So Far Away escrita por Erzy, Shion


Capítulo 9
Perdidos - Recomeço


Notas iniciais do capítulo

PERDÃOOOOOOOOOOO D:
Desculpem mesmo pelo atraso, novamente. D:
Bem, eu agradeço aos comentários e tal, mas comentem mais por favor. ;-;
Tenho ficado meio desanimada com a fic -qqqqq, meio que acho que ela não está muito legal.
Agradeço a quem acompanha até agora, principalmente a ScarletLisbeth que sempre vem comentando.
Ah! E, só para constar, a fic não está muito longe do fim. u_u



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— Qual a sua relação com aquele tal de Rogue? – Disse Jellal, em um tom visivelmente perturbado.

Travei instantaneamente. “Ele estava com ciúmes?” Foi a primeira coisa que pensei, mas como poderia? Sempre parecia nervoso ao estar perto de mim. E a forma rude como havia me tratado antes de ontem... Aliás, não tinha sido a primeira...

Foi assim que eu pensei na resposta mais prazerosa que eu podia dar.

— Não é da sua conta, Fernandes.

O azulado apenas franziu o cenho, saindo porta a fora. Estava cansada dessas atitudes sem sentido dele, precisava de um tempo, e o passeio seria o tempo perfeito. Nada de Jellal’s pra se preocupar. Nada de conflitos internos. Nada.

J&E

Finalmente o dia havia chegado. O tão esperado passeio pelas cavernas que, de primeira, causou um grande rebuliço de agitação na turma 3B. Durante as semanas que passaram não se falava de outra coisa.

A saída do ônibus foi marcada para as 7h30 da manhã, o que causaria reclamações dos dorminhocos, mas a reação foi a contraria, pois 7h já estavam todos dentro do ônibus eufóricos, dizendo como seria “maneiro”.

— Pirralhos prestem atenção! – Tentou inutilmente o diretor.

— CALEM A BOCA! – Gritou, fazendo uns tamparem os ouvidos e reclamarem baixinho.

— Calma velhote, não precisa gritar. – Falou Natsu, sentando-se ao lado de Gray.

— Mas que porra!Até aqui tu me persegue, Natsu? Sente-se em outro lugar, cara.

— Quer que eu me sente onde? Com a Erza? – Falou alto demais.

— Qual o problema? – Pergunto tranquilamente. – O banco ao meu lado está vago mesmo.

— A-Adoraria sentar ao seu l-lado, mas não é o Jellal que vai sentar aí? – Disse apontando para o azulado - como uma luz na escuridão - que acabara de entrar no ônibus junto com o professor responsável.

— Já que gostaria de sentar aqui, Jellal não ira se importar em sentar-se com o Gray, não é mesmo? – Olhei para Jellal que apenas assentiu com a cabeça, indo em direção onde Gray estava.

— Venha, Natsu. – Chamei-o sorrindo. – Darei uma trégua hoje, sem socos, sem chutes. – Ele olhou espantado, mas sentou-se ao meu lado. – Mas se vomitar, farei sua cara de pano. – Olhei-o ameaçadoramente, o fazendo engolir em seco.

— Como todos já estão em seus devidos lugares, farei a chamada para conferir. – Disse Makarov.

Após a chamada, Makarov desejou um bom passeio e desceu do ônibus, deixando o professor Gildarts e a professora Mavis como responsáveis pela turma. No trajeto de ida, foi pura animação. Levy, inacreditavelmente, começou a cantar “João roubou pão”, fazendo todos a acompanharem.

Ao longo da viagem, várias músicas foram cantadas, tirando risos de todos. Até os professores entraram na onda. Quando chegamos, fomos atendidos por um guia que nos informou sobre tudo enquanto seguíamos para a entrada da caverna.

Pelo caminho fui notando tudo ao redor, era realmente fantástico. Árvores por toda a extensão, algumas com flores de diversas cores, tornando a vista mais bela ainda. Ao longe podia se ver uma pequena cachoeira saindo de uma gruta. A água era cristalina, podendo ver as pedras abaixo da mesma. Vários cantos de pássaros podiam se ouvir, tomando a admiração de todos. Realmente, aquele lugar fora uma boa escolha.

