Diferentes - Gui e Hermione escrita por Nathally Weasley Potter, Rainha do Nilo


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Esperamos que gostem das novas mudanças!



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O modo com que o sol iluminava os jardins curiosamente mais bem cuidados naquela época era algo belo de se ver e apreciado até mesmo pelas tantas galinhas que ciscavam no chão repetidamente, o sol refletindo sobre as vidraças da casa torta que se não fosse por magia certamente não estaria de pé, o pomar era banhado pela luz e suas frutas algumas muito maduras quase caiando de seus galhos, outras nascendo e florescendo com vigor. Era uma bela e simples casa tão simples que atraia olhares curiosos de quem a olhava pela primeira vez, mas ela exalava tanto amor e tanto carinho que qualquer visitante poderia senti-las assim que colocassem os pés para dentro da barreira protetora. Porque era isso o que os Weasley´s mais tinham de sobra, amor....

E por mais que as coisas não estivessem boas diante do mundo bruxo, e Voldemort ainda insistisse em marcar sua presença diante de todos e assolar os que por perto estavam, eles ainda se sentiam felizes, mesmo que Dumbledore tivesse morrido e com isso alguns outros que o fizeram pela grande causa, eles ainda eram felizes apesar de sentirem muita falta.

Os perigos estavam bem ali diante deles presente sobre qualquer momento ou em qualquer lugar, mas ao menos agora a Sra. Weasley podia se aquietar em saber que seu filho mais novo e Harry não estariam mais correndo riscos em Hogwarts. O sétimo ano dos garotos havia terminado e com ele a queda de Dumbledore enquanto Snape assumia o controle, apenas mais um traidor que a muita estivera com eles. Mas apesar disso, eles ainda estavam felizes.

E o motivo da felicidade pareceu vir em dobro quando um dos filhos mais velho do casal voltou para casa e com ele uma grande surpresa. Carlinhos Weasley, o segundo filho do casal Weasley, estava noivo de uma bela e graciosa jovem que havia conhecido na Romênia, Helena Suaw era uma belíssima jovem de cabelos negros e muito longos com delicados olhos verdes e um carisma encantador, como a primeira nora de Molly e Arthur, eles não poderiam estar mais contentes com a escolha do filho e é claro com a data do casamento que a cada dia se tornava mais próxima. Fora a distração perfeita para esquecer dos problemas, Molly já não chorava pelos cantos diante o abandono repentino de seu filho do meio Percy, assim como não estava tão enciumada com a partida de Fred e Jorge em direção ao apartamento acima da loja de ambos. Até mesmo os mais jovens da casa permitiram-se alegrar-se um pouco com os preparativos e se esquecer dos problemas por poucos instantes.

Era como se a felicidade voltasse aos poucos e com o silêncio de Voldemort nos últimos dias tudo tornava-se mais calmo e aconchegante, como se nada estivesse acontecendo no mundo....

Não havia tempo para pensar nos problemas quando os únicos assuntos das mulheres da casa eram sobre o casamento e como no momento só três mulheres ocupavam a casa sendo elas: Molly, Gina e Helena, restava aos homens também ajudarem com palpites que servissem para algo que não fosse apenas meras bobagens. E era exatamente o que faziam naquela tarde como fizeram em todas as tardes anteriores desde a chegada de Helena, sentados sobre a grande mesa de madeira degustando de um leve chá da tarde os moradores se serviam dos deliciosos bolinhos da Sra. Weasley e do refrescante suco de abóbora quando não de um chá bem quentinho, Harry e Rony sentiam-se meros penetras sentados à mesa comendo em silencio enquanto escutavam sem parar a conversa sobre flores e guardanapos de mesa e por mais que aquilo lhes desse uma intensa vontade de dormir, mantinham os olhos bem abertos e fingiam um interesse aparente. O que era bem injusto levando em conta que os dois filhos mais velhos do casal haviam saído às escondidas para que Carlinhos pudesse comprar as alianças sem que a noiva desconfiasse sobre tal.

