O Verdadeiro Romance Entre Nós escrita por A Veggie Dreammer


Capítulo 47
Capítulo 47 - Ciúmes


Notas iniciais do capítulo

Hoiii! Gente, como eu postei o capítulo de ontem muito tarde, eu deixei este aqui programado para um pouco mais tarde do que eu estou escrevendo. Espero que gostem!



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POV America

Depois da visita de Adelaide, Katrina e ela se tornaram melhores amigas. Ela e sua família chegariam amanhã, na véspera do aniversário dos gêmeos. Sua presença era confirmada pra os próximos cem aniversários deles, Katrina queria muito ficar perto de sua amiga. Ethan praticamente babava em cima de Adelaide. Alguns dias atrás, ele me admitiu que a achou muito bonita e gentil. Eu sorri, me lembrando da primeira vez que vi Maxon, e o quanto eu estava errada sobre ele, me apaixonando pouco tempo depois. A filha de uma de minhas melhores amigas era a nova paixão de meu filho. Louco, muito louco. Mas, apesar de sua nova amizade, Katrina em momento nenhum esqueceu-se de Harry. Ele a visitava todos os dias, onde quer que ela estivesse. Algumas vezes, eu fui capaz de notar um olhar apaixonado dele a ela, mas logo ele voltava ao seu olhar normal, tirando todas as minhas chances de tirar conclusões precipitadas.

Maxon liberou Ethan mais vezes desde o ano passado. Ele ainda acreditava que Ethan aprenderia muito com ele, mas também eram necessárias as aulas de etiquetas com a governanta de Katrina. Sim, desde os dois anos Katrina tem uma governanta, que agora também era de Ethan. Seu nome era Kailene, era uma senhora de certa idade, mas muito inteligente. Minha filha a adorava, dizia que sua maneira de ensino era simples e prática. Além de etiquetas, ela também ensinava as matérias normais e necessárias. Eu raramente a via, ela apenas dava suas aulas a Katrina e depois voltava a seu quarto, nunca saia, nunca jantava conosco, nunca falava com ninguém.

Malcolm ficava mais inteligente cada dia mais. Ele já sabia andar e falar algumas palavras. Eu me assustei quando sua primeira palavra não foi mamãe e muito menos papai, foi guerra. Creio que naquele dia Maxon estava muito tenso por conta dos novos rebeldes e ele falava sobre uma possível guerra futura. Eu me embravecia toda vez que conversávamos sobre isso, era inacreditável que ainda havia pessoas contra a abolição das castas. Depois dela as escolas e hospitais melhoraram, o desemprego caiu e os problemas sociais também.

Eu estava andando pelos corredores do palácio, terminando de arrumar a comitiva para Nicoletta, quando ouvi vozes conhecidas próximas a mim. Fui vagarosamente até a borda da parede e lá estavam eles, Katrina e Harry. De começo eu estranhei, eles nunca haviam se encontrado sozinhos.

– Kat eu...bem...eu... – disse Harry, se embolando com suas palavras.

– Sim, Harry. – disse Katrina, com uma pitada de esperança na voz.

Harry olhou profundamente nos olhos de Katrina e a beijou. Na bochecha. Na hora, eu fiquei antônima. Ele estava, metaforicamente, beijando a minha filha? A minha filinha? Me senti tentada a entrar no corredor em que eles estavam e interromper tudo, mas sabia que o melhor a fazer era apenas observar. Observei Katrina, que agora estava vermelha. Harry estava de cabeça baixa, todo encolhido.

– O que...foi isso? – disse Katrina.

– O meu primeiro beijo. – disse Harry, baixinho.

– O meu também. – disse Katrina, tímida. Ela deu um sorriso ao mesmo tempo que ele. Harry se aproximou dela novamente, mas dessa vez foi apenas um abraço. Ao se afastarem, Katrina riu e saiu correndo na direção oposta a minha. Harry permaneceu aonde estava, com um sorriso bobo no rosto. Eu ainda iria tirar satisfações com ela.

Depois disso, voltei ao meu caminho inicial. Chequei se tudo o que eu havia pedido estava pronto, e a minha surpresa ao descobrir sobre a comida. Minha mãe era a supervisora da cozinha, nenhuma comida entrava em nossas bocas sem antes ela dar seu veredicto. Mas ultimamente, ela tem estado mais cansada, desistiu completamente da ideia de subir de escada e agora apenas utiliza o elevador. As cozinheiras disseram que ela estava indisposta esta manhã e por isso voltou aos seus aposentos. Fui até seu quarto e lá estava ela, deitada em sua cama, pálida, dormindo. Eu não tive coragem de me aproximar e acabar acordando-a. Sai de seu quarto e fechei a porta cautelosamente.