Já estávamos com todo o equipamento apropriado seguindo em grupos o guia que acabará de entrar na caverna. No começo podiam se ver claramente as paredes rochosas e pouco viscosas por causa da luz do Sol que ainda batia na entrada da caverna. Depois de um tempo caminhando, aos poucos fomos deixando a claridade e entramos na parte mais escura do lugar. Nesse momento assovios e gritos como “Uhul” foram ouvidos. As lanternas rapidamente foram ligadas com a ordem do guia.

Enquanto estávamos admirando o local – mesmo com lanternas – percebi uma pequena movimentação logo atrás. Eram Natsu e Gray que estavam apagando e acendendo as lanternas. Quando eu iria dar uma bronca, eles desligaram as lanternas e se misturaram ao grupo, fazendo eu os perder de vista. Decidi ficar por último, andando atrás de todos, quando olhei para trás, vi alguém entrando em uma abertura no lado oposto que seguíamos, achando que eram os dois e que, como sempre, nos meteriam em encrenca, resolvi seguir o vulto.

A cada passo que eu dava, menos eu sabia onde estava, ou seja, estava completamente perdida. No local que eu estava, havia vários buracos que não se podiam saber onde terminavam, as rochas estavam escorregadias, tendo que me mover cuidadosamente. Já estava começando a me desesperar. E, se não me encontrassem?

— Que merda! Aqueles dois me pag—KYAAAAAAAAA!!!! – Sem perceber, dou passos em falsos, escorregando e caindo dentro de um vácuo que havia a frente. Instintivamente, protejo minha cabeça, porém, enquanto escorregava senti uma dor agonizante no tornozelo direito, me fazendo soltar um urro de dor. Maldita hora em que fui dar uma de mãe.

Após a queda, sinto dores no corpo todo, percebendo que havia torcido meu tornozelo, ficando impossibilitada de fazer movimentos bruços com ele. “Droga! Droga! Droga!” era a única coisa que conseguia pensar naquele momento, meu desespero estava visivelmente estampado em meu rosto caso alguém pudesse vê-lo.

— E-Erza?! – Ouço um sussurro próximo a mim.

— Q-Quem está aí? – Pergunto, enquanto tento inutilmente encontrar em minha volta a lanterna ou algo para me defender.

— Sou eu! Jellal! Pensei que iria morrer aqui sem que alguém me encontrasse! – “Jellal? O que ele está fazendo aqui?” pensei.

— O que está havendo? Como veio parar aqui? – Pergunto surpresa.

— Eu me perdi do grupo logo no começo, e sem saber para que lado haviam seguido, optei pelo caminho que achei mais seguro, mas como pode ver foi uma péssima escolha. – Respondeu ele, sentado numa pedra próxima. Usou um tom leve, beirando ao neutro, entretanto, não conseguia escondia sua preocupação. – E você, como veio parar aqui?

— Achei ter visto o Natsu e o Gray aprontando algo. Acabei os seguindo, me perdendo e parando aqui. – Retruquei irritada. – Se aqueles dois estragarem o passeio eles vão se ver comigo...

— Você está bem? Sua perna parece machucada. – Disse, cortando-me de forma serena.

— Bem... Acho torci o pé, mas, fora isso e umas dores aqui e ali, estou bem. E você? Consegue se levantar? – Falei usando do mesmo tom, contudo, me sentindo um pouco incomodada com sua repentina gentileza.

— Nada que não me permita andar. Bem, você tem uma lanterna. – Ele disse, pegando o objeto, que caiu próximo a ele. – Isso é ótimo. Assim poderemos arrumar um jeito de sair daqui. – Afirmou ele, mostrando animação.

— Acho melhor não tentarmos. Poderíamos nos separar mais do grupo, ou cair em outros buracos... – Eu disse, desanimada. – Tentou ligar para alguém?

