Never Let Me Go Bonds escrita por gihyuga


Capítulo 1
I Love You, Son of Destiny


Notas iniciais do capítulo

Minha primeira fic que não é NaruHina. Bom, tirando NaruHina esse é meu casal favorito do meu anime favorito. (Naruto e Mawaru Penguindrum são meus animes favoritos);
~mas tipo, nada disso importa escritora, queremos a sua fic hahahahahah~
Como novidade, também é a minha primeira fic Livre HAHAHAHAHAH não tinha como deixar ela pra adultos afinal, ela é muito meiga...
Fiz com muito carinho e espero que apreciem ♥
Boa leitura



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/524463/chapter/1

Nunca deixe seus laços desaparecerem. Esforce-se ao máximo para continuar com eles, faça de tudo para não os perder. As mãos que um dia estavam juntas e aquecidas podem ficar geladas, e o pior de tudo é que você pode não ter o poder para resgatá-lo. Depois que ele se for, você vai se lamentar pelo Destino que o levou de você.

Foi isso o que aconteceu comigo. Eu o deixei ir – mesmo que tenha sido para salvar um bem maior. Mesmo que tenha sido para salvar a sua irmã, eu não devia. Naquele momento devíamos ter dividido o fardo. O calor das chamas poderia ter sido dividido.

Ele não desapareceria do mundo.

Eu não ficaria sozinha.

Dividiríamos uma vida.

Shouma...

As mãos geladas geram um milhão de lágrimas. Lágrimas ardentes que não param de escorrer. Lágrimas de tristeza, uma tristeza sem fim que não pode ser contida. Lágrimas de lembranças, as quais você quer guardar no fundo do seu coração, para nunca mais sair. Para não ter que suportar isso de novo. E de novo... Em sonhos infinitos, onde a magia dá errado. E as chamas queimam apenas ele; mas eu sinto como se fossem em mim.

Os meus gritos me acordam noites e noites consecutivas. E não tem ninguém para me amparar. Nunca teve. Foi nessa época que você apareceu, uma fase difícil de minha vida e me iluminou, mas se foi tão rápido. Deixando-me apenas com vontade de amá-lo. E com esse enorme buraco no coração.

Eu te amo, foi o que você disse, para então me deixar.

Sozinha.

Porém, Himari disse que não posso desistir da vida. Ela não desistiu, e você deu sua vida por ela. Sua irmã. A que disseram ser suaalma gêmea. Vocês nunca foram irmãos de sangue, mas por tudo o que passaram juntos tornaram-se. Seus pais desaparecidos, morando sozinhos, e então a doença de Himari. Realmente, foi um ato impensado, mas necessário. Você a amava tanto. Eramuma família linda. Eu faria o mesmo pela minha família. Na verdade eu sempre fiz, Tabuki é a prova disso, e a minha vontade de ser Momoka é a prova...

Shouma, eu só queria que você não tivesse desaparecido da minha vida.

Hoje as pétalas claríssimas cor de rosa caem pelas ruas. A primavera predomina, e o friozinho vai embora. Mais um ano se passou, naquela época eu era tão jovem e não entendia as coisas. Mas, continuo sentindo um vazio enorme. Não entendo o que o destino queria dizer para nós. Será que foi certo tudo o que aconteceu? Nossos destinos são tão inesperados.

E você, Shouma, o que você está fazendo?

Eu tenho que ir para a faculdade, seis anos se passaram desde a última vez que nos vimos, e eu estou no quarto ano da faculdade – o último. Eu sempre ando de trem na esperança de te ver, quem sabe o Destino não tenha pregado mais uma peça em nós? Lembro-me que você não se despediu de mim quando tudo acabou, você apenas disse que me ama. E para mim, o amor é um novo começo... Normalmente os dias passam rápido, o trem sempre lotado, a faculdade sempre entediante, as noites sempre sozinhas.

– Shouma?

Um garoto de cabelos azuis aparece em minha frente, em umuniforme escolar, com a altura do Shouma quando tinha dezesseis anos. Sempre penso em você aparecendo assim, mas não imaginava que algo assim poderia acontecer. E aquelas reações, apenas pela possibilidade de ser você, começam: palpitações, rubor, arritmia.

Não imaginava que íamos nos ver novamente tão cedo – nesse mundo.Shouma.As lágrimas começaram a escorrer, e eu não tinha onde me apoiar no trem, apenas tentava ver o garoto entre as grandes gotas de lágrimas que distorciam tudo. Era nosso encontro predestinado. Se ele ia me achar uma louca, não importava.