Gui havia chegado de mais uma das cansativas viagens ao Egito, não faziam nem dois dias, e só havia voltado mais cedo para prestigiar o irmão orgulhosamente como padrinho de casamento. Ambos os irmãos tinham apenas dois anos de diferença e como os dois mais velhos sempre faziam tudo juntos, inclusive ensinar aos mais novos tudo o que sabiam. Também haviam sido os primeiros a saírem de casa o que havia deixado o casal Weasley devastado no começo, Carlinhos era dotado de um amor avassalador por dragões e não havia lugar melhor que a Romênia para achar um trabalho no meio em que mais gostava saindo de casa para morar longe primeiro que o irmão mais velho, não demorou nem um ano para que Gui também o fizesse sobre seu espirito aventureiro apurado as viagens que fazia, todas eram dotadas de aventuras, mas sua estadia no Egito como desfazedor de feitiços para o Gringotes trouxe muitas negações da Dona Molly, ainda mais agora que não fazia nem um ano que voltara e sempre que podia viajava novamente.

 Todos os irmãos haviam gostado muito de Helena, até mesmo Gina havia se encantado pela nova cunhada que antes mesmo de conhecê-la fazia comentários irritadiços e completamente ciumentos assim que descobriu que seu irmão voltaria para casa acompanhado.

Para os outros ouve apenas o divertimento de verem o grande orgulho de Arthur e Molly que juravam que Carlinhos nunca se casaria na vida, onde sobre as brincadeiras de Fred e Jorge eles sempre diziam que seria com um dragão. Agora Carlinhos estava prestes a realizar o primeiro casamento dos filhos Weasley´s e sua esposa certamente não era um dragão.

O Sr. Weasley já havia chegado naquela hora e juntos já discutiam sobre a tenda do casamento. Mas Carlinhos e Gui voltaram para casa quase na hora do jantar juntando-se a mesa agora completamente lotada levando em conta que até mesmo os gêmeos iam todas as noites para não perder a boa comida da mãe.

— Onde vocês estavam esse tempo todo? – a pergunta indelicada fora feita para Gina que arqueava as sobrancelhas em direção aos dois irmãos mais velhos.

— Fui ajudar o Gui com o chalé das conchas, estava uma bagunça – ao menos Carlinhos mentia com grande naturalidade. O chalé das conchas ainda pertencia ao filho mais velho do casal e Gui só não estava lá naquele momento pois sua mãe insistiu para que ficasse em casa, sobre seus cuidados e carinho.

— Nem pense em ir para lá e morar sozinho, Guilherme Weasley! – bradou Molly colocando a última panela de ensopado de carne em cima da mesa, mexendo em seu avental de modo que se demonstrasse brava quando não podia colocar as mãos na cintura – O seu quarto está vazio, seu irmão está dormindo no quarto de Percy e Helena está no quarto com Gina. Minha casa está completamente vazia e meus filhos estão me abandonando aos poucos, passou mais de três anos fora portanto vai voltar para casa e não falaremos mais sobre isso.

— Mamãe a senhora ainda tem Gina e Rony para importuná-la por muito tempo – brincou Jorge lançando pedaços de comida na direção dos irmãos mais novos que não demoraram a revidar.

— Fora que eu e Jorge só estamos dormindo fora, ainda comemos aqui todos os dias – completou Jorge.

— Mas também não demoraram a me abandonar, como seus irmãos mais velhos já fizeram – Gui e Carlinhos olharam-se rapidamente ao conter um suspiro, a mãe vinha estado muito sensível ainda mais depois de Percy afastou-se daquela forma.

— Mãe já falamos sobre isso, não vou mais voltar para o Egito, me estabeleceram no Gringotes agora vou me mudar para o Chalé das Conchas sozinho e a Senhora pode me visitar todos os dias, assim como eu também virei aqui todos os dias para não morrer de fome – brincou Gui – Só estou na Toca para o casamento de Carlinhos, nunca perderia o casamento do meu maninho – disse ao bagunçar os cabelos já muito bagunçados do irmão ao seu lado como faziam na infância e durante toda a adolescência.

Sempre se deram muito bem juntos e agora na fase adulta isso não pareceu mudar, inclusive com a inclusão de Helena para a família, ela e Gui não poderiam ter se dado melhor, era até como se já tivessem se conhecido, levando em conta o quanto Carlinhos falava de um para o outro.

— Ah então quer dizer que se fosse o meu casamento você não ficaria? – Gina perguntou falsamente ofendida.

— E quem disse que você vai se casar? – perguntou Gui com as sobrancelhas arqueadas.

— Um dia eu vou me casar – devolveu a caçula zangada.

— Se Harry estiver vivo até lá – o comentário fora feito por Carlinhos arrancando de Harry um olhar muito assustado.

— Pense assim, Gininha, se você-sabe-quem não mata-lo – começou Jorge.

