Slenderman: Beginning escrita por Beyond B Nat


Capítulo 14
O soldado sem olhos


Notas iniciais do capítulo

Acho que entendedores da referência já têm ideia do que esse capítulo se trata, rsrs.

Me desculpem pela demora na postagem. Aconteceu muita, mas MUITA coisa durante os últimos dias que não me permitiram ficar escrevendo a fic (e o tamanho do capítulo também contribuiu para a demora :v)

Eu ainda tou tentando reduzir a "carga" de tantos projetos que tou fazendo de uma vez... Enfim, acho que aqui nunca falei, mas digo: Não se preocupem, SMB não vai ser abandonado sem que eu chegue a avisar antes, ok? (sei que é chato quando isso acontece) e, de qualquer modo, não pretendo terminar a fic tão cedo =P.

Certo, aproveitem o capítulo.



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Pelo jeito a minha "previsão" estava certa. Na verdade, nem esperava que a gerra chegasse a tal ponto, mas, quando se notou, o mundo inteiro estava sendo atingido por causa dela. Os Estados Unidos estava até mesmo convocando soldados para ajudar Os Aliados, aliás, um dos meus proxies sentiu a um tempo "algo interessante" e fui para o local conferir. Ele está numa cidade em Michigan, perto de Detroit.

Encontrei o meu proxy, ele estava usando uma máscara branca que cobria apenas os olhos. Nick hoje está com 15 anos, encontrei-o com 12. Ele mudou um pouco. Ele ainda tinha sua família, então não o mandei para "aquele lugar". Na verdade, faz tempo que não mando proxies pra lá. Pensei em umas coisas sobre isso, depois da guerra acho que farei o que tenho em mente. Não é mais necessário eles estarem lá. Nem sei mas pra quê continuo a criar proxies.

– A quanto tempo, mestre. Pensei que eu tinha perdido o contato mental.

"Estava um pouco longe e tenho um limite de distância de até onde posso me transportar, apesar de ser bem maior do que para vocês, humanos."

– Entendi... Além de que não tem como termos contato toda hora já que está sempre por aí... Aliás, ele está bem perto, consegue senti-lo?

"Sim."

Olhei na direção exata e lá estava um rapaz. 17 anos, cabelos castanhos, altura mediana. Ele acabou de se alistar para o exercito, pelo visto em poucos dias ele estará no campo de batalha.

"Seu nome é Jack... Não será um de vocês, será como eu."

– Ele tem o nome do primeiro? Nossa, huhu.

"Hum... Aquele garoto ás vezes faz falta..."

– Você nunca me falou como ele morreu.

"Foi em um teste. Ele estava com quase 20 anos e acabou se oferecendo como cobaia no experimento de ver quanto de poder posso dar. Acabou sendo de mais."

– Trágico...

"Hoje posso controlar minhas habilidades bem, sei o máximo que vocês aguentam, posso diferenciar facilmente quem continuará sendo humano ou virará um monstro... Pena tudo ter resultado em algumas perdas, mas era algo inevitável. Se não fosse por testes, seria por causas naturais."

– Quero saber uma coisa.

"Hum?"

– Você é imortal, então por que não tenta dar imortalidade aos proxies, ou ao menos desacelerar o envelhecimento?

De onde diabos ele tirou essa ideia?! Eu nunca faria isso com eles nem se pudesse! Ignorei minha irritação com a pergunta e apenas respondi calmamente:

"Nunca testei isso, mas, de qualquer modo, imortalidade não é uma benção, é uma maldição."

– Não entendo esse ponto de vista.

Meu Deus...

"Porque você nunca passou por o que eu passei."

Não esperava esse tipo de pensamento ambicioso vindo de um dos meus proxies, mesmo assim, ficarei de olho nisso. Reparei que a noite estava chegando, está ficando tarde e Nick apenas inventou uma pequena desculpa para ficar fora por umas horas.

"Bem, pode ir para casa. É melhor que não percebam sua ausência."

– Entendi, até breve.

Ele foi embora, enquanto continuei a observar Jack indo para casa. Ele iria avisar à mãe e o irmão que conseguiu entrar no exercito. Ele estava empolgado, não só por que faria um dever pelo país como iria lutar contra os alemães e fazer de tudo para por fim nessa guerra.