– Quem é você moça? Como sabe meu nome?

A voz era igual, o jeito meigo, a cara de bobo e seu incrível olhar de esmeraldas. Eu estava um pouco mais alta, mas como era possível isso? Você voltou do mundo dos mortos? No mesmo corpo, porém mais novo? Talvez fosse coisa de minha cabeça, talvez eu estivesse estudando demais.

– Eu... É... Hm... O Destino. – Seus olhos me encaravam com preocupação, mas talvez tenha tido algum tipo de amistosidade. Era o Shouma. E isso eu tenho certeza. Nos seus olhos eu conseguia ver o passado triste e desafortunado que teve. Consigo ver as chamas. – O Destino é maravilhoso – consegui falar, após secar minhas lágrimas. – Eu amo a palavra Destino...

– Sinto muito, – ele disse me interrompendo, quando o metro parou em Ikebukuro. Ele estava sem graça e não tinha jeito para me dispensar. Do mesmo jeito que antes, você continua sendo o irmão bonzinho. – Tenho que ir pra escola, até mais moça.

Os amigos o puxaram, entre eles vi uma cabeleira vermelha e sorri. Mesmo que ele não estivesse ali para escutar, eu completei a minha frase, com o primeiro sorriso de verdade em cinco anos.

– Eu amo a palavra Destino – sequei a última lágrima da minha bochecha. – Porque, você entende quando se fala de encontro predestinados? Um simples encontro pode mudar completamente a sua vida. E esses encontros, não são simples coincidências...

Foi aí que o sol começou a nascer novamente e a Terra havia voltado a girar para mim.

Obrigada Destino, por trazê-lo de volta a minha vida.

(...)

Aquela mulher provocou alguma coisa em mim. Não consegui parar de pensar nela ou no quão estranha e louca ela pareceu. Ela deve ter me confundido com alguém, mas suas palavras...O Destino...Apenas isso, fez com que todo meu corpo se arrepiasse involuntariamente – talvez as lágrimas que saíam do rosto dela também tivessem causado esse sentimento. Alguma coisa parecia faltar em mim, e parecia... Parecia que ela sabia como preencher.

Fico imaginando como é o homem que ela pensou que eu fosse, por que ela choraria? Será que ele a abandonou? Não sei quem teria coragem de fazer isso. Não deveria ser um homem de bons modos, pois homens decentes não fazem mulheres chorarem. E, ela não era uma garota feia. Cabelos curtos e castanhos, olhos castanhos, magrinha... Era uma mulher tipicamente bonita.

Será que a verei novamente?

Eu gostaria muito de ter tal oportunidade. Aoportunidadede conhecer a louca do Destino.

Nesses dias parei para pensar noDestino.

Realmente, eu odeio essa palavra. Porque não podemos mudar nosso futuro. Todas as tragédias, infortúnios e calamidades foram programadas por um Deus. E isso é cruel. Encontros, sucessos, desavenças... Tudo causado por algo tão poderoso que não podemos mudar, não podemos escolher algo para nós.

Aquela mulher me deixou com esses pensamentos.Será que ela gostaria da palavra Destino se tivesse sofrido o tanto quanto eu-

– O que eu estou pensando? – Coloquei a mão em minha cabeça, por algum motivo pensei que tivesse sofrido muito.

Pensei que minha vida tivesse sido montada por um Destino cruel e sem voltas. Determinado por uma maldição e condicionada a um punimento...

Minha cabeça latejava.

– Tenho que ir para a escola.

Normalmente a escola é um local tranquilo. Kanba e eu somos melhores amigos, quase irmãos, sempre matamos aulas juntos para dormir no terraço. Ele, como eu, não tem família. Somos órfãos, e fomos pegos pelo mesmo orfanato. Não temos memórias de nada antes disso...É um grande infortúnio do Destino.E esse é o único fato que me deixa triste, que não deixa a minha felicidade ser suprema. Porque, as pessoas que nos acolheram no orfanato são muito boas. E, apenas isso, conseguiu transformar uma vida – que poderia ser triste – em felicidade.

– Shouma. – Kanba meu melhor amigo. Meu irmão. Acabou com meus devaneios que persistiam desde que conheci aquela mulher... Nem ao menos perguntei seu nome. Mas também, do que adiantaria? Ela é muito mais velha... Não apenas isso... Ela... – Shouma!