— Nós matamos – comentou Fred em seguida – Mas ele não toca na nossa irmãzinha.

— Não façam uma brincadeira dessas! – repreendeu a Sra. Weasley com os olhos zangados enquanto restava ao Sr. Weasley apenas levantar seus olhos do prato.

Eles sabiam que a mãe falava sobre a brincadeira de Voldemort matar a Harry e por mais que fosse apenas uma brincadeira não era o tipo de coisa que gostariam que acontecesse, era por isso que os Weasley´s estavam lutando no fim das contas....

 

Não importava o dia, ou quantos anos cada filho já possuía, todas as manhãs eles eram despertados do mesmo jeito por Molly Weasley. Sobre gritos bem específicos que os mandassem descer para o café da manhã e então o que se tornaria uma manhã calma e agradável com o delicioso cheiro de pão caseiros e bolinhos deliciosos era mesclado por gritos histéricos e pulos certeiros da cama, eles juravam que até os malditos gnomos no jardim e o pobre vampiro no sótão acordavam com os chamados da matriarca. Ao menos eles serviam para que os filhos estivessem todos na mesa na hora pedida mesmo que tivessem de ir de pijamas para fazê-los.

E como em todas as manhãs cada um ocupava seu espaço na mesa enquanto degustavam do delicioso café da manhã, o Sr. Weasley com a feição sempre cansada a comer seus bacons com ovos e a esconder a face sobre o Profeta Diário onde sempre terminava e passava para as mãos dos filhos começando do mais velho para o mais novo como sempre fizeram nas manhãs. Eram momentos como aqueles que os filhos Weasley´s sentiam falta e mesmo que Errol - a coruja, extremamente desastrada, da família - sempre ocasiona uma grande sujeira diante um maior desastre logo no começo, eles ainda não abririam mão de nenhum instante.

Com as férias abatendo os filhos Weasley´s nos ombros restava entreter-se com qualquer outra coisa durante todo o dia seja sobre o casamento ou qualquer banalidade que os permitia distrair quando o Sr. Weasley saía para o trabalho e Fred e Jorge seguiam para a loja. Harry e Rony passavam horas consecutivas sobre um jogo cerrado de xadrez bruxo onde Gina quando não assistia de longe apenas conversava com Helena sobre o casamento, mas naquela manhã ocupou-se com a mãe na cozinha ao ver que a cunhada e seus irmãos mais velhos pareciam bem entretidos sobre uma conversa animada.

Helena e Carlinhos como qualquer casal comum simplesmente amavam contar de como se conheceram e por mais que Gui já tivesse escutado milhares de vezes do irmão sempre fingia o interesse como se fosse a primeira vez apreciando as conversas animadas e apaixonadas do casal sentados sobre o sofá enquanto ainda não tinham muito o que fazer.

— E apesar de nosso primeiro encontro ter sido um fiasco e de eu ter que ficar horas fingindo rir das piadas horríveis dele, nos beijamos e eu sabia que ele era o cara certo....

Gui não gostava muito de melo drama e agradecia muito por não ser semana de lua-cheia ou teria perdido a paciência sobre um piscar de olhos. Não fazia muito tempo que o maldito lobisomem Fenrir Greyback havia o machucado e mesmo que agradecesse infinitamente por não ter se tornado um lobisomem as reações que foram deixadas ainda o irritavam um pouco, a carne mal passada ou os olhos levemente amarelados na noite de lua-cheia não eram tão incômodos quanto a oscilação de seu humor e o lobo gritando dentro de si como se quisesse libertar-se de sua parte humana, era como ter duas consciências completamente diferentes e escutar o lobo falar não era algo agradável, não sobre seus desejos insanos.

— Não foi tão horrível assim, era um passeio de dragão eu não fazia ideia que você iria de vestido! – defendeu-se Carlinhos arrancando risadas do irmão, ambos sempre foram muito bons com bruxas nos tempos de Hogwarts, mas Carlinhos pareceu perder um pouco a mão com o passar dos anos a ponto de levar um primeiro encontro para um passeio de dragão – E eu te disse que meu beijo era de conquistar bruxas.

— Hummm, o primeiro não foi tão bom – a brincadeira de Helena arrancou um olhar inconformado de Carlinhos.

— Ora sua.....

