Stars Auslly escrita por C H C


Capítulo 43
Extra


Notas iniciais do capítulo

Heey! As Notas Finais não estão funcionando, então por, favor leiam aqui, é muito importante!
Obrigada a todos, primeiramente. Sem vocês eu teria desistido, me consideraria uma fracassada e tudo o mais. Vocês são tão incríveis, tão maravilhosos, tão lindos e tão perfeitos que quero colocá-los em um potinho para guardar comigo!



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Eu me lembro exatamente do dia em que nós nos vimos pela primeira vez. E não fora em um ônibus, como nós sempre descrevemos o nosso primeiro "encontro", quando nos tornamos melhores amigos. Eu recordo-me nitidamente, e eu tenho certeza de que Ally também, quando nos falamos pela primeira vez em um café próximo ao limite da cidade.

Era um local pequeno e não muito frequentado, apenas para os que estavam deixando o município para mudanças ou viagens extremamente longas. Recordo-me quando meus olhos bateram sobre ela primeiramente, somente porque achei-a interessante - mas não do modo como a vejo hoje ou anos atrás quando namoramos pela primeira vez, e, mais tarde, quando nós reatamos. Eu pensava que Ally deveria ser uma garota típica filhinha do papai que, muito provavelmente, era fútil e estava estudando por obrigação.

Contudo, interessou-me ainda mais o seu visível interesse pela leitura de um livro pesado que tinha em mãos. Era de História, e provavelmente para o colégio - porque uma pessoa em sã consciência não leria um livro de História, ainda por cima didático, como um passatempo. No entanto, assim que terminou-o, fechou com um sorriso brincalhão nos lábios e fez mais um pedido - acredito que seja para não ter sido banida do lugar por não ter pedido nada - à garçonete, que atendeu prontamente. Logo após, retirou um livro que não possuía relação alguma com os que nos forçavam a ler no colégio.

Examinei-a enquanto pedia um café expresso. Portava uma roupa simples, com algumas estampas não muito chamativos, e em um tom de azul que eu considerava muito atraente. Depois de algum tempo, eu tinha percebido que azul caía extremamente bem em Ally. Conectado com fones de ouvido, seu celular descansava com a tela completamente escurecida ao seu lado. Ela murmurava, como se estivesse cantando. Seus olhos fixaram-se nos meus e eu me senti um pouco estranho por ter sido flagrado encarando-a. Os olhos amendoados e castanhos tinham um tom duvidoso. E eu me lembrei de onde eu a tinha visto antes.

É claro; a incrivelmente talentosa e inteligente Alison Dawson. Nós fomos parceiros em química uma vez, quando eu acidentalmente explodi o meu experimento e o professor nos juntou. Em apenas uma tentativa de cinco minutos, Ally já tinha terminado duas.

Naquela época, no café em que eu a reconheci como sendo da minha sala, eu não fazia a menor ideia do que ocorreria nos próximos anos. Se eu voltasse ao passado e contasse ao Austin antigamente, ele riria. Eu simplesmente sabia, porque, para ele, era inconcebível.

Forço a minha memória mais um pouco. Com exagerada nitidez, posso enxergar-me abrindo um sorriso pequeno para Ally e seu olhar desconfiado, porque precisava de uma ajuda em História - e, bem, não me culpe mas ela estava estudando aquilo quando eu havia chego.

Ela sorriu de volta hesitante. Não parecia animada, estava tímida, e muito desconfiada. Afinal, talvez não se lembrasse de mim. Entretanto, eu precisava daquela ajuda de uma CDF em História ou acabaria reprovando. Talvez ela pudesse me ajudar - tinha ouvido de meus amigos de que ela costumava fazer isso, e os resultados eram surpreendentes.

But you got here early and you stand and wave
I walk to you

Olhei para os seus fones de ouvido, e notei que Ally jamais escutaria se eu gritasse. Então, aumentei o meu sorriso e me levantei. Sem sair de trás da mesa, eu acenei, fazendo sinal para que viesse até mim. Ela não estava certa quanto àquilo, mas assentiu. Talvez já tivesse previsto que eu precisava de uma ajuda em alguma matéria.

