O Verdadeiro Romance Entre Nós escrita por A Veggie Dreammer


Capítulo 51
Capítulo 51 - Correspondentes


Notas iniciais do capítulo

Hoiii! Desculpe por não responder a todos comentários sobre o capítulo de ontem, mas mais tarde eu prometo responder deste e do capítulo anterior. Me pediram para postar a imagem dos 4 filhos da Meri no blog, pois o link não estava funcionando, então aqui está o link do blog: (umanerdforadonormal.blogspot.com) E em comemoração aos 50 capítulos, o capítulo 51 e 52 serão POVs do Ethan e da Katrina! Vejamos a historia pelo lado deles. Espero que gostem!



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POV Ethan

Finalmente, meus dez anos chegaram. Eu me orgulhava de tudo que fizera até aqui, desde meus primeiros passos até a leitura de um livro que terminara ontem. Porém, creio não poder dizer o mesmo de minha irmã, Katrina. Ela era tímida e fraca demais para ir contra os nossos pais, ela temia. Realmente não entendo o porquê de tudo isso, mas é melhor deixá-la por enquanto. Apesar de seu medo por papai, ela amava estar com mamãe e comigo. Ninguém sabia dos segredos dela tanto quanto eu e ninguém sabia tanto dos meus quanto ela, éramos nossos próprios confidentes. Claro que algumas coisas ela ocultava de mim, como sua paixão platônica por Harry. Ela nada me contou sobre isso, mas tudo era evidente em seu olhar quando eles estavam próximos. Não sei o porque, mas eu sempre sentia algo estranho em relação a isso, uma espécie de raiva talvez. Harry era uma boa pessoa, mas creio que indigno de minha irmã, ela merecia alguém melhor. Nada podia contestar sobre ela estar apaixonada tão jovem, pois eu também estava. Adelaide era linda, eu procurava gastar todo o meu tempo com ela quando ela nos visitava, normalmente na época de nosso aniversário. Ainda me lembro da primeira vez que a vi, até aquele momento, eu conhecia apenas minha irmã de loira, mas após ver a beleza estonteante de Adelaide, retirava todos os elogios de “maravilhosa!” dados a minha irmã e os entregava a ela. Porém, este seria um triste aniversário. Segundo meu pai, a Itália estava com problemas internos, greves eram precedidas de mais greves e o povo já começara a reclamar. Temo que não possa ver minha adorada Adelaide por um tempo, mas anseio pelo dia em que nos reencontraremos.

Depois que comecei a ter aulas com a governanta de Katrina, meu vocabulário estendeu-se até onde eu não conseguia imaginar. Creio ser mais culto que minha mãe agora, que teve uma educação precária causada pela má administração no reino em sua época. Eu já vira algumas fotos de meus avós, Clarkson e Amberly. Lembro-me que ela sempre estava a sorrir e ele mantinha sua pose de superior. Minha mãe conta que a rainha era maravilhosa, muito dócil e gentil, mas ela nunca lançou um único elogio ao rei e temo saber a razão. Meu avô utilizou as castas em benefício próprio, devo admitir que possuía certo nível de inteligência e beleza em seu plano, mas se ele esperava nunca ser pego ou que o povo nunca se rebelaria, estava redondamente enganado.

No dia de meu aniversário eu preferi permanecer em meu quarto. Sabendo que minha família insistiria em me retirar de meus aposentos, assim que acordei e me levantei da cama, tranquei a porta. Eu não queria pensar em nada além de Adelaide. Decidi que isso poderia me deixar obsecado e fui tomar meu banho matinal. Assim como meu pai, eu era apaixonado por esportes. Além da esgrima, eu também utilizava a academia no interior do palácio e corria em volta do jardim quase todas as manhãs. Tomar banho logo ao acordar tornara-se uma rotina para mim. Após sair do banho, ouvi uma batida na porta.

– Não insista, mamãe. Eu não pretendo sair de meu quarto hoje. – eu disse alto suficiente para que a pessoa atrás da porta escutasse.

– A mamãe tentou arrombar sua porta há cinco minutos, eu venho em paz. E mais, eu não quero que você saia, eu apenas quero entrar. – disse Katrina.

Sequei-me e troquei de roupa rapidamente a fim de abrir a porta para minha irmã. Logo abri a porta a ela, que estava com uma feição de entediada.

– Entre logo, antes que mamãe perceba que eu abri para você. – eu disse em um tom baixo. Ela deu uma risadinha e entrou.

Tranquei a porta novamente me voltei a ela. Você poderia falar muitas coisas de minha irmã, mas dizer que ela se vestia mal não era uma delas. Ela estava com um vestido azul rendado que ia até o joelho e sapatilhas verde musgo. Além de uma gargantilha com um pingente de uma câmera fotográfica, que deveria ser o seu presente de aniversário. Ela estava com uma caixa em mãos e uma carta estava em cima da caixa.

– Feliz aniversário! – disse ela, me entregando a caixa.

Peguei a caixa cuidadosamente e coloquei a carta em minha escrivaninha. Ao abri-la me surpreendi. Lá havia uma pequena espada de ferro, e em sua bainha estava escrito “ Ao príncipe de Illéa” . Katrina olhou amedrontada para o objeto enquanto eu apenas sorria. Obviamente era um presente de meu pai. Apenas de meu pai.

