Stars Auslly escrita por C H C


Capítulo 8
Brigas & Beijos


Notas iniciais do capítulo

Este capítulo foi especial para mim



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–Gavin. - Ally o encarou, virando-se lentamente em sua direção. Olhando-a do ângulo em que eu me encontrava, ela não parecia feliz em vê-lo. - O que você está fazendo aqui?

–Trabalho no correio, lembra-se? - falou Gavin. Me controlei para não pular em cima dele, já que falava com um tom tão... ingrato. Se ele soubesse a sorte que tinha por ter Ally ao seu lado...

–Não. - afirma ela, vorazmente. Evito uma risada, transformando-a em uma tosse catastrófica. Sorrio sarcasticamente quando Gavin me encara enojado.

–Isso quer dizer que você não presta muita atenção nos nossos encontros, Ally. Você tem certeza de que quer continuar passeando? Posso levá-la para casa.

–Não, ela não precisa de você. - Trish, Dez e Ally me encaram. Gavin vira a cabeça como em câmera lenta, dando-me a sensação de que ele está preparando um ataque. - Se Ally quiser ir para casa, sabe que podemos levá-la.

–Gavin, ele tem razão... - Gavin a interrompeu, empurrando-a de lado. Senti a raiva aumentar, crescendo dentro do meu peito. Controlei a mim mesmo para que não explodisse em meu primeiro dia em Miami.

–Vocês? Por favor, não sabem nem onde Ally mora. E você, não deve ter dinheiro nem para se manter. - Provocação errada.

–Você, Gavin, sabe quem eu sou? Não costumo me gabar, não gosto disso, mas para você posso abrir uma exceção. Eu sou Austin Moon, filho de Mike Mimi Moon, dois empresários famosos e que, apesar do dinheiro, ainda trabalhavam em meio-período em uma loja de colchões. - o rosto de Gavin ficou vermelho. Senti o gosto da vitória na boca, e engoli o resto do meu discurso. Meus amigos, inclusive Ally, me encaravam com as bocas abertas. Sabiam o quanto eu detestava me vangloriar por conta dos meus pais.

–Então, você vive às custas do papai e da mamãe? Não se esqueça de estão mortos. Mortos. Logo você entrará no caixão também, chorão. - ameaça ele. Olho para Ally de soslaio, e percebo que seu rosto empalideceu. Não posso deixá-la naquele estado.

–Ah, mesmo? Se os meus pais estão mortos, - a palavra me deixa com um gosto metálico na boca, e minhas narinas queimam um pouco com a recordação cruel. - você também deve estar. Morto de ciúmes.

Caminho até Ally e a seguro pela cintura. Quando nossos rostos ficam a centímetros um do outro, esqueço o real motivo de eu estar tomando aquela atitude. O mundo some, meus pés parecem estar flutuando no céu, e em minha cabeça somente eu e Ally estamos ali. Não há mais Gavin. Não há espectadores. Há somente nós, e os nossos sentimentos.

Ally desvia o olhar, porém seguro seu queixo com delicadeza, e levanto sua cabeça, praticamente forçando-a a olhar para mim. Ela acaba por se aproximar mais também, e minha mão em sua cintura a aperta mais forte contra mim, como se estivéssemos em um abraço.

Ela fecha os olhos, e tudo o que eu consigo ver é a escuridão quando eu os fecho também. Nossos lábios roçam, e eu sinto seu perfume mais intensamente - cheiro de baunilha com rosas. Ou algo do gênero. Já não presto mais atenção.

Aprofundo o beijo, e sinto nossos corações descompassamos baterem forte, e as mãos de Ally deslizam lentamente para a minha nuca, fazendo com que eu me arrepie. Os lábios dela se movem de vez em quando, como se para reajustar-se e entrar em uma posição confortável.

Quando sua língua pede passagem, eu dou, e não somos mais Austin e Ally. Somos um só. E eu sinto meus pés deixando as nuvens para ir a um mundo em que somente haja eu, Trish, Dez e Ally. Um mundo... perfeito.

Ofegante, Ally retira a boca da minha delicadamente, como costumava fazer. Arfo, e percebo o quão ruborizada ela está. Evitamos o olhar um do outro por algum tempo, e agora que o beijo virou uma memória perfeita de um segundo atrás, toda a mágica parece ter se escondido.

