POV LILIAN

– Teus pais?! – A pergunta foi ouvida, vinda de cinco bocas diferentes, - Dorcas, Alice, Remus, Sirius e Potter. – Com assim teus pais? – Continuou Dorcas.

Eu mantinha o olhar em Lene, quando respondi.

– Sim, meus pais, – confirmei. – Eles e Petúnia, minha irmã, morreram há cinco anos atrás.

Lene analisava-me. O brilho no seu olhar era perigoso, eu sabia! Ela estava chateada…chateada não, Marlene Mckinnon está com raiva, senão odio, de mim!

– Espera! Vinte de junho? - Perguntou Dorcas. – Isso foi um dia depois da nossa graduação. Oh meu Merlin, Lily! Nós fomos aquela festa idiota…e… os teus pais morreram no dia seguinte? – A loira parecia não acreditar. – Porque não nos disseste? – Questionou, incrédula.

Abri a boca para falar mas fui interrompida.

– Sim, Lilian, porque não nos contaste?- Perguntou Lene, de braços cruzados e com o mesmo brilho nos olhos. – Ou melhor: porque escondeste isso de nós? Porque nos mentiste durante todos estes anos, dizendo que ias visitar os teus pais, quando na verdade eles estão mortos?

Dorcas arfou.

– Lene…

– Porque fingiste que tudo estava igual? – Continuou a morena, aproximando-se de mim a cada palavra dita.- Porque escondeste da tua melhor amiga que os teus pais tinham morrido?

Ela esta demasiado próxima de mim…próxima o bastante para eu sentir toda a sua raiva pelo curto espaço que nos separava.

Olhei para a loira, em busca de apoio, mas tudo o que vi foi um Dorcas chateada. Boa! Agora até a loira estava contra mim… Eu sabia que se Lene não tivesse colocado a situação como colocou, Dorcas jamais se lembraria do facto de que, durante 5 anos, eu tinha mentido em relação aos meus pais.

– Eu pensei que fossemos amigas,- comentou Dorcas.

– E somos!

– Então, porque não contaste a verdade, Lilian? – Questionou Lene.

Sentia todos os olhos em mim. Alice, Sirius, Remus e Potter… todos esperavam a minha resposta!

– Eu não pude, Lene…

– Não pudeste?! – A morena atestou. – Não pudeste?! Ou não quiseste, Lilian? Todos estes anos Lilian, todos estes anos nós sempre contamos tudo uma à outra, e agora eu descubro que era mentira. Tu mentiste-me sobre os teus pais! Os teus próprios pais! – Acusou. – Sobre o que mais me mentiste?

– Sobre nada, eu juro, eu não te minto – assegurei.

– Não? Então, onde vais sempre que dizes que vais passar o fim-de-semana com a tua família? – Questionou e eu dei um passo atrás. – Onde foste no Natal passado quando ficaste duas semanas sem dar noticias? – Perguntou.- Vamos lá, Lilian! Se tu não me mentes, onde estavas já que é obvio que não estavas com os teus pais?

Por esta hora, Lena já não falava propriamente baixo.

– Eu não te posso contar- admiti.- Eu queria Lene, eu juro! Eu queria contar-te sobre os meus pais, mas não pude!

– Porque não, Lily? – Dorcas perguntou.

Olhei-a.

– Quando eu acordei no hospital, tudo o que eu vi foi Albus, - afirmei. – Ele explicou-me o que tinha acontecido e…

– Dumbledore?- Lene questionou alto. – Albus Dumbledore? Tu conheces o Dumbledore desde o início das férias de Verão?! – Acusou. – Mas quando ele veio falar connosco, tu fingiste que não o conhecias!

– Lene…

– NÃO! – Ela gritou. – Nem te atrevas a chamar-me Lene! Não te atrevas a dizer nada! – A morena afirmou. – Eu pensava que nós eramos amigas, pensava que contávamos tudo uma à outra…mas tu… Tu enganaste-me bem, Evans! – Doeu ouvi-la chamar-me pelo último nome. Lene era, para mim, como uma irmã. Irmã essa que me olhava com raiva e, pior que isso, com mágoa nos olhos! – Não enganas mais, disso te asseguro!

Lene virou costas e, rapidamente, estava fora da sala. Dorcas seguiu-a, dando-me um ultimo olhar de magoa.

Suspirei. Boa! Perfeito! Melhor impossível!

Lene estava chateada comigo e eu sabia que não me iria perdoar facilmente. Ah não! Marlene Mckinnon guardava rancor das pessoas que a magoavam e, neste momento, eu estava no topo dessa lista. Eu precisava de lhe explicar, mas sabia que ela não me ia ouvir…não tao cedo!

