Late In Paris escrita por Gabi P


Capítulo 8
Uma grande surpresinha


Notas iniciais do capítulo

Hey, people c: Como estão, hein? Ontem o site bugou, vocês viram? Não sei se foi só aqui, mas ainda bem que eu postei o capítulo antes de dar aquele erro lá! Continuo postando todo santo dia, para não decepcionar minhas leitoras lindas :D Amo vocês, já disse isso? Pois então, tentem não me matar depois de ler essa cap, ok? Lembrem-se: EU AMO VOCÊS!



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Abri os olhos devagar, piscando diversas vezes para afastar essa dor de cabeça que ainda permanecia ali. Tinha melhorado muito, mas eu ainda sentia uma alfinetada, toda vez que movia um pouquinho o pescoço.

— Bom dia, de novo — Jay disse, quando percebeu que eu já estava acordada. Eu não sabia se ele tinha passado esse tempo todo acordado ou se ele tem o dom de sempre acordar antes de mim.

Levantei a cabeça de seu peito para encará-lo, lutando contra a preguiça de sequer abrir os olhos. Ele sorria levemente, o que talvez tenha me feito sorrir também. Tudo bem, admito que meu amigo provavelmente conseguiu contar todos os meus dentes.

— Bom dia — respondi cantarolando. — dormiu bem?

— Não que a gente tenha dormido muito — Jayden levantou uma sobrancelha, e me lançou um sorriso malicioso.

Ri da cara dele. Nem mesmo esse tipo de piadinha iria afetar meu bom-humor.

— Foi o suficiente — dei de ombros.

O loiro me puxou mais para perto dele e tascou um beijo na minha testa, abraçando minha cabeça em seguida.

— A gente devia tomar um banho — ele sugeriu, e já que eu não podia ver seu rosto, só o imaginei abrindo ainda mais seu sorriso idiota.

E, bom, eu achava a ideia um ponto a considerar. Eu não tinha tomado banho desde a festa, onde eu, com certeza, fiquei bêbada, dancei bastante e ainda vomitei. Não era a pessoa mais limpa do mundo naquele momento. Mas meus olhos pousaram sob o relógio, e pude enxergar as horas de relance, por entre os braços de Jay que ainda me envolviam. Decidi que não tinha tempo nem de pensar sobre esse assunto.

Dei um longo suspiro.

— Você lembra que temos um almoço com Ann, não lembra?

Jayden grunhiu baixinho.

— Eu tinha esquecido.

— Para não perder o costume — revirei os olhos. — E, por favor, não comente nada com ela sobre isso ainda.

— Isso o quê? Nosso lance? — Jay riu. — Relaxa, não falo para ninguém.

Não é um lance, Jay! — reclamei, revirando os olhos. — Mas guarde o segredo, tem muita gente que iria surtar se descobrisse. Ann é uma delas.

— Ah, pode apostar.

— Agora vamos! Marcamos 13 horas, são 12:40.

O encarei de cara feia, para que ele me largasse. Mas só rolou os olhos, sem me soltar de seus braços nem por um segundo.

— Porque você se preocupa tanto com horário? O casamento é da Ann, não seu, relaxe.

— Eu não me preocupo com horário tanto assim. Eu só... prefiro chegar na hora marcada, sem deixar ninguém esperando. Não sou como você, que só aparece depois de meia hora.

— Também não é assim...

— É sim, Jay. Sério, vamos logo — eu disse, já me livrando do abraço forte. Levantei-me num pulo e saí catando minhas roupas no chão do quarto. Ótimo, o meu lado da porta entre os nossos quartos estava trancado. Eu precisava ir pela porta da frente, mas eu não sei onde eu larguei minha blusa...

Meu amigo riu atrás de mim.

— O que foi agora? — perguntei.

— Nada, você só é engraçada quando não sabe o que fazer — ele fez uma pausa enquanto observava eu me apertando para entrar na saia de paetês que tinha usado ontem. — pode pegar meu casaco para ir ao seu quarto.

Abotoei o sutiã nas costas e apanhei o casaco.

— Você — encarei-o séria, apontando um dedo para seu rosto sorridente — se arrume rápido, volto daqui a dez minutos.

— Tudo isso? Daqui a nove minutos eu começo a me arrumar.

— Quando eu voltar, você vai estar pronto, ouviu?

— Sim, princesa, ouvi — o loiro riu.

******

— Vocês dois estão atrasados! — gritou Ann. — Olha, eu preparo um almoço só para provarem uma amostra do bolo e dos doces, e vocês chegam atrasados? São os piores amigos do mundo, sabiam?

