Run far away
So I can breathe
Even though you're far from suffocating me
I can't set my hopes too high
'Cause every hello ends with a goodbye

Eu tentei distrair-me com livros, mas ler Jane Eyre não estava servindo para seu proposito que era não pensar na conversa importante acontecendo no salão ao lado do meu dormitório. Ler romances, que por acaso tinha amores impossíveis e rivais que suicidam-se no final não era realmente uma boa ideia. Então decidi ir para o Grill. Eu precisava ficar bem longe para não cair na tentação de ouvir a conversa deles. Afinal eu não tinha nada a ver com tudo aquilo, eu era apenas a amiga de ambos, e minha obrigação era torcer para que tudo desce certo. E foi remoendo tudo isso que se quer percebi que estava indo para terceiro copo de uma bebida amarga que se quer me recordava de ter pedido.

— Care... Matt se aproximou franzido a testa para copo vazio em minha mão.

— Matt quanto tempo, vem senta aqui comigo!

Ele sentou-se ao meu lado, então comecei a disparar perguntas desconexas para ele, que tentava responder antes que emenda-se outra pergunta a ele. Ele suspirou depois de um tempo, e percebi que estava entendiando ele provavelmente.

— Okay me desculpe.

— Pelo que?

— Eu estou claramente deixando você louco não é? — ele riu pegando minha mão

— Não, claro que não. Eu estou apenas me perguntado o porquê de Caroline Forbes esta no Grill numa quinta á noite, bebendo? Ele arqueou sobrancelha, parecendo muito com Bonnie — Esta tudo bem Caroline?

— Tudo ótimo, não sei porque todos estão me perguntando isso — retruquei mal humorada, fechando a cara enquanto pedia outra bebida, uma mais doce pra adoçar minha vida já amarga.

— Aposto que quem te fez essa pergunta assim como eu e seu amigo não é? revirei os olhos com pergunta estalando os dedos para chamar a atenção do barman. Mas Matt fez sinal que cancela-se me deixando furiosa

— Matt qual é seu problema?

— Nenhum, eu estou ótimo. Ao contrario de você, não acha que já bebeu o suficiente?

— Não! Eu tive uns dias realmente infernais.

— Eu soube, a coisa com viajantes.

— Exato! A missão estressante de salvar Elena — resmunguei baixo

— Salvar Elena? Eu pensei que fosse a missão: salvem as duplicatas de Mystic Falls — ele corrigiu rindo

— E que seja — dei ombros — O fato é que estou exausta, depois da minha maratona pra manter Stefan vivo.

— Ah… O Damon comentou mesmo que vocês estavam numa

— Pesquisa — Tyler completou.

Respirei fundo, antes de erguer a cabeça encontrar com os olhos castanhos de Tyler, tinha sido uma péssima ideia ir até ali. Já que Tyler não saia de lá. Revirei os olhos impaciente e irritada com seu tom de voz. Eu não aguentava mas a maneira como ele me tratava, eu cometi um erro enorme Só porque tive um momento de deslize, eu tinha cedido uma vez apenas, e isso não me fazia uma vadia. Estava cheia de ser julgada por um homem que jurou me amar, que dizia que eu era a coisa mais importante do mundo, mas escolheu se vingar e me abandonar pela milésima vez.

— Primeiro, não era nenhuma “pesquisa” nos fomos em busca do antídoto para salvar Elena mais uma vez.

— Mas ficaram um bom tempo depois disso — Tyler insinuou algo que tentei ignorar, enquanto Matt fazia sinal para que ele parasse.

— É claro que tivemos que ficar, os viajantes mantiveram Stefan preso para encontrarei outra duplicata…

— Então foram vocês que mataram a última duplicata? — Matt inquiriu, fiquei confusa por eles saberem.

— Bem sim e não. Eu não consegui matar o Tom — Senti um aperto no peito me lembrando de Tom desejei ter uma garrafa em mãos para afogar aquela onda de sentimentos querendo surgir pela borda. Céus, eu estava começando a parecer o Damon, afastei o copo fazendo uma careta.

— Como assim, sim e não? — Tyler questionou impaciente, como ele estava sendo irritante hoje.

— Eu fui atrás dele para matá-lo.... Mas não consegui.

— Bem alguém claramente o fez por você, quem o matou?

— Foi o Enzo.

— Enzo? Quem diabos é Enzo? — Tyler questionou confuso olhando para Matt que deu ombros não sabendo a resposta.