— Sim, mas está dando fora de área. Isso é um saco. – Ele disse, levantando a cabeça e olhando para cima. Tendo a “bela” visão de um profundo negro.

— Hm... Ok. Mas vou ver se consigo do meu. – Retruco, procurando o celular dentro dos bolsos. – Por que não usou o celular como lanterna, se queria tanto ir? – Perguntei.

— Passei a viagem toda ouvindo música no celular. Daí, a bateria está bem fraca. Não iria desperdiçar uma das minhas chances de salvação assim.

— Hm... Tá ok. Ao que parece, o meu também está. – Falei, num tom melancólico.

— Acha que consegue andar? – Perguntou ele, se levantando e indo à minha direção.

— Deixa eu ver. – Falei, apoiando-me sobre os pés, mas logo que tentei, voltei ao chão, gemendo de dor.

— Erza, fique parada, ok? Deixe-me ver isso. – Falou ele num tom atencioso e preocupado, quase paternal.

Depois de algum templo analisando meu pé, falou que era melhor que eu evitasse andar, e disse que iria me levar nas costas. De começo, recusei, contudo, com a insistência do azulado, acabei aceitando. Porém isso me induz a perguntar para mim mesma:

“O que ele quer afinal? Numa hora me trata como uma estranha, outrora tem ciúmes, entretanto, também age de forma fria, e agora, agindo da forma mais atenciosa possível. O que realmente aconteceu com ele?”

Andamos por alguns longos minutos, num profundo silêncio. Só escutava os passos de Jellal. Até que ele falou de forma repentina:

— A tatuagem foi feita para esconder uma cicatriz.

— Cicatriz? Como assim? – Perguntei, não escondendo a surpresa.

— Eu sofri um acidente de carro, durante as férias. Fez um grande estrago na minha cabeça. Perdi boa parte das minhas memórias. Praticamente minha juventude toda. Quando me contam muita coisa sobre esse passado, meu cérebro entra em colapso tentando achar informações que não estão mais lá. Foi por isso que desmaiei próximo ao rio.

Eu não soube o que responder de imediato. Um pesado silêncio caiu sobre nós. Refleti sobre o que ele havia dito. Então ele realmente havia se esquecido de mim? Isso era uma filhadaputagem! Mas eu queria saber mais, então não pensei duas vezes antes de perguntar o que andava me incomodando.

— Por que me evitava?! Uma hora estava dando “patadas”, na outra estava sendo gentil. Isso me irrita! Se puder, por favor, me explique esses seus comportamentos comigo... Não o vejo sendo assim com mais ninguém, isso de certa maneira... Me machuca. – Disse a última frase num sussurro e, sem me importar, afundei meu rosto em seu pescoço.

— Eu... Realmente não tive a intenção. Quem me ajudou a reconhecer o pessoal do colégio, foi a Ultear. Ela dizia se eu tinha um laço forte ou não com a pessoa, contava o que eu já vivi com elas, pelo menos o que ela se lembrava. Mas quando ela falou sobre você, eu realmente forcei minha memória para me lembrar, o que resultou em meu primeiro desmaio depois do acidente. Depois disso, ela não mencionou mais nada... Então comecei a te evitar, falando de um jeito ríspido e frio, mas você insistia em querer puxar e se aproximar. Fiquei me sentindo culpado de certa forma, então resolvi me desculpar. Foi quando vi você seguindo às escondidas as mesmas ruas que eu passava com a Ultear depois do colégio. Confesso que eu queria rir muito das suas amigas, principalmente da cena do Natsu, porém agi como nem tivesse percebido. Aí, quando você seguiu um caminho contrário, achei que era a oportunidade perfeita para me redimir, então quem a seguiu fui eu. Quando cheguei onde você estava sentada, senti algo nostálgico, ainda mais quando nos divertimos na água igual criança, mas quando você começou a falar do passado, tentei acompanhar tudo, porém o mesmo aconteceu, desmaiei. Daí em diante, tentei manter certa distância entre nós, me desculpe... – Depois que ele terminou de falar, eu não sabia se me morria de vergonha por ser descoberta por ele em minha “stalkeação” fracassada, ou perguntava mais alguma coisa. Então decidi apenas murmurar um “tudo bem”, o que resultou em um sorriso discreto do azulado.

