I See Fire escrita por Diana Vieira


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Nesse capítulo o ambiente vai esquentar, se preparem! :D
Boa leitura!



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– Quem é? - bêbada mas cuidadosa!

– Eu, love.

Eu estava muito bêbada. Tanto que estava até imaginando vozes! Killian?! Abri a porta de rompante e lá estava ele.

Ugh...

– O que está fazendo? - perguntei, realmente confusa, cruzando os braços.

E o idiota riu.

– Esqueceu seu celular no café, Swan. - percebi que arrastava as palavras, provavelmente devido ao rum.
Hm. - o som que saiu da minha boca se pareceu com um gemido. - E como sabia que eu morava aqui?

Desci meu olhar para os seus lábios no momento exato em que sua língua os humedeceu, passando entre eles. O calor subiu pelo meu corpo como uma chama.

– Granny. - levantou uma sobrancelha. - Eu disse que queria me desculpar por Henry.

O nome de Henry me fez tirar a atenção dos seus lábios.

– E queria? - perguntei, sabendo que Killian queria tudo menos se desculpar.
– Na verdade, sim - deu um passo na minha direção e eu fiquei imóvel. - Eu queria ter a oportunidade de te ver... irritada comigo - outro passo. – E sei que usei o pequeno homem para isso... - vi o seu olhar descer para os meus lábios.

Não sei quando, nem como, ou porquê. Quando pensei em fazer já não consegui mais parar. Eu não queria parar.

Sentia o seu toque por todo o meu corpo, faminto. Os seus lábios preenchiam finalmente os meus, num beijo urgente, com o desejo de saciar a vontade que tanto eu como Killian sentiamos há tanto. As suas mãos, sedentas, descobriam o meu corpo e as minhas deslizavam pelo seu cabelo, pescoço e jaqueta. A sensação da sua barba àspera contra a minha pele provocou um arrepio em cada poro da minha pele, como se o meu corpo fosse feito para responder a cada característica do seu.

Um gemido baixo e sôfrego escapou dos meus lábios quando Jones pegou em mim, me tocando de um jeito forte, e me jogou contra a parede. Minhas pernas rodearam a sua cintura o puxando para mais perto. Eu precisava dele o mais perto possível.

Eu o queria até perder o ar.

E quando isso aconteceu, o afastei o suficiente para olhar os seus olhos azuis.

A realidade chegou como uma bomba. Meu Deus. Desenvecilhei as minhas pernas da sua cintura e fitei o chão, passando a mão pelo cabelo. Sentia um calor e uma necessidade que desconhecia. Eu não queria parar. Mas me obriguei a engolir em seco e encará-lo. O seu estado era, provavelmente, pior que o meu. Respirava de boca entreaberta, as narinas dilatadas, as sobrancelhas erguidas, o rosto vermelho, o cabelo completamente desgrenhado, por mim. Eu sabia. Ele queria mais.

Mas Henry estava no quarto, dormindo.

– Obrigado pelo celular.

Não respondeu. A sua expressão era de puro desejo. Mas eu não podia. Não podia. Killian era um criminoso. Um homem que brincava com os sentimentos de todas as mulheres que desejava ter. Quantas vezes eu presenciara isto mesmo, com outras mulheres?

O empurrei para trás, sem muita força. Segurei a porta e me preparei para fechá-la.

Swan.

Nunca esquecerei a forma como chamou meu nome.

Fechei a porta e virei costas. Meu Deus. A força parecia inexistente nas minhas pernas e fui lentamente encher bem cheio o meu copo. Tomei tudo de uma vez.

Meu Deus.


***


– Mãe? - ouvi a voz de Henry ao longe.

Mas ele estava bem do meu lado, almoçando. Graças a Deus o café fechava ao domingo, não estava pronta para reencontrar Killian, o criminoso.

Cocei os olhos.

– Desculpa, garoto. É que ontem trabalhei demais e minha cabeça vai explodir.