Carlinhos estava prestes a defender-se ou mandar o irmão que gargalhava calar a boca e teria o feito com precisão se as batidas na porta não tivessem calado qualquer um que sabia o que elas significavam. Era muito difícil alguém bater à porta repentinamente ainda mais quando nenhum deles ouviu o barulho da barreira protetora ser quebrada e não fora por menos que o estado de alerta se instalou sobre cada um, até mesmo Gina e Molly que deixaram a cozinha com a varinha em mãos.

— Isso foi uma batida? – foi Gina quem perguntou em confusão.

Quando o alto assobio soou como se cantasse uma música em especial Helena fora a primeira a saltar do sofá com os olhos arregalados e um imenso sorriso no rosto. Não demorou para que todos os olhares tivessem sido direcionados para Helena que havia aberto a porta sem mais nem menos pulando nos braços da pessoa parada do lado de fora com grande entusiasmo e mesmo que não pudessem ver de quem se tratava ao menos imaginaram que não representava grande perigo.

— Ah meu Merlim! – exclamava a moça animada – Pensei que você só viria daqui dois dias.

Por alguns instantes os presentes na sala se entreolharam confusos com o que acontecia, mas fora Molly a quebrar o silencio e a dúvida?

— Quem está na porta?

Helena não demorou a atender a resposta da sogra puxando um grande malão de couro de dragão escurecido finalmente livrando a porta para que o visitante entrasse, o que não demorou a acontecer.

Parada diante a porta a figura feminina parecia atrair mais olhares do que realmente deveria, dona de uma beleza cativante e até mesmo surreal, a delicada moça de estatura mediana e corpo esguio estava parada diante deles. As vestes negras pareciam combinar perfeitamente com o tom de pele tão claro e delicado quanto o emaranhado de cachos castanhos que escorriam por suas costas com ondas suaves e delicadas algumas madeixas azuladas serpenteavam sobre o castanho claro ganhavam destaque diante a jaqueta de couro preta, o sorriso diante o rosto fino e delicado parecia ainda mais belo diante deles. Nenhum deles tinham muito conhecimento sobre Veelas, mas quase todos ali podiam jurar que diante deles teriam uma veela se não fossem pelos cabelos diferentes e não os loiros esbranquiçados.

As perguntas rondavam a cabeça de quase todos os presentes inclusive a de Gui que tentava entender o que exatamente acontecia ali. A moça não tinha nada parecido com Helena para ter algum parentesco. Então quem ela realmente era?

 - Srta. Dragão! – a exclamação de Carlinhos fora repentina enquanto o irmão ia até a nova visitante tirando-a do chão em um abraço entusiasmado.

— Olá Carlinhos, meu cunhado desnaturado – brincou a moça portadora de uma voz doce e divertida.

 - Por que veio mais cedo? – Helena perguntou visivelmente confusa.

— Fugi de casa – havia tanta naturalidade na resposta dela que acabou arrancando algumas risadas ou olhares surpresos – Mamãe e Hannah estavam de irritando, então fiz minhas malas e saí de lá antes de ter que atura-las por mais cinco minutos. Aquilo ficou uma loucura insuportável sem você.

Era bem óbvio que a nova visitante era na verdade a irmã de Helena e não precisavam de maiores palavras para saberem disso somente de escutar a conversa que os três travavam como se nenhum deles estivesse ali fora o suficiente para compreenderem o que precisavam.

Fora o olhar interrogativo de Molly Weasley junto as mãos muito bem colocadas na cintura que fizeram o filho e a nora abrirem a boca no mesmo instante.

— Ah claro.... Sra. Weasley, pessoal – Helena indicou cada um – Está é Hermione, minha irmã caçula.

— Oh! Sua irmã? – Molly rapidamente desfez sua antiga postura, todos ali tinham conhecimento do quanto a matriarca da família estava ansiosa e esperançosa com a chegada da família Suaw, era de seu desejo conhecer a segunda família de seu filho e é claro com quem compartilharia os netos – É um prazer querida, você é muito bonita, realmente muito bonita...

— Sra. Weasley, lamento por ter chegado sem avisar – todos ali sabiam que com toda aquela educação juntamente a voz doce já foram o suficiente para conquistarem Molly Weasley instantaneamente após aquele abraço – E ainda mais antes do dia previsto, é que acabei tendo uns contratempos....

— Não se preocupe, querida. Como irmã de Helena você é mais do que muito bem-vinda a minha casa, e é claro, a minha família – garantiu Molly amorosa soltando-a finalmente.

— Vem Mione, vou te apresentar ao pessoal – chamou Carlinhos animado.

