Fernanda havia saído de casa, não era do tipo melosa, apesar de achar fofo o casal “Jumon” para alguém que está temporariamente solteira ver os dois de chamego e segurar a vela sozinha é um pouco deprimente, então decidiu ir passear numa pracinha perto da casa Salvatore.

A mocinha passeava despreocupada e distraída com o ambiente bucólico fornecido pelas pequenas flores vermelhas que marcavam o cenário quando foi atingida por uma bola de futebol na cabeça, isso mesmo, uma bola de futebol. Ela não sentiu dor por ser uma vampira, mas obviamente alguém estaria olhando então inclinou sua cabeça com o impacto para que a situação fosse a mais normal possível.

Enquanto isso começou a escutar a conversa de dois rapazes que vinham da direção da bola.

– Vai lá, Tyler! – Exclamou um dos rapazes.

– Eu não! Foi você quem chutou a bola. – Disse o outro.

– Vai lá, ver se a moça está bem, cara! – Disse Barth.

– Já disse que não! De loira estressada já basta minha namorada! – Argumentou Tyler.

Barth esbravejou algumas poucas palavras em tom de protesto mais logo resolveu correr até a menina que colocava a mão na cabeça e olhava com uma cara irritada para eles dois.

O rapaz se aproximava de Fernanda e cada vez mais se tornava uma figura tentadora, bermuda até os joelhos, sem camisa, panturrilhas bem definidas, tórax torneado e quase perfeito, exceto pela presença de uma pequena cicatriz próxima ao peito esquerdo que ao invés de torná-lo deformado o tornava mais másculo e desejável com todo aquele suor.

– Você é maluco?! Poderia ter ferido alguém seriamente! – Antecipou-se Fernanda.

– Se a mocinha consegue reclamar é porque não feri! – Disse ele.

– Mas poderia! – Disse ela irritada.

– Está machucada? – Perguntou ele.

– Não! – Berrou ela.

– Então tchau! – Disse ele se virando pretendendo deixar a garota brava sozinha.

– O que? – Berrou ela novamente, “como ele pode nem pedir desculpas?” – Você é um cavalo! – Exclamou Fernanda.

– E você é linda! – Disse Barth se virando para os olhos de Fernanda que se surpreenderam com a última frase dita por ele. – Mystic Grill, sexta, oito horas?

– Anhãm! – Disse Nanda hipnotizada. – Espera aí! Não! – Exclamou ela lembrando-se do que Caroline havia falado sobre ele ser noivo.

– Me dê um motivo! – Disse Barth sedutoramente.

– Você é noivo! – Exclamou Fernanda.

– Quantas vezes eu vou ter que repetir isso para as pessoas? – Disse Barth segurando sua cintura e olhando momentaneamente para o céu. – Eu sou um “EX” noivo! Estou na cidade por causa disso, minha “EX” noiva não aceitava o fim e não largava do meu pé!

– Hum... Isso muda um pouco as coisas... – Disse Nanda aliviada.

– O suficiente para você estar lá às oito? – Perguntou Barth soltando um olhar voluptuoso.

– Mais que suficiente! – Disse ela devolvendo com o mesmo olhar.

– Hey Barth! – Disse Tyler se aproximando. - Temos que ir, já está anoitecendo...

Junte um mais um; Barth é um Lockwood e esta será uma noite de Lua Cheia, então ele e Tyler devem se apressar.

– Até mais... E não se preocupe, sexta eu estarei mais vestido e menos fedido. – Disse Barth saindo.

– Quem disse que eu me importo? – Disse Nanda em tom baixinho para que ninguém a escutasse.

...

Juliana não parava de tagarelar e se vangloriar por ter descoberto o que Damon não quis contar a ela.

– Eu disse que eu ia descobrir!

– Pelo menos não fui eu que contei... – Disse Damon. – Nós homens não temos o mau hábito de vocês mulheres de ficar repassando informações que não são sobre vocês.

Juliana ficou boquiaberta.

– Que machista! Você quer dizer que eu sou fofoqueira? – Perguntou ela.

– Não! Só quero dizer que vocês têm um costume de contar coisas que não deviam, pois não interfere nada na vida de vocês... – Disse Damon.

– Muito machista e bobo esse seu comentário! – Disse Juliana olhando ele com indiferença e virando seu rosto com birra.