O pequeno se aproximou de mim e beijou minha testa. Sorri com o seu gesto.

– Vai passar, mamãe.

Suspirei. Eu não pedia que a dor passasse. Só pedia a Deus para esquecer o que acontecera na noite passada. Eu lembrava de tudo, detalhadamente. E me sentia terrivelmente mal. Como pudera não resistir a Killian Jones? A bebida, claro. Mas quando pensava nisso, a certeza de que eu estava consciente do que fazia, me atingia.

Eu sabia o que estava a fazer quando o beijei. Eu queria mais do que qualquer coisa. E isso me fazia sentir como uma mulher comum que não consegue resistir aos encantos de um playboy.

Perdida em pensamentos, levei o dia inteiro a tentar eliminar a sensação de formigueiro dos meus lábios. E quando fui dormir, tive o sonho mais erótico da minha vida. Tão real que acordara completamente suada e quente.

Três dias se passaram. O meu trabalho no café se tornava cada vez mais fácil e gratificante. As pessoas me reconheciam e conversavam comigo como se eu fosse de Storybrook desde que nasci. David e Mary passavam sempre de tarde, tomavam café comigo e ficavam com Henry até eu sair e o ir pegar. Eu estava com uma dívida enorme para com eles, principalmente porque sabia que o garoto os adorava.

Fizera também amizade com Regina e seu namorado, Robin. Outro casal de Storybrook que deixava a cidade mais amorosa e bonita. Mais duas excelentes pessoas com quem eu perdia o meu tempo conversando. E Belle, irmã de Regina, também excelente.

Aliás, até onde eu conhecia, ninguém parecia ser de má índole em Storybrook.

Ninguém exceto Killian, que não aparecera durante os 3 dias. Ele não imaginava o quão grata eu estava por isso. Aceitara o erro da outra noite e prometera a mim mesma que era algo que nunca, nunca podia se repetir. Killian não era o tipo de homem que eu queria na minha vida.

E como tudo o que é indesejado aparece, eu estava pronta para sair do café e ir buscar Henry quando ouço a porta se abrir e Killian Jones entra, sorrindo torto.

Ocupa a cadeira de balcão mesmo na minha frente e fica me olhando. Senti a minha cara aquecer. Porque nessas horas Granny nunca está?

– Posso servi-lo? - tentei parecer casual.

Jones ergueu uma sobrancelha, ficando com um ar sugestivo e imaginativo. Eu podia quase ouvir os seus pensamentos gritantes e percebi que tinha feito uma má escolha de palavras. Merda.

– Claro, Swan - merda de voz. - Pode me servir um café, por agora. - sorriu. Merda de sorriso.

Virei imediatamente costas, fugindo só da possibilidade de olhar os seus lábios.

Sabia que o seu por agora tinha que ser interpretado pelas entrelinhas.

Tirei um café, pousei no balcão e recebi o seu pagamento, calada, sem olhar nada além das suas mãos. Longas, másculas, dedos grossos. Os mesmos que percecorrem todo o meu corpo algumas noites antes.

Abanei a cabeça e voltei a dar atenção à minha mala, conferindo mais do que era necessário se estava tudo pronto para ir embora. Ia ignorar Killian até ele sair.

– Como está o teu pequeno homem, love?

Rodei o pescoço para o olhar diretamente. Com que direito ele perguntava sobre Henry?!

– Não vejo porque isso seja do seu interesse. - respondi, seca. O seu sorriso foi desvanecendo e eu cruzei os braços, esperando uma explicação.
– Só estava querendo conversar casualmente, m'lady. - o sorriso voltou ao seu rosto. Me aproximei do balcão.
– Nós os dois nunca teremos uma conversa casual, Killian. - declarei, convicta das minhas palavras e encostei o meu corpo ao balcão mais afastado dele. - Mas para que conste, ele está muito bem.

Acenou com a cabeça e sorriu, como se estivesse agradecendo por eu ter respondido. Idiota.

