Pulse escrita por Quinn Rivers


Capítulo 2
Na alma do mal


Notas iniciais do capítulo

Okay eu ia postar ontem, mas eu sou muito estupida em manutenção de computadores e eu tive que esperar minha irmã vir pra me ajudar, pois não estava dando para acessar o Word, e eu tinha dois capítulos prontos que foram excluídos durante o processo de "manutenção" dela
( não me pergunte, é complicado).
Maaaaaaaaaaaaaaaaaas eu reescrevi um durante o PPDA (recuperação) de matemática.
Espero que gostem, obrigado a todos que comentaram e irão comentar.



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Pôde-se ouvir sua respiração entrecortada.

Os minúsculos pontículos transparentes de água pingavam de uma altura consideravelmente alta, escorriam pela rachadura escareada sobre sua cabeça, tornando assim, sua testa na mira do alvo. Seus olhos se abriram em um grande escancaro, provindo um pequeno vórtice de cores abatidas, mas se pôs indolente, sem nenhum sinal de vida.

Lembrava-se de seu nome: Clarissa. E nada a mais.

A garota arquejou. Suas mãos voaram ao rosto; frio e com lábios quebradiços, mas continuou estirada sem nenhum propósito ascensional. A sede aumentou vertiginosamente obrigando a garota a sentar-se. Seus músculos se esticaram e estalaram em uma dor dolorosamente agradável. Quanto tempo deveria ter ficado deitada na mesma posição, duas horas no máximo? Ela não sabia. Lutou contra seu cérebro, que de alguma forma portava-se mal, e parecia expandir-se contra o crânio fazendo uma pressão lancinante.

Seus pés tocaram o chão, deslizando ao sentir o formigamento na sola deles, encaminhando-se para fora de tal cubículo dilapidado. Deparou-se com corredores dentre a penumbra desgasta pelos longos filetes de luz dourada, filtradas pelas janelas fendidas, prosseguiu, sustentando-se pelas paredes de cimento lascado, tropeçando em um estetoscópio e embolo estirados aleatoriamente pelo caminho. A cada passo que dava mais tinha a sensação de claustrofobia, sentia os corredores estreitando-se mais e mais ao ponto de poder ver uma pequena luz brilhante no fim, radiando e queimando como brasa ao fogo, sentiu a súbita vontade de regurgitar. Mas não o fez, seguiu firme até a saída.

Notou seu traje: uma pequena toga branca que se embolava em quando caminhava. Cobria seus pequenos pés e dificultava os passos, tornando-os pesos amarrados ao corpo mole e dormente da garota. Caiu de joelhos e arrastou-se até a beira de um lago aparentemente cristalizado. Ela sentiu a brisa, seus cabelos em maçantes nós esvoaçaram, e sua toga abriu-se como se a garotas fosse alada. Asas brancas e fofas. Ela pensou vendo seu reflexo refletido em uma lisa e fina camada de papel de vidro. O lago não se mexeu. Não tremeu com ondulações. O lago refletia tudo em sua volta; a grande densidade de árvores em torno a pequena clareira de grama marrom, que se entrelaçavam em um dossel de sombras formando uma meia lua. Mau se podia ver o sol, mas uma pequena esfera acima de completamente tudo era bem vista e refletida. A lua. Ainda mostrava-se tão bela em sua magnitude mesmo fazendo horário extra, a garota moveu sua cabeça ao alto, fascinada pela cor intensa que de certa forma ofuscava o próprio astro rei, a lua exibia a cor escarlate.

Uma lua sangrenta.

Deslizou cuidadosamente seus dedos frios sobre a planície do lago, aparentemente congelado. A água estava petrificada. E lembrou-se que em dimensões maiores era idêntico a Koh-i-noor, muito embora sua aparência fosse relevantemente bruta em relação ao diamante. Comprimiu seus ombros de maneira espalhafatosa enquanto a ligeira brisa abrangeu-a, presumiu meados de outono, mas não notou as folhas secas voando e aninhando-se nos troncos de palmeiras ocas, sem notar também a alta intervenção térmica. Tudo estava diferente, o ar espesso que necessitava inspirar intensamente e o silêncio mortal vindo de todos os cantos. Nenhum pássaro canoro, crianças, e cães selvagens, apenas o canto interminável e adocicado das cigarras que zuniam em torno de pequenas flores rosadas de silenes.

Começou com o afiar de laminas.

Atordoada afagou as têmporas em busca de algo que a mante-se em sua realidade, ela só poderia estar alucinada, sobre efeito de alguma salvia altamente alucinógena que deveria tê-la ingerido sem consentimento. O estardalhaço persistiu, em um ruído rouco e raivoso, se aproximando progressivamente ante a garota debruçada sob o lago. Reunido o pequeno farelo que havia de seu destemor, ela se arriscou, olhando se soslaio. Sentiu o bafo quente e úmido roçando em seu pescoço, e algo molhado que se chocou contra sua bochecha, ela havia notado o grande porte físico do cão.