Ally se aproximava carregando todas as suas coisas pesadas. Eu andei até ela, pegando a mochila e alguns livros a mais que carregava em seus dois braços e recebi mais um sorriso agradecido. Murmurei um "disponha" e nós nos dirigimos em puro silêncio, com sorrisos tímidos, para a mesa. Eu não estava tão tímido, devo admitir.

You pull my chair out and help me in
And you don't know how nice that is
But I do

Coloquei os seus livros por cima da mesa e ajeitei a sua mochila ao pé da cadeira em frente à minha. Quando Ally ia sentar-se, puxei para ela. Observei-a piscar um pouco atordoada, porém consegui ouvir o seu "obrigada" novamente extremamente baixo, e repeti o de antes. Ela se sentou, ajustando-se, e agarrou alguns livros de História.

Na mosca. Mordi o meu lábio nervosamente.

Lembro-me, não das palavras exatas, de quando perguntei se podia me auxiliar na matéria. Ela concordou prontamente e nós iniciamos uma conversa sobre História, e ela me perguntava quando relíamos diversas vezes o conteúdo. Devo admitir que Ally poderia ser uma boa professora.

Ao fim do estudo, eu sabia muito mais do que algum dia já soube de História. Começamos a marcar alguns encontros extras antes da avaliação final, e eu tive a certeza de que passaria rapidamente se prosseguíssemos naquele ritmo da cafeteria.

And you throw your head back laughing
Like a little kid
I think it's strange that you think I'm funny cause
He never did

Nós também contávamos piadas. Ally não tinha um senso se humor tão bom, mas a sua empolgação era até mesmo palpável, e eu tinha que rir daquilo. Não dela, não em um jeito maldoso, mas de como mostrava-se animada. Ria das piadas mais sem graças que eu contava, e era tão inocente que eu quis pegá-la e enviar para outro planeta para preservá-la.

You said you never met one girl who
Had as many James Taylor records as you
But I do

Conversamos muito mais animadamente quando perguntei sobre a música que ela tinha posto para ouvir em seu celular. Ally me estendera um de seus fones e eu acompanhei o ritmo, reconhecendo-o. Era um pouco antiga, e seu gosto musical era um pouco diferente do meu; eu não gostava de músicas tão antigas, e estas e as clássicas eram as suas preferidas - eu preferia as atuais, eletrônicas, pop.

Ainda assim, tínhamos muito em comum em relação à rock antigo. Como os Beatles, que eram um ícone mundial, Nirvana, onde lamentamos piamente o suicídio de Kurt, e diversas outras bandas. Além do gosto musical tão oposto ao meu, pelo menos tínhamos ideias iguais.

E chegou o vergonhoso momento de despedida. Ally precisava ir para um jantar com a sua família, um pouco refinado, e necessitava ficar bonita. Naquela época, eu ri com o tom que usara, mas hoje em dia eu notava que Ally não precisava de absolutamente nada para ficar bonita. Por mim, iríamos em quaisquer lugares e ela nem precisaria arrumar-se.

Não sabíamos como nos despedir - um abraço? Um ridículo aperto de mão? Um beijo na bochecha? -, e acabamos fazendo diferente um do outro. Eu sugeri algo mais íntimo, um abraço, e abri os braços, mas Ally apenas estendeu a mão. Ao fim, trocamos as posições. Eu estava ficando sem-graça, mas ela sorriu e piscou, e eu ri junto. Ela era até divertida, engraçada.

~

–Austin? - pisco atordoado, em frente ao espelho. Olho para baixo, e Cassidy está ajoelhada ajustando a barra de meu terno mais uma vez. Ela sobe e coloca uma flor branca no bolso preto em meu lado esquerdo e sorri satisfeita. Dou um sorriso pequeno, tão nervoso que sinto a gravata apertando o meu pescoço. Engulo em seco diversas vezes, tentando acalmar a mim mesmo em vão.

