Addicted to you escrita por beckscas


Capítulo 13
Capítulo 13




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Kate tinha passado geleia e creme de amendoim nos pães e os três comiam descontraidamente seus sanduíches com suco.

Depois da conversa, o clima estava infinitamente mais agradável. Beckett estava mais leve e divertida, um peso tinha saído de suas costas. Castle também estava mais relaxado e até puxou Kate para brincar de bolhas de sabão com ele e Sofia.

Era o primeiro programa em família dos três e eles não pararam de brincar até o fim da tarde. O caminho de volta para casa foi silencioso pois Sofia estava sonolenta. Ela estava cansada depois de ter passado o dia correndo e pulando com os pais.

– Lembra que eu te falei que preciso te mostrar uma coisa? – Kate perguntou quando já estavam entrando na rua de sua casa. – Se quiser, pode ficar para jantar e então te mostro.

– Eu adoraria.

Castle foi até o banco de trás e pegou a filha no colo. Ele pensou que ela já estava dormindo e se surpreendeu quando a ouviu falar baixinho em seu ouvido.

– Rick, você sabe fazer pizza?

– Sim, eu sei. - ele falou em resposta já entrando pela porta que Kate tinha acabado de abrir.

– Você pode fazer pizza para o jantar? - ela perguntou ainda com a cabeça encostada no ombro dele, mas seu tom de voz estava animado e não mais sonolento.

– Só se você me ajudar!

Ele colocou a filha no chão e ela começou a pular em volta dele, toda animada.

– Siiiim! Eu vou te ajudar!

– Posso saber o porquê de tanta animação? - a detetive questionou já voltando da cozinha, aonde tinha ido deixar a sacola com as vasilhas vazias.

– Eu e a Sofia vamos preparar o jantar. - Castle explicou, deixando nas entrelinhas que seriam apenas ele a filha. Não conseguiria ficar só mais um segundo do lado de Kate. Já tinha passado o dia inteiro lutando contra o seu impulso de puxá-la para um abraço ou de envolver sua mão na dela dentro do carro.

– Eu vou ajudar. - ela se prontificou enquanto tirava o casaco e o gorro da filha.

– Não... Não precisa, Kate. Eu e essa mocinha damos conta do recado! - O que mais ele poderia alegar? Não, Kate, não posso fazer o jantar com você porque quase morro de vontade de te beijar quando estamos juntos. Ou seria melhor: você não pode ficar porque mal consigo respirar perto de você.

Sofia foi na direção de Castle e abraçou suas pernas, como se afirmasse para a mãe que ela poderia deixar tudo nas mãos deles.

– Vocês venceram. - ela virou as palmas das mãos na direção dos dois e baixou a guarda, em sinal de rendição. - Mas não baguncem toda a minha cozinha.

– Eu te chamo quando terminarmos. - Castle lançou um sorriso em agradecimento que fez o coração da detetive mudar de ritmo.

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Kate aproveitou o momento para tomar um bom banho de banheira para tentar acalmar suas emoções. Colocou os seus sais na água morna e entrou sentindo os seus músculos relaxarem pouco a pouco. Ela simplesmente não conseguia entender. Apesar de todas as mágoas, brigas e ressentimentos, bastou apenas uma faísca entre eles para que tudo ao seu redor se tornasse absolutamente questionável. Sim, ela estava grata por ele ter retirado o pedido de guarda e pelo pedido de desculpas. Essa é uma das coisas que ela mais amou, ou seria ama, nele: Castle sempre sabe quando pedir desculpas.

A detetive encostou a cabeça na borda da banheira e colocou as mãos nas têmporas. Não conseguia lembrar da última vez que havia se sentido tão confusa em relação aos próprios sentimentos. Não podia negar toda a tensão que os rodeou durante a tarde no parque. Não era uma tensão ruim, na verdade, era uma tensão familiar, quase a mesma que ela sentia nos anos que passou apaixonada por ele em segredo. Será que recomeçariam a mesma dança? Existem coisas que simplesmente não mudam, mesmo que queiramos.

Ela sentiu as pontas dos dedos começarem a enrugar e viu que era hora de sair do banho. Se enxugou, passou o seu hidratante de cerejas e vestiu uma blusa larga com um short um pouco mais longo dos que costuma usar em casa. Não conseguia tirar da cabeça os momentos que aconteceram um pouco mais cedo. Ele a puxando para brincar, a mão dele a envolvendo quando ele foi pegar Sofia do seu colo no meio da brincadeira... Era visível a conexão entre ele e a filha, ela conseguiu sentir todo o amor de Castle pela pequena e isso só fez com ela ficasse ainda mais confusa.

Kate olhou para o relógio do lado da cama e constatou que já havia se passado quase uma hora desde que eles haviam chegando, mas conhecendo Castle como conhecia, ele provavelmente iria passar mais tempo brincando com a filha do que cozinhando. Ela pegou um livro qualquer na estante e deitou na cama. Precisava tirar ele da cabeça.