Baixei o olhar até a ponta das minhas botas Ugg, eu sempre fazia isso ao receber bronca.

— Hãn... desculpa, a gente...

— Acho bom ter uma desculpa perfeita, dona Cassie — ela cruzou os braços e esperou que eu continuasse.

— Na verdade, a gente só perdeu o horário. Foi mal.

Jay concordou com a cabeça.

— A gente dormiu até tarde — ele completou, dando de ombros enquanto passava a mão no cabelo. Para com esses sinais de nervosismo, Jayden! Senti vontade de gritar. Ela vai perceber o que você está omitindo.

Ann olhou furiosa para a gente. Mas, por alguma razão, sua expressão foi se tornando engraçada. Até que ela nos lançou um olhar malicioso.

— “A gente dormiu até tarde”? — repetiu, me fazendo arrepiar toda. — “A gente”? Juntos?

Paralisei. Então encarei-a, pronta para lhe dizer que ela só fala absurdos, como sempre...

— Você contou para ela, Cass? — Jayden se virou para mim, totalmente confuso. Eu juro que quase voo no pescoço dele. Eu tive vontade de mata-lo.

— Não, Jay — eu respondi com os dentes cerrados e contando até dez.

— Espera... — a Ann arregalou os olhos. — Ai meu Deus. Vocês dois dormiram juntos mesmo? Que lindinhos! Sempre shipei, mas eu não imaginei que vocês teriam uma noite de sexo selvagem, assim do nada! Mas que fofos! Eu...

— Ann! — interrompi.

O que foi?

— A gente meio que concordou em não falar nisso, então, por favor...

Hãn? Calma, dormiram juntos só por dormir? — ela pôs as mãos na cintura, ainda com um tom de voz alto. Eu rezava para os outros clientes só falarem francês. Por favor, que não falem inglês, pelo amor de Deus. — Tem alguma coisa errada, isso não é sua cara, Cass. E, Jay... Você concorda mesmo com esse negócio de amizade colorida?

— Eu... — ele tentou — E-eu... não... hãn...

— Claro que você não concorda, você ama a Cass. Pode dizer — minha miga respondeu por ele. — E ah, Cassie, você dormiu com ele por carência? Só porque sente falta do Richard?

Eu não sinto falta do Richard! — repreendi, onde essa doida estava com a cabeça?

— Tá, mas sente falta do sexo, não é? Ah, tadinha. E você, Jay, se aproveitou disso?

— Eu disse que ela podia se arrepender depois — ele respondeu, na defensiva, totalmente magoado. — e que eu não queria...

— Ah, sim, você queria sim. Aproveitou-se sem nem um pingo de culpa, não é? Vamos lá, abra o jogo. Você esperava isso desde o colegial! Aliás, os dois queriam isso, só não têm coragem de admitir.

— Não foi bem assim, Anna Elizabeth! — exclamei.

— Não me chame de Anna. E muito menos de Elizabeth — ela cruzou os braços novamente.

— Tá, ótimo. Não vou fazer mais isso. Agora a gente pode almoçar em paz? — perguntei, já irritada, sentando na cadeira e fingindo estar bem entretida no cardápio.

Eles sentaram-se na pequena mesinha redonda também, e eu achei que isso realmente tinha funcionado. Mas, obviamente, o termo “em paz” não faz parte do vocabulário do meu destino.

Meu celular tocou. E eu tive aquela impressão estranha de que eu devia ignorar aquele toque, mas não o fiz. Olho no visor, que mostra “Rick chamando”.

Eu não sei bem o porquê, mas eu lanço meu pior olhar para Ann, com uma cara de quem acabou de ver um bicho, tipo uma barata ou algo assim.

Atenda! — ela ordena, depois de espiar a tela.

— Mas, Ann, eu não...

— Ah, deixa o orgulho de lado e só atenda. Vai que ele quer voltar rastejando para você.

— Vem cá, você não me shipava com Jay? Escolha — eu disse, fazendo uma careta para minha amiga. Jayden me olhou como se não soubesse o que “shipar” significa. Ele não devia saber mesmo. Ou talvez ele só não estivesse entendendo o que estava acontecendo.

— Atenda, logo, por favor — ela falou, já perdendo a paciência.

Respirando fundo, desbloqueei.

— Alô?

— Hãn... Oi, Cassy — disse meu ex-namorado, do outro lado da linha.

— Oi, Rick – respondi, meio hesitante. A Ann abriu um sorrisão de um lado, e o Jay estampou uma carranca do outro.

