[HIATUS] Trying not to love you escrita por PC Boêta


Capítulo 8
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Vim postar esse capítulo só pra dar um aviso:
Vocês não comentam. São mais de 50 pessoas acompanhando a história e apenas 2 comentaram no capítulo passado. Eu não queria ser daquelas escritoras chatas que estabelecem metas mas vocês estão me obrigando à isso. Portanto, se vocês tem 10 minutos para ler mas não têm 1 minuto pra comentar... Eu vou começar a ter tempo pra fazer outras coisas na minha vida. O tempo que eu usava pra escrever pra cá. Tenho outra fic e lá os leitores comentam. Desculpem falar assim mas eu vou escrever e dar preferência pra fic que as pessoas me dizem o que acham. Quando vocês começarem a ter mais consideração pela pessoa que deixa de ter uma vida social pra poder escrever essa porcaria pra vocês, talvez eu volte a postar regularmente.
Espero que tenham lido até aqui.
Enfim, é isso.
Boa leitura pra vocês!



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POV DRACO

Almoçar com minha mãe sempre é um evento recheado de surpresas. Hoje, especificamente, foi tranquilo e tenho que admitir que isso me espantou. Ela pediu que fizessem meu prato preferido: Wellington Beef! Preciso confessar que minha mãe sabe como quebrar minhas barreiras e me deixar de guarda baixa.

“Então, Draco... Como passou a semana?” ela perguntou entre uma garfada e outra, olhando-me minuciosamente. Ergui meus olhos para ela e dei um sorriso de canto.

“O interrogatório já vai começar? Eu nem terminei de comer ainda...” acrescentei colocando um pedaço de carne na boca e mastigando lentamente para absorver o sabor.

“Engraçadinho!” ela disse revirando os olhos e sorrindo calorosamente.

O resto do almoço se passou sem mais diálogos. Algumas palavras desconexas sobre o clima, a comida ou meu cabelo foram trocadas mas nenhum assunto mais profundo foi mencionado. Depois de acompanhá-la até a sala de visitas, servi uma dose generosa de licor de cereja em um copo pra mim e me sentei na poltrona de frente pra ela com as pernas cruzadas.

“Como foi a sua semana, mamãe?” perguntei analisando-a. Ela suspirou e seu olhar ficou cabisbaixo.

“Como sempre...” outro suspiro. Um levantar de olhos com um brilho diferente. “E a sua? Aposto que foi bem mais interessante do que a minha...” acrescentou com um sorriso ameno nos lábios bem desenhados e pintados com um batom vinho.

“Trabalhei, dormi, comi, fui àquele orfanato trouxa pra cumprir a pena e só.” Disse sorrindo.

“Ora, Draco... Vamos! Me dê alguns detalhes com que eu possa trabalhar!” ela pediu brincalhona. Meu corpo se tencionou por um momento ao lembrar da noite no bar com a Granger e eu relaxei perante o olhar estreito que minha mãe me lançou.

“Olha, atendi o caso de uma menina com varíola de drag...” comecei mas fui interrompido.

“Me conte sobre o motivo que te deixou tenso.” Pediu com delicadeza na voz.

“Não é nada, mamãe.” Respondi brevemente.

“Draco, você saiu de dentro de mim... Eu sei quando algo o está incomodando.” Ela acrescentou depressa. Eu odiava quando ela dizia aquilo. Sinceramente, que tipo de pessoa gosta de ser lembrada que saiu de... Bem, saiu de lá! Enfim, revirei os olhos com o discurso manjado.

“É só que encontrei uma pessoa que não via há muito... Não é nada demais. Nada com que tenha que se preocupar.” Respondi evasivamente. "E Dotta? Anda dando muito trabalho?" tentei, sem sucesso, desviar o assunto de mim. Narcisa estreitou os olhos e levantou o queixo imperceptivelmente.

“Quem você encontrou?!” perguntou imperiosamente. Ela não havia superado o fato de ter perdido Lucio para Azkaban depois da guerra. E qualquer pessoa era motivo de lembrar-lhe dele. Afinal, todos que estavam do lado “de bem” acusaram Lucio de ser um seguidor e não mostraram nenhuma piedade quando ele foi condenado à prisão. Suspirei sabendo o que viria a seguir.