...

A Lua Cheia já estava à pino no céu, sinal de que em um canto da cidade dois primos Lockwoods estavam trancados nas ruínas da antiga propriedade da família deles se transformando em lobisomens enquanto em outra parte da cidade o feitiço lançado em Juliana por Amber estava prestes a se manifestar em qualquer momento.

Mas enquanto isso na entrada da casa Salvatore Jeremy deixava Laiana em casa.

– Você só ganhou de mim porque eu sou um cavaleiro e deixei! – Disse ele.

– A palavra certa é “cavalheiro” e eu ganhei porque você é um fracote perdedor! – Disse Laiana rindo.

– Urrgh! – Jeremy grunhiu irritado. – Eu detesto quando você quer estar certa!

– Corrigindo: Você está sempre errado! – Exclamou Laiana.

– Está vendo! – Reclamou Jeremy.

Laiana riu enquanto se colocou de costas para a porta pronta para dizer tchau a ele.

Um silêncio estranho surgiu quando ela parou de rir.

– Então tchau! – Disse Jeremy.

– Tchau! – Disse Laiana.

Jeremy segurou em um dos braços de Laiana e beijou levemente a bochecha da garota. Mas quando seus lábios se afastaram da face dela nenhum dos dois estavam satisfeitos.

Então ele inclinou sua face na direção dela, em seguida Laiana inclinou um pouquinho a dela de modo receptivo. Jeremy sorriu brevemente e beijou agora a boca da garota.

Tudo estava sendo muito mágico até que o beijo foi interrompido por um grito que parecia ser de Juliana, vindo de dentro da casa.

Um pouco antes disso dentro da casa...

Damon e Juliana estavam na sala de entrada na casa em uma poltrona, o vampiro tentava justificar-se e tirar a birra da garota.

Juliana começou a rir, simplesmente adorava vê-lo naquela situação, era completamente prazeroso saber que ele se importava com o que ela pensava sobre ele, sobre como ela se sentia sobre ele.

– Tudo bem, meu amor, eu te amo, não consigo sentir raiva por muito tempo! – Disse ela.

Damon sentiu-se aliviado.

– Eu também amo você! – Disse ele soltando um sorriso conquistador esperando receber um beijo, mas Juliana permaneceu parada onde estava sentada.

– Amor? – Damon perguntou confuso.

Juliana não reagiu, permaneceu estática olhando para o vazio sem emitir nenhum som ou realizar qualquer movimento.

– Juliana? – Disse ele e ela continuou sem reação. – Okay, pode parar a brincadeira, isso já está me assustando!

A garota continuou imóvel, até a sua respiração parecia ter parado. Damon preocupado aproximou seu rosto do dela vagarosamente, e cada vez mais próximo...

– Buuh! – Disse Juliana levantando suas mãos para assustá-lo.

Claro que ele se assustou e inclusive quase pulou do sofá, enquanto ela caiu em gargalhadas.

– Brincadeira idiota! – Reclamou ele reclamando do susto. – Eu fiquei preocupado...

– O que você pensou? Que eu tinha virado estátua? – Disse Juliana ainda em gargalhadas.

– Sei lá, tudo nessa cidade é estranho... – Disse Damon rabugento.

Juliana tentava parar de rir.

– Você é um bobo! – Disse ela.

– Ah tá! Eu sou o bobo! – Continuou ele rabugento.

– Oh! Meu enfezadinho! – Disse Juliana envolvendo-o com seus braços e o beijando carinhosamente.

O beijo estava começando a ficar mais lascivo quando ela o empurrou e começou a olhar para o chão ofegando, mas não era por causa do beijo.

– O que foi? – Perguntou Damon.

A respiração dela ficava cada vez mais ofegante e intensa enquanto continuava olhando para o chão.

Juliana saltou do sofá, começou a gritar de dor e se bater:

– Fogo!

– Amor, essa brincadeira já passou dos limites! – Disse Damon descrente ainda sentado no sofá.

– FOGO! FOGO! – Ela gritava e se batia mais tentando apagar esse suposto “fogo”.

– É sério, para! – Pediu Damon agora sem paciência.

Mas ela continuava gritando, à medida que andava atordoada pela sala derrubava as coisas e se agredia.

– FOGO! – Ela também chorava.

