Stars Auslly escrita por C H C


Capítulo 31
Irmãs & Madrugada


Notas iniciais do capítulo

Capítulo meio... uh... revelador. Eu espero que gostem :3 Tenho muito mais pra falar nas Notas Finais, e eu queria agradecer novamente a todos os que comentaram, acompanham e favoritaram a história - e recomendaram também, claro.



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Voltei para onde Ally aguardava. Seu olhar vagava por entre as árvores do outro lado da rua, em frente às casas vitorianas. Eu me instalei ao seu lado hesitantemente e tomei a sua mão.

–Se eu lhe pedisse para sairmos agora para um lugar que eu não posso contar, não vai ser muito romântico, e só posso contar durante o caminho, você viria comigo? É muito importante, e você pode dormir o dia inteiro amanhã ou nunca mais me ver mas por...

–Aus, hey. - seu dedo indicador foi para os meus lábios, silenciando-me. Dei um sorriso enrubescendo. - Eu vou com você. Mas não pode mesmo me dizer? Parece um pouco com aquelas investigações de CSI que eu tenho medo às vezes.

–Você não precisa ter medo. - sorrio, ajudando-a a se levantar. Não solto a sua mão, e seu braço passa por minha cintura. Faço o mesmo com seus ombros. - Eu estou com você.

–Eu sei. Não tenho medo quando eu estou com você. - abaixo a cabeça um pouco envergonhado, sentindo excitação pelo momento. Eu me encontrava feliz. E apreensivo.

–Você provavelmente deveria escrever uma música sobre isso.

–Estou a um passo à sua frente nesse quesito. - ri ela. Rio levemente junto.

Nós escapulimos pela rua, adentrando a escuridão de uma rua não movimentada e pouco iluminada. Possuía apenas uma iluminação, provinda da lanterna perdida, provavelmente de alguma criança durante a tarde.

Ouço Ally estremecer ao meu lado quando tropeçou. Segurei-a, tomando o cuidado de não assustá-la. Lugares escuros a assustam extremamente bem.

–Tudo bem? - pergunto, rindo. Ela gargalha também e me dá um tapa no ombro. - Foi engraçado, você precisava ver a sua cara.

–Ah, muito obrigada. - devolveu sarcástica. - Olhe, aquilo é uma aranha?

–O quê?! Aranha?! Cadê?! Cadê?! Cadê... - percebi que Ally se contorcia ao meu lado em risos. Bufei, não conseguindo ocultar um sorriso de canto. - Não foi engraçado.

–Foi engraçado, você precisava ter visto a sua cara. - repetiu ela. Rolei os olhos, retomando a nossa posição em abraço.

A cada passo que dávamos, eu tentava esconder a minha situação ansiosa. Eu não via a hora de terminar com todo o mistério que havia nos tomado durante o dia. Respirei um pouco, tentando acalmar-me, e recebi um olhar de Ally. Curioso. A sua mão acariciou as minhas costas como que para me sossegar. Dei um sorriso, demonstrando confiança.

–Gavin fugiu da UTI. - comecei. Ally engasgou um pouco. - Está querendo nos encontrar. Ele me ligou. Lembra-se de nós, pelo visto. Está próximo, virando ali. - eu apontei para o fim do quarteirão. Ela assentiu ao meu lado, parecendo ainda processar o que eu acabara de dizer. Um

sorriso feliz envolveu seu rosto. - Não sei qual é a situação dele. Há algo muito importante que quer nos contar. A UTI me ligou mais cedo enquanto você dormia, dizendo que Gavin nos chamava.

–E agora isto. Você acha que pode ser uma armadilha? - ponderou.

–Talvez. Não saberemos se não arriscarmos.

Segredamos algumas hipóteses a mais enquanto corríamos ao fim da rua. O meu coração batia mais rápido por conta da corrida e da curiosidade. Impedi que Ally prosseguisse e me pus em sua frente, espiando pela parede de uma das últimas casas a calçada ao lado. Uma silhueta se movia impacientemente com os braços cruzados.

–É ele. - ouvi Ally sussurrar em meu ouvido. - Veja o cabelo.

Acenei com a cabeça, e saí do esconderijo com Ally comigo. Apertei a sua mão e sendo respondido. Nossas respiraços faziam-se ouvir no silêncio noturno.

–Gavin? - chamei. Sua sombra virou-se a nós e uma expressão hesitante deformou o seu rosto. Depois, caminhou até nós. - Somos nós. Austin e Ally. Você se lembra?

–Eu... lembro. Sim, eu me lembro. Muito de você, Ally. Eu senti a sua falta. - Gavin caminhou até nós. Dei um passo para o lado, permitindo que ele a abraçasse, ainda que desconfiado. Ally apertou-o de volta e seus olhos encontraram os meus. Obrigada. Eu amo você. seus lábios formaram. Dei um sorriso.

Gavin e Ally se soltaram. Ele veio até mim, um sorrisinho. Dei um sorriso pequeno igualmente. Ele deu um tapinha em minhas costas, e eu retribuí. Eu não estava me sentindo desconfortável.

