Alison, Aria e eu voltamos em silêncio para o hotel. Assim que chegamos ao Mirrors, Alison sugeriu para vestirmos pijamas, assistir um filme, comer chocolate e pipoca. Há muito tempo eu não ficava tão feliz com uma ideia da Ali, eu realmente precisava disso. Elas ficaram comigo o tempo todo, assistimos três filmes e caímos no sono na sala da minha “nova” casa.

– Bom dia gatinha do Mirrors! A rotina nos chama!

Despertei com a irritante voz da Alison. Assim que abri os olhos, vi a loira toda arrumada parada na minha frente.

– Meu Deus! Que horas você acordou?

– Muito antes dos empregados. Temos muito papelada para resolver. E questões pessoais também. Já liguei na universidade e avisei que você não poderia ir, os professores vão encaminhar o que deram na aula no seu e-mail.

Fiquei zonza com tanta informação. Só depois que sentei percebi que Aria não estava na sala. Certamente, estava na aula. Algo que eu queria muito fazer. Sim, prefiro estudar a suportar a Alison me dando direções. Essa fase já passou, certo?

– Vou me arrumar.

– Isso Han. Toma um café-da-manhã reforçado, um banho de espuma e vista uma roupa confortável. Hoje vamos definir nossas funções e vou te atualizar sobre a administração desse lugar.

Não sei porquê, mas parecia que ela estava se divertindo com a situação toda. Cara, minha mãe, nossa mãe, tinha falecido no dia anterior!

Ela saiu da sala, da mesma forma que entrou: subitamente. Levantei tomei o café-da-manhã, um banho relaxante e depois de me arrumar desci para o hall do hotel. Imaginei que ela estaria lá.

– Samantha? Disse sem ter certeza do nome da recepcionista.

– Bom dia, senhorita Marin.

– Você viu a Alison por aí?

– Ela está no quarto dela. - olhei pra ela sem entender - No terceiro andar. Bom, vou interfonar e a senhorita conversa com ela.

Como assim a Alison tinha um quarto no hotel? Ah sim! Os clientes…

– Oi Han! Sobe aqui, estou com o advogado. Estamos só te esperando.

– Ah… Okay… Qual é o quarto?

Eu não estava muito confiante no que a Alison estava fazendo. Por que ela estava conversando a sós com o advogado? Será que estou ficando paranóica ou tem algo a mais nisso aí?

– Han você já conheceu o doutor Medeiros, certo?

– Sim falei com ele no di…

– Então. Estavámos conversando e acredito que as coisas já estão bem arranjadas. Não vamos ter muito trabalho. Bom, você vai precisar vim aqui apenas assinar documentos e o resto eu cuido.

– Como assim? Você ia cuidar dos eventos, não era?

– Sim. Mas você está na faculdade e nem gosta desse lugar. Eu conheço tudo, sei como funciona cada setor… Achei que estava fazendo um favor…

– Não sei se posso concordar com isso…

– Está desconfiando de mim Hanna?

– Claro que não Alison! Eu só não acho justo deixar todo o trabalho pra você.

– Eu amo esse lugar. Pra mim, é um prazer estar controlando tudo isso.

– Eu vou pensar okay?

– Está bem.

Depois de me despedir dos dois, sai direito para a faculdade. Ainda dava tempo de pegar a última aula. Assim que cheguei à sala, percebi que tinha apenas uma aluna de cabelos negros. Ela estava totalmente inclinada na mesa do professor-gato. Fiquei obvervando por um tempo, estava na cara que eles estavam flertando. Escutei o alvoroço no corredor e a garota saiu da mesa do professor.

– Aria?

Falei alto. Entrei na sala junto com os outros alunos, ainda boquiaberta fui tentar entender o que tinha rolado.

– O que foi isso, mocinha?

– Isso o que?
– Eu vi você flertando com o senhor Fitz.

– Eu não estava flertando! Só tirando uma dúvida…

– Aria! Eu sei quando você está flertando okay.

– Ain e daí. Ele é um gato, gosta das mesmas coisas que eu e não é tão velho assim…

– Relax! Eu apoio totalmente, só não deixe as outras pessoas perceberem…

– E você acha que eu tenho chance?

– Pelo pouco que eu vi… Acho que sim.

O senhor delícia Fitz iniciou a aula e por um momento eu esqueci a confusão que minha vida estava entrando. Assim que a aula acabou, eu estava saindo com a Aria quando senti uma mão tocar o meu braço.

– O coração doí como se houvesse um enorme buraco. Mas não se preocupe. Esse buraco um dia se fecha.

– Você foi a primeira pessoa que me disse o que eu estava sentindo invés de perguntar.

– Eu sei o que você está passando. Sou quase mestre nisso.

– Sabe… Parece que eu não fiz tudo o que poderia fazer, sinto que deveria ter passado mais tempo com ela…

– A gente sempre acha isso. Mas você vai entender que pra els os melhores dias foram quando você estava lá.

– O-obrigada Caleb. E-eu…

– Tranquilo…

E ele saiu, não me cumprimentou nem nada, mas só o fato dele falar comigo, fez meu coração disparar. A sala já estava vazia e eu fiquei poucos segundo suspirando até sentir uma mão firme me puxando.

– Olha aqui garota. O Caleb é meu!

Era a pequena Mona.

– Sério? Não sabia que ele tinha dona? Vou lá perguntar pra ele como funciona isso.

– Você entendeu garota. Não brinque comigo.

– Não querida. Acho melhor VOCÊ não brincar comigo.