Undeniable escrita por quinchillin


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

se pá!



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Rachel poderia ser a melhor amiga de Quinn, mas ninguém entendia tão bem sua mente como Santana.

É na figura de Santana que Quinn pensa depois de ouvir essas palavras saindo da boca de Rachel.

Ela ainda está em pé, imóvel, de frente para a cama onde a morena se encontra, deitada de costas para ela e de frente para a parede. Provavelmente Rachel já está adormecida, e a garota parada à poucos metros dela não consegue parar de pensar em apenas um momento.

Dois dias depois de ter transado com uma desconhecida na festa da faculdade, Santana ligou para ela, com sua característica e forte personalidade de sempre. Ela pedia explicações do sumiço de Quinn depois de soltar a bomba e desligar o telefone. Pediu, delicadamente, para a loira explicar o por quê de dois dias antes ela admitiu que sempre quis foder Rachel fazia um bom tempo.

No segundo ano. E ela não queria foder Rachel, ela simplesmente amava a garota com uma profundidade muito superior.

Quisera Quinn que fosse assim tão simples, apenas uma atração sexual. Antes.

Antes de tudo. Antes de Rachel dizer que retribuía seus sentimentos românticos e de alguma forma iria lutar junto com ela para descobrir aonde eles iriam levá-las.

Depois de uma longa conversa, onde todas as dúvidas foram sanadas e algumas cartas colocadas na mesa, Santana cedeu à postura rígida e irreparável de Quinn, que dizia jamais se declarar para nunca existir a possibilidade de afastamento de Rachel, e perguntou o que a loira iria fazer quando Rachel finalmente namorasse outra pessoa. Quando alguém talentoso que nem a pequena ganhasse seu coração, e Rachel viesse lhe contar as novidades.

Quinn respondeu da maneira mais verdadeira, porém dolorosa, que conseguiu: “Eu serei a melhor amiga dela, Santana. Sempre”

E Santana se enfureceu, pela covardia de Quinn. Porque não importava o quanto Santana queria ajudá-la se ela permanecia com essa ideia fixa na cabeça. Porque Quinn com certeza iria ligar para ela com lágrimas depois de Rachel contar animada que gosta de um menino que ela conheceu.

Quinn apenas perguntou: “Você vai atender quando eu fizer essa ligação?”

É apenas o que ela consegue pensar nesse momento.

Que ela nunca vai precisar fazer essa ligação.



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A loira sai de seu transe. Ela não sabe quanto tempo se passou; provavelmente minutos. Mas não importa.

Quinn se deita vagarosamente na cama, colocando sua frente nas costas de Rachel. O corpo pequeno, inacreditavelmente quente, se aconchega mais à ela, que passa a mão sobre a cintura da morena. Quinn entrelaça suas pernas, suspirando com o quão perfeita é aquela sensação.

Rachel põe seu braço sobre o de Quinn e entrelaça seus dedos.

“Você está acordada, Rach?”, ela pergunta suavemente.

“Eu estava esperando por você”, a voz de Rachel parece rouca e quebrada pelo sono.

Quinn suspira no pescoço da garota menor, “Você lembra o que você falou... há alguns minutos atrás?”

Rachel responde ainda sonolenta, mas com um pouco de vergonha, “...Sim. E eu tirei a roupa na sua frente. Me desculpa se você ficou desconfortável em relação à isso...”

“Eu só não queria que você se sentisse desconfortável. E você parecia bem à vontade”, ela brinca.

“Você consegue me deixar assim”, Rachel responde, agora totalmente desperta e com a voz mais firme.

Quinn aperta ainda mais seu braço em volta da cintura da morena, “Eu sou tão apaixonada por você”.

A pequena solta uma gargalhada feliz.

“O quê?”, a loira questiona, “Eu estou usando o nosso pacto de sinceridade. Só verdades saem da minha boca. E você me enlouquecer de uma forma boa é a mais absoluta verdade”, ela ri.

“...Você tem um corpo lindo, Q”, Rachel divaga e Quinn franze o cenho. Por que Rachel mudou o assunto tão abruptamente? “Eu não...”

“...Eu não...?”

“Você sabe como eu me sinto em relação à algumas coisas, como por exemplo minha aparência...”

