Pelo meu pai, irei comportar, mesmo com vontade de dar uns tapas no Bruce. Não que ele tenha feito algo agora, pelo contrario, enquanto dirigia o carro já que estamos indo no meu carro e somente eu dirijo Bruce se comporta, deve achar que poderei perder a direção e causar algum acidente dependendo do que falar.

Estaciono o carro em frente ao restaurante e saímos. Entramos e me aproximei do Metri.

— Boa Tarde. - Cumprimentou o Metri com um sotaque francês.

— Boa Tarde. Reserva no nome de Scarlett Leight. - Digo

Ao ouvir meu nome, acenou em concordância, nem precisou olhar o livro de reservas.

— Se pudesse mudar a mesa de duas pessoas para três, me deixaria muito satisfeita. - Peço

— Claro, senhorita. Por aqui, por favor. - Pediu para acompanhá-lo

Quando chegamos na mesa, o metri foi puxar a cadeira para mim, mas Bruce o impediu e o fez no lugar do metri.

— Mostrar que é um cavalheiro, não me faz mudar a opinião sobre você. - Digo sentando.

Ele emburra a cadeira para frente e então sinto sua respiração no meu ouvido.

— Não muda, mas melhora. - Sussurrou roucamente.

Senti um arrepio passar pelo meu corpo.

— Não creio que isso ajudará. - Respondo pegando o menu.

Meu pai balança a cabeça em negação. Pai, to tentando ser legal, mas ele não está ajudando.

O Metri chamou um garçom e logo fizemos nossos pedidos. Devo dizer que vai ser difícil conseguir comer, mordendo minha língua a cada cinco segundos.

— Espero não ter atrapalhado o almoço de vocês. - Disse Bruce me olhando

— De maneira nenhuma, Sr. Wayne. - Respondeu meu pai

— Claro que não. Afinal, o almoço seria muito entediante sem sua companhia. - Ironizo

Ok, acho que a cada dois segundos. O playboy soltou uma risada e meu pai, bem, nem olhei sabendo o que me aguarda.

— Mas me diga Bruce, onde você esteve esses anos todos? - Pergunto querendo mudar o clima.

Claro que não preciso conhecer a resposta, para saber que estava curtindo a vida, enquanto ignorava suas responsabilidades.

— Viajando por ai. Respondeu rapidamente E você? Soube que fez sua fortuna sozinha.

Chegam nossos pedidos. Claro que ele deve ter feito uma pesquisa também.

— Sim. Não queria ajuda dos meus pais, então quando fui morar em Metropoles, me virei em viver lá. Já tinha nome no mercado, mas quando conheci aquela mulher, foi quando estourou a marca. Depois disso, não foi difícil conseguir investir em outras áreas.

Infelizmente, aquela cretina ajudou por minha marca de vez no mercado. Mas o resto, consegui sozinha.

— Deve ter ficado muito orgulho, Sr. Leigh.

— Muito orgulho das conquistas da minha filha.

Meu coração encheu de felicidades, mesmo sabendo, gosto de ouvir.

Pude sentir que Bruce ficou mal, já que infelizmente não ouvira isso dos seus pais.

— Agora que voltou, planeja fazer algo? - Questiono mudando de assunto

— Por enquanto, estou conhecendo a empresa, mas tenho alguns projetos.

Interessante, o que significa que você deixara sua empresa nas mãos do Earle e irá gastar a grana em festas e mulheres.

— Bom.

— Vai trabalhar na sua área de especialidade, Sr. Wayne? - Perguntou meu pai

— Ainda não sei. - Respondeu antes de tomar um gole da sua bebida

Os garçons trocaram os pratos. Notei Bruce olhando para a mesa ao lado, onde tinhas duas belas jovens. Sério mesmo que vai flertar em pleno almoço? Só balanço a cabeça em negação.

— Lady Sexy agora é toda minha, papai. - Informo ao meu pai

— Seu irmão conseguiu comprar?

— Fez um acordo generoso. Seria idiota dizer não. - Digo sorrindo

— Agora está livre dela.

— Sim.

As jovens estão entrando ao delírio, se alguém jogar milho ali, as duas ciscam.

— Parece que ontem, Batman fez mais uma captura de carga. - Comentou meu pai

— A cidade vai melhorar agora. - Digo

— Você apoia o mascarado? - Questionou Bruce curioso

— Ele está fazendo um bem para nós. Fazendo algo que infelizmente, os policiais não podem fazer.

— Mas dizem que ele é um bandido. - Comentou

— Para mim e para outras pessoas, é um herói.