Consegui acordar.

– O que foi?

– Você anda perdido em pensamentos ultimamente... – Ele suspirou passando as mãos entre os cabelos vermelhos. – As meninas estão preocupadas... – A única coisa que não contei de Kanba é que ele é o maior “arrasa corações da escola”. E, como sou amigo dele, me mete nas maiores enrascadas amorosas, sendo que eu não sinto nada por ninguém. E como eu, eu tenho certeza, que ele também.Nós dois sentimos um enorme vazio...– Elas querem ver você mais ativo no time de futebol.

Talvez, já tenhamos sido apresentados a nossas almas gêmeas no passado, e nenhuma outra consiga superar esse amor.

– Ah, Kanba... Você sabe que apenas entrei nesse time porque você gosta – eu disse resmungando, e levantei. – Afinal, o que eu gosto mesmo, é das estrelas... Eu vou entrar no grupo de astronomia, então vamos pra sala.

– Até que enfim você resolveu tomar uma atitude, mas não reclama se você engordar nesse tempo que não vai praticar esportes. – Andamos pelo corredor até a nossa sala, e nos deparamos com uma mulher.

– Vocês estão atrasados garotos. – A diretora não fazia ideia de que estávamos matando essa aula, se não fosse minha vontade de conhecer a nova professora de ciências. – Sentem-se, pois a nova professora quer se apresentar.

A mulher que entrou na sala era loira e tinha lindos olhos azuis. Parecia ser estrangeira e seu sorriso era extremamente fascinante – com certeza, ela era daquele tipo de mulher que ama o que faz. Uma ótima pessoa para coordenar o clube de astronomia que está parado. Kanba e eu sentamos em nossas cadeiras, e bem... A mulher continuava a dizer baboseiras e mais baboseiras, e eu apenas admirava o céu através da janela.

Será que um dia eu a verei novamente?

Os cabelos castanhos balançavam contra o vento frio do inverno. Ambos estávamos tristes, tão tristes que quase nada poderia consolar nossos corações. Porém, uma coisa podia nos esquentar, nossos sentimentos mútuos. O calor que ambos corações sentiam.

E nos abraçamos ali mesmo, no meio da neve, com aqueles flocos gelados nos atacando. Não precisávamos de palavras, somente o gesto. Talvez lágrimas quisessem sair de meus olhos, mas encontrei nos dela força para continuar lutando. Ela havia se tornado meu pilar, sem nem ao menos eu perceber.

E tudo foi pelo bem de Him-

– Então, ao final do semestre vocês irão ao museu de astronomia comigo, e veremos muito bem as constelações e todo o aparato de astronomia! – Amulher falava com enorme fascínio, e eu só percebi que ela estava falando isso, porque Kanba me deu umas cutucadas com o lápis. – Então, estão dispensados.

– Essa aula foi tão rápida que eu nem percebi ela passando.

– Claro que não percebeu, você estava dormindo o tempo todo...

Voltei à atenção para a loira a minha frente que continuava a sorrir.

Mas de certa forma, ela parecia tão vazia em minha frente.

Sonhos e mais sonhos com aquelas figuras começaram a preencher minhas noites. Noites cheias de dor, calor e sofrimento. Era sempre assim, eu não conseguia ver seus rostos, e seus nomes nunca eram inteiramente falados. Apenas a maçã e as chamas eram claras. Respectivamente, a maçã fazia referencia a Kanba – que também era a única pessoa no sonho que eu conseguia identificar – ele dividia mais que uma maçã comigo, ele dividia a sua vida –dividia seu destino. A outra coisa que sempre persistia era a minha morte pelo poder das chamas, e lá eu a salvava, na verdade o punimento tinha que ser meu. Ela não devia pagar por nada. Tudo era minha culpa. Era nossa culpa.

– Mas qual era a culpa? – Kanba me perguntou no caminho da escola, quando eu lhe contava os meus sonhos. Estava cansado de tê-los só para mim e nunca entender. – E, porque você acha que a dor de cabeça tem alguma coisa haver com isso?

– A nossa culpa de dividir a maçã. – eu coçava o cabelo. – Ah, depois que eu comecei a ter esse sonhos tenho tido fortes dores de cabeça... Nada é por acaso.

– Como se você acreditasse no destino...

