POV America

Eu acordei com um sorriso no rosto. Olhei ao meu lado e notei que Maxon me olhava fixamente. Ele nunca acordava primeiro que eu, mas hoje, era um dia especial.

– Bom dia, minha querida. - disse ele, com a voz ainda sonolenta.

– Bom dia, meu sublime marido. - disse, no mesmo tom que ele. Ele deu um sorriso e me beijou.

Era um beijo calmo, mas cheio de intensidade. Ele me beijava com desejo, com vontade. Eu nos separei e olhei para ele por alguns segundos. Ele me lançou mais um sorriso e começou a se levantar vagarosamente. Ele foi até o um lado da cama e me ofereceu sua mão, para me ajudar a sair da cama. Quando me levantei, ele ergueu nossas mãos e me fez dar um giro. Quando voltei a olhar em seus olhos caí em seus braços, o abraçando, enquanto ele passava suas mãos em meu cabelo. Afastei-nos um pouco e voltei a olhá-lo.

– Vamos? Teremos um longo dia hoje. – eu disse. Internamente, eu me sentia cansada só de pensar no grande dia que teríamos hoje.

– Claro. – disse ele, já me puxando em direção à porta.

Quando chegamos ao corredor, nos dividimos como fazíamos toda a manhã, ele ia ao quarto verde, e eu ao quarto bege. Quando abri a porta, a bebezinha mais linda do mundo estava a despertar. Pude notar seus olhinhos abrindo vagarosamente, um após o outro, e depois ela se virar para mim. Eu dei um gritinho e fui em direção a ela, que já estava com seu sorriso estampado no rostinho.

– Quem é a aniversariante da mamãe? – eu perguntei brincalhona, já oferecendo meus braços para ela vir em meu colo.

– Leu! – disse ela, me fazendo rir. Ela e o irmão puxavam para o L quando não sabiam falar algo direito. Ela também abriu os bracinhos e eu a peguei no colo.

Eu brinquei um pouquinho com ela, mas logo depois notei seus olhinhos com indício de choro. Notei onde ela estava a fitar e vi seu brinquedinho favorito, uma borboleta de pelúcia, em cima da cômoda. Eu a deixei no chão e fui em direção a cômoda, para pegar o brinquedo e dar a ela. Mas quando me virei novamente, já com a borboleta em mãos, a cena que presenciei me fez ter água nos olhos. Ela estava se levantando, apoiando-se no berço, olhou para mim e deu dois paços em minha direção. Eu fui correndo ao seu encontro, a peguei em meus braços e a enchi de beijinhos por todo corpo, arrancando risadas e mais risadas de sua boca. Entreguei-a a borboleta, troquei sua roupa, com muito esforço, e saí do quarto. Maxon já me esperava no corredor, com Ethan nos braços, ambos sorridentes. Quando Katrina viu os pais, começou a se agitar em meus braços e dizer “Papa! Papa!” compulsivamente. Maxon riu um pouco e logo trocamos de bebês. Ethan olhou para mim e começou a sorrir e dizer “Mama!” várias e várias vezes.

Brincamos com eles um pouco, mas logo trocamos de bebês novamente, pois sabíamos como cada um reagiria ao longo dia, e cada um com seu devido favorito, se sentiria melhor. Espero. Descemos as escadas e fomos ao hall principal. Várias nações chegariam ao palácio hoje para o aniversário de nossos filhos, e muitos deles ainda eram desconhecidos por mim. Eu temia as reações de Ethan e Katrina diante de tanta gente, mas sabia que minha família e meus amigos estariam lá para me ajudar. Ao olhar para esquerda, notei um furacão loiro vindo em minha direção, com algo nos braços. Marlee chegou com Harry e logo veio nos parabenizar e a Ethan e Katrina. Eu ainda não entedia, mas Ethan sempre ficava estressado quando Harry estava perto. Harry já havia completado um ano, então era maior que ambos, e também falava e andava com mais facilidade. Ele possuía os cachos de Carter e a cor loira dos cabelos de Marlee. Ele era basicamente a junção dos dois. Ethan começou a se agitar muito no colo de Maxon e depois começou a chorar. Marlee pediu desculpas e se retirou, antes mesmo de eu me explicar a ela. Quando notou que Harry e Marlee já haviam partido, Ethan voltou ao normal. Estranhamos um pouco, mas deixamos para lá.

Ao escutarmos um som de turbina, fomos mais a frente no palácio. Um avião com a bandeira da Itália desenhada ao lado havia acabado de pousar. Eu corri até lá e vi as primeiras imagens de Nicoletta e sua filha, Adelaide. Eu não a via desde minha gravidez, mas agora Adelaide já estava nascida, e bem grande por sinal. Ela era alguns meses mais velha que os gêmeos, não tanto quanto Marlee, somente um ou dois meses. Nicoletta desceu do avião rapidamente e me abraçou, enquanto eu e ela soltávamos gritinhos. Vi Alissio se aproximar sorrindo e apertar a mão de alguém que estava um pouco atrás de mim, e logo supus que era Maxon. Nicoletta me soltou e olhou para os meus braços e os de Maxon.