Esse garoto me era interessante. Havia um bom tempo que não tinha nada de tão útil pra fazer, então, ao invés de saber de uma vez como ele viraria um "monstros", decidi apenas observar.

Em menos de uma semana, Jack foi enviado para o campo de batalha, na Europa. Lá ele conheceu um rapaz britânico um pouco mais velho, Louis. Em pouco tempo eles se tornaram amigos. A amizade deles era de alta aproximação, como se eles se conhecessem a séculos como se fossem irmãos. Família...

Mal lembro da que tive... Pode ser em parte aquilo que Raker comentou, que aos poucos esquecemos do passado e de quem somos... Não, ainda lembro, apenas não me recordo uns detalhes, deve ser por causa do tempo que de passou e também por que não fico muito pensando nisso.

A única família que tenho na verdade agora são os meus proxies. Sim, é como se eu fosse um pai adotivo e eles as minhas "crianças", não é? Provavelmente sim... Acima de tudo me importo com eles.

Aliás... Uma coisa sobre minha antiga família me intriga um pouco ás vezes. Não que eu desejasse isso, só pelo o que passei sei que é terrível, mas será que ninguém? Será que ninguém além de mim foi afetado pela maldição do Smile Dog dessa maneira? Meu avô? Meus tios? Meu primo? Até meu irmão? Será que, se tratando de laços de sangue, estou sozinho?

De repente percebi leves raios de sol surgindo e os soldados sendo mandados que se levantassem. Seria mandado um grupo de reforço para as trincheiras, pois parte dos que estavam lá se feriram muito gravemente, alguns foram afetados por gás venenoso e não poderiam continuar lá. Aquele cenário de guerra tem uma mistura de dor e desespero, dessa vez Jack e Louis estavam no grupo que iria pra lá.

A situação nas trincheiras era tensa. A incerteza de qual lado atacaria primeiro, a necessidade de se preparar para qualquer ataque... O grupo dele armou um plano para atacar o inimigo. No horário determinado eles atacariam e acabariam com alguns alemães antes que estes percebessem.

Aguardando o horário de ataque, Jack e Louis ficaram conversando.

– Então, aquilo que você falou sobre a cidade que você morava ser atacada... Foi tenso, não é mesmo?

– Nem imagine, Jack... É um dos motivos de eu estar aqui, mas também por que quero que essa guerra acabe. Eles alemães malditos têm que cair.

– Pois eles vão. A América está com vocês! E ninguém derrota A América! Ha ha ha!

– Ha ha! Tão patriota você é...

– Apenas um toque de exagero. Hu hu.

– He... - ele se calou de repente - Que coisa é aquela?...

Ele está olhando em minha direção? Mas me concentrei o tempo todo para não ser notado! De repente ouvi uma voz rindo e depois essa sumir. Olhei, mas não senti nada em volta. O que foi isso? Algum outro monstro?

Perdi o foco da minha confusão quando de súbito soldados alemães surgiram. Eles avançaram antes do esperado e fizeram uma emboscada. Um deles jogou um gás venenoso, alguns soldados Aliados conseguiram colocar suas mascara antes de inalar o gás, porém, o gás foi jogado bem perto de Jack e a fumaça acabou indo para seus olhos e causando muita dor.

– ARG! DROGA! AAAH!!

Os olhos dele ardiam muito, a dor que ele sentia era insuportável. Isso é gás mostarda. Na confusão, Louis tentou ajudá-lo a colocar uma máscara para evitar que ele inalasse o gás e, com a ajuda de outro soldado, a dar cobertura para afastá-lo de lá.

Ele foi levado para um pequeno posto de saúde, montado eu um prédio não tão distante e não tão próximo da área de confronto e acessado por uma rota estratégica. Durante todo o percurso ele ficou agoniando, a dor era tão imensa que ele não conseguia parar de gritar e estava quase ficando sem voz.

Os médicos que o atenderam analizaram e disseram baixo:

– Não vai ter jeito, ele não vai aguentar se continuar sofrendo assim, Vamos ter que tirar os olhos... A anestezia!