“Granger.” Disse derrotado. Sua postura congelou por um momento e ela soltou a respiração pesadamente quando perdeu a postura altiva. “Ela me pediu desculpas!” emendei rapidamente, antes que ela tivesse tempo de fazer qualquer comentário e vi seus olhos se arregalarem e sua boca se abrir em surpresa.

“Desculpas pelo que?” ela perguntou, chocada.

“Por como as coisas aconteceram em Hogwarts... E ela desejou que tudo estivesse bem comigo.” Dei de ombros, indiferente com essa parte do assunto. Eu queria chegar à parte da aposta com Blas. Eu não tinha segredos com minha mãe e ela sempre me ajudava com seus conselhos críticos e neutros sobre as situações. Minha mãe era uma mulher muito balanceada.

“Ora, ela não tem que se desculpar... Afinal, pelo que me lembro, foi você que fez da vida da coitada um inferno.” Ela disse sorrindo e relaxando por completo no assunto.

“Eu sei e disse isso à ela.” Suspirei. “Encontrei com ela duas vezes esta semana.” Acrescentei.

“Quer falar sobre isso, Draco?” ela perguntou carinhosamente. Minha mãe era a melhor pessoa do mundo! Ela sabia quando podia ou não se intrometer em algo da minha vida e sabia que eu contaria quando estivesse confortável com a situação ou sendo sufocado por ela. E no momento eu estava me sentindo dos dois jeitos.

“Quero.” Me ajeitei na poltrona, de pernas cruzadas e comecei a contar tudo: do momento de choque que tive quando encontrei a primeira vez com ela na rua até o momento da minha aposta, e a situação constrangedora do lado de fora do bar ontem.

POV HERMIONE

Dei um passo hesitante para o lado, desanuviando minha visão com duas piscadelas rápidas. Acompanhando os cabelos quase brancos, duas mãos pequenas e pálidas seguravam um cookie de chocolate. O rosto era pequeno com feições delicadas. Na testa, um vinco indicava insatisfação com algo. Segui seu olhar e vi um garoto de cabelos escuros dando risada de alguma piada particular. Voltei minha atenção para a garota, que agora tinha um beicinho de desgosto pontuando sua irritação.

“Mione, querida... Angelita está nos chamando para dar uma volta e conhecer as crianças!” voltei minha atenção para minha mãe.

“Ah, sim! Claro, mamãe.” Segui meus pais e a recepcionista por entre as mesas olhando cada rosto e gesto com atenção e discrição. Não queria que as crianças se sentissem invadidas com uma mulher estranha as observando avidamente. Mas, vez ou outra, meus olhos procuravam a massa de cabelos loiros e lisos pelo salão.

Quando nos aproximamos da mesa dela, pude ver que seu rosto já estava aberto em um sorriso contagiante de dentes brancos e covinhas. Ela conversava com uma das amiguinhas de cabelos escuros e abanava as mãos freneticamente, tentando explicar-lhe algo, enquanto a amiga franzia a testa e perguntava algo pra, depois da resposta, sorrir também. Depois de andarmos por todo o salão, mamãe não se aguentava de expectativa.

“Mione, o que você achou?” ela perguntou, virando-se para mim com um sorriso contagiante nos lábios enquanto Angelita nos dava alguma privacidade.

“Eu adorei todas as crianças. São todas lindas, não são? Mas queria vê-las na biblioteca antes de dar alguma opinião mais oficial sobre elas...” eu disse. Minha mãe revirou os olhos e sorriu para meu pai.

“Ela quer vê-las na biblioteca porque quer que fiquemos com alguma que seja tão estudiosa como ela!” ela sussurrou para meu pai, cobrindo a boca com a mão de um jeito bastante conspiratório.

“Talvez seja isso mesmo!” eu disse revirando os olhos. Ela balançou a cabeça sorrindo.

Angelita apareceu ao nosso lado e perguntou se queríamos algo exatamente na hora que uma sineta tocava estridente em algum canto. As crianças, como se treinadas para isso, levantaram-se ruidosamente e rumaram, amontoando-se, para a saída. Só consegui captar um vislumbre de um cabelo loiro entre a massa de pessoas de várias idades.