– Gêmeos! - disse ela, dando um grito. Eu e Maxon rimos compulsivamente. Ela abraçou Maxon enquanto Alissio me abraçava. Notei que Ethan e Katrina se sentiram maravilhados com toda a atenção que estavam tendo. Eu peguei Adelaide um pouco no colo enquanto Nicoletta segurava Katrina. Senti o peso dela sobre os meus braços, ela obviamente era bem maior que os meus filhos. Logo destrocamos e quando notei, outro som de turbinas invadiu os meus ouvidos. Um avião com o brasão da Coligação Unida da Nova Ásia desenhado em sua traseira pousava. Aproximei-me a tempo de ver Elise e seu noivo descendo do avião. Ela correu em minha direção e me deu um abraço. Ela logo notou Katrina em meus braços e sorriu surpresa.

– Então essa é a famosa princesinha que leio nos tabloides? – disse ela, aproximando-se de Katrina, fazendo-a corar e se esconder em meu ombro. Elise riu um pouco e depois nos apresentou seu noivo, Hiroshi. Nos apresentamos e Elise logo em seguida foi abraçar Nicoletta. Entramos dentro do palácio e os conduzimos até a sala de estar, que em breve teria muitas pessoas.

Voltamos a frente do palácio e presenciamos a chegada de muitos aviões ao mesmo tempo. No primeiro, estava a família da tia de Maxon. Vieram todos os seus primos e sobrinhos nos cumprimentar. Maxon os indicou a sala e voltou-se para frente, na mesma posição em que me encontrava. Depois, veio a família real britânica. Eles tinham um forte sotaque e vieram com a família toda. Só me lembrei dos nomes da rainha e do rei, Kent e Christina. Então veio a família real da Holanda. Eles vieram apenas com seus dois filhos, que deveriam ter entre sete e oito anos. Novamente, só lembrei-me dos nomes do rei e da rainha, Alie e Carst. E após eles, veio um casal que eu não esperava ver. Daphne e seu noivo. Eles se aproximaram e ela riu de minha expressão perplexa. Ela me abraçou calmamente e sussurrou em meu ouvido.

– Percebe agora o porque de eu não ter mais motivos para atacá-los? – perguntou-me ela, apontado para seu noivo com o olhar. – Ah e perdoem-me, este é meu noivo Pierre. –disse ela mais alto desta vez e apontando para o homem alto e moreno ao seu lado. Eu e Maxon sorrimos e depois os levamos para dentro também.

Era impossível de se contar a quantidade de pessoas lá dentro. Eu comecei a ter um ataque de claustrofobia, não que eu possuísse a doença, mas um espaço pequeno com muitas pessoas me deixava assustada. Mas então, senti as mãozinhas de Katrina puxarem o decote de meu vestido e me senti melhor ao olhar para ela. Me imaginei em sua situação, repleta de desconhecidos e ainda não tinha para onde se fugir. Deveria ser agonizante.

Conversei um pouco com cada um, e sempre o sorriso de Katrina ofuscava o olhar de todos ao meu redor. Minha família e a de Marlee também estavam lá, e devo admitir que senti muito orgulho quando Astra veio andando em minha direção e disse.

– Titia America.

Quando ela disse, eu me agachei a brinquei um pouco com ela. Kenna logo veio com James e ela pegou sua doce filinha no colo. Eu me levantei e esbarrei em alguém. Já estava me desculpando quando me virei e notei Maxon igualmente encolhido e protegendo Ethan, assim como eu. Eu ri um pouco e ele me beijou. Logo nos separamos e voltamos a falar com as pessoas.

Muito tempo depois, chamamos a todos para o jardim, aonde a mesa de aniversário de Katrina e Ethan estava arrumada. Eles começaram a bater palma, como se soubessem o que estava acontecendo. Fomos na frente de todos e nos posicionamos atrás da mesa do parabéns. Notei que a caixa em que eu havia arrumado para as pessoas depositarem seus presentes, estava transbordando de embrulhos. Maxon chamou minha atenção, tirando-me de meu devaneios e me pediu para segurar Ethan um pouco, para ele poder acender as velas dos dois bolos. O segurei desajeitadamente por um tempo, mas logo depois Maxon veio me socorrer o tomou novamente em seus braços. Já estava entardecendo, eu mal tinha visto o tempo passar. O por do sol deu um toque perfeito ao momento, e antes que eu pudesse perceber algo, todos já estavam cantando parabéns. Eu os segui no ritmo da música enquanto balançava Katrina um pouco. Aquele foi o maior sorriso que eu tinha visto em seu rosto. A música já estava no final então me aproximei de seu ouvido e disse.

– Faça um pedido filinha.

Ela me olhou com um olhar de desentendimento, mas depois me abraçou e disse baixinho.

– Leu te amo mama.

Eu comecei a chorar ali mesmo. Não um choro com soluços a lamentações, mas um choro com lágrimas caindo-lhe a face e um grande sorriso na face. Eu me aproximei do bolo com ela no colo e assoprei as velas para ela, já que ela não teria força para apagá-las por conta própria. Eu olhei para Maxon e notei que seus olhos também estavam marejados. Ethan gargalhava como nunca antes o fizera. Maxon se aproximou e me abraçou pela cintura, enquanto segurava Ethan com um braço, e eu fiz o mesmo.

E assim foi, o primeiro, de muitos, aniversário dos meus filhos.