POV CLARK

Eu tinha decidido passar a tarde na casa de Shayera e John, precisava ficar um pouco com os meus amigos, depois de uma manhã cheia no Planeta Diário. Lois estava ficando mais insuportável do que o normal e isso me deixava muito irritado. Era difícil tentar ficar no mesmo lugar que ela, ainda doía, depois de tudo o que ela fez...

John e Shayera me receberam muito bem em sua casa e logo que cheguei, vi Wally brincando com Rex na sala e fui me juntar a eles. Adorava passar um tempo com essa criança, amava Rex.

– Tio Claaark! – gritou Rex assim que me viu.

– Rex! – disse assim que ele pulou em cima de mim.

Mal dava para acreditar que tinha dois anos de idade. Não acreditava ainda que tinha se passado dois anos.

Dois anos que mudaram completamente a vida das pessoas...

– Tio, o titio Wally não sabe brincar! Ele rouba! – reclamou para mim.

Olhei para Wally que começou a rir.

– Roubei nada! Você que tá roubando! – disse Wally fingindo está emburrado.

– Roubei nada bobão! – disse Rex para ele.

– Roubou sim!

– Roubei não!

– Roubou sim!

– Roubei não!

– Chega! – disse Shayera parando em nossa frente – Quem é a criança aqui? – perguntou.

– O titio Flash! – reclamou Rex.

– Que mentira. Eu sou o mais maduro daqui. – respondeu Wally fazendo com que todos rissem.

– Eu sinto muito em te dizer isso amigo, mas você não é nem um pouco maduro. – disse para ele.

– Magoou Clark! – disse ele fingindo estar ofendido.

– Chega de discussão e vamos comer. – disse Shayera pegando Rex do meu colo e levando-o para mesa.

– Shayera preparou uma comida muito boa para gente. –disse John sentando-se à mesa.

– Estou louco para provar! – respondi.

Shayera nos serviu e deixou Rex em sua cadeirinha. Ficamos conversando sobre nossas vidas, quando o assunto “ Diana “ veio a tona.

– Sinto falta dela. – disse Shayera triste.

– Todos nós sentimos. – respondi.

– Queria que ela pelo menos pudesse se lembrar da gente... – disse Wally.

– Isso não é culpa dela. Ela só não lembra porque Bruce achou que era a coisa certa a se fazer. – disse John.

– Verdade...

Eu ainda podia me lembrar da expressão de Bruce naquele dia. Nunca tinha visto ele assim, ele nunca tinha se abalado por nada, mas por Diana... Ele ficou muito transtornado.

* Flashback on *

Bruce não parava de andar de um lado para o outro naquela sala. Todos estavam no corredor, esperando saber notícias de Diana. Mas Bruce não queria falar com ninguém agora, queria pensar no que fazer.

– Isso tudo é minha culpa. – disse ele se culpando.

– Não, não é. – disse tentando acalmá-lo – Isso é culpa do Coringa.

Bruce ficou com mais raiva ao ouvir esse nome. Coringa tinha conseguido fazer com que Diana perdesse o bebê e ainda por cima, tinha a deixado em coma. Diana não iria mais aguentar se Bruce não tivesse chegado naquele instante.

Não consigo nem imaginar a dor que ele pode estar sentido agora. Se acontecesse com a minha Lois... Eu ficaria igual a ele. Talvez até pior.

– Tenho que dar um jeito nisso. – disse ele se virando para mim – Tenho que matar o Coringa. –disse fazendo com que eu não acreditasse no que ele estava falando.

– Bruce... Você sabe que matar não é a solução. – respondi.

– No momento, me parece uma boa solução.

– Diana não iria querer isso.

– DIANA ESTÁ QUASE MORRENDO POR CULPA DELE! – gritou ele para mim.

– Calma Bruce. – pedi.

– Calma? A mulher que eu amo está em coma! Como eu posso ter calma?

– Eu sei que é difícil, mas o melhor é se acalmar. J’onn disse que ela vai se recuperar. Ele está cuidando dela.

– Tudo isso é minha culpa... Se ela não tivesse se apaixonado por mim. Se ela não tivesse me conhecido, isso nunca teria acontecido. – disse ele me olhando estranho.

O que ele estava pensando?

– Já sei o que fazer para não ser doloroso para ela. – disse ele.