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Depois de umas duas horas entre sorrisos e brincadeiras com a filha, Castle tinha conseguido fazer o jantar e havia tentado colocar tudo em ordem. Subiu as escadas e ficou parado na porta aberta, com o ombro encostado no batente, observando cada detalhe do quarto da detetive. A família de elefantes enfileirados que ela usava na mesa do 12th, as cores neutras das cortinas, o violão encostado em um canto do quarto. Ele estava de olho em tudo, ou melhor, de olho nela. Afinal, cada pequeno detalhe revelava algo a mais dessa nova Beckett.

Ela sentia os olhos de Castle a observando, mas não teve coragem de tirar o livro da frente do rosto.

– Você não vai fugir.

– O quê? - ela perguntou, assustada.

– Pensa que vai ficar aí numa boa lendo seu livro enquanto eu e a Sofia ficamos lá no acampamento?

– Acampamento? O que raios você fez? - sabia que Castle era louco, mas o quanto ele era? Não esperou uma resposta dele e em um pulo já estava de pé.

O escritor começou a rir de um jeito gostoso e relaxo. Então, foi até Kate, esticou o braço na direção dela e tirou uma mecha de cabelo de seu rosto, ajeitando-a atrás da orelha. Aquele era o primeiro contato físico direto entre eles. A sensação foi a mesma de sentir uma carga elétrica percorrendo todo o seu corpo.

– Calma, só fizemos uma barraca na sala. - ele se explicou e em um ato impensado, envolveu a mão de Beckett na sua e a puxou em direção à sala. Ela sentiu o corpo reagir aquele toque inesperado, mas se permitiu ser guiada, seu coração estava descontrolado.

Castle havia arrastado os móveis da sala para criar um grande espaço. Vários lençóis estavam presos no teto e nas paredes com fita adesiva, no formato de uma barraca. As luzes estavam apagadas e o ambiente estava iluminado apenas por lanternas e velas.

Sofia já estava dentro da barraca, sentada em uma das várias almofadas que o pai tinha colocado lá dentro para deixar o lugar mais confortável.

– Gostou da nossa barraca, mamãe? - dois pares de olhos azuis esperavam impacientemente sua resposta.

– Essa é a melhor barraca que eu já vi! Vocês fizeram um trabalho incrível.

Castle e Sofia comemoram a aprovação de Kate e a filha a chamou para se sentar do seu lado. O escritor entrou logo após ela e imediatamente estendeu um pedaço de pizza para a filha.

– Cadê os pratos? – Kate perguntou ao ver a garota comendo o pedaço de pizza com a mão.

– Estamos em um acampamento, mamãe. Não temos pratos. – Sofia explicou, arrancando sorrisos da mãe.

Kate, que era a única que não estava comendo, pegou um pedaço de pizza e suspirou quando provou.

– Isso está realmente uma delícia – ela elogiou – Quem fez?

– Eu! Eu! – Sofia começou a gritar e apontar para si mesma. Não tinha como negar que ela era filha de Castle.

Os três ficaram comendo a pizza e brincando de fazer sombras com a luz da lanterna. Sofia gargalhava a todo momento e os olhares entre Castle e Beckett eram inevitáveis, mas por algum motivo, nenhum dos dois se sentia desconfortável.

Kate percebeu que Sofia havia começado a bocejar e a coçar os olhinhos e viu que era hora de coloca-la para dormir, mas antes que se levantasse, Rick criou coragem para pedir algo que queria a muito tempo.

– Eu posso coloca-la para dormir? Eu até leio uma historinha.

Sabia que seria algo importante para ele, então, Kate apenas concordou com um leve sorriso, beijou a testa da filha e deixou que o escritor a levasse para o quarto.

– Castle. – ela o chamou antes que ele subisse a escada. – Eu vou te esperar aqui na sala.

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– ... e todos foram felizes para sempre. – Castle olhou para a filha que lutava contra as próprias pálpebras. Ela já estava com o seu pijama de estrelinhas, toda enroladinha no cobertor e abraçada com o seu ursinho.

Castle se curvou para beijar a testa da filha e suspirou ao sentir ela colocar os bracinhos ao redor do pescoço dele. Era incrível o amor que sentia por aquela pessoinha.

– Boa noite, princesa. – ele falou já indo na direção da porta.

– Rick, você é a minha pessoa especial? – Sofia perguntou com a voz já sonolenta.

– Pessoa especial? – ele questionou, confuso.

A menina sentou na cama e pegou alguns desenhos de dentro da gaveta do criado mudo e os estendeu para o escritor.

– É esse, olha. – ela apontou para os desenhos – A mamãe sempre me falou dele. Ela disse que ele me ama sem me conhecer. Antes você não me conhecia e você me ama, não é mesmo? – Castle sentiu as lágrimas se formarem e abraçou a filha. Não sabia se estava mais surpreso com a lógica de uma menininha tão pequena ou pela descoberta de que Kate falou dele para a filha. Era ele, certo?

– Sim, Sofia, eu te amo. Muito. E bom... vamos ter que descobrir se eu sou mesmo essa tal pessoa especial, ok?