Sinto até mesmo a minha pressão subir. Começo a entrar em pânico minimamente. O Austin adolescente não parece ter-me abandonado nem mesmo em meu casamento, onde eu deveria estar exalando confiança. E se ela me abandonasse de última hora, porque não sou bom o suficiente para uma garota como Ally? Porque eu não sou. E eu tenho plena consciência, embora Ally sempre me diga que, na verdade, eu sou muito para ela.

O que não é nada compreensível.

Examino-me mais uma vez, tentando enxergar as minhas costas, mas não consigo ver muito. Pelo jeito, está tudo bem. Cassidy gira empolgadamente e me abraça pelo pescoço, pendurando-se. Minhas mãos vão às suas costas para tentar segurá-la, mas ela cai do mesmo jeito. Eu gargalho, ainda tenso.

–Não estamos nem prestes a ir para a festa pós-casamento e você já está bêbada. - eu brinco. Ela me dá a língua com uma careta, e eu a ajudo a se levantar. - Quero uma irmã sóbria, viu? - grito quando ela passa como um furacão louro por mim, batendo a porta atrás de si. Rio para mim mesmo.

E o nervosismo retorna agora que me dou conta que de que estou por mim mesmo. Sozinho. O suor frio torna cada vez mais difícil de se respirar, e eu me pergunto o motivo de não ter uma máscara para quem passa mal no camarim.

Eu havia pedido Ally anos atrás, durante o casamento de Trish e Jace, porém não oficialmente. Tínhamos feito, de modo oficial, em frente ao nossos amigos e familiares. Fora muito bonito, se me permite. Havíamos sentido falta de nossos pais, contudo, não tínhamos com o que nos preocupar.

Quando ela disse "sim", o meu mundo brilhara. Mais do que já brilhara em toda a minha vida. E combinamos que adiaríamos o casamento para depois que encerrássemos a faculdade de música que, com muito custo, Ally me convencera a fazer para nos tornar músicos melhores. A nossa escrita para as composições melhorou consideravelmente - não que ela precisasse - e a voz, também confesso, ficou um pouco mais madura.

Ainda fazíamos duetos. Ainda éramos um dos casais mais fotografados e, infelizmente, o que mais era alvo dos boatos. Não possuíamos muita privacidade; entretanto, era compreensível a mídia nos assediando até quando íamos dormir.

Para celebrar o casamento, fazer algo diferente, inovamos quando anunciamos o nosso acordo aos outros, logo após de Gavin e Cassidy saírem por bom comportamento, porém ainda precisavam ficar dentro de casa. Deste modo, decidimos que iríamos casar-nos em uma arena. Não em uma Igreja ou em uma praia, que era consideravelmente maravilhoso, mas em uma arena em que tocamos pela primeira vez. Era ao ar livre, e ficava perto de um museu que Ally sempre amou visitar. Iríamos estar de pé com os padrinhos no palco, enquanto os nossos convidados sentavam-se nas arquibancadas.

O padre concordara, e estava arranjado.

Para a data de hoje.

E eu não estava me sentindo muito bem por conta de todo o nervosismo. Eu podia sentir o meu pescoço completamente molhado com o suor, e dirigi-me ao banheiro para passar uma água. Encarei o meu reflexo vermelho, ansioso, no espelho enorme do camarim. A minha respiração estava falha e até mesmo os meus braços formigavam. Comecei a andar de um lado para o outro e encarei o relógio. Eu tinha alguns minutos para entrar.

Enfiei as unhas na palma de minha mão sem conseguir me controlar.

~

–Eu, Alison Dawson...

–Eu, Austin Monica Moon...

–Juro ser fiel na alegria...

–... e na tristeza; Na saúde...

–... e na doença.

–E na música. - acrescentamos juntos. Os convidados riam um pouco, e até mesmo o padre sorria um pouco.