– Não gostar, não énão acreditar...

– Daqui a pouco você começa a acreditar em pinguins falantes...

Eu precisava compartilhar com alguém o que sentia, pensei que Kanba seria essa pessoa; mas pelo jeito não é bem assim...

Passei o resto do dia avoado, na verdade, somente enquanto a professora falava coisas e mais coisas desnecessárias no caminho do museu. Pois quando chegamos lá, meus olhos deviam brilhar e tudo ficou mais bonito. Os artefatos astronômicos, a sala das constelações e para finalizar com chave de ouro entramos no planetário. Claro, que corri para ficar na frente, numa das primeiras cadeiras para observar muito bem as estrelas.

– Isso é... Lindo...

Ao sentar, escutei uma voz que já havia ouvido outra vez. Uma voz que procurava por alguém, mas dessa vez falaca conosco.

– Meu nome é Ringo, – ela riu um pouco, quando algumas meninas fizeram uma pergunta. – Sim, significa maçã – e, veio em minha direção. – Então, sentem-se que a sessão começará. – Ela disse e nossos olhos se encontraram. Ela engoliu em seco, e eu apenas a encarava. Eu queria contar para ela todos os meus sonhos, afinal foi depois que eu a conheci que eles começaram a aparecer. Queria dizer a ela que sinto já ter a visto em algum lugar... Não, a palavra correta é dizer que já a conheço. – Inclinem-se em suas cadeiras que a viagem pela via láctea irá começar.

Sua voz era tão empolgante. Não havia como não embarcar mesmo nesse trem. Aceitar a maçã e entrar fundo nessa história intergaláctica. Escorpião, Leão, Andrômeda, Cruzeiro do Sul e foram tantas histórias... Lendas gregas, orientais. Ela sabia tanto.

Não imaginava que ela iria se focar em alguma coisa desse jeito.

Após esse pensamento sem sentido, minha cabeça voltou a doer.Ringo... Ringo... Ringo...

Seu nome não saia de minha cabeça. A Maçã. O Destino. Ringo Oginome... Quando ela disse o nome completo? Minha cabeça latejava mais e mais.Chamas... Dor... Punimento... Irmã...Eu arfava. As imagens vinham em minha mente tão rapidamente. E nada tinha sentido. Nada.

– Não!! – gritei.

Todos olharam para mim preocupados ou dando risadas. Mas nenhum deles importava – Kanba me olhava assustado. Não sei o porquê meu rosto estava gelado, parecia molhado. Ela, delicada, ediferente da Ringo que eu conhecia,pegou em minha mão gentilmente –mentira ela já havia sido assim comigo, quando nos abraçamos na neve.Pensamentos que não eram meus me invadiam e apenas faziam minha mente doer mais.

– Calma, Shouma! – Ela disse me levando para algum lugar, mas andar já estava difícil.

– Mas dói tanto! – Eu arfava, e a cabeça doía. Meu peito doía mais ainda... Por quê?

– Já vai passar – Ela me sentou numa maca, e me abraçou.Quando será que comecei a te ver desse jeito? Tão reconfortante?– Essas coisas não saem da minha mente! Não faz sentido! Eu. Não. Te. Conheço!

– Shouma! – Ela disse tão preocupada como uma irmã. Uma mãe. Uma esposa.

Eu te amo!– As palavras saíram de mim, sem que eu percebesse.As chamas me queimavam.

Encarei seus olhos castanhos, e vi as lágrimas nos olhos dela - pois ela devia ver o medo e a duvida nos meus.

– Não queria que você sofresse assim... – Ela me abraçou escondendo meu rosto nos seios dela. Ela era tão quente. – Você não precisava lembrar... Não desse jeito...

Himari. Kanba... Estratégia de Sobrevivência. Amor. Destino. Morte. Irmãos. Amantes. Almas gêmeas.

– Eu não quero ter nenhuma alma gêmea, além de você.Não vá embora...

– Eu não vou... Shouma, apenas relaxe – ela me balançava, como se quisesse que eu ninasse. – Apenas durma, esqueça tudo isso...

(...)

Ele ouviu as minhas palavras.

Porém, eu não pude ir atrás dele. Não pude deixar este local para cuidar dele, para o levar para casa, para explicar tudo. Como será que a nossa história pode ser contada para ele, se ele nem ao menos consegue me ver sem entrar em estado de choque?

