[HIATUS] Trying not to love you escrita por PC Boêta


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

LEIAM AS NOTAS FINAIS, É IMPORTANTE!
Boa leitura, aproveitem!



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POV DRACO

Me arrependi de não ter saído dali na mesma hora que disse o nome dela... Mas como o grande imbecil que sou só consegui cobrir minha boca com as mãos, arregalar os olhos, fita-la de cima à baixo e ficar com cara de idiota enquanto ela se virava surpresa e exclamava meu nome.

Tirei a mão da frente da boca relutante e abri um meio sorriso:

“Olá Granger!” disse hesitante.

“O-olá Malfoy!” ela disse desconcertada.

Certo: era melhor eu sair dali enquanto ela ainda não estava com a varinha em mãos. Afinal nem todos acreditam que é possível que um ex-comensal vire uma boa pessoa e, posso apostar meu cabelo maravilhoso que, a Granger é uma delas.

“Bom, acho que já vou indo...” disse me encaminhando ao beco que ela havia acabado de aparatar. “Boa noite, Granger!” acelerei o passo até que uma mão delicada encostou suavemente em meu ombro. Parei em choque. Olhei pra trás e ali estava ela com cara de quem não acredita na coragem que precisou reunir pra fazer o que fez.

“Você está com pressa, Malfoy?” ela perguntou com os olhos chocolate brilhando.

“Hã... Não muita, quer dizer, talvez...”

“Gaguejando, Malfoy?” ela sorri. “Tudo isso é medo ou está intimidado com minha presença?” ela pergunta ajeitando a postura ereta.

Penso muito bem rapidamente no que responder enquanto analiso minha posição em relação à ela: ela está a apenas uns 40cm de mim, com os olhos brilhando de expectativa pela minha resposta e aquele perfume floral enchendo meu nariz e entorpecendo meu cérebro. Mil perdões mas eu sou um Malfoy... Não sou de ter uma garota tão perto apenas para conversas. Mas tenho que me lembrar que estou falando da Granger portanto suspiro e respondo:

“Surpreso, na verdade. Não esperava te encontrar aqui e, muito menos, que você fosse querer prolongar algum tipo de conversa comigo.” A encaro intensamente. Ela cora e em seguida diz uma coisa que eu não esperava ouvir nunca, principalmente da sangue-ruim da Granger.

POV HERMIONE

Não sei o que me levou a fazer tudo que estou fazendo mas antes que eu consiga pensar melhor no assunto ou calar a minha maldita boca, eu digo:

“Só queria me desculpar pela forma que as coisas aconteceram durante todos os anos de Hogwarts. Sei que a culpa é, na maioria das vezes, sua mas também tive algumas parcelas em tudo isso. E, aproveitando que já comecei, espero que esteja tudo bem pra você.” Arregalo os olhos.

Nem eu mesma acredito que tive coragem de dizer tudo isso. O que ele vai pensar de mim agora? Que sou uma idiota que, mesmo depois de tudo que ele fez, só sabe perdoar e esquecer... Então meu pesadelo dessa manhã me vem com força à mente e eu me dou conta que alguma coisa havia me incomodado no sonho de manhã e eu não tinha entendido o que havia sido até ele aparecer na minha frente. A cara de repulsa dele. A cara de medo, de receio. E de dó. A cara que ele me encarou enquanto eu me encontrava agonizando no chão extremamente polido da casa dele. Ele não queria estar ali.

E foi assim que eu percebi o quanto tinha sido injusta por tanto tempo. Eu não precisava ser inimiga dele e vice versa. Mas isso também não significaria que eu seria amiga daquele galinha convencido e babaca chamado Draco Malfoy.

Olhei em seus olhos e eles expressavam surpresa com o que eu havia dito. Seus olhos brilhavam com um sentimento desconhecido que não deveria estar ali... Ou talvez devesse e eu só não soubesse e nem entendesse o porquê. Então ele sorriu, radiante, e disse:

“Ora Granger, se desculpando com quem um dia te fez tão mal?” disse zombeteiro.