Tomamos um pouco de água e fomos encaminhados para a biblioteca. Era de suma importância, para mim, que a criança que meus pais fossem adotar tivesse um pendor natural para a leitura. Eu sempre acreditara que a leitura é onde adquirimos a única coisa que nunca, nenhuma pessoa e em momento algum, poderão nos tirar: o conhecimento. E o conhecimento abre portas.

A biblioteca estava silenciosa apesar da quantidade de crianças pequenas que podíamos ver sentadas nas mesas. O rumorejar das mãozinhas passando as páginas dos livros era o único barulho que podia-se ouvir além das respirações calmas e compassadas.

A biblioteca era um espaço pequeno. Com cerca de três mesas de madeira escura juntamente de 5 cadeiras, cada uma, e quatro estantes dispostas perpendicularmente à parede do fundo. Tinha um lustre grande, adornado de formas caprichosas onde ficavam as lâmpadas, e cerca de 3 luminárias por mesa. O chão era acarpetado em um azul marinho e havia, também, um balcão com uma cadeira alta atrás onde era possível ver a bibliotecária uniformizada, sentada. E as janelas de caixilhos no fundo de cada corredor de prateleiras deixava o ambiente descontraído e confortável.

Depois de percorrer o ambiente com os olhos críticos de uma boa estudiosa de livros, reparei que a menina de cabelos loiros estava lá. Debruçada sobre o livro, correndo os olhos pelas linhas rapidamente, com um vinco entre as sobrancelhas. Sorri internamente ao constatar que ela lia o maior livro entre todas as crianças que estavam ali.

A mesma amiguinha com quem ela conversava no refeitório, se inclinou em sua direção sorrindo e cochichando algo em sua orelha. Ela enrugou a testa, balançou a cabeça negativamente e apontou para o livro que tinha em sua frente. A amiguinha desgostosa, voltou a arrumar sua postura na cadeira, suspirou, apoiou a cabeça na mão e mirou a página do livro em sua frente, vagamente. A loirinha certamente havia preferido a leitura à alguma coisa que a colega propusera.

Sorri e olhei para mamãe que admirava, embasbacada, as crianças debruçadas sobre os livros.

“Viu como a biblioteca tem um clima mágico, mamãe?!” sussurrei próxima à sua orelha. Ela sorriu largamente e apontou para a porta. Acompanhei os dois para o lado de fora e vi minha mãe se dirigir à Angelita, a recepcionista.

“Gostaríamos de saber quantas vezes por semana podemos vir?” minha mãe perguntou voltando aos negócios. “Quer dizer, isso depois que escolhermos a criança.” Acrescentou rapidamente.

“Vou mostrar para você quais são as normas do orfanato na recepção. Se puderem me seguir, por favor...” Angelita estendeu o braço dando passagem para meus pais e apressou-se atrás deles enquanto eu caminhava mais atrás tentando absorver tudo que tinha visto hoje.

Quando chegamos à recepção e Angelita começou a passar uma quantidade absurda de folhas para meus pais, me encostei no balcão, a certa distância, e comecei a analisar o perfil das crianças que tínhamos visto com base no que consegui guardar de informação delas. Depois de algum tempo meditando sobre isso, fui chamada à realidade por meus pais me chamando para irmos embora.

“O que você achou, Mione?” papai perguntou quando estávamos na calçada em frente ao portão de ferro da instituição. Olhei pensativa pra eles e abri um sorriso.

“Eu tenho uma preferida.” Respondi a pergunta implícita. Minha mãe me olhou, animada, e com seu sorriso me encorajou a falar.

“A loirinha. Pequena, com olhos claros. Que estava comendo cookies no refeitório e lendo o maior livro, dentre todos, na biblioteca.” Meus olhos brilhavam. “Eu gostei dela.” Acrescentei com um sorriso largo e sincero no rosto.


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Notas finais do capítulo

Pra quem leu até aqui e quiser, tiver tempo ou achar que eu mereço um comentário sobre a história ou o capítulo... Fique à vontade e muito obrigada.
Vejo vocês no próximo, um beijo.