Mérlim, o quê eu fiz!

Desde que eu havia acordado na manhã seguinte a minha detenção eu só ficava repitindo como um mantra na minha cabeça: O quê eu fiz!, o quê foi que eu fiz!, não acredito que fiz isso!

O café da manhã e a aula de Transfiguração haviam passado como um borão estranho e confuso, minha cabeça parecia estar no escuro e minha mente mal pensava em algo além da maldita noite de detenção

A aula seguinte foi com tempo livre, e eu fui até o lago como se minhas pernas agissem no modo automatico

–Burra... Agatha... M-malfoy!... Idiota!... Irresponsável!... -A cada palavra eu batia meu pé com força no chão e me sacudi irritada -Ar... Que... ÓDIO!... Eu vou matar aquele... Imbecil... Ordinário...!

–Ei você tá legal? -A voz de um dos gêmios Scamender quase me fez tropeçar de susto, ele estava me encarando como se eu fosse uma louca em crise (o quê era absoluta verdade, convenhamos)

Ajeitei minhas veste:

–Ótima! Maravilhosa! -exclamei meio alterada -Eu sou uma burra, muito burra! e estou parecendo louca, pode rir se quiser -disse quando o vi ficar vermelho rendendo a risada

–Agatha, eu nunca vi ninguém agir não... anormal assim! -disse ele puxando o ar com força para se acalmar -Tem certeza que não precisa de ajuda? Eu posso ir chamar o James e...

–Não me fale daquele Trasgo hoje! -estourei com raiva -Nem hoje nem nunca, afinal qual dos gêmios você é? -indaguei tentando mudar de assunto

–Lysander, o cara do piercing -ele falou apontando para o piercing na sobrancelha esquerda

–Oh -eu disse mais depois sacudi a cabeça, que coisa idiota... -Uhm, não conte a ninguém sobre esse meu pequeno ataque de descarga eletrica ,sim?

–Combinado -ele falou piscando um olho maldosamente e saiu andando de costas até se virar em direção ao castelo

Eu ri,

"Que garoto mais Jam... ' eu interrompi esse pensamento sentindo uma pontada de raiva fluir

Me sentei perto de um das arvores ali perto aproveitando o tempo de descanço e tentando não pensar no ser humano mais Trasgo que eu conheço. E que beija muito bem

...

A porta da sala de Estudo dos Trouxas havia acabado de bater quando as últimas pessoas entraram

Anny, Fred e Pedro haviam chegado atrasados e tinham interrompido o discurso do professor Liam (ele não gostava que o chamassemos pelo sobrenome)

O ruivo sentou no lugar vago ao meu lado e sorriu pressuçoso:

–Teve uma boa detenção ontem, Tha?

Lhe lancei meu olhar de furia e uma parte de mim queria enforca-lo:

–Não lhe interressa, Frederico -O ruivo fechou a cara e voltamos a prestar atenção no professor

Ele pigarreou

–Como eu ia dizendo, hoje vamos apreciar uma das coisas que os trouxas mais amam, A Música, um instrumento universal que expôe sentimentos bons e ruins, alegria e tristeza, raiva e angustia. Eu separei uma de minhas músicas favoritas e assim que terminarmos de ouvi-la quero um relatório de no minimo 30 linhas, sobre o que sentiram ao escutar a mpusica e como descreveriam o que o autor sentiu

Ele foi até o canto da sala e clicou no play do rádio, a música demorou um minuto para iniciar e ele escreveu o nome dela no quadro em letras garrafais:

WHERE WE LAND (Onde nós aterrissamos)

Trate-me debaixo deste claro céu noturno

E eu vou me deitar com você

Eu começo a sentir essas borboletas

Quando estou perto de você

Conte-me seus segredos

Dê-me um amigo

Deixe todos os bons tempos fluírem

Eu te amo?

Eu te odeio?

Não consigo me decidir

Então vamos cair em queda livre

Ver onde nós aterrissamos

Tem sido assim desde que éramos jovens

Vamos brigar e em seguida, fazer as pazes

Vou respirar o seu ar em meus pulmões

Quando eu sentir o seu toque

Conte-me seus segredos

Dê-me um amigo

Deixe todos os bons tempos fluírem

Eu te amo?

Eu te odeio?

Não consigo me decidir

Então vamos cair em queda livre

E ver onde nós aterrissamos

Uma parte de mim ficou surpresa e a outra sentiu raiva e vontade de chorar ao mesmo tempo.

Que dia me aguardava hoje! E sem a menor preocupação me levantei e sai da sala a passos rápido, com os olhos marejados fui direto para o banheiro feminino