O Amor é Cego escrita por Babi Rodrigues, Babi Hutcherson Black, Babi Hutcherson Black


Capítulo 5
Are You Watching Me?


Notas iniciais do capítulo

Boa madrugada!!! Eu tô tão happy que resolvi postar o capítulo hoje mesmo, e quero postar até o epílogo logo também! Obrigada à todas que comentaram no último capítulo e um agradecimento especial para Bia Elgort: Obrigada por não ter me matado, ainda tenho muita coisa pra fazer antes de bater as botas.
Boa leitura!



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Cinco longos anos se passaram e minha vida não era mais a mesma. Tinha me formado em Jornalismo, e seguido a área de Fotografia, estava morando em Londres há um ano e feito amigos maravilhosos... O emprego perfeito, a cidade perfeita, os amigos perfeitos e uma vida horrível. Sim, eu não era feliz. Eu estava ali viva, sorrindo, conhecendo pessoas, vivendo todos os dias, mas por dentro eu não era muito parecida com aquela pessoa que eu aparentava. Amar uma pessoa, viver uma história com essa pessoa, perde-la por uma tremenda idiotice e passar 5 anos sem quem se ama, era o pior sentimento do mundo!


Estava em casa numa tarde fria de Outono relendo trechos de New Moon... Era um pouco de tortura trazer algumas lembranças ao presente, mas eu não podia resistir. Eu me sentia como a Bella esperando seu Edward. Os outonos eram sempre os mais tristes, eu andava na rua observando as folhas caindo das árvores, as flores morrendo... Continuava para mim, sendo a estação mais triste, mas também passou a ser a que mais combinava comigo... Porque no Outono tudo morria! Passei de Primavera a Outono...

Everybody's talking how I, can't, can't be your love
(Todos estão falando como eu, não posso, não posso ser seu amor.)

But I want, want, want to be your love
(Mas eu quero, quero ser seu amor.)

Want to be your love, for real
(Quero ser seu amor, de verdade.)

Everybody's talking how I, can't, can't be your love
(Todos estão falando como eu, não posso, não posso ser seu amor.)

But I want, want, want to be your love
(Mas eu quero, quero ser seu amor.)

Want to be your love for real
( Quero ser seu amor de verdade.)

Want to be your everything
( Quero ser seu tudo.)

Everything...
(Tudo...)


Estava escutando música quando Annie, amiga com a qual eu dividia apartamento entrou.

Conheci a Annie no curso de Jornalismo e nos tornamos inseparáveis, ela sabia tudo sobre minha vida e eu tudo sobre a dela. Ela era sempre animada, engraçada, um tanto louca o que me divertia muito... E tudo que eu precisava era me divertir.

– Kat, você tem certeza que não vai a casa do Finnick? Cara você ta escutando Rachel Yamagata de novo? Tudo bem se você escutasse pelo menos o cd todo, mas faz uma semana que você escuta a mesma música! Você tá surtando! - Annie disparou elétrica na minha frente, falando sem parar de um jeito engraçado enquanto balançava os longos cabelos vermelhos e os prendia em um rabo de cavalo.
– Posso responder agora?
– Pode! - ela riu
– Eu gosto dessa música! E não, não vou mesmo à casa do Finn!
– Okay, não insistirei! Mas, lembre-se que você não pode passar a vida inteira assim por causa de um cara que se mandou, que você nem tem notícias e nem sabe se está vivo!

Eu estremeci com a última frase. Eu nem sabia se o Peeta estava vivo, tudo bem que ele ainda era jovem, mas acidentes acontecem todos os dias... Tive medo! Muito medo! Preferi afastar aquele pensamento!

– Aahh! E o Chad estará lá! Uuuu! Afinzão de você!
– Vai pra casa do seu namorado, Annie! - Eu disse rindo e atirando uma almofada na direção dela!
– Okay, tô indo! Bye Bye!


Everything's falling, and I am included in that
(Tudo está caindo, e eu estou inclusa nisso.)
Oh, how I try to be just okay
(Oh, como eu tento estar bem.)
Yeah, but all I ever really wanted
(Yeah, mas tudo que eu sempre quis)
Was a little piece of you
(Era um pedacinho de você.)

A Rach Yamagata continou cantando pela milionésima vez. Resolvi sair andaando por Londres em um tarde de outono, era um ótimo programa para pessoas na fossa. Decidi passear em Westminster.

Lá estava eu caminhando distraída pelo parque quando um menino de uns quatro anos agarrou minhas pernas, ele estava perdido.

– Ohh! Não chora, não eu vou te ajudar a procurar sua mãe! Calma! - Eu nem bem fechei a boca a mãe dele apareceu desesperada.
– Meu Deus! Que susto! Obrigada por ajudar meu filho! Obrigada mesmo! - a mãe falava ainda aflita.
– De nada! Eii, qual seu nome?- perguntei ao menino
– Gale! - Ok, esse era um nome que não me trazia boas lembranças, mas a criança não tinha culpa de existir um Gale miserável no mundo.
– Hey, Gale! Viu só? Sua mamãe já está aqui! Não precisa mais chorar! - disse sendo simpática, o menino era uma graça.