– Fico contente em saber. - pousou a chávena no balcão. - Te vejo por aí, Swan.

E saiu como se nada fosse. Casualmente. Como se não tivesse acabado de vocifrar o meu nome e uma promessa num tom de voz convidativo e sedutor. Filho da puta.

***

Suspirei e deixei a minha cabeça descansar sobre os meus braços apoiados na mesa. Estava realmente cansada. Era já outro dia e o café estava praticamente vazio. Faltavam uns minutos para começar a enchente do almoço e eu e Granny estavamos conversando e descansando.

A conversa estava a ter um rumo perigoso. Antes de ir ver se a sopa estava acabada, Granny me perguntava do pai de Henry e eu estava começando a explicar.

– Pode continuar, querida, me desculpe. - pediu assim que regressou da cozinha.
– O pai de Henry, Neal, como eu estava explicando, foi o homem que forçou o pai a me aceitar na empresa da família quando eu cheguei a Nova Iorque, porque estava interessado em mim... - comecei a contar a história dramática da minha vida.

Granny parecia destroçada ouvindo. Eu já não sentia nada além de raiva de mim mesma por ter amado Neal.

De repente o semblante de Granny se alterou completamente e ela se levantou, olhando alguma coisa pelos vidros do café. Segui o seu olhar e assim que percebi o que estava acontecendo, senti o meu corpo enrijecer.

Corri para a porta, abrindo-a com toda a força que tinha. Era Killian e Henry, um criminoso segurando a mão do meu menino!

E sangue na cabeça do meu filho!

– O que aconteceu?! - gritei, segurando Henry nos meus braços e me ajoelhando em frente a si.

Havia sangue desde a sua sobrancelha até ao queixo. E lágrimas no seu rosto. Senti os meus olhos marejarem e uma dor como se fosse o meu sangue. O meu coração pareceu mingar ao ver o meu garoto naquele estado. Henry agarrou o meu pescoço, me apertando com força. Inspecionei toda a sua cabeça, procurando por mais algum machucado.

– Meu amor, o que aconteceu? - perguntei a Henry, afastando o seu corpo para poder vê-lo melhor.

Mas ele não respondeu e a ficha caiu na minha cabeça.

Killian.

– O QUE VOCÊ FEZ COM O MEU FILHO?! - gritei, cega de raiva e preocupação.

Henry puxou a minha mão assim que eu gritei e foi o único motivo pelo qual eu desviei a atenção do criminoso na minha frente. Eu ia matá-lo. Se ele tinha tocado no meu filho...

– Eu caí mãe... - sua voz estava baixa e fraca. - Eu vinha correndo - fungou. - e tropecei. - explicou.

Levantou a perninha para eu poder ver o seu joelho, também com sangue. Olhei os seus olhinhos e percebi que ele estava dizendo a verdade. Era uma coisa de mãe. Limpei suas lágrimas e o peguei ao colo. Granny abriu a porta para eu entrar para a cozinha, onde havia um KIT de primeiros socorros.

– A mãe vai tomar conta de ti. - prometi.

Granny me ajudou a fazer os curativos. O pior era o corte na sobrancelha, que apesar disso não precisaria de pontos. Tomei todo o cuidado para não o machucar. A pior sensação do mundo era saber que o meu garoto estava com dor.

Mas eu tinha criado um homem e Henry não mostrou dor. Quando terminei já Granny estava trabalhando e eu estava sozinha com ele.

– Melhor agora, meu amor? - beijei sua testa.
– Sim. - sorriu. - Obrigado, mãe.

Abracei o seu pequeno corpo, sentindo as suas mãos apertarem as minhas costas com força. Era uma aflição do tamanho do mundo saber que ele estava correndo para se encontrar comigo. E um alívio enorme sentir que ele estava melhor.

Mas eu ainda tinha uma dúvida.

– Henry... como chegou aqui com Killian?
– Ele viu quando eu caí - começou a explicar. - E me ajudou! - sorriu. - Acho que ele tem a minha mochila do lanche.

