Slenderman: Beginning escrita por Beyond B Nat


Capítulo 37
Aquele Acima da Rede


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que demorei muito (pra variar), porém não se preocupem por que os próximos últimos capítulos não vão demorar, pois já os adiantei X'D (choremos).

Enfim, esse capítulo escrevi e reescrevi, mas espero que gostem. Até mais.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/527081/chapter/37

Como Shakespeare já disse em Hamlet, “Há mais coisas entre o céu e a terra do que sonha a nossa filosofia”. Mesmo existindo a tanto tempo, ainda há algo para me surpreender.

Após tudo que aconteceu ligado ao garoto, ordenei pros proxies irem para uma das saídas da cidade depois de destruírem aquele lugar, enquanto isso eu mesmo fui me resolver com a incompetência de uma certa garota.

Nos planos que os proxies tiveram para me tirar daquele parque, ela o Jeff serviriam de distração para evitar que a polícia atrapalhasse. O garoto sendo procurado pelos crimes, a garota já possuindo cabelos negros como ele e ambos usando um moletom branco. Boa estratégia para distraí-los e despistá-los.

Kate havia ido para um lado da área cheia de prédios abandonados e o garoto no lado oposto e a polícia estava atrás de ambos. Kate estava com dois policiais atrás dela e correu para uma ruela, porém esta terminava num beco, ela não teria outra saída.

A garota se virou, pronta para lutar com os policiais, porém eles olharam na direção do beco e depois seguiram em frente. Ela recuou sem entender, até encostar em mim e se tocar que eu estava presente e entrei na mente deles para que não nos visse. Ela por um segundo suspirou de alívio, até que envolvi um tentáculo em volta de seu pescoço e outro em sua cintura e nos transportei para um prédio onde os policiais não estariam por perto.

Ela ficou assustada e com os olhos arregalados quando a bati contra a parede e falei em sua mente “Com sua incompetência, fiquei mais de cinco anos naquele lugar. Acha que por eu ser capaz de viver muito mais do que qualquer coisa que você conheça o tempo para mim não é nada?!”

— E-eu…

“Dá para ver em sua mente o quanto você não se importou… Eu não tenho mais cabeça para aturar crianças como você!”

De repente, me veio uma sensação, antes que eu processasse para entender, os olhos de Kate ficaram totalmente negros e ela mudou de expressão.

— Ora… Uns tempos atrás você era mais paciente, huhu.

“Quem é você?”

— Alguém que tem observado você e esse mundo todo a muito tempo. Você é interessante, Andrew, apesar de hoje preferir ser chamado pelo nome que não gostava antes…

Esse nome… O que é esse ser?

“O que você quer?”

— Hum… Acho que posso acabar transformando a mente dela em gelatina se ficar a usando como fantoche desse jeito por muito tempo… Que tal nos encontrarmos? Assim poderá ver minha verdadeira face e ouvir minha proposta. O que me diz?

“Aonde?”

— Hu, direto. Bom… Pode ser… Onde seu passado se perdeu.

“Quê?”

— Nos vemos lá.

Não pude nem questionar depois disso, Kate desmaiou e, analisando a mente dela, não havia vestígios da entidade que a controlou, então eu não poderia saber de onde veio. Isso foi bem estranho, mas precisava entender.

Acabei depois dessa situação a poupando, por hora, e a deixei com os outros para cuidarem dela e irem embora. Percebi um leve medo na mente deles, sem dúvida eles temiam que eu fizesse algo com ela quando eu mesmo me comprometi em ir atrás dela. Por que os humanos se importam com quem não merece?

Passou poucos dias, pensei um pouco que lugar era esse que aquele ser se referia, mas o único lugar que me vinha em mente era onde a muito tempo atrás era o que eu chamava de lar. Sim, fazia sentido esse ser o lugar onde “meu passado se perdeu”.

Boa parte das minhas lembranças sobre o meu passado antes de ser o que sou se perderam, porém nunca esqueci de onde ficava aquela cidade. Chegando lá, vi diante de mim um estado de abandono, até que esperado. As casas totalmente perdidas pelo tempo, com a natureza tomando conta de cada parte ainda de pé das estruturas.

Apesar disso, percebi que não estou sozinho nesse lugar, posso sentir uma presença. Segui na direção que vinha aquela sensação, até chegar numa área que era floresta mesmo quando a cidade possuía vida. Andando um pouco, cheguei numa casa. Não, a minha casa. As memórias são vagas, mas lembro das coisas que ocorreram nesse lugar. São mais claras dos últimos humanos que acolhi aqui. De fato, faz muito tempo que não me importo com os humanos.

Abri a porta e olhei ao redor. Os móveis estavam com panos sobre eles, então aqui nada foi mexido. Onde está aquilo?

“Em cima.”

Na minha cabeça… É, óbvio que saberia que estou aqui. Me transportei para o andar superior, então segui para onde era o antigo escritório. Assim que abri a porta, não vi a sala das minhas memórias. Vi algo totalmente escuro, como se fosse um pedaço do eterno vazio, uma outra dimensão da realidade. 