Damon percebeu que não era mais uma brincadeira e antes que com sua rapidez vampiresca ele pudesse chegar até ela para ampará-la, Juliana caiu desmaiada no chão. Foi aí que Jeremy e Laiana adentraram a sala.

Damon a pegou no colo e a colocou no sofá, preocupado, ele nem escutou as perguntas dos dois.

– Meu amor, fala comigo! – Ele a sacudia.

– Mas o que aconteceu com ela? – Perguntou Laiana.

– Por que ela estava gritando? – Perguntou Jeremy.

– Meu amor, fala comigo, por favor! – Damon agora implorava enquanto acariciava o rosto dela ainda desesperado e aterrorizado.

– O que aconteceu? – Perguntou Jeremy igualmente desesperado.

Damon finalmente respondeu mais com uma fúria em seus olhos.

– Não SEI! Vai chamar a Bonnie, a Elena, o Stefan! Quem for! – Disse o vampiro. – E leva ela com você! – Ordenou ele olhando raivoso para Laiana.

– Não! Eu não vou a lugar nenhum, vou ficar com a minha amiga! – Disse Laiana preocupada enfrentando o olhar de raiva e confusão de Damon.

– Vai com ele! – Damon berrou olhando com mais raiva e incompreensão para a garota e sem perceber mostrando sua face demoníaca.

Laiana andou para trás assustada sem entender direito o que tinha visto, Jeremy percebeu e a puxou pelo braço para fora da casa.

...

Caroline e Stefan foram os primeiros a chegar graças aos dotes de vampiro, agora Damon e Juliana estavam no quarto dele.

O Salvatore mais velho havia acomodado a garota desacordada em sua cama, enquanto não saia de perto implorando que ela acordasse ou desse algum sinal de lucidez.

Os outros dois adentraram o quarto.

– Como ela está? – Perguntou o Salvatore mais novo com feições de um médico.

– O batimento cardíaco dela está fraco e nada a faz acordar! – Damon olhou para os dois e podia ser visto seus olhos brilhantes enchendo-se de lágrimas.

– O que realmente aconteceu? – Perguntou Caroline tão confusa como qualquer um deles.

Damon se conteve e não derramou nenhuma lágrima, ele não costumava simplesmente chorar, ele não se permitia muito menos na frente de outras pessoas.

– Ela do nada começou a gritar “fogo” e se debater, em seguida desmaiou! – Disse ele.

– Calma, Damon! Bonnie já vai chegar... – Disse Stefan tentando consolar o irmão, sabia que mesmo Damon aparentando estar segurando a barra, ele estava destruído por tudo.

– Stefan, eu não posso simplesmente perdê-la! Ela não! – Damon desabafou.

Foi aí que Juliana deu uma inspirada bastante profunda, como se tivesse aspirado ar pela primeira vez em muito tempo e abriu seus olhos assustadoramente curiosos.

– Meu amor! – Damon exclamou de alegria sem acreditar no que via.

A garota sentou-se na cama e em silêncio começou a olhar o seu redor sem entender o que estava acontecendo, olhou para Caroline, Stefan e por último para Damon.

– Onde estou? – Perguntou ela confusa.

– Você não sabe? No meu quarto! – Respondeu Damon.

– Não, este não é seu quarto Damon! Pares de brincar! – Disse ela. – Quem é essa senhorita, Stefan?

– Caroline Forbes! Não se lembra de mim? – Perguntou a vampira loira.

– Forbes? Tens parentesco com Elizabeth e James Forbes? – Perguntou a garota na cama.

– Quem? – Perguntou Caroline confusa.

– Os filhos do Sheriff! – Completou ela.

– “do” Sheriff? – Perguntou Caroline mais confusa ainda.

– Juliana? – Perguntou Damon confuso.

– Eu acho que não... – Concluiu Stefan.

– Juliana? – Perguntou a garota sentada na cama. – Que nome gozado, se assemelha muito com o meu, quem é Juliana?

– Giuliana? – Perguntou Damon novamente.

– Ora, pois! Pares com essas brincadeiras Damon! Como eu cheguei aqui? – A amnésia dela voltou e as perguntas também. – Onde eu estava?... Eu estava... Eu estava em uma casa em chamas!

– Oh Meu Deus! Giuliana! – Disse Damon.