“Eu só acho que a culpa da guerra não tenha sido sua e a culpa da sua imbecilidade também não seja inteiramente sua... Afinal, são os pais que incutem na cabeça dos filhos o que é certo e errado” eu disse me sobrepondo ao tom dele.

“Entendo o que quer dizer... Você acha que fui influenciado a fazer tudo que fiz.” Ele afirmou me encarando como quem espera uma resposta de importância vital.

“Sim, acho.” Eu disse indecisa.

“Bem, você está certa até certo ponto... Então me desculpe pela forma idiota que te tratei durante tanto tempo.” Disse envergonhado.

“Tudo bem, Malfoy. Agora eu já vou... Estou atrasada!” eu disse me virando para a rua novamente até ele me parar com a mão em meu ombro. Me virei e vi ele sorrindo amistoso com a mão estendida.

“Trégua?” ele disse. Dei de ombros e juntei nossas mãos.

“Ok!” sorri. O sorriso dele vacilou por um momento e então ele se virou e entrou no beco que eu havia acabado de aparatar acenando com uma mão e dizendo por cima do ombro:

“Boa noite, Hermione!” e com isso deu uma volta e desapareceu com um estalido.

“Boa noite, Draco!” minha voz baixa se perdeu na noite. Fiquei parada uns segundos necessários para me trazer de volta a realidade. O jantar. Minha mãe. Me remexi agitada e voltei para a faixa de pedestres perdida em pensamentos.

POV DRACO

Aparatei no beco perto de casa e andei direto até a porta, destranquei, entrei e tranquei. Fiquei parado no hall do apartamento até colocar as ideias no lugar... O que foi tudo aquilo? Eu pensei que ela fosse me insultar, me azarar ou até mesmo me matar ali mesmo e ela me surpreendeu de uma forma inimaginável. Quem diria que a queridinha sabe tudo Granger me pediria desculpas por erros meus? Ela disse que teve parcelas de culpa em todo o inferno que a fiz passar nos seus anos de Hogwarts mas está completamente enganada. A missão de minha vida até meu quinto ano era infernizar a vida dela o máximo possível e agora ela cresce e vira isso. ISSO! Cara, ela está maravilhosa! Tá, preciso admitir que eu não queria ter reparado no pouco das coxas que apareciam naqueles vestido e muito menos nos seios fartos sob o decote comportado que dizia que ela não era pro bico de qualquer um. Mas foi inevitável! Ela estava colada em mim...

“Foco, Malfoy!” pensei comigo mesmo.

Conseguindo me recuperar do susto e da surpresa que foi esse encontro inesperado me dirijo direto pro meu banheiro e vou arrancando a roupa pelo caminho. Paro em frente ao espelho do banheiro e fico me encarando com os pensamentos vagando desgovernados: eu nunca fui inimigo dela, era mais como uma implicância infantil. E ela parecia querer deixar o passado pra trás. Olha, às vezes ela poderia até ser bem legal. Talvez eu pudesse ter a oportunidade de conhecê-la melhor e talvez, muito talvez mesmo, pudéssemos nos tornar amigos.

“Calma, Malfoy... Você já está viajando bem longe!” minha inconsciência me alertando.

Pra ser bem sincero, eu não tinha muitos amigos mais depois de tudo que aconteceu na batalha... Blaise era o único que eu mantinha contato frequente e próximo. Ah, e Pansy! Mas Pansy é um caso à parte levando em consideração do pra que nos encontramos. Sim, quando estou entediado depois de sair do orfanato e passar em diversos bares e não encontrar ninguém que me interesse... Aí sim chamo Pansy para uma pequena diversão e pra noite não passar em branco. Mas enfim... Eu precisava socializar. E esse fim de semana seria ideal pra isso.

Entrei no chuveiro pensando onde iríamos e saí do chuveiro já procurando uma pena, pergaminho e tinteiro.

“Blas,

Esse fim de semana teremos um pouco de diversão

naquele bar que sempre costumávamos ir no coração

de Londres.

Passe aqui em casa às 20hs.

E não se atrase!!!!!!

