o cenho e questionou intrigada:

— Mamãe, por que você sempre fica sem graça quando diz a palavra “nada”?

Mia abriu a boca para responder, mas a fechou em seguida. Não tinha como explicar o motivo para uma criança de seis anos. Em seguida, ela sorriu ainda mais constrangida e desconversou:

— Filhinha linda do meu coração, não faça perguntas difíceis, ok? — e depois de segurar a menina pela mão e caminhar na direção da porta, ela encerrou: — Vamos arrumar as malas antes que eu me arrependa.

Dias depois

Mia e Isabel já estavam no bunker há cinco dias. Castiel havia levado as duas até ali, depois que a caçadora o chamou e explicou que a filha deles não queria ficar em Wichita Falls, por conta do que havia acontecido com Henry e Rachel.

Naquele momento, Isabel dormia no quarto de Rachel e Mia a observava da porta. Não havia qualquer indício de que a menina estava tendo um pesadelo. A caçadora não sabia se ficava feliz, pela filha não precisar passar por aquilo de novo, ou aflita, já que seria ótimo ter alguma pista de como encontrar as crianças.

Depois de respirar profundamente, Mia deixou o quarto e desceu até a sala principal onde Sam, Dean, Bobby, Jody, Castiel e Garth estavam. O grupo não havia dormido nos últimos dias e suas expressões eram as mais cansadas e angustiadas possíveis. Garth se sentia culpado por ter colocado os Winchester naquele caso, e Bobby e Jody sentiam-se culpados pelas crianças terem sumido quando estavam sob a responsabilidade deles. Sam e Dean afirmavam continuamente que o único culpado daquilo tudo era o Slender Man e que, portanto, eles tinham que encontrar uma forma de destruir o desgraçado e trazer Henry e Rachel de volta, embora no fundo também se culpassem pelo ocorrido. Castiel, por sua vez, sentia-se péssimo por não poder resolver aquela situação com os seus poderes, que pareciam inúteis diante do poder daquela maligna criatura.

O anjo, os caçadores e a xerife estavam sentados à mesa e havia dezenas, talvez centenas, de livros e papéis espalhados por ela. Em dado momento, Garth finalmente encontrou algo útil e anunciou:

— Eu encontrei uma coisa. — todos o fitaram imediatamente e ouviram atentamente o que ele explicou a seguir: — Um dos Homens das Letras, chamado Robert Klein, disse que existe uma arma, somente uma arma que talvez possa matar o Slender Man.

Mia deu alguns passos a frente e se aproximou da mesa a tempo de ouvir Sam perguntar:

— Talvez?

— Bem, ele nunca teve a oportunidade de testar. Ninguém teve. Mas... O tal Robert cita a arma desenvolvida por Samuel Colt em vários momentos. — explicou Garth passando os olhos pela página do livro.

— A Colt! — exclamou Dean sentindo um profundo alívio e certa esperança. — Como nós não pensamos nisso antes? Claro! A Colt pode matar qualquer coisa, certo? Exceto cinco criaturas dentre toda a Criação. Então, se o Robert Klein citou a arma neste livro, ele devia saber que o Slender Man não está entre essas criaturas.

— Mesmo assim nós ainda temos um problema. — disse Bobby e todos olharam para ele. — Para atirar no Slender Man, nós temos que ficar frente a frente com o infeliz. Ou seja, quando ele estiver prestes a levar outra vítima, o que nós não sabemos quando, onde e se vai acontecer, ou... Indo até a dimensão em que ele vive. E que nós também não sabemos onde fica nem como entrar.

— Eu posso ajudar. — a voz de Isabel fez todos olharem na direção da escada, que ela acabava de descer. Depois de parar ao lado de Mia, que estava confusa assim como todos ali, ela continuou: — Eu posso servir de isca.

Mia sentiu seus olhos ficarem úmidos no mesmo instante e uma dor profunda em seu peito. Imediatamente, ela abaixou-se de frente para a filha, segurou em seus ombros e disse:

— Você é muito corajosa por sugerir algo assim, mas isso é loucura e nós não podemos concordar. Eu não posso. Eu jamais deixaria.

— Nós vamos encontrar outro jeito, Isabel. — assegurou Castiel e a menina olhou para ele por sobre o ombro de Mia. — Não se preocupe.

