POV America

Acordei com uma certa incomodação na barriga. Eu estava no hospital do palácio, com Maxon sentado na cadeira ao lado da minha cama, com as mãos no rosto. Eu sabia que ele não estava dormindo porque eu conseguia ouvir a sua respiração, e ela estava extremamente alta.

– Maxon. - eu o chamei. Ele levantou o rosto logo em seguida e ele estava vermelho. Ele olho para mim e depois para a minha barriga. Eu levantei a coberta que me cobria dos seios para baixo. A minha barriga estava menor, e havia um corte na altura do meu ventre.

– O que...o que aconteceu? - eu disse, já chorosa.

– Querida...você...você...Ah, droga! Não tem um jeito fácil de dizer isso! - ele disse apertando a minha mão. Eu soltei a minha mão da dele.

– O que aconteceu Maxon? - eu estava gritando agora.

– Nós perdemos o nosso bebê. - disse ele baixinho o suficiente para só eu escutar.

Eu comecei a gritar e a chorar muito alto mesmo! Como era possível? Eu perdi o meu filho? O que eu dediquei tempo, carinho e amor por cinco meses? Eu estava sem acreditar! Acho que meus gritos alertaram os médicos, porque logo depois, eles entraram no meu quarto e me ejetaram algo na veia, que me fez apagar em seguida.

Acordei com todos da minha família em volta de mim, com cara de quem havia chorado por anos. Mas o pior, era ver o rostinho de May. Eu odiava vê-la triste, mas naquela ocasião, era quase insuportável. Eu me encostei na cama de vagar e puxei May para um abraço. Ela chorou enquanto estávamos abraçadas, e eu seguia ela no mesmo ritmo. Depois que nos afastamos, minha mãe veio rápido me abraçar. Acho que ela era a única que estava chorando mais do que eu. Eu não me senti bem. Me senti como se tivessem retirado um rim ou o meu fígado. Mas eles tinham me tirado o meu filho.

Depois de abraçar a todos e chorar mais três litros de lágrimas, eu me levantei e caminhei até o meu quarto. Troquei a minha roupa de hospital e coloquei um dos meus vestidos favoritos a algumas semanas atrás, que agora estava largo demais. Fui até o jardim, eu precisava respirar um pouco da brisa fresca do lado de fora. Me sentei no meu banco e fiquei com o rosto virado ao sol, porém com os olhos fechados. Alguns minutos depois, senti algo, ou melhor, alguém sentar ao meu lado. Eu não precisei abrir os olhos para saber que era Maxon. Ele colocou o seu braço em volta da minha cintura e eu encostei a minha cabeça no peito dele. Sem perceber, eu comecei a chorar baixinho, molhando a roupa dele.

– Como vamos dizer ao reino Maxon? Como vamos contar que eu não tenho um útero forte o suficiente para carregar um filho?

–Hey, America, a culpa não foi sua meu amor! A culpa foi daquela cozinheira ingrata, que não seguiu as minhas recomendações sobre os alimento que você não devia comer.

– Quem era ela? - eu perguntei, com ódio nas minhas palavras.

– Eu não sei quem era. Aqui no palácio, nós chamamos os serventes pelo sobrenome, e quando me disseram que ela havia ido embora, o que não me surpreendeu, eu não reconheci o sobrenome da mulher.

– E qual era? - perguntou a parte mais curiosa de mim.

– Era....hum...Ambers.

– Maxon....o sobrenome da Kriss era....Ambers.