Você sabe o quanto odeio o fato de você gostar de se

arrumar mais do que uma mulher pra sair e acabar atrasando

todas as nossas noitadas!

Draco

P.s.: adivinhe com quem encontrei hoje enquanto saía

daquele orfanato trouxa?”

Fechei a carta com um feitiço e procurei Amber, minha coruja. Coloquei minha carta em seu pé, dei-lhe um petisco e ela alçou voo pela noite.

Fui me trocar e caí na cama pensando em como o dia tinha sido surpreendentemente comum e inesperado hoje.

A última coisa de que me lembro antes de dormir foi de olhos cor de chocolate.

POV HERMIONE

Estávamos sentados na mesa de jantar e minha mãe me falava sobre algo a que eu não dava atenção porque a despedida com Malfoy ainda dançava fresca em minha mente.

“Mione, querida?” minha mãe me chamou pela terceira vez.

“Oi mamãe! Desculpe, estava apenas pens...” tentei terminar mas fui interrompida.

“Você está bem distraída hoje mesmo, querida... Aconteceu algo?” meu pai pergunta preocupado.

“Nada com que vocês precisem se preocupar, papai. Só tive uma surpresinha enquanto vinha até aqui...” disse hesitante. Eu já havia dito muito sobre Malfoy para meus pais mas nunca eram coisas boas portanto fiquei receosa de que eles pudessem se preocupar à toa. “Mas, então, o que você estava dizendo mesmo, mamãe? Qual é a surpresa de que tanto me falou que estava ansiosa pra contar na carta?” eu perguntei animada colocando o assunto Malfoy pro fundo do meu cérebro e vi os olhos de minha mãe brilharem de excitação e meu pai abrir um sorriso enorme.

“Minha filha, eu e seu pai estávamos conversando outro dia e pensando no quanto você cresceu... Ficamos tão sozinhos todo o tempo e sentimos tanta falta de uma criança alegre e cheia de vida, como você foi, que decidimos que...” minha mãe olhou para meu pai sorrindo e procurando incentivo e então ele sorriu de volta encorajador e ela continuou. “Decidimos que vamos adotar uma criancinha, Mione!” ela disse isso tão exultante que por mais surpresa que eu tenha ficado minha alegria superou.

“Quer dizer que vou ganhar uma irmãzinha ou um irmãozinho?” perguntei sorrindo radiante.

“Sim querida. E queríamos te contar primeiro porque já escolhemos até o local de onde queremos adotar. E queríamos que você fosse junto conosco... Não é maravilhoso?!” ela estava tão contente que foi impossível resistir ao impulso de me levantar, me encaminhar até ela e abraça-la.

“Estou tão feliz por vocês, mamãe. E um irmãozinho, puxa!” disse sorrindo e a abraçando forte. Então meu pai se juntou a nós e nos abraçou.

“Minhas mulheres!” disse ele contente.

O resto do jantar se passou em um borrão com conversas sobre o orfanato de onde eles decidiram escolher uma criança, se seria menino ou menina, quando iríamos. Estava me sentindo confortável como não me sentia há muito tempo. Mas estava ficando tarde e amanhã o dia seria cansativo novamente. Então me despedi de meus pais e prometi que no final de semana iríamos até o tal orfanato conhecer as crianças. Me dirigi à rua e procurei por qualquer canto escuro para que eu pudesse aparatar sem ser vista. Rodopiei e me vi no quintal de minha casa.

Estava tão cansada do dia turbulento que a única coisa que fiz antes de cair na cama e adormecer foi me lembrar de olhos azuis acinzentados.


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Notas finais do capítulo

Gente, primeiramente perdão qualquer erro porque eu não revisei.
Segundo: UM COMENTÁRIO? Sério mesmo isso? Se vocês não gostarem é só falar que eu mudo ou apago a história.
Eu não quero ser daquelas escritoras chatas que ficam estabelecendo metas mas não vai cair a mãozinha de vocês de postar um "Gostei" ou "Não gostei".
Portanto comentem... O próximo eu só posto com, no mínimo, 3 comentários.