Addicted to you escrita por beckscas


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

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Já fazia dois dias desde que Castle havia visto Beckett no shopping. Ele não foi falar com ela, mas pode ouvir sua voz de longe, infinitamente mais doce do que ele lembrava. Na janela do quarto de hóspedes do apartamento de Alexis, ele encarava a Lua, tentando absorver alguma sabedoria da letra do The Smiths que tocava ao fundo. Estava sozinho pois sua filha foi para o show da banda do novo namorado. Ele havia gostado de George, apesar de não admitir isso em voz alta.

Sua mãe havia lhe deixado uma mensagem na secretária eletrônica, avisando que tinha acabado de chegar em Paris. Martha estava em uma turnê pela Europa com sua companhia de teatro, mais feliz e dramática do que nunca.

Castle tentou escrever um pouco mas não conseguia tirar da sua cabeça a cena de Kate com uma criança no colo e acompanhada do detetive Hunt. Ela estava feliz, com uma família. Beckett tinha seguido em frente. Por que ele não conseguia fazer o mesmo?

Ficou martelando em sua cabeça a possiblidade de convidá-la para um café, pelos velhos tempos e lhe entregar o último livro da série inspirada nela. Kate não seria mais sua musa.

Claro que ele não esperava que ela estivesse sozinha depois de quatro anos, mas vê-la com uma família formada, mexeu com ele. E fez com que as velhas feridas recomeçassem a doer. Era para tudo ter sido mais e melhor entre eles, mas não foi. E agora, depois de todo esse tempo, ele reconhecia que a culpa era dele.

“Você nunca a deixou se explicar.” Foi o que Lanie falou na última vez que ele foi no precinto. Mas não havia explicação, não é mesmo?

Richard pegou o celular no bolso da calça jeans e pediu um favor para um amigo da polícia de Londres. Em poucos minutos estava com o endereço de Beckett anotado em um dos post-its que pegou na mesa de estudos de Alexis.

Depois de algum tempo pensando no que devia fazer, achou melhor observá-la durante algumas horas antes de ir falar com ela. Queria falar com Beckett a sós e não com o marido dela a tira colo.

Castle a havia perdido definitivamente. Não tinha como voltar e mudar o passado. Com essa constatação, ele se permitiu chorar pela primeira vez desde a noite que eles terminaram.

XXXXXXX

Kate estava um caco. Já eram quase 10 horas da noite quando terminou os relatórios do último caso. Saiu do precinto e no caminho para casa colocou as músicas em modo shuffle. Quando chegou, dispensou a babá de Sofia e antes mesmo de tirar os saltos, foi até o quarto da filha. Ela já estava dormindo profundamente. Kate foi até ela, lhe deu um beijo na testa e ajeitou seu cobertor. Seu bebê estava crescendo, concluiu ao perceber que o cobertorzinho não a cobria mais totalmente.

Ao ver a caixinha de músicas na cabeceira da cama de Sofia, a detetive sorriu com a lembrança. Foi a primeira coisa que Kate comprou quando descobriu que estava grávida de uma menina. Ela acreditava que depois de tantas vozes em ritmo frenético e confuso, a filha fosse ouvir sua caixinha de música. Sentir a melodia, gargalhar, ditar o ritmo e a velocidade. E aos poucos perceber que tudo precisa de um impulso para funcionar. Até a gente.

Depois de um banho quente, Kate pode finalmente ir para cama, mas antes de cair no sono, parou para pensar sobre a decisão que tomou de ir para Londres quando descobriu a gravidez e chegou à conclusão de que pessoas que provocam rupturas em suas próprias vidas, seja de que nível forem, e estão dispostas a, mesmo com dores, recomeçar do zero, podem ser chamadas de tudo. Insensatas, inconsequentes, incompreendidas, impulsivas, menos de fracas.

Sair da zona de conforto é para poucos.

Sair da zona de conflitos, é para pouquíssimos.

XXXXXXX

Quando amanheceu, Beckett preparou suas panquecas de chocolate especiais para Sofia. Era sábado e aproveitou a manhã ensolarada, algo que acontece raramente em Londres, para levar sua filha ao parquinho perto de casa.

– Harry! – Sofia correu quando viu o amiguinho brincando na caixa de areia. Sua mãe, Emily, estava do lado dele e abraçou Kate quando ela se aproximou.

– Ei, parece que não te vejo há uma eternidade!

– Que exagero, Ems! Te vi há dois dias no aniversário do Harry. – Beckett a lembrou. Às vezes esquecia como a esposa de Hunt conseguia ser tão exagerada.

– Mas nem deu tempo conversar. Juro que só organizo outra festa de aniversário daqui há uns dois anos!

Observando os filhos de longe, Kate e Emily ficaram conversando, até o momento que a detetive viu a última pessoa que esperava ver.

Ele não havia mudado muito. Estava mais magro e os primeiros fios brancos o deixaram ainda mais charmoso e sofisticado. Ele não sorria, nem andava na direção dela, apenas a encarava fixamente, como se a convidasse para uma conversa silenciosa.

Emily percebeu a amiga empalidecer de repente e perguntou se ela estava se sentindo bem. A única coisa que Kate queria fazer era pegar Sofia no colo e sair correndo o mais rápido que conseguisse. Mas antes de agir por impulso, se deu conta de que iria expor sua filha se o fizesse. Castle não é idiota, ele iria perceber a semelhança e ligar os pontos. Ela não poderia deixar isso acontecer.


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Notas finais do capítulo

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