–Escutem. A minha memória está um pouco fraca e vacila toda hora. É momentâneo, portanto temos de ser rápidos antes que eu me esqueça novamente. - seu olhar alternava entre mim e Alls. Assentimos. - Ótimo. Eu preciso lhes contar a verdade. Desde o meu envolvimento no plano de Lester até quando desisti e parei de ter informações. Ally, eu soube do ataque através dos policiais, eu sinto muito. Eu me lembro de quando tentei salvar vocês.

–Você está aqui agora, e vivo. Nós vamos recuperar a sua memória de vez. - Ally garantiu. Fiz um sinal positivo em concordância.

–Eu acredito. - ele sorriu. - Tudo começou quando você se mudou para Miami. Seu pai já tinha desaparecido, lembra? Ele não estava na cidade. Lester vigiava os seus amigos e o seu namorado, que na época tinham terminado. Tudo foi muito bem esquemado por ele.

"Eu tinha problemas com drogas quando Lester me encontrou. Não só com drogas, mas o meu cérebro tinha um problema que não poderia ser resolvido sem ajuda médica, e eu não sabia como ter tal privilégio pois não tinha dinheiro. Eu me convencida de qualquer coisa que me dissessem, e às vezes dormia em um local e me encontrava em outro diferente. Um médico me contou que era normal para gente que tinha problemas como o meu. De qualquer maneira, acabei encontrando-o como assistente de minha médica. Ele me abortou na saída e fez a minha cabeça. Disse que eu não me lembrava, mas havia uma garota, você, Ally, que havia me traído. Que era a minha namorada e tinha um garoto extremamente mal, que a tinha roubado de mim. Você, Austin. Eu me senti confuso, mas, como eu disse, eu acreditava em tudo que me diziam. Eu aceitei e me deixei levar para a sua casa.

"Lester havia comprado uma vizinha à sua. Aquela em que eu entrei na última noite de Austin e os seus amigos por lá. Quando chegamos, havia uma mulher. Ela estava acordada, mas delirante. Lester me disse que era Penny, e fez a minha cabeça novamente, mas eu não a matei. Parecia muito errado. Cassidy estava lá, e eu a conheci. Sexy, seduzente e perigosa. E falsa. Lester nos contou seu plano e contratou alguém para matar a sua mãe em seu lugar. Não ouvimos nada, foi tudo altamente silencioso. Tínhamos câmeras vigiando a vocês dois em todos os lugares, e logo eu entendi o motivo, depois de muito tempo. Enfim, de qualquer forma, combinamos que eu e Cassidy iríamos nos infiltrar em sua vida. Ela levava tudo muito a sério. Eu sei que você sentia um grande carinho por ela. Mas Cassidy tinha muito rancor por Austin tê-la trocado por outra e guardou acima de tudo. Aos poucos eu não conseguia mais compreender porquê eu havia concordado em te fazer mal. Você era tão doce. E então eu comecei a desistir aos poucos. Eu me apaixonei. E eu não queria que Austin te machucasse. Mas quando nós vimos vídeos das gravações de vocês e todos os seus amigos chorando por você não pude evitar sentir-me mal, e comecei a obedecer Lester só para saber seus planos e proteger vocês. Mas se lembra que eu trabalhava como carteiro?"

Nós permanecíamos em silêncio. As cartas que Ally tentava mandar. Gavin era o carteiro e as interceptava a mando de Lester para que não tivéssemos contato. Fazia um grande sentido.

Suas atitudes tinham sido honrosas. Fora por isso que Gavin abandonara a missão antes. Ele já sabia todos os passos. Ele não precisava de mais nada, estava disposto a ajudar Ally. Eu dei um tapinha em suas costas buscando confortá-lo.

–Por que me odiava? Se sentia pena de mim. Por que me provocava? Se queria ajudar Ally. - perguntei com certa dificuldade. Por vezes, eu não gostaria de saber a resposta. Seu olhar encontrou o meu. Sua boca se abriu e fechou várias vezes.

–Porque - começou, parecendo escolher as palavras certas. - demorou muito tempo para eu acreditar realmente que você não queria o mal de Ally. Que você talvez soubesse de tudo. E eu entendi por quê Lester e Cassidy te vigiavam - a pedido dela. Eu custei a acreditar que você não era como a sua irmã.

–Eu não tenho irmãos. Nem primos. Eu não entendo...

–Austin. - Gavin me interrompeu. Ele nos encarou por um segundo, e a mão de Ally foi para sua boca em surpresa. - Cassidy é a sua irmã.

**

Os meus pensamentos giravam e eu não conseguia dizer nada. Ally passava a mão em minhas costas e sussurrava palavras calmantes, porém eu não conseguia nem ao menos falar para lhe agradecer. Sua mão pequena me puxou delicadamente para o seu colo, e eu fechei os olhos assim que o toquei.