Fui até o escritório, a minha surpresa ao descobrir que Katrina e Malcolm estavam lá também. Me aproximei de Maxon, que estava extremamente concentrado em sua papelada, e o beijei rapidamente nos lábios. Fui até Malcolm e o fiz cócegas por alguns instantes. Depois fui até Ethan e o dei um beijinho no rosto. Me aproximei de Katrina e fiquei fitando-a. Ela estranhou e em seguida me abraçou. Eu sorri com sua ingenuidade e depois a conduzi até fora do escritório, seria demais se Maxon escutasse nossa conversa.

– Mamãe, o que houve? – ela perguntou.

– Que tal a senhorita me dizer? – perguntei.

– Sobre o que, mamãe?

– Sobre o que aconteceu a cerca de meia hora atrás.

– Meia... – ela disse, logo em seguida se antenando sobre o que eu estava falando. – Você estava lá!? – perguntou, exaltada.

– Na verdade eu só estava passando por lá e dei de cara com um certo menino moreno beijando no rosto uma certa menina loira.

– Você vai...

– Contar ao seu pai? – disse, cortando-a. – Não. Com uma condição.

– Qualquer coisa. – disse ela, desesperada por meu silêncio.

– Tudo o que você fizer ou que acontecer com você, você vai contar diretamente a mamãe, ok?

– Nossa, isso até que é bem fácil.

– E isso vale até o seu casamento. – disse, sorrindo.

– Tudo bem! – disse ela, feliz, e logo em seguida me abraçando.

Voltamos ao escritório e chamamos a atenção de Maxon.

– Algum problema,querida? – perguntou.

– Não, nenhum. – eu disse, sorrindo.

Era impressionante o quanto Katrina podia ser fiel a mim. A pós seu aniversário de oito anos, e a visita de Adelaide e Nicoletta, praticamente tudo o que ocorria com ela, ela me contava. Descobri mais sobre seus medos, suas inseguranças de adulta mesmo tão pequena. Com um pouco de observação, notei que Harry realmente gosta de Katrina, o brilho em seus olhos quando ela chegava e o abraçava, e o quão escuros eles ficavam quando ela partia para estudar ou fazer outras atividades. Eu nunca acreditei em amor a primeira vista, e particularmente, eu os acho muito jovens para esse tipo de coisa, mas aquele garoto ainda me deixaria intrigada e desconfiada. Muito intrigada e desconfiada.

Outra vez, algumas semanas após o aniversário dos gêmeos, os vi no jardim, conversando sozinhos novamente. Sorri quando ele a beijou na bochecha e ela sorriu consigo mesma. Porém, a alegria estava para acabar. Do outro lado do jardim, sem que ninguém percebesse, Ethan caminhava enfurecido em direção a eles. Ele havia visto Harry a beijando.

– Katrina! – gritou Ethan. – O que você faz com ele?

– Ele é meu amigo Ethan. – respondeu ela, timidamente.

– E você? Como ousa beijar minha irmã? – disse Ethan, me surpreendendo com seu linguajar e com os termos utilizados pelo mesmo.

– Como? Eu apenas a dei um beijinho no rosto. Minha mãe faz isso comigo o tempo todo.

Essa não. Ethan começou a murchar, tanto por dentro quanto por fora. Claro que Marlee tinha mais tempo para Harry, ele era filho único e ela não tinha todas as responsabilidades que eu tenho. De murcho Ethan foi a enfurecido em questão de segundos.

– Afaste-se de minha irmã. – disse ele, com a voz elevada.

– Ethan...- tentou Katrina.

– Você, vá embora, ou contarei tudo a papai e mamãe. – disse ele, frio e fazendo Katrina se encolher. - Afaste-se! – gritou ele.

– Não! Eu não vou me afastar de minha amiga porque você quer. – disse Harry.

– Eu sou o príncipe, seu superior! Você deve seguir todas as minhas ordens! – rosnou Ethan, me deixando arrepiada e de boca aberta. Ele acabara de falar como o avô, Clarkson. Meu filho não poderia se transformar no monstro que Clarkson foi, eu não permitiria.

– E se eu não quiser? – disse Harry, debochadamente.