Rachel tem a voz quebrada e Quinn percebe que há algo errado. Alguma insegurança ronda a cabeça da diva e ela tem que fazer isso desaparecer. Ela tem que fazer Rachel se sentir bonita exatamente da maneira que ela é, e especial, talentosa, inúmeros outros adjetivos. Quinn sabe que em seu relacionamento amoroso com Rachel não deve existir falhas, ou medos, por mais que pequenos, eles podem implodir e fazer tudo o que foi construído desabar.

“Rachel, vire-se”, ela pede, mas a entonação de sua voz é tão firme que Rachel sente algumas lágrimas brotando no canto dos olhos.

A morena se vira devagar, “Q...”

“Por que você está falando sobre isso agora?”, Quinn pergunta mais calma, depois de ver a expressão chorosa da pequena.

“Eu penso sobre isso, Q... sobre o fato de você ser estupidamente linda, inegavelmente se parecer com um anjo esculpido”

Quinn ruboriza, “Eu aprecio muito seus elogios, Rach”, ela os dedos delicadamente sobre o braço da morena que se mantém em cima do próprio corpo, encolhido, “embora eu ache que você está exagerando, enquanto consegue pensar tudo isso de mim”

“Quinn, você é a garota mais bonita que eu já vi na minha vida”

“Rachel, você é a garota mais bonita que eu já vi na minha vida”, a loira imita a entonação um pouco chateada de Rachel, mas não brincando com suas palavras.

Por dentro, Quinn ferve. Ela sabe aonde essa conversa vai levar, e ela precisa fazer algo à seu favor.

“Você com certeza já viu garotas mais bonitas do que eu, Q...”, Rachel suaviza seu tom.

“Rachel Barbra Berry, você é a garota mais bonita que eu já vi na minha vida”, a loira diz confiante e ambas trocam olhares intensos, “Você é simplesmente a pessoa mais incrível e talentosa que pisou na face da terra, e é inegável a minha sorte em estar aqui do seu lado, enquanto todas as outras pessoas que passaram na sua vida não estão”

Rachel treme. Sua insegurança ainda age forte, rondando sua cabeça com ideias mirabolantes.

Ela não é bonita o suficiente para Quinn, certo?

Agora que os dias de Quinn ali acabariam, que elas retomariam suas rotinas, aulas na faculdade, distância e cansaço atrapalhando o contato... Quinn já se relacionou com outras garotas. Bom, pelo menos outra garota. Ela teve Olívia e Rachel não era cega; Olívia era uma linda e solteira garota de Yale, residência de Quinn. Olívia já teve Quinn de uma forma sexual, mais profunda, coisa que Rachel ainda não se sentia preparada.

Quinn iria voltar para New Haven e elas se encontravam em algum ponto na escala de cinza que virou seu relacionamento. Era óbvio que o medo de Rachel iria tomar conta de tudo; seus pensamentos, suas ideias, suas suposições, sua coragem e seu coração.

“Eu jamais permitirei que você se rebaixe, agora que estamos nos relacionamos, como eu sempre sonhei”, a loira diz emocionada, “Eu nunca mais o farei, e não vou deixar que ninguém o faça, nem mesmo você, Rach”

Rachel deixa escapar poucas lágrimas. Quando elas irão secar, mesmo?

“Não há nenhuma diferença entre nós, Rach. Você é uma linda garota que mora em New York e estuda em uma das escolas de arte mais conceituadas do mundo. Eu sou uma garota que estuda em Yale, em uma ótima universidade e que mora em New Haven”

A pequena diz baixinho, ainda com a voz chorosa, “Você é Quinn Fabray, e eu sou Rachel Berry”

“Eu sou Quinn Fabray, e você é Rachel Berry!”, a loira diz feliz, se permitindo sorrir. Essa constatação sempre seria feliz para ela, “Eu sou completamente apaixonada pela minha melhor amiga, que por acaso é linda, e você é essa melhor amiga”

Rachel sente o sangue em seu rosto aumentar, e tenta engolir o nó que se formou em sua garganta.

“Você sabe das suas qualidades Rach, e eu já disse o quanto eu as amo algumas vezes. Mas eu quero que você entenda bem”, ela segura o rosto de Rachel com uma mão, “que você me atrai fisicamente de uma maneira absurda”

Quinn se mantém firme em suas palavras, porque Rachel tem que entender. Ela não vai se deixar vencer por orgulho ou vergonha de dizer nada. Seu pacto de sinceridade tem parte nisso, mas seu coração também. Ela vai ficar mais tranquila, depois que Rachel saber do seu desejo, quando a distância explodir como uma bomba na frágil nova relação que elas estão construindo.

