Cartas Para Você escrita por Karin


Capítulo 21
Love you after all- Will para Lou, Como eu era antes de você


Notas iniciais do capítulo

Oie! Voltamos com mais uma carta... Pra quem ainda não leu Como eu era antes de você, recomendamos ler o livro antes por causa do baita spoiler que você vai receber lendo esse cap., mas se não se importa com spoiler... E pra quem já leu, aproveitem!
Boa Leitura e até lá embaixo...



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Tarde da noite de uma quinta-feira qualquer e eu estou aqui, igual nas outras dez noites seguidas, parada, encarando a porta na minha frente. Eu deveria estar na minha cama em um sono profundo, mas eu não consigo dormir, não consigo para de pensar em você. Estou em uma batalha interna se fico na minha área de defesa ou se ultrapasso o meu limite e entro na casa, que por seis curtos meses passou a ser o meu segundo lar. Decido, na verdade minha mão decide sozinha, e quando percebo já estou dando duas batidas na porta, penso em voltar para o meu carro pisar no acelerador antes que alguém consiga abrir a porta, mas meus pés então presos no chão e não consigo ir a lugar nenhum. Ninguém vem abrir a porta, não sei se fico aliviada por isso, já que não vou passar pelo constrangimento de explicar o motivo de que eu estou fazendo ali àquela hora da noite, ou se fico desapontada, pois eu realmente quero entrar ali, só me falta um pouco de coragem.

Bato mais uma vez só que mais forte, mas tudo o que ouço é o silencio profundo, respiro fundo, parece que não vai ser hoje que vou entrar na casa, estou indo em direção ao meu carro quando olho para a garagem e percebo que os Traynor não estão em casa. Volto à porta e pego a chave reserva que eles sempre colocam debaixo do tapete quando estão viajando. Abro a porta e entro.

Parece que é a minha primeira vez aqui nessa casa, está tudo no mesmo lugar, porém está tudo diferente. Como a falta de uma pessoa pode mudar um lugar, aqui era secretamente meu refugio, não chegava a ser caloroso, mas não era tão frio e sem cor como agora. Não vasculho muito a casa, mas observo atentamente cada detalhe dos lugares que tenho que passar até o meu destino final.

Chego ao anexo, parece que ninguém entra aqui há meses, o lugar faz parte da casa, mas foi abandonado do resto, excluído. Os móveis estão com uma camada de poeira, não sinto mais o leve cheiro de desinfetante, agora ele foi substituído por mofo. Vou para a lavanderia, pego os produtos e começo a limpar, cômodo por cômodo, móvel por móvel, até que tudo fique de volta ao que era. Então chego à última porta, faço igual o que fiz com a porta da frente, fico a encarando por tempo indeterminado, até que a coragem me toma e entro.

O quarto não é igual o resto da casa. Assim que entro meu nariz é invadido por seu cheiro, meus olhos rodam o quarto na ilusão que você vai estar deitado na cama em um sono profundo ou na cadeira de rodas reclamando do meu atraso. Mera ilusão. Ando em direção da parede com a estante embutida, e observo as fotografias, as fotos com Lissa não estão mais lá, no lugar tem fotos minhas. Nem sabia que elas tinham sido tiradas, nem sabia que ele as tinha. Lágrimas começam a escorrer livremente no meu rosto enquanto minha mente revive todos esses momentos das fotos, pego uma na mão, mais precisamente a do casamento da Lissa, onde estou no seu colo na cadeira de rodas e você estava movimentando a cadeira como se estivéssemos dançando. Will, você estava tão sorridente, tão radiante, o fotógrafo conseguiu captar bem na hora em que seus olhos estavam brilhando, eles estavam brilhando em minha direção, e meus olhos não estavam diferentes. Tiro a foto do porta-retrato e junto vem um papel, deito em sua cama, mas deixando um espaço pra você. Abro o papel e logo reconheço a letra pelas cartas que você já tinha me enviado. Começo a ler.

“Clark,

No dia que você chegou, com suas roupas ridículas, suas piadas ruins, seus chás e sua total incapacidade de disfarçar o que sente, realmente pensei que você ia ser só mais uma que iria desistir nos primeiros dias. Mas não, você quase me fez desistir dos meus planos, sim quase, eu ainda vou seguir com eles, não importa o que você faça ou diga.

Você não pode me pedir pra mudar minha escolha, essa é a única coisa que ainda posso decidir sem precisar da ajuda dos outros.

Entenda Lou, não tenho motivos pra desistir, não eu tenho um, você. Mas que futuro eu poderia lhe dar, que vida poderia lhe oferecer, você é ainda jovem, tem o mundo para percorrer, se eu escolhesse ficar você estaria presa a mim igual esta nesses últimos meses, não quero isso quero que você aproveite, que se apaixone, que um cara, o cara certo, consiga te dar tudo o que eu não consegui, que você tenha uma família linda e grande.

Ficar aqui só iria te fazer sofrer por mais que você diga que não, você vai sofrer e eu vou sofrer vendo você sofrer.

Mas sabia que aproveitei muito os últimos meses, sou muito grato por tudo que você fez por mim, sim seus esforços valeram pra algo, se é isso que está se perguntando, seus esforços me deram os melhores dias da minha vida, acompanhados de uma pessoa especial.

Você me mudou Louisa Clark, de um jeito que eu nunca pensei que seria possível você coloriu minha vida, me fez duvidar das minhas certezas, me fez ver que as coisas podem ser simples para alguém ficar com um sorriso no rosto, você conseguiu consertar e se apossar do meu coração como ninguém mais conseguiu.

Clark, você conseguiu me dar um novo sentido para a palavra amor.

Espero que você não me odeie por certas decisões que tomarei que se lembre de mim como a melhor imagem que você tem minha.

Espero sinceramente que você não leia isso, mas se ler, o que provavelmente vai acontecer curiosa do jeito que é, saiba que todas as palavras são verdadeiras, principalmente essas: Eu te amo Louisa Clark.

Will Traynor.”

Minhas lágrimas estão molhando todo o travesseiro, estou chorando igual a um bebê, descontroladamente e compulsivamente, e elas não parecem ter um fim tão cedo.

Will, eu sei que você tinha essa escolha, mas você não poderia escolher por mim, mas eu não te odeio, não tem como odiar você, talvez no início tinha, mas como posso odiar uma pessoa que amo?

As lágrimas ainda caem e algumas molham o papel, elas embaçam cada vez mais a minha visão, até que tudo fica preto e eu adormeço em sua cama.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Merecemos uns comentários?
Já recebemos sugestões, mas podem continuar mandando comentando, ou por MPs...
Bjss e até o próximo!



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