– Papai está ficando louco. Se ele quer nos matar que nos jogue em um fosso logo. – ela disse, me fazendo rir.

Ao fundo da caixa, um pequeno bilhete se encontrava.

“Meu filho,

Use sua arma com sabedoria e dignidade; que ela seja a salvação dos indefesos e o terror dos bárbaros; use-a apenas em sua própria defesa e de sua irmã, sua mãe e seus irmãos mais novos ainda são minha responsabilidade; além de poder, ela também indica maturidade, que eu espero que você tenha o suficiente para utilizá-la. E mais, utilizá-la fora da vista de sua mãe.

Feliz Aniversário,

De seu pai.”

Quando ergui meu olhar, notei que Katrina estava atrás de mim, lendo juntamente comigo. Ela olhava abismada para o pequeno pedaço de papel e após alguns segundos, se afastou e balançou sua cabeça em negativa.

– Devo pedir aos serventes que diminuam a quantidade de vinho servida a papai. – disse ela, me fazendo rir novamente.

– Por que? Com inveja que ele confia mais em meu bom senso que o seu? – perguntei com um tom de desafio.

– Inveja não, mas medo de sua insanidade. – disse ela, me fazendo revirar os olhos.

– E esta gargantilha? – lhe perguntei, mudando de assunto.

– Presente de mamãe. Ah, sim! Me lembrei. – disse ela em um pulo, indo em direção a minha escrivaninha, pegando a carta que antes estava em cima da caixa e entregando-me.

– E 'una lettera al suo "caro" ( É uma carta de sua “querida”) – disse ela, em italiano, me fazendo corar. Sabia por suas palavras que era uma carta de Adelaide. Abri cuidadosamente o envelope que continha o símbolo oficial da Itália e retirei a carta de lá, começando a lê-la.

“Meu caro Ethan,

Inicialmente, agradeça a minha governanta por me ensinar a falar e escrever em inglês. Enfim, como você já deve saber, muitos conflitos batem a minha porta e a de meus pais. Acredite, eu desejo mil vezes estar com você e com Katrina do que indo a reuniões sobre decisões sobre o país. Porém, como futura rainha da Itália não tenho a luxúria de viajar aonde quiser e quando quiser, e acho que você me entenderá perfeitamente. Saiba que sempre fui verdadeira a você, desde o dia em que notei o olhar encantado que você lançava sempre a mim, e somente a mim. Não pretendo partir o seu coração, pois isso partiria o meu também. Lhe desejo um feliz aniversário, e que nós possamos nos reencontrar em breve.

De sua amiga,

Adelaide”

Fiquei eufórico ao terminar de ler sua carta. Katrina ria desesperadamente ao meu lado. Como assim? Então ela também gostava de mim?

– Por que está rindo? – lhe perguntei, assustado com meu tom acanhado.

– A carta que ela lhe mandara é bem específica, não acha? – disse ela, ainda rindo.

– Como assim? Para mim nada está explicito nisto aqui. – respondi, levantando e balançando a carta no ar.

– Seu bobo! Ela gosta de você! – disse ela. Eu fiquei paralisado ao ouvir suas palavras. Eu nunca admitiria que gostava de Adelaide. Apesar de gostar muito dela.

– Jura? E? – perguntei, tentando parecer desinteressado.

– Ela se declara a você e você basicamente diz isso!? – perguntou-me incrédula.

– Irmã, o amor é um flor roxa que floresce no coração de um trouxa. Caso não notou, eu não sou nenhum trouxa. – disse, fazendo-a suspirar.

– Ah, maninho. Algum dia você se arrependerá perdidamente de suas palavras. – disse ela, com a pena no olhar. – Estar apaixonado é a melhor coisa do mundo, e não há nada de errado nisso. – disse ela, e eu bufei.

– Disse a pessoas com mais experiência no assunto. – falei, debochadamente.

– Bem...- disse ela, revirando os olhos.

– O que? Vai me dizer que já se apaixonou? – lhe perguntei. A cor esvaziou-se totalmente de seu rosto. Óbvio que eu sabia que ela estava apaixonada por Harry, mas queria ouvir as palavras saindo de sua boca.

– Bem, eu...tenho que ir. Mamãe deve estar me procurando. – disse ela rapidamente, tentando desviar do assunto. Seu acanhamento de sempre já era visível. Apenas comigo ela não era assim, pois fora das portas de meu quarto, ela se transformava na princesa da timidez.

– Você já se apaixonou? – eu disse, mais duramente desta vez. Ela me olhou inexpressiva e começou a caminhar em direção a porta. Eu a impedi. – Responda-me!

– Já! – disse ela, com uma voz chorosa. Ela abriu minha porta rapidamente e saiu correndo em direção ao seu quarto.

Voltei ao interior de meu quarto, tranquei a porta novamente e bufei. Ótimo, magoara minha irmã. As vezes ela era muito besta em certas coisas, sem necessidade.

O único aniversário em que eu não tive companhia. Talvez não só o único.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram do POV Ethan? Acostumem-se! Hahahahahaha! Espero que realmente tenham gostado! Até amanhã! Bjs