POV América

Quando ouvi a música começar a tocar, o meu mundo parou. Eu não conseguia respirar , parecia que o meu coração ia sair pela boca. Enfim abriram as portas e eu vi ele. Ele está com o mais perfeito sorriso que eu já vira em minha vida! Ele poderia estar completamente sem roupas que seria a pessoa mais bonita do local. A voz de Aspen me tirou do meu pequeno tranze:

-América? Você está bem?

-Claro! Só um pouco nervosa.-Na verdade eu estava para explodir de felicidade e animação, mas decidi não comentar aquilo com ele.

-Não se preocupe , tudo vai dar certo e em breve, você será a mais nova rainha de Illéa!

Isso era outra coisa que me preocupava. Apesar de amar Maxon, ainda não sabia como eu seria como rainha. Se eu seria o tipo de rainha que é completamente invisível nas ações do país ou se eu seria o tipo de rainha que é tão presente que é capaz até de ir a luta. No momento eu não queria pensar nisso. Não. Eu ia me casar e só depois iria me encucar com isso.

Aspen começou a andar em direção ao altar e começou a me puxar, porque tenho certeza que alguém tinha colocado cola no meu sapato e só agora a bendita começou a fazer efeito. A pós muita súplica de minhas pernas finalmente comecei a andar. Tinha certeza que estava andando feito um pato porém eu me sentia tão graciosa que pouco me importei.

Quando cheguei no altar, Aspen me deu um beijo na testa e disse baixinho pra Maxon:

-Não vou dizer para você cuidar dela porque tenho certeza que será ao contrário.

Eu sorri com aquelas palavras e percebi que Maxon se segurava ao extremo para não se acabar em gargalhadas.

-Podemos começar o casamento?-Perguntou o padre com um olhar travesso nos olhos, como se ele estivesse preste a se unir a outra pessoa.

-Claro!- Respondemos eu e Maxon ao mesmo tempo, o que gerou nova onda de sorrisos.

Depois daquilo eu me desconectei. Só podia ver o padre abrindo e fechando a boca entretanto não conseguia ouvir o que ele estava dizendo. Minha audição só voltou a tempo de eu escutar as penúltimas palavras do padre:

-MaxonCalixSchreave, aceita America Singer como sua legítima esposa,prometendo-a amar incondicionalmente?

-Aceito.- E depois olhou para mim, com uma profundidade no olhar como se já estivesse vendo toda a vida que passaríamos juntos.

-E você, America Singer, aceitaMaxonCalixSchreave como seu legítimo esposo, prometendo-o amar até que a morte os separe?

-Aceito!- Eu me achei um pouco infantil naquele momento. Quando eu tinha 5 anos, antes de saber o que a vida de alguém da casta 5 me reservava, tudo o que queria era me casar. Me imaginava com um longo vestido branco e eu sempre repetia essa palavra para mim mesma no espelho: "aceito".

-Então eu vos declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva.

Maxon se virou para mim com lágrimas nos olhos , eu sabia que eu estava na mesma situação, levantou o meu véu, se aproximou de mim bem devagar e me deu um beijo que eu sabia que jamais iria esquecer. Era um beijo doce, calmo, como se pudéssemos passar a eternidade naquela posição, nos beijando. Depois de selarmos nosso primeiro beijo como casal é que eu finalmente vi ( ou melhor, ouvi ) o barulho de felicidade que emanava por toda a igreja. A única coisa que consegui pensar em fazer foi sorri, enlaçar meu braço com o de Maxon e tentar passar pela porta, em direção a limusine que nos levaria até o salão onde seria a festa.

Chegando ao salão, vi o bom trabalho que a equipe de preparação havia feito. Havia um grande tapete vermelho que atravessava o salão. No centro, havia uma grande pista de dança que sabia que iria deixar meus pés extremamente cansados mais tarde. Em volta a pista de dança estavam elegantes mesas que comportavam 6 pessoas cada. As toalhas das mesas eram dourado sobre branco, o que dava um ar de sofisticação. Os pratos eram da mais pura porcelana asiática, que mais tarde eu agradeceria a Elise por dar essa grande ideia. Os talheres eram de prata, mas haviam tantos que esqueci totalmente as minhas aulas de etiqueta que havia tido com Silvia meses antes no palácio. Um pouco ao canto havia as várias mesas do bufê. Havia doces, pratos quentes, carnes, ensopados e vários tipos de saladas que nem eu havia experimentado antes.

-Está tudo...

-Perfeito.- Cortou-me Maxon.

-Sabe, eu nunca imaginei que me casamento seria assim.

-Assim como?- Pude ver a curiosidade nos olhos dele.

-Tão lindo, tão maravilhoso, tão...romântico.

Depois das minhas palavras Maxon me beijou intensamente. Mas logo fomos interrompidos pelo barulho da porta de abrindo. Os convidados haviam chegado.

Depois daquilo eu só conseguia me lembrar de algumas palavras que eu disse ao longo da noite. Maxon. Bebida. Dança. Maxon. Família. Maxon. Pés doloridos. Maxon. Comida. Maxon. Beijos. Maxon. Abraços, Maxon. Amigas. Maxon. E por fim cama.

Depois nós voltarmos ao palácio, fomos recebidos com muitos " Boa noite, Altezas". Eu ainda iria demorar para me acostumar com aquilo. Ao chegarmos no nosso quarto eu sabia o que viria a seguir. Minha mãe já havia me explicado sobre a noite de núpcias e isso me deixava constrangida e um pouco assustada. Mas ao olhar para Maxon, percebi que ele estava tão cansado quanto eu. Apenas quatro palavras foram suficientes para que ele intendesse que eu estava do mesmo jeito:

-Vamos deixar para amanhã?

-Concordo plenamente.

Colocamos nosso pijamas rapidamente. Eu tive que pegar outra camisola porque a que eu iria usar naquela noite era extremamente sensual e acho que ainda não estávamos no clima. Depois de nos trocarmos pulamos na cama, ajeitamo-nos dentro dos cobertores e nos abraçamos. Antes de pegar no sono eu só pude ouvir:

-Boa noite, querida.- Eu percebi que ele falava com um sorriso no rosto. Ele sabe o quanto eu odeio que ele me chame de querida.

-Boa noite meu sublime marido.- Disse sorrindo.

E dormimos no mais profundo sono que já devo ter adormecido na vida!