– Ok. – a garotinha confirmou e voltou a deitar na cama. O pai ajeitou mais uma vez o cobertor nela, ligou o seu abajur e foi na direção da sala.

Estava ansioso pois não fazia ideia do que Kate iria lhe mostrar, e agora uma onda de curiosidade invadia seu corpo. Ele era mesmo a tal pessoa especial de Sofia?

Quando ele chegou na sala, a detetive havia desfeito toda a barraca e o ambiente já estava completamente organizado.

Ela estava sentada no chão, com as costas apoiadas no sofá e quando o viu, estendeu uma taça de vinho tinto para ele.

O escritor aceitou a taça e sentou ao de Beckett em uma distância segura. Não podia deixar de perceber o quão linda ela estava apenas com a luz das velas iluminando o seu rosto.

– Estou curioso. O que tem para me mostrar?

Ela pegou uma caixa azul que estava na mesinha de centro e entregou para ele. Castle bebericou um pouco do vinho e abriu a caixa. Antes que ele se desse conta do que eram todos aqueles papeis lá dentro, Kate pegou a taça da mão dele e colocou na mesinha junto com a dela.

– São fragmentos da vida da Sofia. – Kate explicou ao ver a expressão confusa dele.

No mesmo momento, Castle começou a desvendar a caixa com a ajuda dela.

– Esse foi o primeiro ultrassom. – Kate descrevia cada foto, cada papel e ele ouvia tudo atentamente, tentando controlar a emoção de estar vendo uma parte da vida da filha que ele havia perdido.

– Você estava linda grávida. – ele falou e estendeu a foto para que ela pudesse ver. Kate sentiu o rosto corar. – Richard viu mais algumas fotos de Sofia bebê e de Kate grávida, até que achou uma foto que estavam ele e Beckett.

– Nós tiramos essa foto na sua cama. – ela disse timidamente.

Ele não conseguia parar de sorrir ao ver a foto. Ela estava com os cabelos bagunçados e com uma blusa larga. Kate estava encostada no peito dele e os seus braços o envolviam em um abraço aconchegante. Ele estava sem camisa e segurava a cintura dela com um braço e com o outro segurava a câmera.

Ele se lembrava muito bem do dia que haviam tirado aquela foto. Na verdade, ele lembrava de todos os dias que passou do lado dela. Sentia falta das tardes de domingo que passavam na sua cama. Das invenções gourmet juntos. Das inúmeras desculpas para dormir um na casa do outro no meio da semana. Sentia falta das cócegas para fazer ela passar vergonha no meio do cinema. Dos pseudônimos usados na hora de fazer reserva em algum restaurante. Das conversas infinitas.

– Eu lembro do dia que nós tiramos essa foto. – ela cortou o silêncio com um leve sorriso. – Eu estava no loft e nós inventamos de fazer um bolo de aniversário para Alexis e acabamos sujando tudo de farinha. – Era isso mesmo o que ele tinha acabado de ouvir? Apesar de tudo, ela ainda tinha boas lembranças dos momentos deles juntos?

– Você lembra?

Kate mal havia terminado a frase quando Castle colocou suavemente a maldita mexa de cabelo que sempre cai no seu rosto atrás da orelha novamente. A saudade falava mais alto do que qualquer outro sentimento e a única coisa que o escritor conseguia pensar naquele momento era em como queria sentir os lábios dela nos seus mais uma vez.

Richard puxou o rosto dela para mais próximo do seu e sem pensar duas vezes, ele deslizou a mão até a nuca de Beckett e a beijou. De princípio, ela não reagiu, mas a intensidade de Castle era tanta que a detetive não conseguiu resistir. Foi um beijo de verdade, cheio de vontade e ao mesmo tempo surpreendente. Em poucos segundos, a proximidade entre os dois não era suficiente para matar todo o desejo, amor e saudades de todas as noites, horas e dias que passaram separados. Então, ele aprofundou o beijo e em resposta Kate soltou um suspiro, ou seria um gemido, ainda com os lábios colados nos dele. Eles queriam mais. Precisavam de mais. E assim aconteceu.

Kate lançou seus braços em volta do pescoço dele e o apertou contra si, o envolvendo em um abraço apertado, quase desesperado. Castle a puxou pelo quadril para mais perto de si com a mão livre. Ele não queria soltá-la de jeito nenhum. Mas, repentinamente, em um momento de lucidez que ela não sabia de onde tinha vindo, Kate colocou suas mãos no peito de Castle e o empurrou com força. Ele se afastou o suficiente para quebrar o beijo e lançou um olhar assustado para ela.

– Kate... - ele estava com a voz cortada, consequência da respiração acelerada. Castle não sabia direito o que dizer, mas conhecia muito bem aquele olhar. Ela estava com medo.

– Rick, não fala nada. - ela pediu enquanto se levantava do chão e levava a mão aos lábios vermelhos - Finge que isso não aconteceu.

– Você não...- ele tentou argumentar, mas Kate o interrompeu.

– Vai embora. - ela mandou com o coração em pedaços ao ver as expressões dele: confusão, angústia e um restinho de desejo.


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Notas finais do capítulo

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