Draco caminhava lentamente em direção ao Salão Comunal da Sonserina. A sua cabeça estava a mil por hora, todas as imagens de Gina passavam em feches, aquilo parecia uma loucura total. Só poderia ser. Num momento estavam juntos, no momento seguinte ela estava agarrando Harry Potter.

Harry Potter. Ele não conseguia acreditar que perdera para ele de novo. Parecia que Harry competia em tudo, só para mostrar que sempre ele que saia ganhando.

Então chegou no Salão Comunal. Como sempre, apinhado de gente, resolveu subir direto para o dormitório. Draco se sentia terrível com tudo que havia acabado de acontecer. E esse sentimento era estranho. Muito estranho. Um sentimento novo, para dizer a verdade. Draco gostava de Gina, apesar de não assumir para si mesmo. Preferia pensar nela como um bom “passa tempo”. Porque seria impossível assumir um relacionamento com ela, ele tinha certeza que seu pai iria mata-lo e não poderia fazer isso em tempos como esses, ainda mais com sua tarefa que ele deveria cumprir. Ela poderia estragar tudo.

Draco se despiu e deitou na cama, sem nada de sono. Momentos depois ele ouviu barulho de alguém subindo as escadas e depois abrindo a porta. Imediatamente fingiu que estava dormindo.

– Não adianta fingir Draco – disse Blásio. – Sei que está acordado.

Draco não se mexeu.

– Anda vamos, me conte o que aconteceu – falou ele chegando perto da cama. – Eu vi a hora que você chegou.

– Não enche Zabini.

– Ah, o que foi agora? – perguntou. – Outro bolo da Weasley?

– Já disse pra não me encher!

– Vamos cara, pode falar pra mim...

– NÃO! – gritou Draco.

– Se você não me falar, posso perguntar pra Weasley....

– Vai lá e pergunta então para aquela traidora! – cuspiu Draco.

– Sabia que ela tinha feito alguma coisa! – disse Blásio.

– Você quer saber o que ela fez? – perguntou Draco sentando na cama. – Então vou te contar.

– Agora o negócio está ficando bom – falou Blásio sentando na ponta da cama.

Então Draco contou a história, na sua versão é claro. Falou na discussão e nas palavras que disse para Gina, como ela saiu correndo da sala e depois ele foi atrás e os encontrou se agarrando. De como aquilo foi terrível e que ele teve uma vontade assombradora de bater em Harry. E que o odiou ainda mais naquele momento por estar com Gina.

Blásio mudava de expressão toda hora. E quando Draco terminou de contar, em seu rosto havia um grande sorriso.

– Que sorriso é esse? – perguntou Draco irritado. – Tá achando alguma graça?

– Cara, você está louquinho de ciúmes da Weasley!

– Eu? Ciúmes dela? Tá bom – disse ele irônico.

– Olha só como você fica quando fala dela – disse ele rindo.

– Se toca Blásio – respondeu Draco.

– Tá bom, então me diz o que é senão ciúmes? – perguntou.

– É... bem estou com raiva. É isso mesmo. Raiva daquela ruiva metida a besta que sai agarrando todo mundo.

– Depois diz que não está com ciúmes – murmurou Blás.

– O que disse? – indagou Draco.

– Han, nada... nada não – disfarçou ele. – Bom vou voltar pra sala comunal, estão todos lá. Até mais Draco.

Curioso, foi a primeiro coisa em que Draco pensou quando Blás saiu do dormitório. Ele não queria ter que falar naquele assunto, porque assim ele teve que reviver tudo de novo. Mas o lado bom era que só Blásio sabia, então ele não iria precisar ficar explicando tudo. Draco deitou na cama e logo adormeceu.

No outro dia logo que acordou Blásio o chamou:

– Sabe Draco – disse ele. – Andei pensando antes de dormir...

– Você pensa?

– Calado – disse. – Me deixe contar. Eu ainda pensando e cheguei em uma conclusão: será que não é o Potter que anda armando tudo pra cima de você e da Weasley?

– Por que ele estaria armando? – perguntou.

– Não será porque vocês se odeiam, e vamos falar sério, a Gina é uma... – Blas não terminou de falar porque nesse momento Draco lhe lançou um olhar mortífero quando ele começou falar de Gina. – Han, pode-se dizer que ela não é de se jogar fora certo?

– Continue – disse Draco seco.

– E se Potter descobriu sobre vocês dois e ficou com ciúmes? Porque ela é irmã mais nova do melhor amigo dele. E você, meu caro, você é o inimigo dele. Ou seja, você sabe como ele é, metido a herói, não iria gostar de perder pra você não é mesmo?

– Até que faz sentido – disse Draco arrumando a gravata verde e prata. – Mas é loucura total, eu acho que não.

– Bom é o meu ponto de vista – disse lançando um olhar para Draco. – Você vai falar com a Weasley?

– De jeito nenhum – respondeu imediatamente. – Se ela quiser que venha falar comigo. Mas eu acho difícil então...

Draco lançou um olhar frustrado para o amigo e ele entendeu.

~*~*~

Depois de tudo o que aconteceu, Harry teve certeza de que entre Gina e Draco acontecia muito mais que apenas amizade. Pelo que viu era muito mais do que isso. Mas, como ele havia prometido para Hermione, ele conseguiu resolver a história. Agora Gina não tinha mais nada com Draco, mas ele também acabou saindo mal na história, porque Gina não quer nem saber mais dele.

Ele mal esperava para ver Hermione e poder contar para ela. E agora seria ele que iria precisar da ajuda da amiga: fazer Gina voltar atrás e conversar com ele novamente. Mas isso ainda iria precisar da ajuda de mais uma pessoa, que seria Rony. Ele teria que falar com a irmã para voltar a falar com Hermione, assim Hermione voltando a falar com ela, Gina e Harry poderiam voltar a conversar novamente. Assim esperava. A confusão era imensa, mas esperava que desse certo.