A garotinha pensou um pouco enquanto todos continuavam olhando para ela. Assim como Mia e Castiel, eles não concordavam com aquele plano. Eles queriam e iriam trazer Henry, Rachel e Emily Carter de volta, mas a ideia de usar outra criança como isca estava fora de cogitação.

— Se vocês mudarem de ideia... — balbuciou a menina.

— Obrigado. — agradeceu Sam. — Mas não se preocupe, como o seu pai disse, nós vamos encontrar uma solução.

Isabel assentiu com um meneio de cabeça e Mia perguntou:

— Você não estava dormindo?

— Estava, mas eu acordei com fome e... — começou a responder Isabel e depois de hesitar um pouco, indagou: — Mamãe, você acha que o Henry e a Rachel estão com... Fome?

Mia não soube o que responder, embora já tivesse se feito a mesma pergunta desde que tudo aquilo começou. Todos ali já tinham feito o mesmo também e ficaram ainda mais angustiados ao ouvirem a mesma pergunta soar tão inocente na voz de Isabel.

Além disso, ao longo dos dias, eles também haviam se perguntado se Henry e Rachel estavam com frio ou com medo. Se estavam machucados, o que estariam passando nas mãos do Slender Man...

Enquanto todos sofriam ao imaginarem respostas para aqueles questionamentos, Mia se levantou, segurou a filha pela mão e a levou até a cozinha enquanto seus olhos voltavam a ficar úmidos.

— Desculpe. — lamentou Isabel sentindo que não devia ter perguntado aquilo.

— Está tudo bem, meu amor. — tranquilizou Mia. E depois que a filha sentou em uma das cadeiras da mesa, ela caminhou até um dos armários, a fim de preparar um lanche para a menina, e completou: — Vai ficar tudo bem.

XXX

Enquanto isso, na sala, Dean se levantou da mesa, passou as mãos pelo rosto e começou a andar de um lado para o outro, tentando parar de pensar em como Henry e Rachel estariam naquele exato momento. Mas não conseguiu.

— Nós vamos encontrá-los, Dean. — afirmou Sam querendo acreditar piamente no que dizia.

Ele precisava acreditar. Só assim conseguiria ser forte o bastante para continuar aquela busca que parecia estar longe de acabar. Ele não podia desistir da filha ou do sobrinho. Tinha que continuar por eles.

O Winchester mais velho parou no meio da sala e ia responder algo, mas as palavras simplesmente não saíram de sua boca. Então ele preferiu permanecer calado, mordeu os lábios e olhou para cima, como se buscasse alguma solução para tudo aquilo ou mesmo como se ainda não entendesse como deixou aquilo acontecer com as crianças. Porém, o que mais martelava na cabeça de Dean era uma pergunta: onde estariam Henry e Rachel naquele exato momento?

Em algum lugar longe dali...

Henry estava deitado no chão sujo e frio de uma espécie de caverna, que não ficava exatamente em um local físico da Terra. Era mais como uma realidade paralela ao nosso mundo, onde o tempo passava de uma forma diferente, bem mais lenta, tudo era silencioso demais e uma atmosfera de medo tornava o ar mais denso.

O menino estava desacordado desde que havia sido levado pelo Slender Man e deixado ali pelo monstro. No entanto, ele começava a dar sinais de que estava perto de acordar.

Seus dedos e suas pálpebras se moveram sutilmente. Mas foi ao sentir alguém mexendo na sua blusa de frio, que ele acordou de vez, sentou-se assustado e segurou com certa força a mão desta pessoa, que até então tentava retirar alguma coisa do bolso dele.

A menina, que era um pouco mais nova do que Henry, e que tinha cabelos ruivos e levemente cacheados, soltou um suspiro ao ser surpreendida daquele jeito e fitou o menino assustada.

Henry, por sua vez, a encarou durante algum tempo, com a respiração ofegante por conta do susto que também levou, antes de conseguir perguntar:

— Quem é você e o que pensa que está fazendo?

Agora, além de assustada, a menina pareceu ficar envergonhada, não conseguiu dizer uma palavra para se justificar e continuou fitando o menino.

Então, a voz de Rachel, que estava sentada em um canto da caverna e mexendo em algumas pedras do chão, ecoou pelo lugar:

— Não brigue com ela, Henry. Ela só está com fome.

Ao reconhecer a voz da prima, Henry soltou a mão da garotinha na sua frente, levantou rápido e caminhou até a outra enquanto exclamava:

— Rachel! Eu não acredito! Aquela coisa no parque te pegou também?! Você está bem?!