O assistente troxe-a rápido e o médico, com ajuda de outros homens para segurar Jack, injetou a anestezia no rapaz e em poucos segundos ele reduziu os gritos e parou de gritar, antes de sentir-se pesado e apagar. Os medicos fizeram o processo cuidadosamente e tiraram os olhos dele e limparam o ferimento. De qualquer modo ele ficaria cego, mas tirar os olhos era o único jeito para acabar com a dor "imediatamente", digamos assim. Após tirarem os olhos dele e limparem tudo, a região foi enfaixada.

Jack recobrou a conciência depois de quase uma hora. Ele estava um pouco "drog" por causa da anestezia, mas estava conciente. Os medicos não estavam no local no momento e ele tentou tirar as faixas de seus olhos.

"Não faça isso."– Acabei intervindo. Não há problema, ele não pode me ver de qualquer forma, então não saberá que não é um humano que está com ele. Bem que, me senti um pouco mal vê-lo ter que passar por isso. E pensar que pode até mesmo vir coisa pior...

– Quem é? O que aconteceu? ("Droga, estou um pouco tonto...")

"Um gás atingiu os seus olhos e o deixou cego. Para acabar com a dor foi preciso arrancá-los. Lamento por isso."

– Droga... E Louis... Cadê o Louis?!

"Disso não sei. Ele continuou lá para dar cobertura enquanto você era levado pra cá."

– Hum? Você estava lá? Quem é você? Desculpa, não consigo reconhecer sua voz...

Estou falando de mais...

"Desculpa, mas eu nem devia estar aqui pra começo de conversa."– de repente senti alguém vindo - "Tenho que ir! Finja que eu nunca estive aqui, ok!"

– Ei, pera!

Rapidamente entrou um soldado conhecido do Jack que tinha ficado no campo. Apenas precisei me ocultar da mente dele para não ser notado.

– Droga, finalmente te achei!

– Charlie? É você?

– Nossa! A coisa foi feia mesmo? Malditos alemães!

– Você tinha ficado no campo quando tive que vir pra cá, não é? Cadê o Louis? Ele tá bem?

– Olha... - ele exitou em falar, mas sentia que devia de qualquer forma - No meio da confusão, ele foi baleado.

– O quê?!

Eu e minha incrível capacidade de prever desastres...

– Por isso que eu tava te procurando. Como vocês são muito próximos, senti que devia saber.

– Como ele está?

– O levaram pra cá o mais rápido possível. Acho que nesse momento já devem ter tirado a bala, mas o estado dele... Desculpa por te deixar nervoso com isso, mas é critico de mais.

– Droga, por favor! Me leve até ele!

– Eu não sei se é uma boa ideia.

– Por favor, não vou abandoná-lo nessa hora, mesmo estando cego!

– Ok, vem que te ajudo.

Jack se apoiou no colega e este o guiou até onde Louis estava. Eles chegaram no local, Louis estava agoniando um pouco de dor e se surpreendeu ao ver a situação que o amigo estava.

– Ai meu Deus...

– Louis? Você estão bem.

– Mais ou menos, sentindo um pouco dor... O que aconteceu contigo? Os seus olhos...

– Tiveram que ser arrancado, mas isso não importa, o foco aqui é você.

Jack realmente não estava se importando por ter perdido os olhos, ele estava mais preocupado com o estado do amigo.

–Eu estou bem --cof* cof*

Louis tossiu um pouco, e saiu um pouco de sangue. Se sentiu um pouco aliviado por Jack não poder ver isso, ele ficaria mais preocupado do que já está. O rapaz apenas sacudiu a cabeça para Charlie, que ainda estava lá, não falar nada.

– Não parece estar. Está tossindo.

– Não é nada, acabei me engasgando aqui, he he!

– Ok... ("Até parece...") Charlie, pode me deixar aqui, não vou voltar pro meu quarto.

– Tem certeza?

– Não vou abandonar Louis por nada. Eu estou fora de combate, mas quero ficar aqui dando apoio.

– Ok. - Charlie respondeu com um olhar de preocupação, então saiu.