“Eu nunca me senti tão atraída por alguém como eu me sinto por você, Rach”

Rachel encolhe com aquelas palavras.

“Seu corpo, é lindo... é perfeito. Você é linda, Rach. Do seu fio de cabelo moreno até a ponta dos dedos dos pés”, Quinn solta o rosto da morena e tenta suavizar sua expressão.

“V-você nunca viu a ponta dos dedos dos meus pés, Q”, a morena brinca, se permitindo um sorriso. Ela se sente tão vulnerável, como se todas as palavras de Quinn não conseguissem ultrapassar a barreira de sua insegurança.

Quinn ri, “mas eu sei que tudo em você é lindo. E eu amo. Há tanto para amar em você, Rachel...”

Rachel une suas mãos, e elas se apertam mais na cama, se aproximando uma da outra. Seus rostos estão quase unidos, seus olhos sempre se fitando.

Quinn passa a mão livre pelo cabelo que escorre no ombro da morena, “Seu cabelo é tão macio, Rach. Eu amo acariciá-lo”

A garota menor sente o gesto cheio de carinho e suspira. A mão de Quinn desce até o pescoço da diva, traçando uma linha imaginária com a ponta do indicador.

“Seu pescoço é tão suave, tão alvo e quente...”

A loira se aproxima mais, afastando o cabelo castanho do pescoço, e Rachel não se furta em inclinar um pouco a cabeça para o lado, fornecendo para Quinn o acesso ideal. Beijos doces e quentes são depositados com extremo carinho.

Quinn toma posse daquela terra nunca antes desbravada.

Ela aperta seus lábios, fazendo uma pressão deliciosa e quente. A ponta de sua língua percorre cada parte da extensão do pescoço de Rachel, que apenas suspira de olhos fechados, segurando firme nas costas de Quinn na tentativa de trazê-la para mais perto. A loira decide fazer como Rachel fez algumas noites antes, quando ambas estavam em uma posição parecida com a de agora. Ela abre a boca e beija molhado, sugando a pele branca com os dentes, bem de leve. A resposta que Quinn recebe é simplesmente a coisa mais fantástica que ela já ouviu.

Rachel geme fracamente seu nome, quando todo o ambiente parece estar quente, “Quinn...”

Não há nenhum traço de dúvida na mente de Quinn; só há certezas.

Primeiro, ela é completamente gay.

Porque, porra, essa é a coisa mais sexy que ela já ouviu.

Segundo, Rachel Berry faz seu coração se estrangular dentro do peito quando geme dessa maneira. É além dos limites do aceitável no momento, em que ela sabe que as coisas não irão muito longe.

Ela não pode perder seu foco. Mesmo quando Rachel suspira baixinho e faz carinhos devagar em seu cabelo, incentivando Quinn a continuar.

“Seu ombro, Rach”, a loira desce seus beijos pela parte direita do ombro da pequena, deixando uma trilha de rápidos beijos, “quando eu suspiro e seu cheiro me invade, eu amo o fato de seu cheiro ser tão gostoso”

Rachel está completamente vermelha, e entregue. Ela quer ouvir tudo o que Quinn está disposta a dizer, e aparentemente é muito. Ela precisa desses toques tanto quanto de cada palavra.

Quinn coloca sua mão na cintura da pequena e aperta, trazendo-a mais para si. Rachel suspira.

“Sua cintura é perfeita”, a loira responde num fio de voz. Ela está tão tensa e excitada, mas sabe que tem que se controlar. Nada pode sair do lugar nessa situação que ela está envolvendo Rachel.

Então ela toma uma decisão.

“Confia em mim, Rach, ok?”, Quinn pergunta olhando firme aqueles olhos chocolates lindos brilhando sobre os seus.

A morena assente com a cabeça e volta a fechar os olhos, apreciando as mãos macias, junto à boca de Quinn, passearem por determinadas áreas do seu corpo. De repente Quinn não está mais lá, nem seu calor característico. Ela sente frio depois que o cobertor foi tirado de si e geme pela falta de contato com algo. Abrindo os olhos castanhos que fervem para cima de Quinn, Rachel encontra a loira se dirigindo para o outro lado de sua cama, mas antes ela segura a borda da calça do pijama que a morena está vestindo. Ela arregala os olhos, apenas por causa do choque da ação.