Gina não pareceu ceder ao primeiro instante encarando a moça dos pés à cabeça, uma diante a outra pareciam ter a mesma idade e talvez tivessem se a nova visitante não se vestisse de forma diferente dando a ela a impressão de mais idade. O abraço da ruiva havia sido completamente superficial e surpreendentemente a nova visitante fizera diferente ao lhe cumprimenta-la com grande entusiasmo, a mesma coisa se fizera com Ronald que a olhava feito um bobo babão, tão bobo que os irmãos negavam inconformados com a cabeça enquanto o assistiam gaguejar diante dela.

— Harry Potter, então? – o comentário tirou dos presentes olhos observadores, nem tudo poderia ser perfeito ao que parecia, talvez ela tivesse a mesma reação do que qualquer um – Você tá bem ferrado não é? – a brincadeira tirou de Harry um olhar surpreso, ninguém nunca brincava com isso – Deve detestar isso tudo.

— Um pouco – concordou Harry ainda um tanto surpreso.

— Eu posso imaginar – disse antes de virar-se novamente para Carlinhos.

— E esse aqui é o Gui, meu irmão mais velho – fez a última apresentação ao aponta-lo.

Como em todos ela aproximou-se para lhe dar um beijo no rosto, era uma mania de Gui sempre virar a parte do rosto ainda intacta para fazê-lo, quase que algo instantâneo que costumava passar despercebido pela maioria, menos por ela que pareceu voltar o rosto para a grande cicatriz diante sua face depositando um simples beijo e até teria sido de todo muito normal se uma sensação estranha não tomasse Gui por completo a ponto de sentir a mesma bochecha formigar enquanto a via se afastar diante dos olhos azuis onde antes esboçavam delicados olhos castanhos, fora apenas questão de poucos segundos para que os olhos voltassem a mesma cor e com ele um sorriso típico de quem lamentava e não de quem tinha pena, era como se ela soubesse o que tivesse acontecido, certamente Carlinhos havia contado contradizendo cada pedido do irmão de não fazê-lo para ninguém.

Por alguns instantes Gui sentia-se congelado sobre seus pensamentos, tão distante que mal percebera quando a moça afastou-se de si voltando-se para uma conversa animada com Helena e a Sra. Weasley que contavam sobre os que não estavam presentes para cumprimenta-la.

— Gui – Carlinhos fora quem tirou o irmão mais velho de seu transe arrancando do mesmo um olhar confuso pelo cutucão que por sorte ninguém havia ouvido ou visto.

— Bem, Srta. Suaw eu fico muito envergonhada pela falta de hospitalidade, mas não tínhamos conhecimento de que viria hoje e por isso os quartos não estão prontos e....

— Me chame de Hermione, por favor – pediu educada – E não se preocupe com isso Sra. Weasley, não quero atrapalhá-los em nada, posso muito bem me acomodar em outro lugar Helena me disse que aqui em Londres vocês tem alguns lugares para bruxos como o Caldeirão Furado e....

— Oh não querida, eu insisto – Molly a impediu – Daremos um jeito, sim? O quarto de Fred e Jorge já está sendo arrumado para seus pais e o de Percy estaria sendo arrumado para você e sua outra irmã, mas ambos estão uma bagunça ainda....

— Eu agradeço a hospitalidade, Sra. Weasley, agradeço mesmo – garantiu a moça – Mas de qualquer jeito eu não conseguiria passar uma noite com a minha irmã sem asfixiá-la com o travesseiro, então eu prefiro...

— Pode ficar com o meu quarto – a fala de Gui soou tão apressada e ansiosa que fora alvo de muitos olhares confusos e inconformados, inclusive os de Carlinhos.

Gui permitiu-se calar por alguns instantes, nem se quer havia reparado quando a frase saíra de sua boca era como se nada tivesse falado e sim outra pessoa o fizesse, o que seria impossível mesmo em noites de lua-cheia.

— Quero dizer, eu não me importo se ficar com o meu quarto – tentou concertar de modo que os olhares deixassem de ser estranhos – Eu não me importo em dormir no sofá, então pode ficar com o quarto.

— Não quero atrapalhar ninguém – ponderou a moça olhando-o diretamente – Se deseja ceder seu quarto a mim ao menos fique com a cama, eu não me importo em dormir no chão, na verdade estou até acostumado. Não quero tirar seu conforto....