Jack foi tocando nos cantos até achar uma cadeira e então sentar. Ele não era bobo, sentia que não estava tudo bem. Só se tranquilizaria quando o amigo estivesse 100%, pronto pra outra.

– Aliás, antes dos alemães atacarem, o que você viu?

"Aquele" assunto? Boa oportunidade pra eu saber se ele realmente me viu ou outra coisa.

– Não sei direito... Bem, eu poderia desenhar mais ou menos, mas, bem...

– Eu não vou ver, entendi, não precisa esfregar na cara.

– Foi mal, ha ha! Não sei descrever com palavras precisamente mas, o que posso dizer é que aquilo não parecia humano, nem um a animal, nem uma planta, nada que eu já tenha visto. Como se fosse de outra realidade.

As palavras dele não são precisas. Será que dá pra eu entrar na sua mente ou é arriscado de mais?

– Um fantasma? BU!

–He! Não sei o que era. E vi tão rápido que poderia ser nada na verdade.

De repente Louis tossiu mais e bem mais forte que anteriormente. Mas que droga, não invente de morrer antes de eu saber o que você viu!

– Louis!

– Eu estou bem...

– Não tente me esconder as coisas de mim só por que estou cego, porra!

– Só não quero que se preocupe a toa. Eu vou ficar bem.

Mentir pra aliviar as coisas não adianta nada... Eu que sei disso, do tempo em que eu era humano.

********************

Passou poucos dias, o estado de Louis só agravou, pois, como se não batasse o tiro, ele pegou uma infecção. Ele estava com isso morrendo gradativamente. Jack ficava cada vez mais preocupado, mas não queria ficar longe do amigo. Num momento Louis estava passando muito mal, Jack percebeu isso e entrou em desespero. O britânico estava tão fraco que mal podia respirar.

–Não, Louis! Não apage! Aguenta, por favor!!

A visão do inglês foi ficando cada vez mais turva, até ele se afundar na escuridão da morte. Jack estava segurando sua mão e percebeu que Louis se foi. Ele quis chorar, mas não podia pois não tinha olhos para isso, daí ele mordeu os lábios. Foi com tanta força que chegou a sangrar. Os médicos que estavam no local tentaram tirar Jack de perto do corpo, mas ele resistiu. Segurou a mão do amigo até não conseguir mais, mesmo assim ele não parou de gritar, não conseguia aceitar a morte de Louis.

Os médicos o sedaram para que ele parasse de reagir, então nos próximos dias ele ficou depressivo em seu quarto.

Um tempo depois foi dada a notícia no rádio. A Gerra acabou, os alemães se renderam. Finalmente todos podiam voltar para casa. Mas antes Jack precisava fazer algo, se despedir do Louis. Ele conseguiu achar uma das enfermeiras que cuidava dos soldados, Betsy, e ela o informou onde foi deixado os corpos dos soldados mortos.

Jack, antes de voltar para os Estados Unidos, pediu carona para aquele local, encontrou onde Louis foi enterrado e deu sua última despedida ao seu melhor amigo. Ele sentiu uma enorme vontade de chorar, algo que ele não podia, então ele apenas "aturou" a tristeza que estava sentindo e foi embora.

Ele voltou pra casa e estava um pouco empolgado, pois sentira muita saudade da família. Com auxílio foi levado até a porta, mais depois pediu que o colega que o ajudou o deixasse seguir a diante. Ele bateu na porta em em poucos segundos uma mulher, a mãe dele atendeu.

– Jack?

– Oi, mãe, estou de volta, huhu. - ele sorriu.

– Seus olhos...

A mulher começou a chorar. Ela já estava triste antes mesmo dele chegar, percebo na mente dela.

– Mãe, está tudo bem. O importante que estou vivo, não é? Vai ser um pouco difícil, mas vou conseguir me acostumar...

– Não é por isso... - ela enxugou as lágrimas - Entre, eu te explico.

Eles entraram na sala. Jack estranhou não haver um sinal do irmão, "não era para ele estar trabalhando a essa hora..." Jack pensou. Eles se sentaram num sofá que havia na sala.

– Mãe, a senhora está me preocupando. O que aconteceu?

Ela suspirou tentando escolher as palavras e também evitando voltar a chorar.