Por isso Gavin havia desconfiado sobre mim. Os meus pais tinham me escondido uma coisa durante a sua vida inteira. Tive um relacionamento incesto com a minha própria irmã sem nem ao menos ter conhecimento. Nem ela mesma me alertara. Além disso, Cassidy tentou matar a minha namorada, vigiava cada passo meu. Jamais tentou ter um contato amigável comigo sem possuir interesse.

Ainda assim, por que havia ficado com tanta raiva por termos terminado? Talvez ela soubesse? Se sempre soube, por que ficou comigo? Se descobriu logo após, por que ainda insistiu sobre a raiva que guardava pelo término?

Suspirei em exasperação, não conseguindo compreender seus motivos. Eu deveria. Eu deveria amá-la como um irmão ama uma irmã. Entretanto, eu não sinto nada além de repúdio. Eu deveria apoiá-la? Eu também sinto confusão. Senti lábios quentes em minha bochecha e sorri um pouco de canto, reabrindo os olhos.

–Eu não acredito que ela é a minha irmã. - digo. Ally dá um sorriso lateral e acaricia os meus cabelos. Fecho os olhos, aproveitando. Ela sabe o quanto isso me reconforta, o quanto me agrada. - Eu não sei o que eu faço.

–Shh. - Ally sela nossos lábios e então recomeça a carícia. - Nós vamos dar um jeito. Olha, nós vamos para a casa de Dez agora. São quatro da manhã. Amanhã você irá faltar à aula; eu não vou deixar que você vá. Está muito cansado. Você não vai conseguir se abastecer em somente uma hora. E quando você acordar, vamos estar melhores, e então iremos para a cadeia. Nós iremos conversar com Cassidy e tirar a história a limpo, ver os detalhes. Agora que Gavin está de volta para a UTI e sendo encaminhado para o hospital, Lester e Cassidy na prisão, não precisamos nos preocupar com mais, tudo bem? Não hoje. - eu assinto. Ally sempre soube o que fazer. Sempre foi a nossa cabeça, o nosso modo de enxergar as outras coisas por outro lado. Levantei e dei um beijo em sua testa.

–Obrigado. - ela sorriu, pegando em minha mão. Nós nos levantamos do meio fio e caminhamos na direção da casa de Dez, oposta à minha.

Gavin havia perdido a memória novamente. Tínhamos explicado quem éramos e o que ele fazia por ali. Enquanto Ally o agradecia inúmeras vezes e tentava salvar um pouco de sua memória, distraindo-o - embora soubéssemos que as lembranças voltariam dali a pouco. - chamei um táxi para nós. Eu e Ally já estávamos ambos quase caindo com o sono, porém conseguimos levar e ajudá-lo a ir para o quarto da UTI antes que percebessem a sua ausência.

Deixei que os meus devaneios sobre Cassidy desaparecessem de minha mente e concentrei-me na presença de Ally.

–Vem comigo. Nós vamos dormir em outro lugar. - pisco para ela, levando-a pela mão.

–Onde?

–Você gostaria de ver o sol nascer?

–É claro. É tão bonito quando o pôr do sol. - seus olhos brilharam. Eu ri de sua empolgação.

–Bem, então nós estamos indo para lá.

–Tive uma ideia melhor. E se fôssemos ver o pôr do sol… Na Times Square? - eu sorri. Tocar na Times Square no ano novo era a minha ideia para o sucesso e um dos meus sonhos. Enquanto isso não ocorria, eu me contentaria em estar na Times Square vendo o pôr do sol com a garota que eu amo.

–Você sabe que eu amo você.

–Nós estamos casados. - ela sorri singelamente. - E, somente por um acaso, eu também amo você. Como Trish ama Jace. Como Hazel amava Gus. Como Jace ama Clary. Como nossos pais nos amavam. - eu sorri tristemente com as palavras. Não me feriam. O sorriso de Ally também foi triste com a última frase. Eu a puxei para mim, abraçando-a, e ela própria tomou a iniciativa de um beijo.

–Somos dois órfãs que têm um ao outro. Somos sortudos por isto.

–Isso é verdade. - ela beijou minha bochecha, na ponta dos pés. Eu a equilibrei segurando-a pela cintura. - Eu sei que o meu coração pertence a você.

–Eu sei que o meu coração pertence a você, também.


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Notas finais do capítulo

Tchans :3 Comentem o que acharam, por favor.
Cassidy ser irmã do Austin. Wow.
Eu disse que o Gavin seria a chave. Ainda terá mais utilidade para ele mais no fim da história. E Cassidy veio a ser uma ótima personagem vilã para mim. Tipo, cara, eu adoro escrever colocando ela no meio. É meio inusitado, porque Cassidy é meio recorrente, e aí surpreende.
Muitos momentos Auslly no próximo capítulo. E a Fic está chegando ao fim T.T Tipo, realmente ao fim. O bom é que depois vou iniciar uma nova, depois de uma semana após o fim de Stars Auslly e.e
Terá um momento Jace e Trish também, e, só para constar, um momento Trez :3 Dez só vai sair da cova no próximo. Enfimm, tenho uma surpresa daqui a mais ou menos dois capítuloos. Aguardem!! :D



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