Quinn ainda a encara, esperando uma confirmação silenciosa.

Depois de alguns segundos, Rachel levanta um pouco os quadris para Quinn deslizar facilmente o pijama por entre suas pernas até sair dos dois pés.

Ela está de calcinha, apenas de camiseta e calcinha, enquanto Quinn põe a peça de roupa na cama de Naomi, um pouco longe do lugar onde ela está.

Rachel confia em Quinn; ela é sua melhor amiga. Ela é sua âncora quando tudo o mais parece estar dispersando. Ela representa muitas coisas na vida de Rachel e ambas sabem que há um longo caminho pela frente. Então ela sabe que pode haver malícia nessa atitude da loira, principalmente depois das palavras ditas minutos antes.

Mas ela conhece Quinn e seu coração o suficiente apenas para saber que a loira está tentando provar um ponto. Nada além disso.

Seu peito arfa enquanto o choque incial vai passando, e ela sente Quinn envolvendo seu pé esquerdo com carinho por entre as mãos.

“Q, o quê...”, ela pergunta atordoada, enquanto Quinn apenas sorri.

A loira se senta mais confortavelmente do lado dos pés de Rachel, antes de começar a falar alguma coisa.

“Rachel Berry, as pontas dos dedos do seu pé esquerdo são lindos”, ela brinca.

A morena sente suas bochechas corarem, mas aprecia o carinho que Quinn continua fazendo.

“Tudo em você é magnífico, Rach”, a loira diz com seriedade, “Seus pés...”

Ela passa a distribuir beijos sobre o peito do pé de Rachel, e delicadamente vai subindo para sua canela. A garota maior adapta seu corpo para caber na cama e continuar subindo sobre o corpo da pequena, ainda beijando por cada parte que passa. Da canela para os joelhos.

Rachel fecha os olhos e expulsa as novas lágrimas.

Quinn e seus gestos pequenos, ternos e que causam um verdadeiro terremoto em suas emoções. Ela pensa como pode conseguir ter em sua vida amorosa alguém tão doce.

A loira beija ternamente, selando os lábios por toda a extensão da perna de Rachel, até em cima, e faz o mesmo com a outra perna, desde os pés. Ela não sente pudor, muito menor vergonha desse ato. Ela está grata por finalmente achar uma forma de falar sobre a insegurança de Rachel, sem precisar de palavras. De apenas com carinho e ternura, assegurar para a morena que nada é mais importante do que ela. Ou mais bonita.

Quinn chega até a coxa direita de Rachel. A garota maior aprofunda cada beijo, como se marcasse o caminho nas pernas da morena para sempre seguir por essa direção. Onde houvesse um simples gesto carinhoso, mas cheio de significados.

Mas ambas não conseguem ignorar o calor que se forma em seus ventres. Rachel sequer consegue disfarçar os arrepios que cada beijo de Quinn causa em todo seu corpo. Porque assim como a boca da loira faziam um belo trabalho, as mãos passeavam delicadamente e suavemente por onde os beijos eram depositados.

As pernas de Rachel eram estonteantes. O gosto da pele. O calor. A proximidade. Quinn fechava os olhos e se entregava àquela sensação, em tentar com o máximo de força transmitir seu carinho para Rachel enquanto embebedava e entorpecia todos os seus sentidos com aquela parte do corpo da morena que parecia ser infinita.

Depois de alguns minutos retrocedendo o caminho dos beijos, Quinn engatinha para deitar ao lado da diva outra vez.

“Desculpe tirar o cobertor de você”, ela o coloca por cima das duas, deixando Rachel sem a parte de baixo do pijama.

“Quinn...”, a pequena suspira. Seu corpo está quente e vermelho, os lábios secos e ansiosos.

A loira a interrompe, “Rach, eu quero que você entenda de uma vez por todas: você não precisa se sentir insegura. Não mais. Não enquanto estamos juntas. E não quando formos separadas apenas pela distância, e nada mais”, ela diz firme.

Rachel percebe o quanto os olhos verdes da garota maior estão faíscando; a pupila quase toda dilatada faz o estomago dela vibrar.