— Enzo é um idiota, melhor amigo do Damon. Ficaram amigos quando foram pressos na Augustine, ele e tão idiota ou mais que o Damon. — Disse por fim, me dando conta que devia ter dito algo errado pois Matt e Tyler trocaram um olhar estranho. Notei os punhos dele se fechando com raiva — O que foi?

— O que foi? — ele me encarou indignado — Que esse plano de vocês arruinou tudo.

— Como assim arruinou?

— Agora que não há outra duplicata Elena e Stefan estão em perigo. Sabe se lá o que os viajantes farão com os dois. - Matt explicou contando que era exatamente isso que Liv e Luke estavam tentando impedir que acontecesse, era por isso que uma bruxa tinha escondido Tom. De repente tudo fez sentido, o qual estupida eu tinha sido. Porque ele não deveria morrer, porque seja lá o que os viajantes planejavam Elena e Stefan estavam incluídos. Senti-me tonta ao lembrar do que Stefan dissera no dia anterior.

“Não sei Care, mas acho que tenha haver com todo aquele feitiço com nossos sangues e única explicação plausível”

Meu deus, eu havia ajudado a começar seja lá o que fosse o plano dos viajantes. Tentei salvar Stefan mas o ajudei a entrar numa enrascada ainda pior. Me dei conta que aquelas visões, tudo aquilo tinha um propósito; unir Stefan e Elena novamente. Agora o porque disso era grande questão agora.

— Então... Isso quer dizer que eu ajudei… Porque diabos aquela garota não disse isso desde do inicio, merda!

Levantei sentindo-me um pouco leve demais, Matt levantou-se rindo perguntando se queria ajuda neguei com cabeça despedindo-me ele com beijo no rosto, e por reflexo ia acabar fazendo o mesmo com Tyler, quando lembrei que não eramos mais um casal. Senti um gosto amargo surgindo em minha boca, quando ele estreitou os olhos confuso quando recuei. Sai quase correndo de lá, depois daquela cena constrangedora. Entrei pelo corredor e parei, ao escutar risadas. Senti como se minhas pernas pesassem dez quilos. Estava dando meia volta quando senti uma mão em meu ombro.

— É Caroline não é? — Um garoto loiro de olhos azuis me questionou, assenti meio no automático.

— Sim eu mesma, por que?

— Estou atrás da Bonnie ela está ai? — Ele deu passos em direção a sala. Eu detive, não podia interromper seja lá o que estivesse acontecendo naquela sala, apesar de desejar entrar lá e descobrir

— Não ela não está, talvez esteja no dormitório — sugeri puxando-o para longe dali antes que eu mesma invadisse o lugar — Alias quem é você?

— Sou Luke — ele me estendeu a mão e puxei na memória… Luke.

— Ah então você é o irmãozinho daquela sonsa que fez minha amiga de tonta?

— Eh, na verdade foi por um bom motivo — justificou coçando a nuca envergonhado

— Ah... É que bom motivo seria esse, posso saber? Inquiri cruzando os braços o encarando, ele suspirou derrotado.

— Salvar o mundo de uma catástrofe, mas pelo visto alguém estragou tudo.

— Deus... Como eu poderia saber? — me queixei em voz alta.

— Então foi você?

— Não! Eu ia fazer… Mas não consegui.

— Obviamente que alguém o fez e minha irmã quase foi morta tentando salvar sua amiguinha.

— Okay

— Okay! — Repetiu ele suspirando aborrecido

— O que vai acontecer agora? Por que os viajantes quererem a Elena e o Stefan?

— Para ferrarem com tudo e pelo que sua amiga Bonnie me disse ao telefone tudo indica que Markos se libertou.

— Okay isso eu suspeitei quando todos eles entraram combustão, mais o que esse Markos pode fazer de tão ruim afinal?

— Muita coisa — Bonnie surgiu atrás de nos com semblante preocupado.

— Então quer dizer que…

Elena e Stefan surgiram sorridentes no corredor. Senti aquele nó novamente formando-se em minha garganta, aquela sensação de que o ar parecia estar diminuindo, eu desviei meus olhos para chão tentando me equilibrar novamente. Eu precisava controlar esses sentimentos estranhos.

— Hein — Elena cumprimentou Luke que não parecia nada satisfeito em vê-la.

— O que está acontecendo? — Stefan inquiriu olhando para minha expressão desconcertada em saber de tudo aquilo e ainda vê-lo cair naquela teia de novo.

