Your Hunger Games II - Fanfic Interativa escrita por Soo Na Rae


Capítulo 5
Brandon Florence


Notas iniciais do capítulo

Bom capítulo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/533622/chapter/5

Brandon Florence

“Não acredito senão na alma e no mistério divino que a envolve” – Vicente Avelino

Música

Mesmo que tivessem se passado seis meses desde o furacão, a fazenda não estavam muito melhor. O Carvalho permaneceu imóvel e incólume, mas todas as plantações, animais, armazéns e a própria casa da fazenda sofreram danos irreversíveis. Demorou cinco dias para reerguer as paredes e fixar as portas e janelas, toda a economia gastaram para os móveis novos e as roupas perdidas. E pela primeira vez Bran viu sua irmã gêmea vestida com roupas delicadas de bordado e lã, cor-de-rosa e marrom-chocolate. Branly, por outro lado, parecia muito desconfortável, mas nada podia fazer, aceitou os presentes de papai com um sorriso no rosto, mas estava se contorcendo para roubar uma das camisas de botão de Bran ou uma bermuda de Bryan.

– A Colheita é amanhã. – comentou ela, enquanto se sentava no tronco ao seu lado. O Carvalho ainda tinha uma vista deslumbrante para o rio. O furacão não estragou aquilo. Branly disse que fora o Carvalho quem protegeu o rio, pois acreditava que ele era vivo e possuía alguma posição de respeito no reino da natureza. Maluquinha, como sempre, ele apenas a ignorou, como sempre.

– Usará um de seus vestidos de veludo? – ele sorriu, sarcástico.

– Cale a boca! – o empurrou, Bran sentiu a nádega escorrendo do tronco e as pernas perdendo o equilíbrio, as mãos sem conseguir agarrar nada além do ar. Caía. – Brandon! – ela o segurou com desiquilíbrio, e por meio segundo pensou estar salvo, mas não durou muito, Branly também escorregou com o peso e os dois caíram, uma queda livre, diante do Carvalho vermelho, com ele a sorrir.

Quando abriu novamente os olhos azuis cheios de cargas elétricas, Bran sentiu a perna que havia quebrado ranger novamente. Tempo se passou e recuperou parcialmente os movimentos, ainda um pouco lento, mas talvez não tivesse se cicatrizado o suficiente para uma queda como aquela. O Carvalho era com certeza mais alto que a cada da fazenda. Branly tinha seus cabelos negros por cima de seu nariz, o que lhe fez cócegas. Empurrou-a, e sentiu o peso morto rolar para o lado. Saltou e agarrou o corpo da irmã, frio e imóvel. Não havia machucado, nem mesmo um filete de sangue, então como...? Branly abriu um olho banhado e em cílios negros e sorriu de forma zombeteira.

– Está com medinho, Bran?

Ele a soltou com raiva, mas não mais que isso. Seu sangue havia gelado nas veias e o rosto ainda estava branco. Respirou fundo e apenas acertou um tapa leve na testa da irmã, que gargalhou. Ela sabia como irritá-lo. Eram ambos Brandon Florence, não? Então quem melhor para rir de sua desgraça? Odiava amá-la.

– Sabe... Tive a impressão de que o Carvalho sorria para nós. – ela disse, de forma inocente. Bran quis rir na cara dela, mas não podia negar que havia sentido a mesma coisa. O Carvalho ria. Sua mente o traiu. – Não acha estranho que ele estivesse rindo?

– Uma queda como aquelas é motivo de risada para qualquer um. – respondeu, indiferente, mas estranhamente perturbado com o sorriso.

Bran não estava acostumado a ter alucinações idiotas como sua irmã, mas não podia negar que tinha visto algo de anormal no Carvalho. Não um som, nem mesmo um vislumbre, mas sentia o sorriso dele. Sentia sua felicidade, conseguia ouvir o âmago do Carvalho gargalhar. Branly agarrou seu braço, enquanto o Sol começava a nascer. Estavam perdendo o evento que vieram assistir, mas mesmo assim Bran não conseguia se livrar da perturbadora gargalhada. Chegava a ser medonho.

– Ele diz para que nos tornemos um. – Branly balbuciou, as palavras atropelando umas as outras. Então ela guinchou de desespero, escondendo-se atrás de suas costas. Estavam sentados ainda, mas mesmo assim Branly conseguia se encolher mais. Ela então respirou fundo. – Ele diz que um de nós deve morrer, para que o outro viva verdadeiramente.

– Como pode saber? Não ouço nada.

– Não ouve pois eu estou com o coração. – ela piscou os olhos eletricamente e então agarrou-o pela camisa, desabotoando-a e jogando-a para baixo de seus ombros. Bran nunca se sentiu mais exposto em toda sua vida, e olhe que tomara banho com Branly algumas horas atrás. Ela apalpou seu peito, sentindo sua pele quente. Bran realmente estava desconfortável, quem o apalpava? Sua irmã. Por quê? Ela era doida. Suas bochechas ruborizavam enquanto ela tentava encontrar algo que não havia ali. Exatamente.

– Bran... – sua voz era ofegante ela começou a beliscar e arranhar. – Bran...

– O que foi?

– Não tem... – a voz de Branly estava entrecortada e sua respiração era descompassada. Seu rosto, um borrão vermelho. – Não...

– Que não tem? – ele a empurrou, fechando a camiseta.

– Pulsação. – ela não atreveu a encará-lo, e se jogou contra sua camisa novamente, agarrando todo pedaço de pele de seu corpo magro. – Bran...

– Me solta! – jogou-a para o lado, enfiando a mão dentro da camisa e apalpando o lado esquerdo. O meio. O direito. Sua barriga. A garganta. Nem mesmo seus pulsos. Piscou, incompreendido. Atônito. Brandon se encarou, enquanto o gêmeo fazia o mesmo. – O que mais o Carvalho diz?

– Que ele já sabe quem morrerá, que nós já morremos aos seus pés. Hoje. Agora. Estamos mortos. Mas sou quente, e você frio. Nossas almas estão incompletas, cortadas ao meio, rasgadas e com feridas horríveis. Não há como uni-las se não for com a morte de um.

– Homem e mulher se unem em uma carne quando se casam. Papai me disse. – ele encarou o Carvalho. – nossos tios eram irmãos e se casaram. Isso é normal na fazenda, quando não se há contato com os outros. Já sabia que um dia você teria de casar com alguém aqui, mas não quero morrer, e muito menos quero ter sua alma.

Branly piscou, enquanto digeria a sugestão.

– Não, eca! – exclamou. O Carvalho disse morte, sangue. Não... Casamento. Você é tão nojento às vezes...

Bran revirou os olhos azuis eletrizantes, enquanto balbuciava uma maldição qualquer. Talvez o furacão devesse mesmo ter arrancado o carvalho dali. Sabia que Branly poderia estar mentindo, e resolveu acreditar nisso. Já não era uma criança para brincar de faz-de-conta.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem.