O Verdadeiro Romance Entre Nós escrita por A Veggie Dreammer


Capítulo 34
Capítulo 34 - A Morte É Inesperada


Notas iniciais do capítulo

Hoiiiii! Gente eu estava sem o computador, por isso estou postando mais tarde que o normal para uma terça-feira, mas pelo menos veio! Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/529485/chapter/34

POV America

Já se passara uma semana desde o ataque. E cada vez mais eu ficava mais e mais preocupada. Eu ficava imaginando se Ethan estava bem, se estava sendo alimentado e se ele não estava sendo torturado. Para falar a verdade, era uma preocupação misturada com o ódio. Mas, eu tentava ao máximo aparentar estar o mais controlada possível. Eu treinei a semana todo com Maxon a tarde. Era perceptível que eu melhorava cada vez mais, e Maxon acreditava que eu estava movida pela dor, mas eu estava movida pela raiva. Algumas vezes eu descontava mais em Maxon do que devia e ele sempre saia com algum arranhão. Claro que eu me sentia culpada, o meu objetivo não era machucar o meu marido, mas sim o inimigo. Eu havia encontrado armaduras femininas e alguns tipos de calças que eu sabia que eram perfeitas para o meu tipo de treino, óbvio que eu iria usá-las. Mas uma coisa que ninguém sabia, era que logo

após o meu treino com Maxon, eu voltava a sala de armas e treinava sozinha. Todos os dias eu pegava um boneco recheado de areia, pendurava eu um canto da sala, colocava uma venda em meus olhos e tentava acertar o boneco. Eu acertei em todas as vezes que tentei. Mas era algo secreto, creio que todos me achariam uma louca se soubessem que eu estava possuída pelo ódio e treinava mais do que devia, então eu sempre tinha que varrer a areia que caía do boneco e dar um fim aos restos de plástico do mesmo.

Minha mãe estava muito receosa em relação a nossa partida. Ela temia por nossas vidas como todos, mas ela sentia que algo não sairia como planejado. Isso me assustava, pois quase sempre minha mãe estava certa. Eu não andava mais de cabelo solto, apenas de rabo de cavalo. Eu não sentia o sol em minha pele, a água passar por minha garganta, o adorável sabor da comida. Tudo parecia um pouco mais lento e cinza. Eu podia sentir que o meu humor afetava a todos, mas não era minha intenção. Eu podia notar os olhos sempre baixos de minha mãe, a secura nos beijos e abraços de Maxon, e até Katrina parecia ter parado de sorrir. Céus, se isso desse algum problema em minha família, eu juro que seguiria Kriss até o fim do mundo. Não era justo! Eu lutei muito para ter o meu final feliz, mas sempre tinha alguém em meu caminho. Não será desta vez que eu vou desistir.

No dia escolhido, uma pedra foi posta no meu coração. Minha mãe chorava copiosamente e Katrina não se acalmava. Tivemos que adiar nossa viagem por duas horas, pois eu tinha que fazer Katrina dormir ou eu não conseguiria partir. Talvez ela voltasse a chorar quando acordasse, mas eu nada poderia fazer. Eu a coloquei no berço, me despedi de minha mãe e da família de Marlee, e entramos no avião.

Nós não estávamos de armadura durante o voo. Eu estava com o meu, agora, típico rabo de cavalo, com minhas calças de batalha e uma blusa regata verde musgo. A minha cabeça estava pendida no ombro de Maxon, quando o ouvi murmurar algo.

– Meri, ainda está acordada?

– Sim.

– Eu só quero que saiba...que nós temos câmeras na sala de armas.

Eu congelei. O meu grande esquema, o meu grande segredo, tudo foi por água abaixo. Provavelmente ele deveria estar pensando agora em qual hospício iria me internar. Olhei incrédula para ele, e ele deu um meio sorriso, mas ele logo se foi de seu rosto.

– Por que você...treinava mais do que era o necessário? – ele me perguntou.

– Eu não me sentia pronta para enfrentar Kriss.

Maxon riu sarcasticamente, me deixando envergonhada.

– America, você quer mesmo que eu acredite que você “não se sentia preparada para enfrentar Kriss” ?

– Maxon, era a única maneira de descontar a...

– A sua raiva? – interrompeu-me.

– Sim.

– E o que você vai fazer quando não tiver mais bonecos de areia? Vai atacar alguém?

– Como pode me acusar de algo assim?!? Eu jamais faria isso, e para falar a verdade, não era para descontar a raiva, mas o ódio.