“Você é tão linda por dentro quanto por fora. Todas as qualidades que eu mais admiro em você se afloram e se assemelham ao quão bonita você é fisicamente. Suas pernas, Rachel...”, ela suspira, “Por um momento eu quase perco meu controle”, a loira admite baixinho, fechando os olhos, sentindo Rachel acarinhar seu rosto com a ponta dos dedos.

Elas entrelaçam suas pernas e as palavras de desejo de Quinn tomam mais intensidade quando ela sente aquele calor que logo espera estar acostumada; Rachel coloca seu joelho sobre uma perna de Quinn, que passa a sua por cima, aproximando seus corpos.

“Você tem esses olhos...”, Quinn continua, “que transmitem tudo o que você quer dizer. Todas as suas emoções verdadeiras estão impressas aqui”, ela toca com o indicador no tórax da morena, onde fica seu coração, e depois em sua fronte, para indicar seus olhos, “Quando você sorri, e você gargalha... um milhão de coisas acontecem no meu corpo”

Rachel sorri inocentemente, diante de toda a emoção que está sentindo, “Mesmo?”

“Absolutamente. Meu estômago dói do quão fofa você fica quando sorri, e seu nariz franze de um jeito completamente meigo... eu quero fazer você sorrir a todo momento, porque não tem canção mais bonita do que sua voz se atirando à gargalhadas”

“Você acha realmente que há algo assim em mim, Q?”

“Especial?”

“Yeah”, elas se fitam, ambas sorrindo.

“Eu tenho certeza. Quantas vezes eu vou ter que repetir?”, a loira brinca. Ela conseguiu.

Rachel parece mais leve, apesar dos olhos avermelhados pelas lágrimas. Mas ela entendeu suas ações. Ela percebeu suas intenções e seus desejos foram revelados. Quinn conseguiu.

A morena avança sobre seus lábios, inciando um beijo doce e calmo.

Quinn engole o nó na garganta formado pelo nervosismo e ansiedade e beija Rachel com todo amor.




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“Você estava com sono há alguns minutos atrás”, a loira brinca com o cabelo de Rachel, enrolando em pequenas molinhas, para depois soltá-lo. A pequena está deitada sobre seus ombros, envolvendo Quinn pela cintura.

O problema dessa situação maravilhosa?

Quinn só pensava nas pernas nuas de Rachel.

Tão perto. Ela beijou as duas, delicadamente, demoradamente, milímetro por milímetro.

Não era sexo; aliás, estava bem longe disso.

Mas ficava cada vez mais difícil.

“Você está com sono, certo? Me desculpe, Q”, Rachel se apressa em se acomodar mais no canto para Quinn ter o espaço necessário, mas sente mãos quentes a segurarem.

“Calma”, ela ri, “Eu estou com sono, sim. Aliás, já é dia e Naomi deve chegar daqui a pouco”

Rachel olha para a janela e observa os pequenos filetes de sol escapando pela cortina, “Desculpa atrapalhar sua rotina de sono, Q”

“Rach, nada foi mais feliz do que essa última semana, e principalmente do que essa noite”, ela sorri sincera, e o coração de Rachel se aquece. Ela se sente pronta para dizer aquelas palavras novamente. Fazer Quinn sorrir de felicidade e emoção, de um jeito lindo como ela fez na Times Square um segundo antes do ano novo.

“Q...”, ela une seus olhos, fazendo Quinn tremer com a intensidade, “eu vou dormir abraçada com você agora”

Quinn gargalha, porque ela esperava algo muito sério ou grave, “tudo bem, Rach. Eu vou te abraçar agora, antes de você dormir”

Rachel concorda com a cabeça, ainda sem sorrir. Ela suspira antes de aproximar seus lábios devagar e deixar um leve selinho na loira, que na mesma hora beija a boca quente que vem até ela.

“Eu te amo, Q”

“Eu te amo, Rachel”, Quinn responde emocionada outra vez. Oh, Deus.

Ela tem milhões de pensamentos. Trilhões de frases se formam em sua mente, as letras se unem, formando as palavras que formam coisas incompreensíveis.

Porque tudo o que está fazendo sentido para Quinn agora é apenas isso.

“Eu te amo, Rachel”, ela repete, e sente Rachel se virar e aconchegar suas costas na sua frente.

