Stars Auslly escrita por C H C


Capítulo 20
Encontros & Stuck On You


Notas iniciais do capítulo

Oii! Agora, tenho mais de 3000 visualizações, wow, obrigada!! Enfim, eu escrevi ouvindo meu novo CD e me senti muito inspirada, so enjoy :D



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Eu e Ally andávamos de mãos dadas nas infinitas ruas, tentando ao máximo retardar nossa chegada à praia. Estávamos em um silêncio confortável e altamente agradável, e até mesmo o tempo parecia estar a nosso favor; sem frio ou calor, a temperatura ideal - embora algumas nuvens cobrissem o céu levemente, anunciando alguma garoa ou chuva para mais tarde.

Apertei sua mão, virando-a para mim delicadamente. Seu rosto levantou-se um pouco para poder-me encarar, um sorriso espontâneo em seu rosto indicava que estava feliz. Eu ri minimamente comigo mesmo e segurei seu queixo, trazendo-a para mim.

Estava tudo tão perfeito, exceto pela parte que continuava atormentando a minha mente, enterrando-a em uma tristeza profunda, quase como um luto: nós iríamos embora na próxima tarde, às cinco, e como eu lidaria com tudo aquilo? Um relacionamento à distância e ainda por cima secreto, as garotas e as discussões sobre mim em meu colégio. Como eu agiria quando retornasse? Brooke ainda estaria por lá, era fato, e esse é o primeiro dia em que não aparecemos.

–Ally, precisamos ir. - digo, sentindo-me péssimo por quebrar o momento. Eu não teria aquilo por três meses a partir do próximo dia. - Eu ainda tenho uma surpresa muito boa para você.

–Não gostei dessa última parte. - ela dá de ombros, e eu a encaro intrigado e, um pouco, desesperado. Ally sorri. - Prefiro uma surpresa muito boa para nós dois.

–Tem razão. - concordo aliviado. - O fato é que eu já não existo sem você.

–E você acha que eu existo? Agora estou conectada por você para toda a minha vida. - diverte-se, e eu rio. Eu realmente espero que isso ocorra, pois não há mais ninguém que eu desejo estar até a morte além dela.

Conversamos sobre a minha vida em Nova Iorque, e, com certo receio, conto sobre as garotas com quem estive nos últimos anos e a minha má fama nos arredores do colégio. Para minha surpresa, Ally não parece-me muito incomodada, somente me fez prometer não esquecê-la enquanto voltasse para "as minhas mil e umas garotas". Como se eu simplesmente pudesse.

Ouvi um pouco sobre sua vida aqui em Miami. É realmente movimentada, com o trabalho, o colégio, Marino, que frequenta - porém nesse momento Ally não está indo às aulas pois estão em algum tipo de reforma. Desejo que o meu também esteja. Também há milhões de clubes em sua vida, e até mesmo existe um que a ajuda a gerenciar seu tempo para tantos e os estudos e o trabalho. Começo a me sentir perdido conforme Ally me conta sobre cada um, e já perco a conta no clube de observação de nuvens, que parece-me muito entediante.

–Já chegamos. - anuncio com um sorriso inquieto. Estou ansioso para saber o que Ally achará de tudo; nunca fui muito bom.

O restaurante estava bem à nossa frente, com decorações de luzes piscantes em diversos tons. Espiei para saber a reação de Ally, e a garota encarava todo o local com os olhos brilhantes e o queixo caído, porém sorrindo.

–Isso é incrível! - comemorou, girando com os braços estendidos para o lado. - Austin, você fez mesmo uma reserva aqui? É tudo tão bonito, tão lindo, é romântico!

–Acha que eu estou mentindo? - brinco, e faço cócegas rapidamente em sua barriga, até que seus braços cruzam-se em uma atitude para impedir-me. - Bem, pelo que eu fiz da última vez, sim. Venha aqui. - eu a puxo para a beira do mar. - Gosta dessa vista?

–Se eu pudesse morreria aqui. - diz, e joga-se na areia fofa. Suas pernas e braços agora estão cobertos com os grãos, e Ally não faz nenhuma menção de querer tirá-los. - Aus, quando eu morrer, quero ser enterrada aqui.

–Você sabe que eles jamais deixariam. - comento, rindo, sentando-me cuidadosamente ao seu lado. Eu ainda queria pedir nossa comida em condições decentes, diferentemente dela.