– O que você vai fazer? – perguntei.

– Vou fazê-la esquecer. Vai ser melhor para ela não lembrar de nada disso, não lembrar de mim, do Coringa, da Liga. Ela tem que voltar pra casa onde ela vai estar segura. – disse ele indo para porta.

– Bruce, você não pode fazer isso! – gritei com ele, mas era tarde demais.

* Flashback off *

– Bruce não tinha o direito ter feito isso. Ele não podia ter decidido por ela. – disse Shayera emburrada.

– Eu sei, mas ele a amava e só queria o bem dela. – defendi ele, mesmo ele não merecendo.

– Eu acho que ela podia voltar. Assim ele tomaria jeito e pararia com essa loucura de matar o Coringa. – disse John.

– Se ela voltar o Bruce vai ter um treco! – disse Wally rindo.

Diana voltando para cá... Até que isso não seria uma má ideia.

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POV BRUCE

Eu ainda podia lembrar do cheiro dela, conseguia lembrar do jeito que ela dormia e do jeito que ela acordava. Ela se achava feia quando estava acordando, achava que seu cabelo ficava horroroso do jeito que ficava, mas eu não achava. Mesmo ela estando desarrumada, eu a achava linda. Sentia falta dela, muita mesmo. Eu queria que nada disso tivesse acontecido, queria que ela estivesse aqui e que a gente estivesse criando o nosso filho. Mas isso não pode mais acontecer, por culpa do Coringa.

Maldito e desgraçado Coringa! Eu iria matá-lo, nem que seja a última coisa que eu faça na vida. Ele iria pagar caro por tudo o que fez.

Hoje é dia de patrulhar a cidade. Não queria... Mas considero isso um descanso de procurar o Coringa, então eu saio e faço justiça. Ando pelos prédios de Gotham, esperando que haja algo para que eu possa me meter e dar uma lição em alguém. Quando eu escuto gritos vindos do beco ao lado do prédio que eu estou.

Desço até lá embaixo e vejo que tem um homem batendo em uma mulher. Vou ao encontro deles e puxo o homem para trás.

– Não se deve bater em mulher. – digo lhe dando um murro na cara.

– Mas, ela que me roubou! – gritou o cara caído no chão.

Viro para a mulher e puxo pelo braço. Ela está chorando, tremendo e desesperada. Ela deve pensar que vou bater nela.

– Isso, Batman. Mate essa mulher. – disse o homem atrás de mim.

– Por favor... Meu filho... Ele está com fome. Precisa comer. – balbuciou a mulher.

– O Batman não tem piedade. – disse o cara atrás de mim.

– Cala a boca! – gritei para ele.

Instantes depois ouço choro de uma criança vindo atrás de uma lata de lixo. A criança estava aqui também.

– Mamãe? – disse ele saindo detrás da lata de lixo.

– Volte para trás querido. –disse a mulher olhando para ele.

– Acaba logo com ela Batman. – disse o cara que estava me irritando.

Soltei a mulher e fui em direção a ele.

– Eu irei acabar com você se você não calar a porra da sua boca e não ir embora agora.

– Mas...

– Vai embora!

O sujeito saiu correndo, deixando eu e a mulher sozinhos.

– Muito obrigada. –respondeu ela dando um sorriso.

– Qual é o seu nome?

– Dana Sullivan.

Sai de lá e fui para casa. Eu iria arrumar um lar para Dana e seu filho, não podia deixar que eles morressem de fome nas ruas.

Pelo menos eu iria salvar a vida de uma mãe e filho.

E isso basta pra mim por hoje.

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POV CLARK

Eu não conseguia acreditar que eu estava fazendo isso.

Eu iria morrer. Eu iria morrer. Eu iria morrer!

Eu sabia que fazer isso teria sérias consequências, mas eu estava ficando sem opções. Eu tinha que tirar o meu amigo da merda e tinha que trazer minha melhor amiga de volta.

Estou parado faz meia hora aqui. Não sei como as amazonas irão me receber e não sei como agir quando eu vir Diana.

Vejo uma silhueta feminina se aproximar.

É Hipólita.

Estou aliviado por ser ela que vai me receber. Ela chega perto de mim, sem entender.

– Superman?

– Precisamos conversar.

– Sobre o quê?

– Sobre Diana. Ela precisa voltar.

Continua...