Antes que a prima respondesse, Henry se ajoelhou diante dela e a puxou para um abraço forte. Os dois brigavam muito, era verdade, mas também eram muito unidos. E naquele momento, um laço ainda mais forte pareceu nascer entre eles. Para Henry, Rachel era mais do que sua prima. Ela era a sua melhor amiga, era como uma irmã para ele. E vê-la naquele estado, suja, assustada e com os olhos visivelmente inchados, o deixou profundamente angustiado.

Rachel não aguentou a tensão daquele momento e começou a chorar enquanto abraçava o primo de volta. Henry era insuportável, às vezes, mas agora Rachel estava aliviada por ele estar ali com ela, por ter acordado e a abraçado daquele jeito caloroso. Podia ser uma ilusão, mas Rachel sentia-se protegida perto de Henry. Ele era muito importante para ela também. Como um irmão. Alguém que ela sempre ia querer perto de si, em sua vida, ao seu lado, lhe passando aquela sensação de segurança e a fazendo rir com seu jeito divertido.

— Ele te machucou? — preocupou-se o menino soltando a prima e a examinando com os olhos aflitos.

— Não... — murmurou ela entre soluços que ecoaram pela caverna.

— Shiiiiii. — pediu a menina ruiva que permanecia no mesmo lugar onde Henry tinha acordado, instantes antes. — Ele vai ouvir. Ele não gosta quando a gente chora.

Henry olhou na direção dela e percebeu que a menina estava morrendo de medo do tal "ele" e sentiu um aperto no peito. Por que as meninas tinham que ser tão frágeis? Tão assustadas? Só agora, Henry percebia que aquilo acabava com ele. Então, enquanto Rachel engolia o choro, ele fitou a garotinha ruiva mais uma vez e assegurou:

— Não se preocupe. Ele não vai te machucar. — e voltando-se para a prima, acrescentou: — Nem você. Eu não vou deixar aquele magrelo nos machucar, ok? Eu prometo.

Enquanto Rachel assentia várias vezes com a cabeça, a outra menina retrucou:

— Você não pode fazer nada. Ninguém pode. Nós estamos presos aqui, seja lá que lugar for esse.

Henry voltou a olhar para ela e percebeu que a menina tinha razão. Mesmo assim, ninguém o impediria de tentar. Ele faria de tudo para proteger as duas, para entender o que estava acontecendo exatamente e para tirá-los dali sãos e salvos. Era isso que o seu pai faria numa situação como aquela. Manteria a calma e tentaria resolver o problema. Era isso que ele precisava fazer também. Aquele era o primeiro passo para ele provar que poderia ser um grande caçador no futuro.

Pensando desta forma, Henry refez a pergunta de momentos antes:

— Quem é você?

— Emily. — apresentou-se ela.

— Emily... — murmurou ele enquanto pensava um pouco. Em seguida, voltou a fitá-la e disse calmamente: — Emily, olha, eu entendo que você esteja assustada, mas não me diga que eu não posso fazer uma coisa porque eu posso sim. E eu vou. Ou pelo menos, eu vou tentar. Por enquanto, vamos manter a calma, ok?

A menina o observou durante um bom tempo e, embora ainda relutasse em acreditar que um simples garoto poderia fazer alguma coisa contra aquele monstro, ela também queria ter esperança de que no fim, tudo ficaria bem. Por isso, Emily assentiu:

— Tudo bem.

Henry sorriu levemente para ela. Em seguida, tirou uma pequena barra de chocolate do bolso e recomeçou:

— Você disse que estava com fome?

O menino moveu levemente a cabeça, indicando que era para a menina se aproximar. Depois de hesitar um pouco, ela finalmente se levantou do chão, se aproximou dele e de Rachel e se sentou. Então Henry abriu a embalagem e dividiu o conteúdo em dois pedaços. Um deles entregou para Emily e o outro para Rachel.

— E você? — perguntaram as duas ao mesmo tempo e então se entreolharam antes de voltarem a olhar para o menino.

Henry sorriu um tanto sem graça e desconversou:

— Eu não estou com fome.

Rachel ficou olhando para o chocolate nas suas mãos e sentiu-se profundamente triste pelo primo. Então, ela partiu o pedaço, que já era pequeno, em dois e entregou um deles para Henry. Como ele balançou a cabeça negativamente, dispensando o chocolate, ela argumentou:

— Você está sempre com fome. Pegue.