–Bem, então espalhe minhas cinzas aqui. - ela arranja respostas tão rápidas e práticas e inteligentes que arrependo-me por não ter pensado nisso. Suas mãos mexem na areia, cavando, até parecer encontrar uma concha pequenina. Vazia. - Fique com essa. - eu pego de sua mão estendida com um sorriso, intrigado. - Uma lembrança minha.

–Mais especial do que qualquer outro. - digo verdadeiramente, e dou-lhe um beijo no topo de sua cabeça. - Eu vou pegar nossa comida. Agradeço por você não ser alérgica a frutos do mar.

–Eu também. - ri. Bagunço seu cabelo e corro antes que possa retrucar ou bater-me com alguma das mãos.

Dou uma corrida até o restaurante, deixando-a extremamente próxima ao mar, inclinada para tocá-lo e molhar-se. Reviro os olhos com a visão; está tão parecida com uma garota de cinco anos. Imediatamente penso em Trish, e como será seu filho com Trent.

Não será fácil cuidar da criança, e eu tinha certeza de que os pais de Trish iriam me culpar pela gravidez indesejada. Suspiro enquanto volto meus pensamentos para Ally novamente, e corro até os portões. Ally não está mais visível para mim, entretanto, não há nenhum motivo para preocupações.

–O que vai pedir? - paro diante de um garoto moreno, não muito mais velho do que eu. Provavelmente somente alguns meses, ou até mesmo um ano, embora não aparente.

–Posso ver o cardápio? - ele sorri quando me entrega o folheto preso em seu braço. Verifico rapidamente e faço o pedido de acordo com os gostos de Ally, e peço alguns picles também.

Eu me viro para trás, a fim de ver a mesa que eu havia reservado, e encontro-a isolada. Sorrio e pergunto a um dos garçons se posso transportá-la para outro lugar próximo dali e devolvê-la depois, ao final recebendo sua permissão.

Estava dando tudo certo. Tudo perfeito. Seria um encontro inesquecível, do qual nós dois nos lembraríamos. Ally já havia me perdoado, não era? Sequer tinha desconfianças a mais em relação a mim, coisa que, talvez, eu tivesse. Ou talvez ela somente esconda, o que é muito mais provável.

Alguns minutos depois, a entrega é feita pelo mesmo que atendera-me antes. Comunico a ele que irei transportar a mesa para a areia da praia, ao lado do mar, e, com uma careta sorridente, oferece-se para ajudar-me. Assinto.

–É para a sua namorada, certo? Um encontro. - questiona. Eu rio com sua observação precisa.

–É, sim. - respondo. - Nós reatamos. Eu quero fazer certo desta vez.

–Então, a burrada foi da sua parte? – me sinto desconfortável sobre o assunto, falando com um desconhecido, porém agora já não importa. Nós estamos juntos novamente.

–Digamos que sim. Não fui muito inteligente naquela época. – desabafo, e uma risada o acomete. Sorrio juntamente e avisto Ally, ainda no mesmo local, mas agora com as pernas esticadas e o corpo apoiado para trás com as palmas das mãos. – Ah, ali.

–Ela é bem bonita. – comenta ele, e eu aumento meu sorriso satisfeito. Eu sei que é.

–Valeu. – refiro-me ao elogio a Ally e a mesa e as duas cadeiras que ajudou-me a levar. Trocamos um aperto de mão simpático e algumas recomendações para quando terminarmos de jantar, e prometi que cuidaria da parte de devolver os móveis.

Ally não havia me visto ainda, sequer virado para trás. Ri baixo ao considerar a hipótese de estar dormindo, embora sei que não é isso realmente; ela fica extremamente absorta nos sons produzidos pelo mar.

A aliança. Conferi se ainda estava no bolso e suspirei aliviado ao confirmar sua presença. Abri as tampas da comida e organizei os pratos, os copos e os talheres. Os guardanapos também estavam ali, ao lado.

Caminhei até Ally e toquei seu ombro de leve, fazendo-a sobressaltar-se um pouco. Riu levemente comigo quando me reconheceu.

–Você me assustou. - acusou-me. - Isso não foi justo!

–Quer uma revanche sobre isso também, é? Aposto que ganho. - provoco. Ally me mostra a língua.