A mãe dele disse mais uns 89.866 “obrigada” e se foi com o pequeno Gale. Quando me virei para continuar o meu caminho achei que fosse cair no meio do Westminster, achei que estivesse vendo um fantasma. Parado a 2 metros de distância, como se fosse uma estátua estava o cara por quem sofri durante cinco anos, o cara que amava desde os meus 17 anos... Peeta Mellark! E ao que me parecia ele estava ali algum tempo. Tempo suficiente para me ouvir conversar com o menino, e de uma coisa eu tinha certeza, uma pessoa cega jamais esquece a voz de outra pessoa. Estávamos cara a cara, de frente um para o outro.

O mais estranho de tudo não era ver Peeta 5 anos depois parado na minha frente, estranho era o modo como ele me olhava, me olhava como se realmente estivesse ME ENXERGANDO.

Ficamos parados durante uns 2 minutos inteiros. Aquilo foi muito mais do que surpreendente ou arrebatador... Foi assustador! Era como se em 2 minutos milhares de lembranças viessem correndo me atormentar, era como se a dor até então suportável tivesse de repente decidido se elevar e se espalhar por todo meu corpo. Mágoa, raiva, amor, dor, saudade... Todos os sentimentos do mundo estavam ali, totalmente concentrados em mim.

– Kat?- ele disse mais afirmando do que perguntando. Parecia assustado. E minhas pernas tremeram de um modo que achei que fosse cair ali mesmo. Malditas pernas traidoras! Maldito sistema nervoso!

– Oi, Peeta!- eu disse meio intimidada, na verdade, nem sei se minhas palavras saíram claras o suficiente... Eu me sentia sufocada!

– Meu Deus, quanto tempo! - ele disse caminhando em minha direção. - Nossa... Olha só você... - ele disse OLHANDO para mim. - Você não é banguela, nem zarolha, e nem sofre de ausência de nariz igual ao Michael Jackson como tinha me dito. - ele disse brincalhão.

– Você tá me vendo? -perguntei apenas confirmando o que já estava óbvio.
– Passei por duas cirurgias há quatro anos e bom... É como você está vendo... Agora eu enxergo! - ele disse animado.
– Que bom! Fico feliz por você! Muito! - Eu realmente estava feliz por ele, mas a tristeza que senti tanto tempo estava mais forte naquele momento. Eu podia sentir a vontade de chorar estrangulando minha garganta.

– Eu escutei você conversando com aquele menino perdido e mãe dele! Nossa! Meio estranho escutar sua voz depois de tanto tempo, mas eu tive certeza que era você! - eu apenas sorria enquanto ele falava, ou melhor, eu apenas fingia sorrir. - Eu... Bom... Erm... Estive em Manchester, procurei por você há algum tempo, mas você não estava mais lá, nem seus pais. Os seus vizinhos me disseram que a única coisa que sabiam era que vocês haviam se mudado para a Irlanda. - ele dizia um tanto triste

– Meus pais foram para lá! Eu tenho uma tia que mora lá há bastante tempo, e meus pais se mudaram há uns quatro anos... Eu não! Eu estava aqui em Londres, estudando!

– Veio estudar aqui? Você ainda estuda? O que você tá cursando? - disparou perguntas, e eu compreendia o interrogatório, também queria perguntar muitas coisas sobre ele. Fiquei imaginando se teria namorada, se tinha me esquecido.

O celular de Arthur tocou antes que eu pudesse responder. Ele pediu desculpa dizendo que era importante. E eu esperei perdida em pensamentos que ele terminasse a ligação.

Eu estava diante do cara que amava tanto, de um modo que nem achei que fosse possível. Eu queria abraçar Arthur como antigamente, dizer que sentia saudades e fingir que nada aconteceu, fingir que ele nunca partiu meu coração.

– Desculpa, é que tenho que voar pra uma reunião...
– Ah tudo bem! Foi bom ver você! - eu disse fingindo um sorriso, morrendo por dentro. “Tudo bem?”... Não tava tudo bem! Nada estava bem!

– Kat? Eu... Erm... Eu posso te ligar?

– Claro! Por que não? Pode sim!

Trocamos números de telefone, e ele teve que ir. Não parecia querer, mas foi preciso. Foi só ele sair dali pra eu cair no choro. Dessa vez não era um choro infantil! Era um choro de desespero! Me sentia perdida ali naquele parque. Na verdade, pior, me sentia perdida dentro de mim mesma.

– Amiga, a sua história é tão louca! Eu sinto tanto por você estar assim!

– Annie, foi tão difícil... Ter ele ali tão perto! Eu quis dizer tanta coisa, abraçar ele forte, pedir pra não me deixar de novo... - eu disse aos soluços, já devia ter desidratado de tanto chorar! Ainda bem que eu tinha a Annie, amiga pra todas as horas, boa de ouvir e de dar conselhos.

O telefone tocou e Annie foi atender enquanto eu enterrava a cara no travesseiro querendo sumir...

– Kat? Telefone pra você! - Annie disse séria e bateu a boca no ar sem emitir nenhum som, apenas fazendo uma espécie de mímica com a boca... Eu era um tanto lesa, mas entendi certinho que ela dizia “É ele!”.

Era o Peeta no telefone. Eu não achei que ele fosse mesmo ligar. Mas, ele estava ali do outro lado da linha me esperando atender... Lá se foi meu coração fazer um loopin em uma montanha russa.

– Alô!


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Notas finais do capítulo

Nada pra dizer aqui, então... Espero que tenham gostado :)