Alguns minutos se passam, enquanto as duas sentem o sono submergi-las e o ambiente sereno tomar conta. Quinn dividida entre pegar no sono de uma vez, fazer seu cérebro descansar porque senão vai entrar em transe, e sentir em suas pernas a exata textura da calcinha branca que Rachel veste nesse momento.

“É minha última noite feliz, e seu calor está nas minhas costas”, a morena geme, um pouco adormecida, antes de se afundar de vez.




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Naomi passou três semanas das férias em Portland, sua cidade natal. Ela não imaginava que o ar de Oregon faria tanta falta. Ou o verde da cidade, que parece natureza de verdade, não uma natureza quase artificial que ela tem que se deparar nas ruas de New York, quando não há tempo para ir até o Central Park. Ela reviu seus primos, e boa parte de seus amigos.

Cinco horas de vôo depois, ela está em New York. É dia primeiro, e suas aulas começam amanhã. Ela sai do aeroporto em um táxi, ainda usando o travesseiro de descanso para pescoço rosa estiloso que ganhou de presente, que com certeza Rachel vai dizer que é muito hipster para seu gosto.

Aliás, ela está com muitas saudades da pequena.

Ela aprendeu a amá-la como uma melhor amiga. Rachel é tão frágil e vulnerável à seus olhos. Já sofreu tanto nas mãos de bullies co colégio, inclusive a própria Quinn, e depois vem as merdas da faculdade.

Ela sabe o quanto o mundo pode ser cruel. Ela é um exemplo de como o incomum afasta as pessoas por simples preconceito; a diferença é que ela não liga para isso, e assim não se machuca.

Mas Rachel liga, e ela não quer que Rachel se machuque.

Fazia alguns dias que ela não se comunicava com Rachel, desde a sua última troca de mensagens. Rachel se declarou para Quinn após uma crise de choro e elas estavam se resolvendo, iriam até a um encontro. Naomi torcia para esse casal, porque ela sabia que embaixo de muito lixo, de tudo de errado que já aconteceu com essas duas meninas, elas se amavam muito e Quinn era completamente dominada e apaixonada por Rachel.

NYADA continua a mesma, ela pensa quando entra em seu bloco. Ela não quer cumprimentar nenhum colega ou conhecido agora; tudo o que Naomi pensa é que sua cama quentinha a espera. Ou até mesmo no chão, ela não se importa, deixaria Quinn dormindo confortável. Mas pelo amor de Deus, ela precisa fechar os olhos e curtir sua noite de sono que ela não teve na noite passada, dentro do avião.

Ela demora para achar o cartão que abre sua porta dentro da mala. Primeiro ela abriu a mala errada, depois achou o objeto lá no fundo da outra.

Tudo bem, apenas mais alguns passos, e todo seu dormitório estará do jeitinho que ela deixou, apenas esperando por ela: seus cobertores quentinhos, sua cama fofinha e seu travesseiro confortável.

Rachel provavelmente não está acordada numa hora dessa, nem Quinn, então ela só pensa em pegar suas coisas, fazer sua cama no chão e confortavelmente dormir.

Mas quando abre a porta do dormitório, seu sono se extingue e ela arregala bem os olhos.

O sol que entra pela janela do quarto confirma sua visão: há duas pessoas deitadas na cama de Rachel. E elas estão dormindo de conchinha.

Um dejá vù aparece rapidamente no pensamento de Naomi, que viu aquela cena há tempos atrás. Por Deus, parecem eras, ela suspira. As duas são adoráveis juntas. Elas se completam até fisicamente, já que o corpo de Quinn alcança todo o corpo de Rachel e cria uma camada protetora, um casulo de braços e pernas por cima dela.

Ela fecha a porta vagarosamente, em silêncio. Vai até a beirada do quarto e arruma de forma rápida sua mala no armário, tirando apenas as coisas mais importantes. Sem trocar de roupa, Naomi se deita, em sua cama, que está completamente fria.

Mas vale à pena. Ela sentiu falta de seu travesseiro fofinho, e é tão bom poder descansar o corpo em uma posição agradável. De repente ela chuta alguma coisa enquanto tenta se arrumar na cama para se esquentar.

“Mas que merd...”

A calça do pijama que ela reconhece ser de Rachel cai no chão. Ela levanta a sobrancelha e sorri.

Depois olha para o lado, onde tanto Quinn quanto Rachel dormem serenamente.


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Notas finais do capítulo

aí pans!



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