— Ótimo ainda, por cima vocês estão juntos? — Luke riu balançando a cabeça — Como e mesmo aquele ditado, nada e tão ruim que não possa piorar.

— Do que estão falando? — Elena questionou desviado os olhos para chão. Stefan permaneceu sério, com o olhar fixo em mim.

— Das duas últimas duplicatas unidas, não sei se perceberam mais e exatamente o que Markos planeja. Unir vocês.

— É por quê? — questionei um pouco mais desesperada do que quis demonstrar

— Não faço ideia — ele deu ombros mais uma vez.

Depois da pequena reunião sobre o destino das duplicatas e provável apocalipse que aproximava de Mystic Falls ou sobre o tema favorito em pauta naquele dia, como eu tinha ajudado matar um inocente apenas para unir Elena e Stefan novamente. Me afundei na poltrona querendo não ter levantado da cama naquele dia.

Pensei que aquele ano seria diferente fazendo universidade ao lado das minha melhores amigas, festas e quem sabe me apaixone-se de novo. Mas parece que viver ali naquela cidade era sinônimo de nunca ter paz. Sai sem ser percebida, queria caçar ou apenas senti ar fresco não aguentava mais ouvir sobre viajantes ou em duplicatas e seu destino estupido. Tudo que conseguia sentir era culpa, por minha culpa Tom Avery estava morto.

Corri pela floresta, mas aquele realmente não parecia ser meu dia. Todos os coelhos e bichos indefesos pareciam ter desaparecidos de uma vez. Sentei em um tronco, fiquei ali sozinha em meio aquelas árvores. Respirei fundo tentando controlar aquela inquietação seguida de raiva, quando senti uma presença atras de mim. Quando levantei alarmada pronta para jantar um possível animal indefeso, percebo que é ele. Com as mãos no bolso e sua expressão preocupada habitual no rosto.

— Stefan? O que faz aqui?

— Eu vi você saindo de fininho da nossa reunião de como salvar Mystic Falls do caos — Ele brincou, dei ombros em resposta

— O que está acontecendo com você hoje?

— Nada! Eu estou bem, estou ótima. Melhor impossível — Stefan riu sentando-se ao meu lado no tronco derrubado.

— Caroline — Ele afastou uma mecha que ameaça cobrir meus olhos, colocando-a atras de minha orelha — Não foi sua culpa, nada disso é, você sabe.

Suspirei derrotada, tudo o que eu não queria era chorar ou falar sobre isso. Além do mais com ele que estava sendo responsável por me deixar tão confusa e angustiada. Mas ele mantinha aquele olhar sobre mim, sabendo exatamente o que se passava comigo sem que eu precisa-se dizer.

— Não Stefan eu falhei em tudo. Tentei salvar você, tentei salvar Tom... É minha culpa sim.

— Não, não é — Stefan acariciou meu rosto peguei sua mão apertando-a — Você esteve lá pronta para me salvar. Foi forçada a fazer algo horrível, eu sabia que não faria. Porque você não é uma tipo de pessoa que machuca uma pessoa inocente, mesmo que para salvar outra.

— Eu já matei pessoas inocentes Stefan. Eu machuquei pessoas que não mereciam, eu falhei. Tom está incluído nisso tudo. Eu prometi a ele que ele ficaria bem, que ele poderia ter uma vida feliz... Casar e ter filhos...

As lagrimas me impediram de continuar Stefan me puxou gentilmente para seus braços, apoiei minha cabeça em seu peito enquanto ele acariciava meu cabelo sussurrando coisas agradáveis para me acalmar, ele esperou pacientemente ate que me acalma-se. Ele se afastou de mim verificando meu rosto, enxugando minhas lagrimas com as pontas do dedos. Demorei a expressar alguma reação além de olha-lo apreensiva, porque aquela sensação de calor, ternura e segurança apenas Stefan estava sendo capaz de me transmitir. O abracei forte novamente e me permitir chorar em silêncio. O rosto dele e de Tom Avery se transformavam em um só. Me imaginei tendo que matar Stefan aquele pensamento me apavorou. Perder ele, não tê-lo em minha vida era insuportável. Ele beijou o topo de minha cabeça descendo para testa quando escutou meus soluços aumentarei.

— Vai ficar tudo bem — sussurrou ele, me aninhando mais ainda em seus braços. Fechei os olhos ainda chorrando agarrando sua camisa, deixando suas palavras me confortarei.