–O que você pensa que está fazendo, seu medíocre deplorável que vive da fama do papai? - Gavin me empurra, e caio no chão, ainda meio tonto. - Se você pensa que pode beijar a minha namorada e sair impune, eu mostrarei o quão errado está. - e me chuta nas costelas. No segundo chute, estou preparado, e agarro sua perna com força, fazendo cair e arrastar-se até mim.

Levanto, e seguro a gola de sua camisa de carteiro, puxando-o até mim e lhe dando um soco na bochecha. Sinto cheiro de sangue, e passo a mão pelo meu próprio rosto, mas está limpo.

Gavin avança novamente, e acaba por ser mais rápido, porém o impacto do golpe não me derruba, mas me esmaga contra um carro, onde o alarma é ligado. Ignoro o barulho, e de repente Gavin está caído no chão e gemendo.

Olho para cima e encaro Dez e Ally. Trish está mais para o fundo com um celular em mãos, que guarda-o no bolso assim que me vê. Eu me levanto mancando e vou até Dez, que me apoia em seu ombro.

–Ele é louco. Eu te disse, Ally. - ofega Trish. Minhas costas doem pelo chute, e mexo meus ombros, porém só acaba piorando a situação. - Austin, você quer ir para o hospital?

–Ele não pode ir ao hospital! - Ally esganiça. Eu a agradeceria se tivesse forças para falar. - Farão perguntas, e essas perguntas gerarão outras, e chegarão até Gavin, que... Ah, meu Deus, ele vai dar um jeito de se safar e culpar Austin! - Ally se ajoelhou ao meu lado assim que Dez me pôs no chão.

–Ally... Quem... Ele... É? - eu apago, mas não antes de receber uma resposta sussurrada de Ally.

–Eu te conto depois. Agora, descanse.

**

Acordo, sentindo todos os meus membros, e incrivelmente pareço curado. Minhas costas já não doem, e meus dedos não estão arranhados ou manchados de sangue.

Me lembro da noite passada, com todos os detalhes, espero. O beijo com Ally, o modo como desafiei Gavin ao beijá-la, e a nossa briga no meio da rua. A histeria de Ally ao mencionarem hospital e o golpe de judô de Dez.

–Austin! Finalmente você acordou! Ally acabou de sair daqui, e o Dez acabou dormindo ali na outra cama. - sussurrou Trish. Percebi que o cuidado em sua fala era para não acordar Dez.

Disfarcei a decepção por não ter Ally ali.

–Vocês ficaram aqui?

Ela não respondeu de imediato. Com as bochechas rosadas com um leve indício de vergonha, Trish estava brincando com o cabelo e mordendo a parte interna da bochecha direita.

–Bem, eu dormi na minha cama, mas fiquei aqui até às onze. Ally sequer dormiu, acabou de ir para o quarto, e duvido que esteja dormindo, e Dez ficou até às quatro da manhã e adormeceu aqui ao lado.

–Resumindo, você foi a que menos se preocupou. - brinquei. Eu sabia que Trish se importava tanto quanto os outros, só tinha o sono mais pesado e precisava dormir. Trish riu baixinho.

–É, quer dizer, eu sabia que você se recuperaria hoje. - riu ela. Eu a acompanhei, rindo quase em um sussurro.

–E Gavin? - quase pude ver a tensão se espalhando pelo ar, deixando a atmosfera mais pesada.

–Ele não está no hospital. A Ally conversou com ele, fez alguns curativos, e sinceramente? Não sei por quê ela o protegeu. Eu iria entregá-lo para a polícia, porque tinha o vídeo, mas Ally quase me fez apagar.

Havia alguma coisa muito estranha. Realmente. Eu precisava descobrir o quê Ally estava escondendo se quisesse conhecê-la melhor agora.

A sensação de formigamento que senti durante o beijo voltou ao lembrar de Ally. Ela estava tão bonita na outra noite, com pouca maquiagem, o suficiente para sabermos que não estava natural. Ela era praticamente perfeita.

A única coisa intrigante era o motivo de ter protegido Gavin. Do modo como ela se entregara ao beijo ontem, eu duvidava que sentisse algo por ele. Sua voz ao falar com Gavin era nojo puro, insatisfação, e mesmo assim ela não o deixou ser preso. Ou a inocência de Ally evoluiu, ou havia algo estranho.

Preciso optar pela segunda resposta e descobrir.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Dois capítulos hoje! Vou escrever mais e vou me esforçar ao máximo para postar amanhã e durante esses dez dias, OK? Me perdoem se eu não conseguir T.T



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