A porta atrás de mim se fechou. Pra que tanto momento dramático? De repente, no meio dessa escuridão, surgiram vários fios azuis brilhantes, todos seguindo numa direção, até estar diante de mim um ser sentado numa espécie de trono. Ele tinha uma aparência um tanto humanoide, porém, usava um especie de máscara onde as linhas azuis se conectavam, sua pele era azul e os olhos totalmente negros.

— Que bom enfim, nos encontramos. Fui rude naquela vez por estar sem tempo, mas, bem, prazer, sou Mr. Creepypasta.

Esse nome me é familiar…

“Slenderman, apesar de você já saber disso. Questiono como.”

— É… Inclusive seu nome antigo, eu suponho.

Ele coça um pouco a cabeça, parecendo estar pensando o que poderia dizer, até que começou a falar:

— Minha existência é muito mais antiga do que muito coisa que você já tenha visto. Essa forma é uma das que posso permitir que as criaturas desse plano me enxerguem, mas sou algo além do que até mesmo um ser com uma mente poderosa como a sua pode compreender ou suportar. O cosmo é enorme com seres extremamente antigos e poderosos, seres que, às vezes observam ou brincam um pouco com os “pequenos insetos” que são os seres mortais existente em certos planetas do universo. Algumas das coisas que pode-se fazer são colocar ideias, criar seres, assistir a ordem e o caos. Talvez o mais fácil seria me chamar de um “deus”. Posso ver várias coisas, posso saber de várias coisas, fazer, várias coisas. E uma das coisas que tenho feito no meu tempo livre foi brincar com algumas criaturas da Terra. Algumas destas, você e seus familiares. 

“Então está dizendo que você é responsável por tudo que aconteceu comigo e minha família?”

— Não, sou apenas um observador. Na maioria das vezes. 

“Maioria?” 

— Você não é o primeiro de vocês que tenho contato, direta ou indiretamente, porém já deve deduzir isso. 

“E posso saber por que me trouxe aqui? Por que decidiu falar diretamente comigo?”

— Hu, como disse anteriormente, pra fazê-lo uma proposta. Apesar de ser um feto perto de mim, você viu esse mundo evoluir bastante, as pessoas e a tecnologia mudaram tanto que máquinas simples como essa — ele num estalar de dedos fez aparecer uma câmera digital que ficou flutuando como se a gravidade não existisse — conseguem ver o que você oculta da mente dos humanos. Você pode mudar o que o cérebro lê, mas não pode manipular a luz. 

“Disso estou ciente.” 

— Uma coisa perigosa, mas ao mesmo tempo útil, para seres como você e outros seres que cruzaram seu caminho durante sua existência é a internet. Uma coisa jogada lá pode ser espalhada pelo mundo todo e mesmo quem duvida da veracidade da informação pode descobrir as fontes. Pode ser problemático os humanos saberem que seres sobrenaturais existem. Eles em si estão ficando cada vez mais, digamos assim, “perigosos” para o que não compreendem. Imagine o governo te capturar e te dissecar todo? Apesar disso, um lado positivo, é que é possível esconder os monstros mesmo que as pessoas soltem na web que tal criatura existe.

“Como?”

— O meu nome é essa dica. Creepypasta é um conto de terror que surge e se espalha pela web. Narrações, vídeos, versão modificada de jogos, episódios perdidos de desenhos animados, etc. A internet está cheia de coisas falsas, se é colocada uma mentira absurda com uma origem duvidosa, ela é considerada falsa mesmo se informações posteriores forem mais verídicas. Umas pessoas podem levar a sério, mas a tendência é “descobrirem” que é apenas invenção.

“Teoria interessante, mas como pretende manipular a verdade exposta na internet? Como pretende garantir que pessoas falarem que viu um monstro sendo tratado como uma creepypasta?”

— Talvez você saiba a resposta para isso.

Refleti por alguns segundos, mas entendi. Posso entrar na mente das pessoas, posso colocar e tirar memórias, então posso colocar ideias. Tornar a mim e os outros monstros invenções de humanos até então anônimos. Isso pode ser interessante.

“Certo… Já entendi. E me tem em mente alguns monstros que podem ajudar com isso. E quanto a você? Prefere se manter oculto ou ser ‘um dos nossos’?”

— No meu caso eu já pensei e tenho moldado faz uns anos. Como falei, não posso usar frágeis humanos como fantoches por muito tempo, mas já tenho um especial para essa situação.

“Entendi. Então, é apenas isso?”

— Nesse assunto, sim. Fora isso, apenas que alguma hora você vai ter que reencontrar os outros iguais a você mesmo que isso não te agrade. Afinal, são bem parecidos, então vão ter que decidir qual será o “original” e quais serão paródia ou meros OCs inspirados num “personagem”. 

“É… Desconfiava que chegaria aí. Verei sobre isso. Se não tem mais nada a dizer, até breve.”

Ele concordou com a cabeça, então a porta para fora surgiu atrás de mim e então saí. A porta fechou sozinha quando a atravessei, e notei que a energia que estava sentindo daquele ambiente estranho desapareceu. 

Ignorei essa situação, então me transportei para fora da casa. Terei muita coisa para resolver depois dessa conversa…


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Quem conhece o Mr. Creepypasta já deve teorizar o que essa entidade tem "moldado faz uns anos", hehe.

Enfim, espero que vocês tenham gostado. Até mais o/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Slenderman: Beginning" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.