Talvez nunca tenha sido nosso destino estar juntos. Afinal, não somos almas gêmeas.

Himari é a alma gêmea dele. Eu sou apenas uma garota que apareceu...

Talvez eu nunca mais deva conversar com ele...

Meus pesadelos voltaram durante todos os meses que se passaram. Foram quase 8 meses de solidão e pesadelos. Sem Shouma, sem Himari, sem minha mãe. Apenas eu. Eu já devia estar entrando em depressão, mas naquele dia de inverno, alguém bateu na minha porta.

Eu abri de pijama mesmo, pensando que era apenas o carteiro. Mas não, eram dois garotos. Shouma, sendo segurado por Kanba. Ele não devia estar bem. Corri até o portão e os auxiliei a entrar.

– O que aconteceu? – Já fui perguntando enquanto andávamos até o corredor.

– Ele não para de dizer Ringo... – Kanba estava preocupado. – Eu fiz de tudo para ficarmos em casa, e esperarmos a febre e a gripe passar, mas ele é insistente.

Penguindrum – escutei ele sussurrar. – Himari... Eu... – Eu pude sentir o calor do corpo dele, e fomos em direção ao meu quarto.

– Me ajude a deitá-lo na cama!

Conseguimos o colocar na cama e eu, delicadamente, repousei sua cabeça em minhas pernas – então comecei a acariciar seus cabelos azulados.

– Está tudo bem Shouma. Nada de mal vai acontecer, nunca mais. – Ele ia se acalmando, virei-me para Kanba: – Já deu algum remédio?

– Ele não quis....

– Cabeça dura... – Cochichei para mim mesma. – Vá no armário da cozinha e pegue na primeira porta um remédio para febre e resfriados.

– Certo – Rapidamente ele seguiu o caminho.

– Pronto Shouma... Tudo vai dar certo... – ele começava a se acalmar, mas era visível o mal que ele passava. – Como você deixou a febre chegar a esse ponto? Devia se cuidar melhor...

– Rin...go... – Talvez ele estivesse começando a delirar novamente, mas o jeito que ele me chamou parecia o meu Shouma.

Conseguimos dar o remédio para ele e aos poucos foi se acalmando. A febre foi diminuindo e acabou dormindo em meu colo. Não entendi, em nenhum momento, porque ele escolheu ficar comigo. Se fazia tão mal a ele ter as memórias de volta, por que estava fazendo isso? Eu acariciava seus cabelos, eram tão macios... Estávamos tão próximos e ao mesmo tempo tão distantes.

– Hey... – Kanba me perguntou. – Por que ele quis vir falar com você? Vocês nem se conhecem direito...

– Você quer a verdade completa, Kanba?

– Quero.

– Mesmo que ela pareça fantasia?

– Não há motivos para mentir.

– Então vou contar nossa história... – Não parei em nenhum instante de acariciar os cabelos azuis, apenas Deus saberia quando poderia os tocar novamente. – No início, não tínhamos ligações. Porém, a irmã de vocês estava morrendo. Havia uma estratégia de sobrevivência, e para concretizá-la vocês precisavam do Penguindrum. Ele era meu Diário do Destino, o qual poderia realizar qualquer desejo, desde que um pagamento fosse realizado. Um pagamento de igual valor. Bem, tem tantas coisas para falar... Mas, no final... Acabei descobrindo que a irmã de vocês era a alma gêmea do Shouma, e ele os uniu quando a salvou... Esse foi um dos motivos para a sua punição, mas o maior motivo... Foi culpa de vocês dois... Vocês dividiram a maçã do destino... Apenas um devia sobreviver, mas vocês dividiram suas vidas... A doença de Himari é pura consequência. Então, para salvá-la você se aliou a uma pessoa muito má que queria acabar com milhares de vidas... Shouma não deixou, afinal vocês são a família dele... Eu fui sem ele saber, enquanto ele devolvia a metade da maçã (maçã a qual havia virado uma parte mágica do coração dele) para você, eu recitei as palavras magicas para salvar Himari e ativar o poder do Diário... – Eu olhava para o além... Relembrando cada cena daquela noite, sem nem ao menos ver as reações de Kanba. –Vamos compartilhar a fruta do Destino, então queimei... – As lágrimas correram por meus olhos... – Queimei... Até ele roubar o meu punimento para si... Disse que a culpa não era minha.... E enquanto você entregava a sua vida para Himari... Ele entregou a dele a mim, para conseguir terminar de salvá-la...