A pelagem escura e curta com algum tipo de fuligem manchando-a.

Os olhos tão grandes e redondos quando bolas de ping pong, mas havia algo a mais neles fora que lacrimejassem e não piscassem, em contraste com as presas monstruosamente grandes e garras de mesmo comprimento, seus olhos expressavam algo obscuro que se mesclava em sua cor. Puro vermelho incandescente.

Ele estava próximo, muito próximo.

Seu bafo cheirava a sangue.

Tudo conspirava em uma reação contraria a que a garota tomou. Ela levantou lentamente, tomando o ar necessário para que pudesse fazer tudo em absoluta destreza, afastou-se do monstruoso cão em máximo silencio, sorrateiramente colocando um pé atrás do outro deslizando sobre a grama marrom áspera. O cão avançou com sua baba escorrendo pelos cantos da boca e caindo violentamente sobre suas gigantescas patas. A garota pensou se ele em duas patas seria maior que ela, e a resposta veio em um imediato sim. Seu latido ecoou pelos seus tímpanos como um tiro de canhão, arranhando e fazendo-os sangrar.

Seus calcanhares giraram vagarosamente em principio, ela deu alguns passos para longe de tal criatura pavorosa, e respirou profundamente sentindo seu peito arder. O cão fixou seu olhar na garota, ele pareceu estar sugando sua alma e deposita-la em um poço fundo e repleto de dor. Suas presas brilharam pela baba que os lustrava, em presas retrateis perfuraram seus lábios, o cão abriu a boca rasgando-a, ele latiu mais uma vez, mas saiu como um longo, forte e duradouro rugido.

A garota não viu mais nada apenas debandou ao encontro da floresta, batendo seus pés ao chão e olhando somente a sua diante.

Não parou para respirar e nem observar os Eucalyptus deglupta que a cercavam e encurralavam-na, mas usou sua casca multicolorida para tornar-se parte da fauna, disfarçando-se entre os troncos esguios e altos. Ela podia ter um pequeno porte físico, pequenos pés e mãos, porem o enorme cão sentia seu cheiro impregnado nas demais cascas que usou para esconder-se como se possuísse células coloridas iguais as de um camaleão. O cão farejou o tronco, e seguiu para a próxima arvore que tinha um odor muito mais forte do que as demais, ele circulou a arvore enterrando suas patas portadoras de enormes garras que arranhavam as raízes a mostra, e ali ficou sentado, observando o movimento dos animais. Seres reptilianos serpenteavam ao redor dos ganhos frágeis, enrolando-se e preparando-se para o ataque a garota sentada no limite do galho, encarando a enorme monstruosidade parada esperando-a descer.

Parece raciocinar. Ela pensou.

Era fora do contexto, ser seguida e quase que atacada por um enorme cachorro geneticamente modificado. Era algo fora do raciocínio popular, ela não tinha ameaçado seu território, mas mesmo que tivesse o cão quando perde a presa de foco simplesmente desiste e volta para o que é seu. Tudo estava errado. Sentiu seu braço arder, formigar e em seguida ficar dormente tão rapidamente que nem teve tempo de se prevenir do ataque da cobra. Gritou e rolou para abaixo da arvore até tocar as raízes, o cão girou e pulou, atacando-a.

Não havia mais volta, não havia mais solução, sua vida não passou como em um flash, ela não tinha vida, não tinha nada em que se agarrar, apenas fechou os olhos e esperou. Esperou sua lenta e dolorosa morte.

Não ouve dor.

Nem o som de sua carne sendo dilacerada.

Seus olhos se abriram em uma fresta, mas não pode ver nada além de uma silhueta formada pelo brilho do sol, em uma posição de ataque portando um arco e flecha, ela viu sua cabeça envolta a um halo avermelhado causado pela lua.

– Você está bem? – ele perguntou virando-se para ela.

O garoto moveu-se para o lado e tornando sua visão a mais periférica possível, viu o corpo inerte do cão, estirado e com uma flecha atravessando o peito.

– Sim – sua voz saiu quase que inaudível – o quê...

Não terminou a frase, sua boca tornou-se dura e sem movimento, sua língua pendeu para fora salivando. Nem as raízes que apoiavam sua cabeça a suportaram, seu pescoço não sustenta sua cabeça, zunidos de todos os cantos irromperam e ela não viu mais nada, além do rosto angelical do garoto a sua frente, e, a forma humanoide e sombria mesclando-se aos troncos das arvores, com um sorriso enigmático e mítico, sibilando constantemente:

– Te peguei, irmãzinha.


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Notas finais do capítulo

Ficou confuso e ninguém nega.
Necessitei desse capitulo estranho porque ele é fundamental para o andamento da estória, eu não poderei responder nada nos comentários relacionado a ele, espero que entendam.
Beijos ;3



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