Ela entrelaça nossas mãos e as sacode conforme nos aproximamos da mesa. Arrasto a cadeira para que se sente, e um olhar intrigado aparece em seu rosto, porém com uma simples mistura de diversão.

Comemos enquanto fazíamos simples brincadeiras, e eu somente ansiava o momento exato em que iríamos terminar nossas refeições para poder-lhe fazer uma surpresa. A aliança agora repousava em meu colo para que não amassasse a caixa ou alguma coisa do gênero e também para que não caísse e entregasse-me.

Em uma determinada hora, achei oportuno. Levantei-me com o celular em minhas mãos. Eu havia, com a ajuda de Trish e Dez, gravado o ritmo de uma instrumental por ali em um estúdio em Nova Iorque. O pai de Kira era famoso, portanto quando não éramos inimigos mortais e sim amigos, havíamos feito aquilo. Eu pretendia criar uma música e cantá-la a Ally usando o ritmo, porém jamais tive a oportunidade. E ali estava ela.

Escolhi a gravação, ignorando com um sorriso as interrogações de Ally. A música pôs-se a tocar, e eu conectei pequenos amplificadores de som que havia comprado ano passado. Com eles e o volume no máximo, minha voz não cobriria o som por baixo e sairia como se eu estivesse tocando realmente o violão.

Okay, maybe I'm shy
But usually I speak my mind
That by your side, I'm tongue tied

Sweaty palms, I turn red
You think I have no confidence
But I do, just not with you

Now I'm singing all the words
That I'm scared to say
Yeah

So forgive me, if I'm doing this so wrong
I'm trying my best in this song to tell you
What can I do? I'm stuck on you

I'm hoping you feel like I do
Cause I told, mom about you
I told her, what can I do?
I'm stuck on you

And like the night sticks to the moon
Girl, I'm stuck on you

Ally enxugou uma lágrima que pendia em seus olhos. A chuva aos poucos estava começando a cair, e meu cabelo - droga - já começava a ficar com gotas de água que basicamente o maltratavam, embora não importasse. Eu estava com Ally.

–Austin, eu... - silenciei sua fala pondo o dedo indicador em seus lábios.

–Ally, eu queria saber... - saquei novamente a caixinha que continha a aliança que eu sempre quis entregar a ela. Seus olhos estavam mareados e vermelhos quando seus joelhos cederam e Ally caiu frente a mim. Eu ri e a levantei novamente. - Ei, é o meu trabalho estar ajoelhado.

–Mas vai ser clichê. - argumenta, rindo, ajoelhando-se novamente, agora com mais cuidado. - Então quero ficar ajoelhada com você.

–Certo. - gargalho. - Allison Eu-Não-Sei-Seu-Nome-Do-Meio Dawson - Ally se encolhe com uma careta ao ouvir o nome. -, você aceita ser a minha namorada oficialmente para o resto de nossas vidas?

–Eu aceito, é claro. - sorri. Eu sorrio. Mas a chuva aumenta e isso não colabora para o futuro estado impecável das cadeiras.

Enquanto a chuva engrossava, nós não nos importávamos e nos aproximávamos. Levantamos simultaneamente ao mesmo tempo com as testas coladas e as mãos entrelaçadas e esticadas, iniciando a dança novamente. A valsa já havia virado a nossa marca romântica.

Nós nos abraçamos após dois minutos de dança lenta desajeitada. Nossas testas permaneciam juntas, e a distância entre nós desaparecia enquanto nós nos aproximávamos ainda mais, nossos olhos fixos um no outro. Até que tudo foi-se perdido.

Nós éramos apenas um, e o que importava era somente o que nós dois sentíamos. Não havia nenhum outro mundo ou momento do qual eu quisesse estar.

–Eu sempre quis ter um beijo na chuva. - diz ela ofegante após nos separarmos. Eu rio e acaricio sua bochecha.

–Tão clichê. - mas ela me puxa para um abraço, do qual eu não tenho nenhuma vontade de sair.


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Notas finais do capítulo

TCHANS! O QUE ACHARAM???
Eu to tão feliiz! Enfim, vocês acham que eu devo melhorar algo? O próximo capítulo eu acho que será triste, mas será narrado pelo Austin E PELA ALLY! O que acham disso?



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