Ele me respondeu com um sorriso, parecia que eu estava elogiando ele. Se tivesse que elogiar, não usaria essas palavras, acho que não usaria palavras bonitas.

O telefone do meu pai toca e ele se retira da mesa. O playboy olha para a mesa novamente e as duas acenam em cumprimento, e ele ao responder o gesto, as duas soltam uma risada alta.

— Se quer ir falar com aquelas jovens, a vontade. - Digo tendo certeza que meu pai não irá escutar

— Isso é ciúme? - Perguntou me olhando profundamente

— Se era para ser uma piada, foi sem graça.

— Scar, o que fiz para você?

— Além de ter sido um imbecil comigo, naquele telefonema.

— Não era um bom dia para mim e me arrependo amargamente como a tratei. Perdoe me.

Fui pega de surpresa, não esperava um pedido de desculpas. E parece tão sincero, que fico sem ação. Scar, isso não muda nada.

— Foi a muito tempo, Bruce. - Digo tentando soar indiferente. - Mas isso não muda o fato que o novo Bruce não me agrada.

Ele soltou uma risada seca, mas antes que pudesse perguntar o que significa, meu pai voltou e terminamos o almoço com o clima um pouco mais leve.

No caminho, preferi o silêncio e deixei os dois conversando. Não tinha motivos para conversar ou dar respostas. Ao parar no semáforo, aproveito e pego meu celular que ficou vibrando o almoço todo e não estou surpresa quem foi o chato que ficou ligando. Dessa vez, mandou sms, ele não vê que não quero conversar. Ele ligando de novo, só que desligo bem na cara.

Bruce que estava no meu lado, viu a tela do meu celular. Nossos olhos se encontraram, e fico feliz por não ter feito nenhum comentário, somente me olhou com compreensão.

Chegamos a empresa, me sinto tão cansada, que minha vontade é voltar para casa e dormir, mas tenho compromisso com minha mãe.

— Tchau, filha. Cuidado na direção. Disse meu pai preocupado

— Pode deixar. Tchau.

Bruce permaneceu dentro do carro.

— Não querendo ser grossa, mas sendo, tenho os compromissos ainda. Então o que tiver dizer, diga logo. - Falo sem paciência.

— Obrigada pelo almoço, me divertir.

— Imagino o quanto, já que pegou os telefones daquelas jovens. - Digo revirando os olhos.

Ele saiu do carro, mas se apoiou na janela do mesmo.

— Queria saber, se gostaria de jantar comigo. Pediu

Esse não desiste mesmo.

— Deixa eu ver... Não!

Dou partida no carro, o deixado com seu ego. Só porque almocei com ele, não quer dizer que me derreter toda.

~~

— Mas filha, você tem que ser pelo menos educada. - Brigou minha mãe.

Andamos pelos corredores da fundação que minha mãe cuida. Ela sempre foi uma defensora as artes e criou a fundação para que crianças carentes tivessem a chance não só de conhecer, mas também seguir a vida profissional nesse ramo.

— Mamãe, eu fui super educada. - Digo tentando segurar a caixa de livros

— Não entendo o por que o trata assim. Ele não fez nada. - Comentou abrindo uma porta e entramos na biblioteca.

— Ainda não fez. Eu conheço o tipo dele. - Rebato a seguindo até uma estante

— Não significa que ele é igual aquele trouxa. - Disse pegando um livro dentro da caixa

— Podemos mudar de assunto. - Peço

— Só digo que deveria dar uma chance ao Bruce.

Ela deveria deixar de jogar a casamenteira comigo.

— Espero que não se importo, mas gostaria de ajudar a fundação. Mudo de assunto Eu poderia dar aulas de design de moda.

— É uma ótima idéia.

— E sobre os materiais, sei que são caros, mas podemos adaptar para que façam em barbies, pelo menos até conseguimos tudo que é necessário.

— Sim, podemos fazer isso. Claro que conseguiremos tudo, na festa de arrecadação de fundos que será daqui a quinze dias. Tenho certezas que iremos ter um recorde esse ano e ainda mais com meu plano.

O que será que ela vai aprontar? E por que está olhando para mim desse jeito?

— Por que acho que estou metida nisso?

— Porque vou precisar da sua ajuda. - Apertou minha bochecha carinhosamente - Não se preocupe.

Ela se afastou e foi conversar com a funcionária que estava mexendo em outra prateleira. Como não se preocupar, se conheço bem a peça que é. Só espero não me envolver numa confusão.