– Seu irmão... Por causa de umas partículas liberadas pela fábrica que ele trabalha, ele se contaminou e ficou doente... Marck morreu... Seu irmão está morto! Eu rezei tanto... Tanto a Deus que você voltasse da guerra bem, eu não iria aguentar te perder e ficar sozinha. Agora você voltou, mas perdeu a visão. Eu não sei o que eu faço! Agora tenho apenas você e não sei o que eu faço! *choro*

Jack a abraçou para consolá-la. Ele queria compartilhar o sentimento de dor com ela, era muito apegado ao irmão, mas como ele não tem olho... Não tinha como chorar com ela, apenas sentir a tristeza.

Foi tentado da melhor maneira possível para que "tudo ficasse bem", mas era complicado. Jack estando cego não podia trabalhar, ao menos não foi encontrado nada até o momento; a mãe dele caiu em estado de depressão, não só pela tristeza da morte do outro filho, como também pela dificuldade de cuidar sozinha do Jack.

O rapaz percebia a dificuldade, mas não podia fazer nada. Era doloroso pra ele a mãe estar submetida a tal nível de dificuldade. Ao menos se o irmão dele estivesse presente, poderia ajudar. O pai dele também, se este não tivesse morrido quando o rapaz tinha 8 anos.

Certo dia, a depressão da mulher estava tão grave que ela morreu. "Desistiu de viver", praticamente.

Mais uma perda na vida de Jack. Pelo o que observo e o que vi, parece que "monstros" como nós, sabem como é sentir dor de verdade. Daí, a partir disso, pode vir a vontade de matar, perseguir, assustar as pessoas. Até quando Jack aguentará essa dor? Como ele virará um mostro? Qual será o seu "hábito" quando isso ocorrer? Continuo curioso quanto a isso.

Vez ou outra Jack tinha ajuda de um vizinho que era a muito tempo amigo da família dele, mas este não podia ajudar toda hora. O rapaz se sentia um inútil e nem sofrer direito podia. Ele queria chorar pela perda do melhor amigo, chorar pela perda do irmão, chorar pela perda da mãe, mas não podia. Ao invés disso, o meio de ele liberar o nível de suas tristeza foi sentir dor, arranhar-se no braço ou na barriga com as unhas até sangrar. Ele estava se sentindo deprimido e ficando louco. Ele não sabia o que fazer, como viver, sendo cego e sozinho.

– Eu não aguento... - certa noite, ele balbuciou. - Eu não aguento mais isso!!

Ele passou pela casa e cada coisa que ele conseguia encontrar ele derrubava e quebrava. Ele estava no seu limite, não conseguir conviver com isso, esta frustrado por nem poder chorar pelas perdas que teve. Jack destruiu tudo que podia na sala da casa, até colocar-se de joelho no chão e quase se machucar um pouco devido a pedaços de vidro e de porcelana pelo chão.

"Eu quero morrer..." Ele pensou.

Jack vasculhou sua mente para se orientar e saber onde ficava o seu quarto, então seguiu na direção do corredor e foi ao cômodo. Vasculhando ele achou o móvel onde ele guardava suas roupas e num fundo falso em uma gaveta havia um arma e algumas balas. Essa arma era apenas para proteção da família, o irmão dele também tinha no seu quarto, mas pra que família? Não havia mais "família" nenhuma para ser protegida. Só havia uma única utilidade para essa arma.

O rapaz a carregou e a apontou para sua cabeça. Quando o cérebro percebe algo que trás risco de morte, ele trás o estímulo que nos faz sentir medo e evitar o que causa o perigo. Apesar de querer atirar, o medo podia facilmente fazer ele mexer a arma no último segundo e evitar ser atingido, mesmo assim, à queima-roupa. Ele então posicionou a arma dentro da boca, apontando pra sua garganta, daí criou coragem e atirou.

O corpo dele caiu imediatamente no chão. O que vai acontecer agora? As coisas não vão acabar pra ele com a morte. A alma dele saiu do corpo, estava inerte, confuso.

– O que... Aconteceu?

Ele se tocou da presença do próprio corpo no chão e se assustou.

– Por quê? O quê?– a sua mente não conseguia assimilar o que ocorreu.