Olhei em redor. Sirius e Remus trocaram um olhar com a porta e depois para mim. Potter analisava-me, calado. Alice olhava para mim e para a porta, e depois para mim também. A sua expressão era a mais difícil de decifrar. Enquanto os três homens, se dividiam entre confusão e preocupação. Alice mantinha-se entre a preocupação, confusão e algo mais que eu não entendia.

Tudo o que eu queria era sair dali. Fugir para bem longe e não voltar.

Suspirei, novamente.

– Bem, eu acho que não faz mais sentido parabelizar te por teres cumprido os três testes, uma vez que a equipa já não existe, - comentei para a morena.

– Lily, não digas isso, - Alice pediu.

Sorri. Um sorriso triste.

– Acredita em mim, Marlene Mckinnon não perdoa facilmente – afirmei. – Bem, marca uma reunião com Albus para amanha, por favor. – Pedi e ela assentiu. Olhei para os três homens na sala.- Vemo-nos amanha, até lá façam o que quiserem.

E sai da sala, direita à superfície. Só havia um lugar em que eu queria estar agora. Bem longe dali!

POV MARLENE

PUM. PUM. PUM.

A cada tiro a minha raiva só crescia! Quem é que ela pensava que era para me mentir?! A mim! Marlene Mckinnon!

PUM. PUM. PUM.

A minha melhor amiga! Ou pelo menos, eu pensava que era!

PUM.P…

– Bolas, merda de pistola. – Reclamei quando esta encravou. Atirei-a contra a parede.

– Hey! Não descarregues na arma! – Virei-me para a voz brincalhona.

– Black! O que estás aqui a fazer? – Questionei com raiva. Nas últimas horas, tudo o que eu fazia era com raiva!

– Vim ver como estavas,- disse ele.

– Já viste – cortei. – Podes sair agora!

Sirius riu-se e andou até mim.

– Nossa, morena, isso é tudo prazer pela minha companhia? – Provocou ele, com aquele sorriso idiota no rosto. Ah, que raiva! – De qualquer das maneiras, queres conversar?

– Como? – Questionei sem entender.

Sirius passou a mão pelos cabelos, num gesto bastante sexy e sorriu.

– Quando eu estou chateado, os meus amigos costumam distrair-me – admitiu. – Funciona, sabes?! Eu pensei que talvez tu também precisasses de uma distração!

Franzi a testa.

– Como falar? Contigo? – Não conseguia acreditar que ele me estava a propor algo assim.

O sorriso mudou. De maroto passou para perverso. E, na minha humilde opinião, Sirius Black conseguia ser totalmente sexy com aquele sorriso. Ele era um pedaço de mau caminho. Ou o caminho inteiro!

– Se não quiseres falar, podemos distrairmo-nos com outras coisas, - sugeriu ele, percorrendo o meu corpo com os olhos.

Eu senti-me, subitamente, quente e, sem notar, lambi os lábios.

Mas o que raio estava eu a fazer? Ele era uma missão! Uma missão idiota e totalmente sexy, mas uma missão!

Virei-lhe as costas e entrei na sala das armas. Ele seguiu-me.

– Obrigada pela proposta, mas eu vou recusar, - disse enquanto escolhia outra arma.

No entanto, a minha tarefa foi interrompida, quando Sirius me virou para ele e pressionou o meu corpo contra a parede, com a ajuda do dele. Demasiado perto! Uma das suas mãos prendeu-me os braços por cima da cabeça, com uma força que eu não esperava que ele tivesse, enquanto que a outra se colocou na minha cintura.

– Tens a certeza, Lene? – Perguntou a poucos centímetros dos meus lábios. Eu conseguia sentir o seu hálito, com cheiro a menta, contra a minha cara. – Eu sou a favor de libertar energias acumuladas!- A sua mão começou a subir pela lateral do meu corpo, chegando ao meu seio.

O gemido rouco foi impossível de conter com o contacto.

Sirius sorriu.

Era errado o que ele estava a fazer! Era errado o local! Era errado o facto de ele ser uma missão e apenas isso! Era errado eu usá-lo dessa maneira!

Mas quem pensa no que é errado quando se tem Sirius Black em contacto com todo o seu corpo?! Bem, eu não, pelo menos!

Eu não pensei nisso quando encurtei a distância dos nossos lábios…. Nem quando as roupas começaram a sair do jogo…

Eu não me importei com nada! Exceto no homem que eu tinha contra mim e na maneira selvagem e raivosa do sexo que aconteceu, na sala das armas… um local totalmente errado!

Mas, mais uma vez, quem se importa?