— Ótimo! – Helena não deixou que nenhum dos dois dissesse mais nada ao puxar o malão da irmã com presa enquanto a puxava pela mão – Venha, Mione, vou te instalar lá em cima – comentou ainda puxando-a escadas acima – Tenho tanta coisa do casamento para te contar!

Por alguns instantes o clima na sala pareceu mudar, mas não para o que estava antes. Harry e Rony não haviam demorado a voltar para o tabuleiro de xadrez mesmo que estivessem confusos, enquanto Gina enfurnava-se na cozinha de cara fechada e os olhares da mãe e do irmão mais velho voltavam-se para Carlinhos.

Sobre uma olhada rápida em direção a escada Carlinhos os indicara a cozinha e não demorou para que eles o fizessem sentando-se sobre a mesa agora completamente vazia enquanto Molly pedia para que Gina lhes desse um tempo a sós e voltasse para sala.

— Quem é essa moça, Carlinhos? – eles sabiam o que a mãe queria dizer, Molly já sabia que Hermione era irmã de Helena, mas essa não era a resposta da pergunta que fizera.

— Hermione só é diferente, mamãe, mas é uma pessoa muito boa e extremamente confiável nunca faria mal a uma mosca – garantiu Carlinhos confiante, ainda assim aquela não era a resposta – A chamam de descendente de Morgana – contou sobre um suspiro – Ela não é muito diferente de nós que não seja pelos cabelos ou a mudança na cor dos olhos, ela só tem uma magia mais forte e quando essa magia é expelida os olhos dela mudam de cor ou algumas coisas estranhas acontecem, nada muito anormal.

— Os olhos dela mudam de cor quando ela pratica magia? – Gui foi o primeiro a perguntar em confusão – Mas quando os olhos dela mudaram de cor na minha frente ela não fazia magia alguma.

— Ela beijou a sua cicatriz e com isso pode ver o dia em que Greyback a fez, é como se um flash de memória passasse diante os olhos dela, mesmo que a memória não tenha sido dela. Ela faria o mesmo com Harry se tocasse na cicatriz dele ou se tocasse em qualquer outra cicatriz de qualquer pessoa, ela vê o momento em que a pessoa a conseguiu. Claro, se ela quiser ver.

— E isso é normal? – Molly perguntou assustada – Quero dizer, eu não sei do que ela gosta ou o que ela come e.....

— Hermione é como nós, mãe – repetiu novamente – Ela vai comer o que você colocar na mesa e vai conversar como qualquer pessoa comum. A única diferença é que terão alguns momentos em que ela vai negar-se a comer e a Senhora não deve forçá-la muito sobre isso, Helena contou que ela é assim desde criança, dependendo do que aconteça ela passa dias sem tocar na comida, ainda mais quando usa muita magia.

— Então devo deixa-la morrer de fome na minha própria casa?

— Ela não é criança, mãe – disse Carlinhos revirando os olhos – Apenas não a pressione muito, só isso.... Hermione não gosta muito de se sentir pressionada.

— Tudo bem – concordou Molly como se tentasse absorver a informação – Eu preciso começar o almoço....

Os filhos mais velhos esperaram para que a mãe afasta-se ao menos um pouco indo buscar suprimentos no pomar para que pudessem olhar-se daquela forma que mostrava que uma conversa séria estava para vir.

— Eu não sei porque ofereceu seu quarto, Gui mesmo sabendo que infelizmente a lua-cheia vem em algumas semanas....

— Vou para o Chalé das Conchas se a poção não fizer efeito – garantiu o ruivo – Sei que posso machucar alguém mesmo sem ser um lobisomem completo, Carlinhos sei que posso me tornar violento e tudo mais. E você sabe que eu nunca submeteria ninguém a esse risco....

— Não é disso que estou falando – o irmão lhe cortou como se tomasse a pose de mais velho – Sei como qualquer homem olha pra ela, porque na primeira vez que a vi, infelizmente olhei da mesma forma. Hermione é diferente, atrai qualquer pessoa e você sabe o que o lobo quer....

— Não vou agarra-la no meio da noite ou força-la a nada – fora a vez de Gui revirar os olhos inconformado com a insinuação – Eu sei me controlar, Carlinhos.

— Eu sei que sabe – garantiu o irmão sobre um suspiro – Só se cuide mais, ok? Ela é especial, Gui, mexe com a cabeça de qualquer um mesmo sem perceber e eu não quero que meu maninho leve um tapa na cara.

— Fica tranquilo, tudo vai dar certo no seu casamento meu irmão.


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