Ele fez para si mesmo várias perguntas. Provavelmente o choque do disparo foi tão grande que causou algo em sua mente que o fez esquecer de tudo que ocorreu antes de sua morte. Jack olhou a sua volta, tentando ver se surgia alguma resposta. Sim, ele estava enxergando, apesar de não ter olhos. "Always watches no eyes."

De repente ele olhou novamente para seu corpo, estava com uma faixa sobre os olhos. Jack tocou sua face e percebeu que, apesar de ser um espírito, estava com ela. Ele a tirou e quando sentiu que no lugar de olhos lá havia um buraco, ele enlouqueceu.

Ele começou a tossir e, de repente, a meio que vomitar um líquido negro e viscoso que também saía pelos seus "olhos". Sua cabeça quase que explodia e ele a segurava com as duas mão. Entrava nela de uma vez várias de suas memórias. Ele lembrou do ocorrido na Guerra, de suas perdas, de tudo. Quando parou de entrar flash backs em sua cabeça, ele retomou o fôlego, apesar de isso ser "uma ilusão", já que ele está morto.

– Quem é você?– perguntou ainda de cabeça baixa. Ele sabe que estou aqui.

Não respondi. Será que eu intervir de mais pode mudar como as coisas podem ocorrer? Talvez não, ele já está "diferente".

Jack elevou a cabeça, olhando pra mim, e fez um sorriso meio sarcástico.

– Você é um anjo da morte? Está formalmente vestido para meu enterro? He he.

Ele estava fazendo gracinha, mas só para não pirar de vez.

– Essa coisa... Tem um gosto ruim...– balbuciou ele, enquanto engolia um pouco do líquido viscoso que saia de sua boca.

De repente foi possível ouvir o som da posta da sala batendo. Alguém deve ter ouvido o som do tiro. Jack continuou sentado no chão, aguardando quem fosse desistir ou entrar. A pessoa entrou e viu a destruíção dentro da casa. "Meu Deus..." A pessoa falou. Rapidamente esta chegou no quarto em que estávamos. Não notou a mim e os espírito de Jack por que eu já estava me ocultando naturalmente e ele por ser um mero fantasma.

– Não acredito que esse garoto fez isso! - disse o homem encarando o corpo.

"Não acredita? Eu perdi tudo e você achou que eu iria querer viver com isso mesmo assim? Não me faça rir." Jack pensou.

O fantasma sentiu uma mera vontade de assustar o homem. Jack não tinha nada contra ele, mas estava com uma pequena curiosidade.

– O suicídeo é uma passagem direta para o inferno, não é? Então não faz diferença eu fazer algo ruim, certo? Olhe isso, "sr. Anjo da Morte".

Jack se aproximou do homem por trás e o arranhou em suas costas, quando este se virou pode ter a visão do jovem sem olhos com um líquido negro que escorria dos buracos. Ele quis gritar, mas rápidamente o fantasma o colocou no chão estrangulando-o. Jack fazia um sorriso psicopata e enquanto estrangulava sua vítima com uma mão, com a outra perfurou a barriga do homem e turou algo lá de dentro. Aquilo era um rim.

Depois de uns segundos o homem perdeu a conciência e morreu. Jack olhou para as mãos cheias de sangue e uma em que estava segurando o rim. Ele lambeu o órgão e comeu um pedaço. É definitivo, ele realmente ficou louco e com um hábito um tanto bizarro.

– E então...– Jack falou - Você não respondeu minha pergunta.

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Notas finais do capítulo

Fiz umas modificações nos detalhes da origem do Eyeless por que, seguindo um pouco de lógica e conhecimentos históricos, é bem provável que o gás que cegou o Eyeless seja o Mostarda, usado no fim da 1ª Guerra. Mais detalhes sobre essa minha teoria no meu blog: http://ghostcreepy.blogspot.com.br/2014/12/eyeless-jack-na-segunda-guerra.html

Eu ia deixar o link dele beeeeem mais na frente na fic, mas sedi essa informação por que seria interessante =D Adianto dizer que tudo presente no blog faz parte do universo de SMB, então algumas coisas lá ditas como fatos podem não ser.



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