Pov Freddie

Samantha Puckett. Samantha Benson. Tanto faz, pra mim ela sempre vai ser "Garota Problema", "Chave de Cadeia", enfim, seja lá como for conhecida, Sam sempre vai me atrair problemas. Sam sempre vai me atrair.

Entendeu o problema agora?

Apesar de estar casado com ela, eu tenho uma namorada, e pela primeira vez meu problema não tem a ver com o maldito nome Samantha.

Eu quero estar com Sam, ainda é meio-muito- estranho como eu consegui me apaixonar por ela. Só que tem muitas coisas envolvidas nesse meio. Algo do tipo muito sério.

Namorada sempre foi uma palavra complicada pra mim. Na adolescência eu não tive muitas namoradas. Na verdade da pra contar nos dedos da mão. De uma mão. Na mão do Lula. E eu juro que mesmo assim ainda sobra dedo. Não era por eu ser feio, na verdade, as meninas gostavam de mim, e gostavam do meu jeito Nerd. Menos uma, na verdade menos duas, Sam e Carly, mas na época só Carly importava.

Enfim, essa coisa de amor platônico só serve pra ferrar a gente. Literalmente. EU FUI ATROPELADO PRA SALVAR A VIDA DELA!

Aquilo que eu sentia por Carly era uma mistura de paixão adolescente com essa coisa de primeiro amor misturado com obsessão. Eu achava que ela era a garota perfeita. E de fato é, mas não pra mim. Doce, meiga, fofa, gentil, educada, essa era Carly. Essa é Carly. O posto de sua melhor amiga que de fato eu quase nunca prestava atenção. A não ser, é claro, quando eu queria irrita-la com algum apelido idiota. Sam sempre esteve presente em minha vida, o fato de nossos pais serem super amigos ajudava muito, até porque em todos os lugares que eu era obrigado a frequentar Sam também era. E quando não era isso era de novo nós dois juntos na casa de Carly.

Mesmo sem perceber, ou até percebendo, Carly foi uma ponte que me ligava até Sam, mesmo na época eu mal reparando na garota. Quero dizer, eu reparava, Sam é um ser humano... Um ser humano muito irritante, diga-se de passagem, mas o fato é que eu nunca prestei atenção em Sam como garota. Mulher.

Nem quando nos beijamos... Pois é, eu e a "Princesa Puckett" nos beijamos. Primeiro beijo pra ser mais exato. Eu lembro que aquela semana foi uma das piores da minha vida, Sam me infernizou a semana inteira, cada dia um hematoma novo, na verdade, antes daquele beijo nós conseguíamos manter uma conversa "normal", mas depois do beijo foi como se Sam se transformasse, a garota tomou ódio de mim. E eu acabei tomando o mesmo rumo que ela, teve um tempo em que nós fizemos uma tabela de horário para nunca nos encontrarmos na casa de Carly. Foi tenso.

E então crescemos, casamos e eu ainda não sei definir nossa relação. Não sei se ela me odeia ou me ama. Não sei se eu a odeio ou a amo. Só sei que seja lá o que for é muito, muito forte.

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Estávamos na sala. Ela e eu. Eu e ela. Sam e Freddie. Nós dois. Juntos. E ainda não houve nenhuma morte. Eu estava sentado no sofá e Sam andando de um lado pro outro. Isso quer dizer que ela está tão nervosa quanto eu né?

Sei lá, Sam é imprevisível! Vai que ela tá fazendo isso pra deixar o tapete mais fofo? Isso foi muito idiota, mas vindo de Sam eu não duvido nada.

– Então?- Ouvi Sam dizer meio incerta.

– Então?- Devolvi mais incerto do que ela.

– Então o quê?

– Então o que o quê?

– Ai que droga Freddie! Vamos agir pelo menos uma vez como os adultos que somos?

– Vamos...- Por que eu tenho impressão que isso não vai dar certo?

– Vai fala.

– Falar o que?

– Que idiotice. E eu que pensei que poderia ter uma conversa útil com você.

– Ah, claro. Você quer ter a tal conversa sem ao menos tentar falar algo que preste?

– Ah, e eu que faço tudo errado não é?

– Chega. Errado foi o jeito que começamos. Vamos começar de novo ok?- Perguntei tentando manter Sam calma, porque quando ela se irrita ela desiste de tentar conversar e começa apelar para os punhos.

– Ok.

– Hum... Será que vai chover?- Perguntei sem nenhum senso do ridículo.

– Hã? Ér... Acho que está fazendo um lindo sol lá fora.

Nós olhamos um pra cara do outro e ouvimos um barulho de trovão. Eu olhei pra cara dela com a sobrancelha erguida e ela me imitou.

– Eu ainda acho que vai chover.- Desafiei.

– E eu ainda acho que está um belo dia pra tomar banho de piscina.

Nos encaramos por um tempo e foi nesse momento que eu percebi que nós somos Sam e Freddie. Nada é normal com a gente. Você pode até não ter percebido, mas essa conversa foi o que eu precisava pra tomar a decisão certa. Eu continuo não tendo certeza de muita coisa, mas eu tenho certeza que Sam quer o mesmo que eu. Tenho certeza que a Princesa Puckett me fisgou direitinho.

Quem foi que disse que os opostos não se atraem?