Ele abriu a boca como se fosse dizer algo, mas recostou-se na cadeira e balançou a cabeça negativamente. Eu bufei e pude vê-lo girar os olhos. Como ele era cínico. Ótimo, agora estou chamando o meu marido de cínico! Então comecei a me questionar. Eu era uma boa mãe? Uma boa mulher de família? Aquelas duas perguntas me instigaram até o meio a viagem. Por ser uma viagem nacional ela não demoraria muito, mas para mim, ela estava durando horas e mais horas. O plano era simples. Não poderíamos pousar o avião próximo a base sulista, então ficaríamos a dois quilômetros do local. Desceríamos com nosso exército e atacaríamos. No papel parecia fácil, mas literalmente era muito difícil. Eu e Maxon estávamos encarregados de ir atrás de Ethan. Nada mais.

Pousamos e logo colocamos a nossa armadura. Com o nosso capacete era impossível nos identificar. Caminhamos com todo o cuidado até a base. Ao chegarmos, encontramos dois guardas nos portões e os matamos. Ao ver o sangue viscoso escorrendo deles, senti um arrepio na espinha. Mas continuei a andar normalmente.

Ao chegarmos no meio do prédio, um alarme tocou. Alguém já havia avisado a nossa visita. Todos nos separamos e Maxon me puxou pela mão em direção a um corredor. Logo notei que era um corredor repleto de quartos e no fim dele, uma porta diferente se encontrava. Imaginei que seria o quarto de Kriss, passei a frente de Maxon e arrombei a porta. E lá estava ela. Com meu filho nos braços. Ela deu um sorriso sarcástico ao olhar para mim.

– Devolva o meu filho! – eu gritei.

– Nunca! Ele será o meu aprendiz e nem se lembrará de você! – ela disse e pulou a amurada de sua sacada, que só depois eu constatei que estava com a porta aberta.

– Dessa vez não. – e corri atrás dela.

Quando pulei, percebi o caos que o lugar se encontrava. Corpos, sangue e armas faziam parte do ambiente. Eu não conseguia ver Kriss. Dois homens vinham em minha direção e quando eu já estava pronta para atacar, um golpe certeiro veio de minha direita, acertando um no ombro e outro no rosto. Quando me virei, vi Maxon. Eu queria gritar com ele, eu havia treinado para botar em prática, não para ele chegar na última hora e me ajudar. Mas hesitei, ao ouvir um choro. Virei-me na direção que deduzi estar ouvindo o choro e corri naquela direção. Avistei Kriss correndo e Ethan chorando a alguns metros de mim e acelerei o passo. Quando estava quase a alcançando, uma mão veio no meu ombro, me assustando, e quase desferi um golpe em Maxon. Mas continuei correndo. Vi ela parar abruptamente e hesitei. Não vendo o que estava em nossa frente, corri até ela, tirei Ethan e de seus braços e a empurrei um pouco.

– Sua louca! – gritou ela. – Quer me jogar no penhasco?

– Penhas...

E então eu vi. E entendi. Ela queria jogar Ethan do penhasco. Como ela era fria. Senti a raiva me subindo a cabeça e tive uma grande vontade de jogá-la de lá. Fui andando rápido em sua direção e Maxon logo se apressou em me interromper. Mas ele não conseguiu. Nem eu.

Enquanto eu andava em sua direção, ela andava para trás. Até que um grito encheu sua garganta. Eu estava a cem metros de tocá-la e empurrá-la para seu fim eterno, mas ela mesma fez isso. Ela mal teve tempo de se virar, quando percebeu, já tinha caído. Mas eu não conseguia parar, minhas pernas não obedeciam o meu cérebro e eu via a ponta do penhasco mais e mais perto. Quando estava quase para cair, fui levantada no ar e consegui parar. Senti meus músculos relaxaram ao sentar no chão e abraçar Ethan. Ele ria e eu chorava. Maxon se aproximou de nós, abraçou Ethan pelo lado contrário que eu estava, olhou fundo nos meus olhos e me beijou.

E dessa vez, eu senti o doce gosto de seus lábios.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Nossa! Alguém esperava que ela fosse "se" matar? Eu já tinha pensado nisso desde o dia que a tornei uma vilã! Sim, eu sou calculista a este ponto. Mas, espero que tenham gostado. Até amanhã. Bjs



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Verdadeiro Romance Entre Nós" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.