— Hm... — ele fez uma pausa — Me desculpa pela ligação de ontem, eu só queria falar que...

— O que você quer, Richard?

O ouvi suspirar.

— Olha, eu... preciso de você.

Acho que fiquei parada por dois ou três segundos.

— Por quê? — perguntei, ríspida. Eu sinceramente desisti de entender esse cara. Como assim ele termina comigo, e ainda me liga dias depois para dizer que “precisa de mim”?

— Porque eu sinto sua falta, Cassy.

— Ah, é? Mas então...

— Eu não sei bem porque terminei, tá? Eu estava muito estressado com o trabalho e... Achei que podia acabar descontando tudo em cima de você, eu queria te poupar disso. Mas eu estava errado, eu não preciso descontar em ninguém, eu preciso de alguém para me fazer esquecer esse tipo de coisa ás vezes. Alguém que me abrace sem eu pedir, mande mensagens engraçadas enquanto eu estou tão cansado. Alguém para me receber com beijos e abraços depois de um dia dificil, Cassy. Eu preciso de você de volta.

— Rick, eu... — respirei fundo, como eu respondia aquilo? Se eu ainda estivesse em Los Angeles, eu provavelmente sairia correndo para encontra-lo. Ele sempre conseguiu me comprar com esses discursos apaixonados, e mesmo depois de termos terminado, eu não largava esse hábito, ótimo. Simplesmente maravilhoso. Mas estávamos a muitos quilômetros de distância, e droga, eu nem contei a ele que eu tinha viajado. — Não sei o que dizer.

— Cass? — Ann me chamou. — Cassie!

— Espera, Ann! Estou falando no telefone — falei.

— Mas... Cass... Olha!

Olhei para minha amiga, ela apontava para a grande janela ao lado de nossa mesa. Que dava para fora do restaurante.

Onde estava Richard.

Como eu me lembrava: Lindo e romântico. Certo, ele não iria mudar em uma semana. Mas ali estava ele, olhando para mim do outro lado rua. O que ele estava fazendo ali? Eu contei para ele que vim para Paris? Ele podia saber do casamento da Ann, não é? Mas mesmo assim, porque diabos ele veio até a França?

Eu tinha outra opção sem ser ir até lá?

Ok, eu tinha várias. Mas eu sabia que não podia simplesmente ignorar até vê-lo indo embora. E acho que, lá no fundo, eu precisava disso também. Eu queria vê-lo, mesmo que não fosse admitir isso hoje e nunca.

Deixei meus amigos — totalmente chocados — no restaurante. Senti uma pontada de culpa ao larga-los ali, mas o que eles queriam? Eu precisava falar com o Rick, só eu mesma sabia o quanto eu senti falta dele. Saí pela porta principal o mais rápido que pude.

— Richard... você veio para cá — falei o óbvio, como se eu estivesse pensando alto, já que minha mente estava cheia e bagunçada demais para assimilar qualquer ideia.

— É, acho que sim — ele riu, passando a mão pelo cabelo escuro.

— Precisava atravessar o atlântico? Não podia esperar até minha volta? — sorri, abobalhada com tudo aquilo.

Ele fez que não com a cabeça, ou pelo menos acho que fez. O movimento foi tão rápido que, quando me dei conta, ele já estava com os lábios colados nos meus. Foi um beijo como nos filmes. Como se, da noite para o dia, minha vida finalmente fosse ter algum final feliz.

Rick sorriu enquanto me beijava, eu percebi que tinha esquecido meu casaco dentro do restaurante, porque estava muito frio. Mas eu não ligava, os braços dele eram como grandes capas de pele. E eu finalmente constatei o quanto sentia falta, sim. Que a Ann tinha toda a razão do mundo quando o mencionava. E, depois do beijo perfeito, eu decidi que amava Paris. Talvez lá não fosse considerado como uma das cidades mais românticas à toa, não é?


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Notas finais do capítulo

POR FAVOR NÃO ME JOGUEM DO PRECIPÍCIO OU ALGO ASSIM! Lembrem que a fic depende de euzinha para terminar, então nada de mortes por enquanto kkkkkkkk Ah, e podem extravasar nos comentários, eu deixo :3 E se por algum acaso alguém shipar #Cassick (ai, horrível, para quem não entendeu: Cassie e Rick - se alguém tiver uma ideia melhor, tô aceitando - ficou tipo cacique kkkkkk) podem ter gostado do capítulo, então comentemmmm :D (ok, acho que ninguém shipa, mas tá kkk). Enfim, comentem, SUAS LINDAS. E até amanhã c:



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