Novamente o silêncio estava predominante, o caminho que seguíamos parecia nunca ter fim. Insisti para Jellal me colocar no chão, pois eu já estava um pouco constrangida, além de me sentir um pouco inútil no momento, mas o mesmo cismava em me repreender. Enquanto Jellal e eu estávamos em silêncio, mesmo que baixo, consegui ouvir o barulho de uma cachoeira, rapidamente, me lembrei da gruta.

— Jellal! – Exclamei próximo ao seu ouvido.

— Pode gritar mais alto? Ainda não consegui te ouvir. – Resmungou.

— Vamos poder sair daqui! Logo à frente consegui ouvir uma cachoeira! – Exclamei animada.

Seguimos reto por mais um tempo, até podermos ver um tipo de correnteza cortando o caminho. Desci das costas do Jellal e me apoiei sobre ele.

— E agora? O que vamos fazer? – Perguntei desanimada.

— Sabe nadar? – sorriu maquiavelicamente.

— Que sorriso é esse?! O que está pensando em fazer?! – Mesmo sabendo a resposta, não consegui segurar o espanto.

— Pular.

— Está louco? Se pularmos aí, a única coisa que vai nos esperar é a morte. – Disse incrédula com aquela ideia absurda.

— Está com medo, Erza? – Perguntou em tom desafiador, acertando meu ponto fraco.

— Está me desafiando?

— Estou.

— E se eu ganhar? – Pergunto, mostrando que caí como um patinho na lagoa.

— Poderá pedir o que quiser, Scarlet. – Pobre geléia, apostou com a pessoa errada.

Sorri de canto e, lentamente, fui tirando meus braços sobre ele, ignorando a dor que ainda estava sentindo. Sabia que pular me faria sentir uma dor latejante, mas já havia aceitado o desafio que o azulado propôs. Murmurei um “até logo” e pulei. Senti um frio na barriga e no corpo, a água estava gelada. Vendo que me aproximava do fim da correnteza e entraria na queda, puxei meus joelhos próximos à barriga e segurei-os.

A queda foi rápida, quando entrei em contato com a água, onde terminava o trajeto que caia da cachoeira, senti uma pontada no tornozelo e aquele mesmo frio na barriga, aquele frio de adrenalina. Não demorou muito pro azulado fazer o mesmo, caindo ao meu lado.

— Uhul! – Exclamou sorrindo largamente. – Isso foi incrível, Erza.

— Concordo. – O acompanhei, mas sorrindo mais discretamente. Quando ele me encarou com os olhos um pouco preocupados, senti meu sangue subir para as minhas bochechas. Sabia que estava corando fortemente, então virei meu rosto e segui para a margem lentamente, sentindo o azulado logo atrás.

— Está bem? – Perguntou quando já estávamos sentados na margem.

— Não se preocupe isso não é nada. – Menti.

Surpreendentemente, o azulado começou a verificar meu tornozelo, movimentando-o circularmente. A cada movimento eu soltava um murmuro de dor, denunciando minha mentira e recebendo um olhar reprovador... Assim como antes...

— Precisamos cuidar disso, mas temos que nos encontrar com o grupo. – Terminando de falar, ele me ajudou a levantar e, novamente deixou eu me apoiar sobre ele.

“Acho que quando eu encontrar Natsu e Gray irei agradecê-los.” pensei comigo mesma, sorrindo de forma boba.


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Notas finais do capítulo

Prometo tentar amenizar esses atrasos... Bem, (quem sabe cola? '3') alguém disposto em fornecer reviews? -qqqqq
Sorry os erros que encontrarem :B kissus



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