I See Fire escrita por Diana Vieira


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Eu nem vou falar nada sobre esse capítulo novo, deixo que vocês leiam e depois no fim a gente se encontra! :)
Boa leitura! Espero que gostem!



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E as duas riram. Mas elas não percebiam a gravidade da situação? Killian não ia parar de me seduzir e de me provocar! E eu não ia parar de o querer...

– Eu vou ser sincera... - Regina pousou a sua mão em cima da minha. - isso já está te fazendo mal. Olha só essas olheiras! - apontou para a minha cara. Sim, eu sabia disso. - Porque não fica com ele de uma vez? Uma vez e pronto.

O quê?

– Ela tem razão Emma. - Mary concordou.

A surpresa que eu senti ao ouvir Mary concordando com tudo aquilo não foi maior do que a confusão na minha cabeça. Não...

– Eu não sou essas mulheres que ele está habituado, Regina! - afirmei. - Eu sou mãe, tenho responsabilidades...
– Idiotice! - respondeu. - Antes de mãe você é mulher e tem necessidades!
– E eu tenho certeza que ele não luta até ao fim por todas essas mulheres. - Mary usou as palavras de Killian e eu bufei levemente. Não era preciso me lembrar. - Ele é, ou já foi um criminoso. Mas que eu sabia ele não tem agido como um.
– Use-o, Emma. Satisfaça todos os desejos de uma vez.

Deitei a cabeça na minha mão sobre a mesa. Eu estava em problemas. Killian era um sarilho e eu estava tão envolvida nele que não tinha como fugir.

Espreitei para as outras mesas e reparei que o café estava ficando lotado. Eu tinha que ir.

– Vocês duas são piores que eu. - comentei saindo da mesa. - Preciso trabalhar.

E enquanto ia para trás do balcão, as blasfémias que elas disseram acabaram por me fazer rir. Doidas.

O dia foi chegando ao fim. Henry estava com Mary e David porque eu trabalharia até o fechar. Não me enganara mais nenhuma vez mas não conseguia me concentrar. Killian, sem saber o bem que fazia, ainda não tinha aparecido e se fosse filho de Deus, não o faria.

Pensara muito sobre a conversa com Mary e Regina. Estariam elas certas? Se eu ficasse com Killian iria matar todo o desejo e carência sexual reprimidos? Talvez. Mas seria correto eu fazer isso? Me tornar mais uma nos seus números? Não era. Porém também não era gostoso sentir tanta coisa quando estava perto dele.

Era uma sensação horrível estar tão perdida numa decisão que não tinha qualquer sentido.

Olhei o relógio na parede. Faltavam 15 minutos para as onze, para fecharmos. Estava um casal apenas, acabando de comer. Minha chefe estava na cozinha, se preparando para ir embora porque eu a mandei assim que a ouvi queixar-se de dores no corpo pela 10ª vez. Eu já tinha expriência suficiente para fechar a loja. Era só fazer as contas do dia e dar um jeito na limpeza.

– Emma, querida, você fica bem? - perguntou.
– Sim, Granny. Vá descansar, dormir uma boa noite e eu espero que amanhã já esteja melhor.
– Muito obrigada, doce. E não se preocupe muito com a limpeza, hoje de tar...

Foi interrompida pelo barulho da porta. O meu olhar seguiu o barulho e quando eu vi a jaqueta de couro se aproximando do balcão, virei a cabeça e fechei os olhos com força, pedindo para não ser real. Quando eu pensava que ele não ia aparecer...

– Killian, filho, por aqui a essas horas? - Granny perguntou sorridente indo ao seu encontro e o abraçando.
– Estava precisando de uma dose de rum. - respondeu o sujeito, olhando de relance para mim.

Virei costas e fui lavar algumas xícaras que eu tinha deixado para o fecho. Quem precisava de umas 10 doses de rum era eu! Ele fazia de propósito. Killian queria me provocar até ao extremo e eu continuava sem saber o que pensar.

Não compreendia de onde ele conhecia Granny. Pareciam muito próximos e isso me intrigava. Continuavam conversando atrás de mim e eu me esforcei para não prestar atenção. Não queria ouvir.

Poucos minutos se passaram e eu continuava no meu lugar, lavando tudo pela segunda vez.

– Emma eu vou indo então. - não, não, não! – E eu pedi a Killian que te ajudasse aqui se for preciso, ok? Ele tem experiência.

A xícara ganhou vida e escorregou da minha mão. Por sorte não caiu mas os pingos de água que saltou vieram na minha direção.

Ela tinha feito o quê?!

– Emma? - Granny me chamou a atenção.

Ela tinha realmente pedido a ajuda dele.

– Nã... - tossi para evitar a rouquidão da minha garganta. - Obrigada mas eu não preciso de ajuda.
O prazer será todo meu, Emma.

Oh. Um pequeno e inaudível gemido se formou na minha garganta e eu olhei o teto como se estivesse a olhar o céu e fiz uma pequena oração. Killian não podia ficar ali, de jeito nenhum.

– Então pronto, até amanhã.

E sem mais Granny saiu do café, me deixando completamente sozinha com Killian. O outro casal já tinha saído e eu estava em estado de alerta. Ia mandá-lo embora assim que conseguisse esquecer o filho da puta do tom de voz que ele usou quando falou de prazer. Bastardo!

– Estou certo de que a xícara já está limpa, love.

Idiota, idiota, idiota!