–Por todos os dias de nossa vida...

–Por todos os dias de nossa vida...

–Até que a morte nos separe. - cantamos a última parte. Mais algumas risadas pequenas, e eu colei as nossas testas. Não ouvimos o padre autorizar o nosso beijo, mas fomos em frente mesmo assim.

Ouvi as vaias, ouvi Gavin comemorando com a sua memória em perfeito estado, ouvi Cassidy, a mais animada de longe, ouvi Louis, agora com seis anos formados nas costas, gritar vivas para nós dois. Ouvi Dez cantar alguma música estranha, provavelmente em português, com Carrie ao seu lado.

E nós estávamos felizes.

E a música que cantáramos juntos pela primeira vez iniciou-se para a nossa valsa.

–Concede-me esta dança, Senhorita-Minha-Esposa? - fiz uma reverência em brincadeira, fazendo-a rir, e estendi a minha mão, curvado.

Ally agarrou os lados do vestido em uma reverência igualmente antiga. A decoração era linda. Olhamos para cima, caminhando até o ponto exato onde tínhamos acrescentado uma pequena decoração natalina. O visco. Eu apontei para o alto.

–Acha que isso diz alguma coisa? - provoco, e Ally me beija suavemente. Não temos pressa. Temos uma vida em frente, juntos, a partir de agora. - Eu não vejo a hora da Lua de Mel. - arfo quando nos separamos. Ela ri e me bate fraco em meu braço.

–Na verdade, não estaremos sozinhos. - ela dá de ombros, como quem diz um "desculpa-não-real". Eu ergo uma sobrancelha sem compreender.

–Como? - pergunto, querendo uma explicação. Ela sorri,

–Não estaremos sozinhos a partir de agora. E em nenhum momento da Lua de Mel. - repete, lentamente, como se estivesse falando com uma criança pequena, e guia a minha mão até a sua barriga. E a compreensão me acerta.

–Você não quer dizer que...? - deixo a frase no ar, sentindo o meu peito explodir em fogos de artifícios, sentindo meu coração bater mil vezes mais rápido do que já batia. Ela assentiu, sorrindo, e seus olhos encheram-se de água ao mesmo momento em que os meus.

Trocamos mais um beijo, longo, duradouro, assim como nós. E, atualmente, a vida de nossa primeira criança.

–Austin? - ela sussurra. Eu encosto as nossas testas novamente, sem abrir os olhos. - Eu te amo.

–Fala do jeito que eu quero ouvir? - faço um muxoxo. Ela ri suavemente.

–Eu amo você, Aus.

–Eu amo você, Alls.

E a beijo novamente. Desta vez, com a mão em sua barriga.

"True love stands by each other's side on good days and stands even closer on bad days."

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Notas Finais

As verdadeiras não estão funcionando T.T
Mas eu queria agradecer!
Obrigada a todos que leram, que abandonaram, que acompanharam, que recomendaram, que comentaram, que favoritaram, que não fizeram nada, e eu amo todos vocês! Eu espero mesmo ver todo mundo migrando de navio ou de avião em meados de fevereiro para se encontrarem comigo em minha nova história, que sairá lá pelo dia vinte do próximo mês! Vou sentir saudades enquanto isso!

E, de qualquer forma, agora vem o meu aperto apertado no coração. Hora de marcar Stars Auslly como 'Finalizada' e não olhar para trás, correto? É difícil, porque eu amei cada segundo.

Espero que tenham curtido tanto quanto eu, e quero que vocês me mandem mensagens em privado, tudo bem? Haha! Mas vocês são demais, sério!

Se vocês puderem comentar nesse último capítulo seria um amor, mas se preferirem que não, tudo bem também! Um abraço beeeem apertado e até a próxima história! Não se esqueçam de irem para lá, viu? Dia vinte quero todo mundo de volta! Yaaay!

Quem quiser mais detalhes sobre a nova fanfic, o dia marcado, exato, de fevereiro, por favor me contatem por privado!

–CHC


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