Enxuguei meu nariz que começava a escorrer.

– Ele começou a queimar no meu lugar... E – eu não conseguia dizer mais nada... Naquela hora... No momento em que ele ia desintegrar para sempre, ele disse...

– Eu te amo.

Pareceu como se fosse aquele dia. Seueu te amofoi intenso. Verdadeiro. Mas se foi... Agora, irá igualmente. Não é nosso destino.

– Eu odeio o Des..

Senti os dedos dele tamparem a minha boca.

Para então me beijar.

(...)

A história era transmitida para mim de alguma forma, finalmente as imagens haviam se encaixado na minha mente. E ela começava a correr.

Porém, ao final... Não sabia o que fazer.

Perdoe-me.

Foi tudo minha culpa.

Ajudar Himari. Fazer com que Kanba dividisse sua vida comigo. Além de muitas outras coisas... Mas...

Mas...

Nós podemos ficar juntos agora.

Essa foi a nossa segunda chance que Deus nos deu. O destino pode ser cruel, mas ele sabe o que faz. Eu posso o odiar, mas ele faz as coisa para nos fazer ultrapassar barreiras e obtermos o melhor.

Ringo, me desculpe...

Então, acordei com suas lágrimas caindo em meu rosto. Geladas. Ela devia ter ficado tão triste sozinha, uma garota tão amável que – como eu – coloca a família na frente de tudo, não devia passar por isso. De jeito nenhum.

– Eu odeio o Des... – não a deixei concluir sua frase. Ela devia continuar sendo a mulher forte a qual eu amo.

A beijei.

Todas as cenas passaram em minha mente correndo, o filme da minha vida passada.

A dor. As amizades. As perdas. Os amores. Os desejos. A família. As risadas. As tristezas.

Tudo manifestado em apenas um corrente de imagens, e lá no fim o...

...Eu te amo.

Nosso beijo há muito tempo devia ter acontecido. Esse beijo sem mágoas, ressentimentos, dor... Apenas nosso amor que transcendia o tempo. Almas gêmeas não significava nada, o amor vai muito além de um simples termo. Ao sentir os doces lábios dela contra os meus, pude sentir o que realmente significa oamor. Na verdade, já havido descoberto o que era... Mas, desse forma era muito mais intenso.

Abraçamo-nos forte. Eu não queria a perder por nada.

De forma alguma.

– Não me abandone de novo... – Ela chorou em meus lábios.

– Nunca mais. Nunca.

(...)

O tempo até que passou rápido depois que nos reunimos novamente. Descobrimos que após terem dado sua vida para Himari, os meninos voltaram em seis anos de suas vidas numa nova vida – algo muito confuso. Essa foi nossa melhor análise da situação, Momoka – minha falecida irmã – não estava ali para nos ajudar. Porém, foi nossa única saída para entender o que aconteceu.

Quando ligamos para Himari ela quase teve um infarto ao descobrir que Kanba e Shouma estavam vivos. O reencontro deles foi lindo, mais ainda foi vê-la beijando Kanba... Quem diria que na verdade, as almas gêmeas eram Kanba e Himari. O motivo? Talvez ninguém nunca saiba, mas... Para mim, quando Kanba dividiu a vida dele com Shouma, deu a ele a linha vermelha que une os corações também. Por isso os três eram tão conectados.

Mas hoje, estamos muito bem... Tirando que todos acham que eu sou uma pedófila... Bom, pelo menos a Himari também. Não me sinto sozinha.

Na verdade, minha vida mudou muito depois que disseram

Eu te amo

para mim... Então, eu só tenho a agradecer ao destino por tudo o que aconteceu comigo.

– O que você está pensando aí, Ringo? – ele me perguntou. Seus cabelos azuis era tão intensos, a idade já havia trazido um charme a mais.

– Não sei... No nome dos nossos bebês. – menti, ele não gostava muito de lembrar do passado.

– Mentirosa. – Mas nunca funcionou. – Você...

– Estava pensando no quanto eu amo você, e eles... – acariciei minha barriga e ele colocou as mãos por cima.

– Vão ser as crianças mais felizes de todo o mundo.

Não deixaremos que essas crianças não escutem umeu te amo.Pois, oeu te amoque salva as pessoas, não importa o tipo de amor.

O importante é tê-lo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Never Let Me Go Bonds" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.