Meu Deus, meu Deus. O que eu podia fazer?

Pousei o maldito pedaço de louça e o encarei de frente. Não podia deixar que ele falasse e provocasse sem ouvir uma resposta.

– Eu acho melhor você ir embora, Jones. - mandei, fria, recebendo um sorriso sarcástico.
– Porquê, Swan? Eu ainda não fui atendido e faltam exatamente - olhou o seu relógio de pulso. - 5 minutos para o café fechar. E, você sabe, em 5 minutos muita coisa pode acontecer.

Eu ia jogar a xícara na cara dele. Ele não ia embora, eu estava tão certa sobre isso como estava sobre uma bola ser redonda. E agora? Killian estava ali pronto para jogar o que era ultimamente o nosso jogo favorito.

Respirei bem fundo e me decidi. Foda-se. Eu não podia controlar mesmo...

– É preciso uma pessoa que saiba como fazer esses 5 minutos render. - entrei em jogo, pegando um copo, a garrafa de rum e pousando no balcão.
– Que bom que eu sou um homem de vários ofícios.

Fiquei imóvel enquanto o observei se levantar, entrar para dentro do balcão, pegar outro copo e pousar ao lado do seu, parando a meu lado.

– Posso te servir uma dose de rum, darling?

O meu olhar pousou sobre os seus lábios, separados por sua língua que humedecia o lábio superior de uma forma... divinamente sensual. Sem querer arfei, talvez alto demais.

– Me embebedar não vai me levar para a tua cama, Killian. - deixei claro enquanto ele enchia os copos e sorria torto.
– E quem disse que tem que ser uma cama?

Despejei a bebida quase toda pela garganta. Babaca. Eu nunca ganharia nesse joguinho de sedução. Só a ideia de não ser uma cama fez algo com minha calcinha. E para piorar, o passo que deu na minha direção enquanto me questionava sobre a cama fez o seu perfume inundir as minhas narinas. Ugh... ele estava tão perto.

Precisava fugir da situação. Dei um passo atrás e olhei o relógio de parede. Onze horas. Me afastei, fui fechar a porta do café e desligar as luzes que mais gastavam energia no quadro elétrico.

Ótima ideia, burra! Pensei quando vi o que tinha feito. Além de sozinhos, estavamos fechados e as luzes mais fracas, iluminando alguns pontos estratégicos. Caminhei até ao início do balcão, ainda longe dele e o encarei.

– Já fechei o café, Jones. A sua hora chegou.

Pareceu não gostar da sugestão, abanando a cabeça. Pousou o copo já vazio e me olhou diretamente.

– Prometi a Granny que a ajudaria. - declarou, numa voz calma e decidida. - E veja bem, Swan, eu posso ser muito útil.

Prendi a respiração ao ouvir o seu convite. Tão óbvio e descarado... sedutor, fodidamente lindo.

– Na cozinha tem umas panelas que precisam ser esfregadas. - sugeri. - Pode ir, eu fico por aqui.

Voltou a se aproximar de mim. Nem um pequeno sorriso nos lábios.

– Como você desejar, boss.

E foi para dentro da cozinha, desaparecendo do meu campo de visão. Respirei fundo. Finalmente um segundo de paz para eu fazer o meu trabalho. Tentei ignorar os últimos momentos da minha vida e fui colocar as mesas e cadeiras na posição correta.

Quando já estava terminando, passados uns minutos, ouvi Killian gritando o meu nome da cozinha.

Swan! – chamava. - Não vejo as panelas!

Bufei. Claro que não! Acabei a última mesa e fui ver por que buraco as panelas tinham fugido. Homens, pensei.

Entrei na cozinha e fui até ao sítio onde deveriam estar, ignorando Killian que me seguia perto demais.

– As panelas estão aqui, Jones! - exclamei, irritada. - Estavam à vista de qualquer um!

Killian pareceu não ouvir o que eu dissera, ou quase gritara. Ele parecia estranho. Não olhava os meus olhos mas sim os meus lábios enquanto os seus estavam entreabertos. Parecia em transe.

– Killian? - tentei acorda-lo.

E consegui. Deu um passo na minha direção e eu juro pelo amor que tenho pelo meu filho que toda a cena me pareceu ser em câmara lenta, e ao mesmo tempo tão rápida como a da noite passada. Em um segundo eu estava avaliando o seu estado mental e no outro os seus lábios estavam prensados nos meus.

Ele estava me beijando.

De novo.

Tinha gritado por mim para me beijar.

Eu não me afastei. Não conseguiria pensar nisso.

E mesmo que eu conseguisse, no segundo seguinte ele estava se afastando tão rápido quanto se aproximou.

Abri os olhos e Killian não fugiu. Ficou ali, me olhando com a respiração pesada.

Afinal qual era o problema dele?! Me beijava e no instante seguinte se afastava? Isso não ia ficar assim. Eu estava cansada de provocar e fugir, beijar e fugir.

Precisava dele.

Levei as mãos à sua jaqueta e o puxei para mim. Os nossos lábios colidiram violentamente e logo se abriram, num beijo desesperado, incerto, sedento.

Precisava dele mais do que algum dia precisara de qualquer outro homem.


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Notas finais do capítulo

E agora?!? Hahaha! Killian e Emma fechados na cozinha, sozinhos, com as luzes baixas.. hum.. mas será que Emma deixa que alguma coisa aconteça?!
O que vocês acham? Quero saber! :D



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