Reunidos na Diretoria estavam Elena, Elsa, Jack, Jacky, Anna, Mirana, Soluço, Merida, Rapunzel e Alice.

– Por que mandou nos chamar, Elena? – Jack arqueou uma sobrancelha e cruzou os braços. Ele estava encostado a uma parede. – Eu estava no meio de uma aula.

– Todos nós estávamos. – Soluço riu baixo, tentando descontrair o clima tenso formado ali, mas como não obteve resultado, calou-se.

– Ele fugiu. – Foi tudo o que a morena disse, mas foi o suficiente para alarmar a todos os outros ali presentes.

– O que? – Merida perguntou, ainda parecendo estar em choque.

– Vocês escutaram. – Elena massageou as têmporas com a ponta dos dedos. – Aquele desgraçado fugiu de Azkaban.

Ninguém disse nada pelo que lhes pareceu um longo período de tempo, cada um com seus próprios pensamentos.

– Quando? – Mirana foi a primeira a quebrar o silêncio incômodo instalado naquele lugar.

– De acordo com o Aladdin, ontem à noite. – Elena respondeu sem olhar para ela, fitando o teto.

– Mas o que ele pretende fazer agora? – Alice perguntou para ninguém em particular, como se estivesse falando consigo mesma. – Não é como se eu já não tivesse sido derrotado antes. O que o faria pensar que pode vencer agora?

– Não sei e não ligo. – Elena respondeu rudemente, atraindo a atenção de todos os outros. – Só sei que vamos ter que mata-lo dessa vez.

– Elena, você sabe que não pode. – Elsa finalmente se pronunciou, tendo estado calada até então.

– E que escolha eu tenho? – A mais velha rebateu.

– Pretende deixar Andy, Helena e Elsa sem mãe tão cedo? – Rapunzel, depois de tanto tempo em silêncio, finalmente proferiu a palavra, aparentando estar preocupada.

Elena suspirou e nada respondeu, afundando na poltrona atrás de si com uma mão massageando a testa, como se ela estivesse com dor de cabeça.

– E se... – Jacky começou a falar, mas parou ao perceber o olhar de todos eles em si.

– “E se” o que? – Anna a incentivou a continuar, embora pela sua expressão, fosse visível que ela não queria saber a resposta. Provavelmente sua linha de raciocínio já estava acompanhando a da Slytherin mais velha.

– E se eles forem o plano daquele infeliz? – Jacky desviou o olhar para o teto, aparentemente tentando ignorar os olhares que os outros mantinham sobre ela. – Pensem bem. Que maneira melhor de nos machucar do que com nossos filhos? Ele é psicopata o bastante para isso. – Cerrou as mãos em punho com tanta força que os nós dos dedos protestaram.

Ninguém disse nada por um longo tempo. Todos ainda aparentavam absorver tudo o que Jackeline havia dito, quase como se não quisessem acreditar.

– Ele não vai encostar um dedo na Ellen ou no Harris. – Merida foi a primeira a romper o silêncio tenso instalado na Diretoria de Hogwarts.

– Merida, essa não é a questão. – Jacky respondeu ainda fitando o teto e com os punhos cerrados. – Não são apenas Ellen e Harris que estão ameaçados. São todos eles. Mason, Jason, Kathryn, Diego, Kristen, Christian, Olaf, Andy, Helena, Elizabeth, Miranda, Edward, James, Sophie, Alicia, Leonidas. Todos.

– E o que você sugere que façamos? – Jack finalmente se pronunciou depois de ter ficado tanto tempo em silêncio. O albino estava com os punhos cerrados e a raiva estava estampada em seu olhar, que ele dirigia a uma das paredes da sala, não querendo encarar ninguém.

– Não sei. – Jackeline bateu com o punho fechado na mesa da diretoria. Um som que ecoou por toda a sala.

O silêncio novamente se instalou ali e ninguém mais parecia inclinado a rompê-lo. Cada um tinha suas próprias preocupações na cabeça.

– Vou deixar Andersen e Aladdin no meu lugar. – Elena foi a primeira a se pronunciar, atraindo a atenção de todos. – Andersen no Ministério e Aladdin nas Aulas. Vou atrás daquele maldito.

– Você ficou louca?! – Elsa questionou, falando um pouco mais alto do que era sua intenção.

– Eu não vou deixa-lo se aproximar dos meus filhos. – Foi o que Elena respondeu.

Todos os outros se entreolharam por um segundo antes que fosse Rapunzel a falar:

– Tenho certeza de que Eugene não vai se importar em ficar no meu lugar por alguns dias. – A ex-loira declarou.

– Heitor vai ficar no meu lugar, querendo ou não. – Merida prosseguiu.

– Soluço, sua mãe se importaria em dar aula no meu lugar por alguns dias? – Mirana questionou.

– Claro que não. Acho que ela iria adorar. – O castanho respondeu. – E eu vou pedir para a Aurora ficar no meu lugar.

– Meu pai pode ficar no meu lugar por alguns dias. – Jack deu de ombros.

– Peça a Toothiana para ficar no meu, então. – Elsa se aproximou de Jack, segurando a mão dele.

– Kristoff está cuidando do Olaf e da Sophie em casa, mas tenho certeza de que não vai se importar em dar aula de Herbologia por uns dias. – Anna sorriu de canto, embora não parecesse nem de longe animada.

– Hatter é maluco, mas daria um bom professor de Estudo dos Trouxas. Ele fica no meu lugar por uns dias. – Alice declarou.

– Se não se importarem, meninas, – Falou, referindo-se a Elena e Elsa. – Jennete vai dar aula de História da Magia no meu lugar.

Todos naquela sala sabiam que Elena e Elsa não gostavam nem um pouco de Jennete, principalmente porque foi a Slytherin mais nova que torturou a Gryffindor mais velha no período em que esta esteve desaparecida, mas, mesmo assim, as Gêmeas Gryffindor concordaram com um gesto mínimo da cabeça.

– Então, vamos todos. Como nos velhos tempos. – Anna tentou animar os outros.

– Só que agora teremos que explicar para nossos maridos e filhos. – Elena massageou as têmporas com a ponta dos dedos.

– Na verdade, não. – Elsa interveio, atraindo a atenção de todos. – Eles não precisam saber. Apenas arranjem substitutos. Não precisam dizer o que vamos fazer.

Os demais concordaram com gestos silenciosos.

– E quando nós vamos? – Jack se pronunciou.

– Amanhã à noite? – Mirana sugeriu.

– Pode ser. – Elena concordou.

Assim, a conversa foi finalizada, afinal ninguém mais parecia querer dizer mais alguma coisa. Eles só não sabiam que Helena, Elizabeth, James, Leonidas, Jason e Miranda haviam escutado toda a conversa por detrás da porta.

Os seis se entreolharam e engoliram em seco. O que quer que seus pais estivessem prestes a fazer, poderia lhes custar a vida.