Pisquei os olhos. Killian ajudando meu filho? Pisquei novamente. Não.

Alguém limpou a garganta atrás de mim. Virei o pescoço para ver Jones, encostando a uma parede, de braços cruzados, me olhando. Eu sabia o que ele queria. Killian ajudara meu filho e eu acusara-o sem saber de nada.

Devia saber que Jones não faria mal a Henry mas não podia evitar. Era mais forte do que eu, fazia parte de mim desconfiar de pessoas como ele.

– Mãe posso ir comer? - Henry perguntou. - To com fome.
– Claro, pede a Granny o que quiser. - beijei sua testa. - E não corra!

Killian descruzou os braços assim que Henry saiu e eu me preparei para o que tinha que fazer.

– Duas coisas Killian: - encarei o seu azul. - Primeiro, desculpa por eu ter te acusado antes sem saber o que aconteceu realmente. Segundo, obrigado por ter ajudado Henry.

Os seus lábios se curvaram em um sorriso convencido, orgulhoso.

– Eu não preciso que me agradeça, Swan. - se aproximou de mim. - Eu fiz o que qualquer pessoa faria. - deu de ombros, casualmente.– E sei que pensou que eu tinha feito alguma coisa porque isso é o que corre - apontou para o meu coração. - no teu sangue. Especialmente se levarmos em conta a nossa história.

Abri a boca e as palavras falharam, por isso voltei a fechá-la. Killian queria demonstrar alguma coisa que eu não tinha a certeza do que era. A forma como disse "nossa história" fez parecer que eramos amigos intimos de anos.

– Mas eu não sou quem você pensa, love. - continuou.

Eu não sabia o que pensar. Estava, certamente, irritada. Irritada porque me sentia surpreendida. E eu não queria ser surpreendida por Killian.

O ar da cozinha estava me sufocando.

– Vou ver Henry.

Sai rapidamente da sua frente, seguindo até Henry, já sentado e servido.

– Como está se sentindo?
– Bem, melhor. - respndeu de boca cheia.

Ri, roubando uma batata frita do seu prato. Henry me deu um olhar engraçado enquanto eu comia a batata como se fosse a melhor batata do mundo.

– Como você está, companheiro?

Senti umas mãos pousarem no encosto da cadeira onde eu estava sentada. Qual era a de Killian de sempre chegar sem eu notar?

Vi Henry sorrir ao ouvir "companheiro" e não soube exatamente o que isso me fez sentir.

– Melhor. - respondeu animado. - Obrigado.

Baixei a cabeça assim que ouvi a palavra obrigado saída da boca do meu filho para Killian. Era um sentimento agrídoce. Odiava ter que assumir que Killian tinha me surpreendido. E era bom de alguma forma presenciar o que quer que fosse que estivesse acontecendo.

Não podia negar que o ditado era verdade: Quem meus filhos beija, minha boca adoça.

As mãos de Killian se afastaram das minhas costas por momentos mas ele não demorou para voltar, parando do meu lado.

– Não é preciso agradecer pequeno companheiro. - sorriu. - Aqui está.

Entregou a mochilinha de Henry e cruzou os braços, continuando a sorrir, cheio de si. Os meus olhos caíram sobre os seus braços fortes e definidos.

Mas já agora...

Do nada Jones rouba uma batata frita de Henry e saí correndo do café.

– Ei! - Henry protestou.

Quando a porta se fechou, Killian girou o corpo e os nossos olhares se encontraram.

Meu Deus, eu estava tão fodida.


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Notas finais do capítulo

Capítulo recheado de emoções e acontecimentos e nossa senhora, vamos conversar sobre esse Killian?!? *-*
Quero agradecer muuuuito a quem tem comentando a fic, é muito bom saber que alguém lê o que eu escrevo :D
Espero que tenham gostado e quero saber as vossas opiniões sobre esse capítulo! :D



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