Os dias seguiram assim. Draco nunca mais procurou Hermione, e a

mesma, tinha medo de fazê-lo.

No sábado, ela estava reclusa no dormitório feminino para terminar

algumas lições de casa, quando foi surpreendida pela a presença de

Gina.

- Podemos conversar? - ela disse, parecendo mais com a velha Gina,

aquela que era uma de suas melhores amigas.

- Claro, sente-se - disse Hermione apontando para a ponta da cama.

- Então, preciso lhe contar algo.Por favor, não me crucifique pelo o que

ele fez. Eu tentei assumir a culpa por ele mas foi inútil, e eu reconheço

que meu irmão perdeu literalmente a cabeça e..

- ... Gina, do que você está falando?

- Draco havia enviado uma coruja para você durante as férias, e Rony

respondeu-a por você.

De repente, o coração de Hermione disparou, e ela sem hesitar

perguntou:

- Mas quem diabos contou pra ele sobre mim e Draco?

- Eu juro que também não sei! Sabe, aquela vez que nós brigamos, eu

jurei para mim mesma que não contaria para ele. Mas, não sei como ele

descobriu.

Hermione pensou, e pensou, até que uma sugestão lhe veio à cabeça.

- Eu acho que sei quem fez isso, Gina. Só pode ter sido ele.

E como um furacão, Hermione saiu do quarto puxando Gina pelo o braço.

As duas caminharam pelos corredores, até chegar em uma porta velha

meio entreaberta.

Dentro da pequena sala, havia um homem arrumando diversos vidros

em prateleiras.Snape. Era ele, e Hermione não tinha dúvidas disso.

- Snape, podemos conversar?

Os olhos profundos e negros de Snape viraram-se lentamente para

mirar Hermione e Gina. Depois de uma leve pausa, uma gargalhada seca

saiu dos lábios dele.

- Desde quando eu falo com sangues-ruins? - Hermione se encheu de

raiva e adentrou a salinha com toda a sua ira e empurrou Snape contra

a estante, derrubando alguns frascos no chão.

- Olha aqui, eu quero saber exatamente o que você fez, seu imbecil. -

ela dizia pressionando sua varinha contra o peito dele.

- Sua sangue-ruim miserável! Tire essas mãos imundas de cima de mim!

Eu não sei do que você está falando, sua desequilibrada.

- Não se faça de burro, seu idiota!

De repente, Gina que nunca havia levantado a voz para ninguém, gritou,

tirando todo o ar de seus pulmões. -  CALEM A BOCA!

Será que você não vê Hermione? Se tiver sido ele, claro que jamais

contaria. Vamos embora daqui. Já arranjamos problemas demais.

Snape empurrou Hermione com força, para tirá-la de cima do seu tórax.

- Espero que você, sangue-ruim,esteja preparada para ser expulsa de

Horgwats.

As duas saíram da sala, e Gina não conseguia esconder sua

preocupação.

- Hermione, você sabe o que deve fazer, não é?

- Não, na verdade, não sei. O que devo fazer, Gina? - disse ela com

lágrimas pelo o seu rosto.

- Falar com Draco e com meu irmão. Mas, sugiro primeiro uma conversa

com Rony. Ele poderá explicar o que aconteceu, melhor do que eu.

Hermione balançou a cabeça em um gesto afirmativo, e seguiu para o

pátio, local onde ele estava.

Sentou-se ao lado de Rony, que observou-a do canto do olho.

- Precisamos conversar, sério.

- Não. Não precisamos. - ele disse, deixando sua voz soar rouca.

- Então é assim? Você acaba literalmente com a minha vida, e não tem

nada para me dizer?

- Na verdade, eu não queria dizer. Eu prefiro agir.

E sem Hermione esperar, Rony a beijou.

Ela podia sentir que não era a mesma coisa de quando Draco a beijava.

Era como se tivesse cometendo um grande erro.

Mas ela não lutou contra, pois sabia que iria machucar os sentimentos

do amigo.

E quando ela conseguiu encará-lo face a face novamente, disse:

- Quero que você entenda algo, Rony. 1) Você é meu melhor amigo, e

não deveria ter feito isso. 2) Não se ganha o coração de alguém

machucando o de outros. Espero que você reflita sobre seus atos esta

noite.

E sem esperar que Rony dissesse mais alguma palavra, saiu do pátio em

direção à área dos "Sonserinos".

Chegando lá, perguntou para uma garota de cabelos escuros sobre

Draco, e soube que o garoto estava no dormitório. Hermione pediu

para que ela o chamasse urgentemente.

Minutos depois, ele apareceu do lado de fora, pálido e sério.

- Eu já sei de tudo o que aconteceu.

- Nossa, talvez você deva mostrar seus dotes de atriz para alguém que

realmente possa promovê-la -  Draco parecia frio e duro como uma

pedra.

- Você poderia pelo menos me escutar, desta vez? - Hermione falou

tentando soar parecida com ele.

Os dois conversaram por mais de 1 hora, e no fim, Draco percebeu o que

havia feito.

Magoou e machucou o coração de sua amada, e se sentia horrível por

isso.

- Então, se não foi o Snape que contou pra ele, quem foi? - ele

questionava mais para si, do que para Hermione, enquanto acariciava seus cabelos.

- Honestamente? Ainda acho que tenha sido ele. - encarou Draco com

um sorriso e disse: - Fico feliz que você tenha acreditado em mim dessa

vez. Me prometa que não duvidará de mim novamente, sim?

Ele aproximou-se mais um pouco de Hermione, e falou quase

sussurrando: - Eu prometo. E prometo também, que iremos descobrir

quem fez tudo isso com a gente. E faremos juntos.

Ela aconchegou-se em seu peito e permaneceu ali, preferindo acreditar

que tudo que estava acontecendo era um sonho, exceto a parte de

Draco existir.

Isso ela queria muito que fosse real. Pois para ela, não fazia sentido

viver em um mundo, onde Draco não existisse.