As narinas de Ethan se dilataram, ele estava ofegante e vermelho. Então ele desferiu o primeiro golpe. Um soco na barriga de Harry. No momento, me choquei com a agressividade dele, mas logo em seguida corri para o auxílio de Harry. Katrina chorava e implorava ao irmão que parasse. Eu agarrei Ethan por trás, e num reflexo, ele bateu em minha boca. Me enfureci e o larguei longe de Harry. Corri até ele, que estava ofegante e com alguns locais arroxeados. O peguei no colo e corri até a área hospitalar. Lá, Harry foi medicado corretamente e eu logo fui até Marlee e Carter. Quando lhes contei o que havia acontecido, até Marlee ficou chocada. Ela e seu marido correram até a área hospitalar. Depois, fui até o jardim, aonde Katrina ainda se encontrava, aos prantos. Eu me aproximei e a abracei.

– Como ele pôde mamãe? Como ele pôde machucar Harry? – disse ela, com a voz chorosa.

– É o que estou tentando descobrir filha. – lhe disse, calmamente. – Agora venha. Vamos tomar um banho e parar de chorar. – disse, ao qual ela concordou e me seguiu até seu quarto.

Eu a permiti tomar banho sozinha, apesar de minha insistência em ajudá-la desta vez ela rejeitou. Fui pisando duro até o escritório e me surpreendi ao ver a expressão de raiva que Maxon lançou a mim.

– Você machucou o nosso filho! – gritou ele, e pude notar que Ethan estava logo atrás, observando.

– Ele não lhe contou o que ele fez? – perguntei, usando o mesmo tom de voz que Maxon. – Ele socou Harry, na barriga e com minha força!

– Porque ele estava beijando nossa filha a força!

– Não foi a força! – gritei, exasperada. – Eles só tem oito anos Maxon! Eu estava lá, eu vi a cena! Você acha mesmo que Harry seria capaz de beijar Katrina a força?

Ele se virou lentamente a Ethan, que estava vermelho de vergonha.

– Por que fez isso filho? – Maxon perguntou, calmamente, a Ethan.

– Porque ele...

– A verdade, filho. – disse Maxon, cortando-o.

– Eu...sinto...ciúmes. – disse ele.

Eu e Maxon nos entreolhamos e sorrimos. Mas logo o meu sorriso se foi. Apesar de ser por um motivo idiota, Ethan machucara alguém, e isso não era certo. Eu não queria puni-lo, apenas mostrá-lo a verdade, de como as coisas realmente são. Mas, minha curiosidade ainda batia a porta.

– Ciúmes do que? – eu perguntei.

– Não sei. Talvez da grande amizade deles. – disse ele, encolhendo os ombros.

– Mas por que filho? Como você acha que sua irmã se sentiu? Quando você falou daquela maneira com Harry e com ela?

– Triste. – disse ele, após um tempo.

– E você quer deixá-la triste?

– Não. – respondeu, timidamente.

– Então não faça atrocidades como essa! A violência nunca é a resposta e muito menos sua primeira opção.

– Esgrima! – disse Maxon, que estava sentado no sofá do outro lado do ambiente.

– Como? – perguntei, desentendida.

– Talvez se Ethan fizesse esgrima, ele poderia melhorar seu autocontrole e sua raiva.

– Funcionava com você? – lhe perguntei.

– Funcionava muito bem comigo! – respondeu ele, um pouco alegre.

– Você poderia fazer aulas de esgrima? – perguntei a Ethan.

– Claro, mamãe. Se isso vai me ajudar de alguma maneira, eu aceito.

– Muito bem! Agora...tem duas pessoas a quem você deve desculpas.

Ele bufou e pendeu a cabeça para trás. Eu revirei os olhos e o puxei pela mão até o corredor. Fomos ao quarto de Katrina. Ele se desculpou dela, mas pude sentir um pouco de rancor nas palavras e no olhar dela. Após isso, fomos até a ala hospitalar. Marlee dormia no sofá do quarto de Harry e Carter não estava lá. Harry acordou praticamente na mesma hora em que adentramos o quarto.

– O que veio fazer aqui? – perguntou Harry, friamente.

– Eu vim me desculpar. – disse Ethan, igualmente frio.

– Pois saiba que eu não quero nada de você. – disse Harry.

– Bom mãe, nós tentamos. – disse Ethan, já se voltando a porta. Eu o puxei pela gola da camisa e o fiz se aproximar mais de Harry.

– Olha, me desculpe, de verdade. Nunca tive vontade de te bater, fui no impulso.

– Ok. – disse Harry, debochadamente.

– Por favor, você me perdoa? – perguntou Ethan, parecendo realmente arrependido.

– Acho que...tudo bem. Está perdoado. – disse Harry com um sorriso.

Ethan também sorriu e depois o abraçou.

Esses três ainda me dariam muito, muito, mas muito trabalho mesmo!


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Espero que sim. Uohhhhhhhh! 2.000 palavras! Quem diria? Hoje eu estava inspirada! Rararara! Até semana que vem! Bjs!