Henry ainda relutou um pouco, mas quando o seu estômago fez um ruído constrangedor, ele achou melhor aceitar. Sentindo certa compaixão, Emily também tirou um pedaço do seu chocolate e ofereceu para ele, mas desta vez Henry não aceitou. A menina estava mais suja e abatida do que Rachel. Com certeza, estava ali há mais tempo do que eles e, por isso, devia estar com mais fome.

Enquanto a observava comendo o chocolate, ele finalmente se apresentou:

— Eu sou o Henry.

Depois de limpar a boca com a manga de uma camiseta que trajava, Emily indicou Rachel e respondeu:

— Eu sei. Ela me disse que vocês são primos. E que seus pais são caçadores. É verdade?

Henry hesitou um pouco. Não tinha certeza se era uma boa ideia contar para uma criança comum sobre a existência de caçadores e, consequentemente, de monstros. Mas em seguida, ele se deu conta de que Emily já tinha visto um monstro antes. Aquele que tinha os colocado naquele lugar misterioso. Além disso, ela e Rachel deviam ter conversado bastante enquanto ele estava desacordado. Com certeza, a sua prima já tinha contado para a garotinha sobre a existência de todos os monstros possíveis.

E então Henry percebeu que não tinha problema em confirmar aquilo e disse:

— Sim.

— Você acha que eles estão procurando por vocês? — interessou-se Emily enchendo-se de esperança.

Henry nem sabia direito que lugar era aquele. Ao olhar em volta, tudo o que ele viu foi uma caverna imunda e sem saída visível. Parecia mais com uma prisão, um calabouço. O lugar era iluminado apenas por uma pequena abertura que ficava a uns três metros do chão.

Henry acreditava que seu avô e Jody já tinham dado por falta dele e de Rachel. Naquele momento, seus pais já deviam saber que eles tinham sido levados por aquele monstro maldito. E com certeza, todos estavam procurando por eles. Não ia ser fácil encontrá-los, mas eles já deviam ter começado a procurar.

Querendo acreditar nisso, Henry respondeu:

— Eu tenho certeza que eles estão. Mas mesmo assim, nós temos que tentar fazer alguma coisa para sair deste lugar. Para ajudá-los a nos encontrarem, entendeu? Eu vou pensar em alguma coisa, mas vou precisar da ajuda de vocês para executar o plano.

Emily pareceu ficar bem mais confiante depois de ouvir aquilo e assentiu com um meneio de cabeça. Depois de terminar o chocolate, ela se encolheu com um pouco de frio e Henry a observou um tanto sem jeito antes de tirar a blusa que vestia, se aproximar dela e colocar a peça sobre os ombros da menina.

Ela o fitou um tanto sem graça também, mas aceitou a gentileza e lhe lançou um leve sorriso de agradecimento.

Rachel observava os dois atentamente quando o primo percebeu e a olhou de volta. Aproveitando que Emily tinha começado a mexer em algumas pedras no chão com um graveto, e que estava se sentindo mais confiante também, Rachel resolveu provocar o primo. Então ela sorriu e fez um coraçãozinho com as mãos em volta dele e de Emily.

Henry revirou os olhos e separou as mãos da prima antes que Emily percebesse a brincadeira. Aquilo não era hora nem lugar para pensar neste tipo de coisa. Se bem que no fundo, e apesar do estado em que Emily se encontrava depois de passar sabe-se lá quanto tempo naquela caverna, Henry tinha a achado bem bonita.

Sem perceber, ele acabou olhando para ela no mesmo instante em que ela olhou para ele. Sem entender por que tinham ficado constrangidos, eles desviaram os olhares em seguida e fitaram Rachel, que arqueou as sobrancelhas e sorriu levemente para os dois.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Henry e Emily = Hemily. Oi?

Ahahahahahahahah sim, para quem não percebeu, a Hunter Pri Rosen adora um romance e já está plantando sementinhas para uma fic futura do futuro. Oi?

Bem, gostaram do capítulo de hoje? Eu amei escrevê-lo! A Isabelzinha querendo ajudar o povo, o povo aflito, as crianças passando fome e frio... Oi? Enfim, amei mesmo!

Agora é com vocês! Contem-me tudo e não me escondam nada!

Bjs, fiquem com Loki e inté sábado que vem!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Caso do Slender Man" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.