A Twist of Life escrita por Dih Rohling


Capítulo 17
16º cap - Minhas Primeiras Piores Memórias


Notas iniciais do capítulo

Décimo Sexto Capitulo
Escrito & Revisado



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Eu ainda me lembro de tudo... Quando eu ainda não sabia o que tinha acontecido.

“Pisquei... Estava escuro, molhado e tudo cheirava a ferrugem... As vozes de Maggy, papai e mamãe soando em minha cabeça... Pisquei... Agora estava em algum lugar branco com uma lâmpada branca... Algo fazia um barulho irritante “pin...pin”... A voz de Jonathan... “Lucy...”, estava ouvindo Jonathan? Eu devo estar no céu... Tudo se apagou.

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Acordei ouvindo passos soando próximos, ficando cada vez mais altos... E vozes...

– Coitada... – Dizia uma voz feminina – Acidente de carro...

– Só sobrou ela e o irmão... – Falava outra voz – Um carro invadiu a contra mão e...

– Eu soube que ela ia fazer um teste para modelo... – Dizia a primeira voz... Eram duas mulheres – É uma pena... Os cabelos dela...

Daquele dia...

E aquele dia se repetia em minha mente, o horror, o vazio causado pela traição de Lucas, a decepção com minha melhor amiga, que agora, deixou de ser. As lágrimas e os soluços... O carro... Mamãe, papai, Maggy, Jonathan... Minha família... O sorriso de Maggy... A preocupação de Jonathan... O calor... As vozes das pessoas que amo soavam em minha mente... Até que... PAFT...

Tudo ficou vazio e frio novamente, as vozes repetiam e repetiam...

“Coitada...” ... “One-san...” ... “Nós te amamos...” ... “...ela e o irmão...” ... “Para sempre...” ... Uma se intensificava mais... “Lucy...”,

Minha mente girava... Não consegui a assimilar nada... Não podia acreditar em nada do que ouvia... Tudo apagou novamente.

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Abri os olhos, eu estava em um quarto de hospital, notei.

Equipamentos estavam ligados em mim, fazendo barulhos irritantes e repetitivos...

Não me lembrava de nada, mas então...

Puft!

O teste... Meu sonho... A traição de Lucas... Essa memória quebrou-me, eu lhe falara no inicio de nosso relacionamento, “Eu não perdôo e nem ouço explicações... Para mim quem dorme com outra é por que não ama mais a primeira, portanto, não há razão para perdoar...”...

Na época eu estava tão apaixonada... Eu ainda estou... E foi só abrir a porta... A vagabunda da minha amiga... Minha melhor amiga... Ou não, não mais...

Ódio penetrava-me...

Até que uma memória estourou em minha mente...

Meus pais... Seus sorrisos... O calor do amor...

“Um carro invadiu a contra mão...”... “Acidente...”...”Só sobrou ela e o irmão...”...”Os cabelos dela...”...

Minha mente girava, eu não podia acreditar... Só eu e o Jonathan... Sobrevivemos?...Ao... Acidente?

Fechei os olhos com força... Lágrimas silenciosas desciam... Tudo escureceu...

“Nós te amamos”... “Para sempre”...”Lucy...”...”One-san”, pensei estar ouvindo a memória, mas ela se repetia cada vez mais alto... Abri os olhos.

– Lucy... Lucy – Era Jonathan, seus olhos azuis preocupados e protetores.

Pisquei e tentei falar, mas nenhum som saia de mim... Ouvi o barulho irritante da maquina cardíaca “pin...pin...pin...” fios e cabos estavam ligados em mim.

Eu estava em roupas de hospital brancas, tal como tudo no quarto, menos Jonathan... Ele estava de Jeans, Camiseta e Jaqueta pretas, seus cabelos negros bagunçados e olheiras roxas.

– Lucy... Esta acordada? – Ele me perguntou, seus olhos presos aos meus.

– Si-Sim... – Encontrei minha voz, ela saia fraca e rouca.

Jonathan apertou minha mão.

– Tudo ficara bem – Ele disse, mas que para si mesmo.

– O que aconteceu...? – Perguntei, minha voz saia fraca e distante – Papai... Mamãe... Maggy?

Jonathan balançou a cabeça. E pude ver lágrimas se formarem e descerem de seus olhos... Ele nunca chorava.

– Um carro invadiu a contra mão e... – Ele caiu, soluços rasgavam sua voz, o rosto de meu irmão enterrado em meu colo.

Levantei a mão e acariciei seus cabelos... Ele nunca chorou dês da morte de nossa cachorrinha Bythi, quando tínhamos 10 anos, ele jurou não chorar mais...

– E... – Comecei, e senti um vazio profundo invadindo-me.

– Sobrou apenas nós... – Ele respondeu, sua voz abafada com as lágrimas – Você estava em coma a dois meses... Se eu te perdesse também...

– Xiiiiiiiix – Abafei a voz e levantei o rosto dele, encarando seus olhos – Nós vamos ficar juntos.

Ele acenou e apertou mais forte a minha mão.

– Vamos – Seus olhos estava vermelhos, o rosto molhado, ele levantou sua mão e limpou meu rosto.

Eu não tinha percebido.

Eu havia chorado.

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Semanas haviam se passado, em um borrão de sonhos, medicamentos, visitas de Jonathan, perda e vazio.

As memórias daquele dia rodavam em minha mente.

Hoje seria o dia da minha alta, mais cedo, as enfermeiras tinham desligado e retirado as máquinas de mim. Joh trouxera roupas para mim.

Agora vestida, Jeans pretas, blusa de algodão e vans pretas. Meu cabelo fora cortado na altura do ombros em V arredondado, não chegando a ser U, e uma franja escura aparecia no meio da minha testa.

Peguei as minhas coisas e corri para a saída do hospital.

Quando cheguei, sai com as malas, e me dirigi a uma BMW preta. Jonathan me ajudou a levar as coisas.

Uma mulher de cabelos cinzas, roupas brancas, aparentando cinquenta anos nos esperava.

– Ola – Eu disse seca. Não estava no animo para ser gentil.

– Ola – Ela respondeu, da mesma forma. Isso foi bom, não estava a fim de papo como “Ah, coitadinha”. – Eu sou Callida. Vou cuidar de vocês a partir de agora.

Eu e Jonathan assentimos."

E foi ai que minha vida mudou. Após a traição e a morte das pessoas que amo. Eu só tive Jonathan.

Ainda tento esconder meus demônios.

Este é apenas o primeiro.

Meus demônios são o que passei. Minhas memórias estão gravadas em meu corpo, e borboletas são um ótimo exemplo dos sonhos que não realizei, e do que acabei cometendo.

Eu sou uma borboleta solitária, que vive pouco e espalha sua beleza negra. A rainha de um reinado escuro.

E tudo que eu quero é um toque de vida... E amor.

Mas... Tenho medo.

O que será que o futuro nos reserva?

Existe tal coisa como destino? Pois, se existir... Eu o amaldiçoo. Eternamente.

Olho meu relógio. Já são 17:30.

Faltei a todas as aulas da tarde.

Olho ao redor. Meu quarto é escuro... Mesmo não sendo totalmente preto.

Rio baixo. O sono me domina e adormeço.


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Notas finais do capítulo

NÃO DEIXEM DE COMENTAR!

SEGUNDO NO MESMO DIA!