Maga, Bruxa ou Semideusa? - 2 escrita por Marina Leal


Capítulo 6
Capítulo 6 - Trombadas... E outras coisas...


Notas iniciais do capítulo

desculpem pela demora, até as notas finais



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Depois da aula com Zia era a vez de passar um tempo com Walt/Anúbis, pelo menos foi o que Aaron me disse, e alguns de nós não pareciam muito felizes com a ideia.

Enquanto andava pelo corredor e conversava distraidamente com Rosalie, Michelle e Aaron quando esbarrei em alguém, com medo de ser aquela garota estranha que parecia incrivelmente ameaçadora afastei-me no mesmo instante.

– Desculpe! – Falei assustada.

– Tudo bem Nat. – Falou a menina tranquilamente e eu olhei para ela.

Sorte minha que era alguém amigável.

– Ah, oi Saeme. – Falei e corei, ela era a menina cega e era eu quem esbarrava nas pessoas, que vergonha.

– Oi. – Ela falou. – Desculpe, estou com pressa, nos falamos depois está bem?

– Sim. – Respondi e ela se afastou, sendo seguida de perto por Cérbera.

– Eu não quero saber! – Ouvi uma voz feminina irritada a uma porta de distância e eu troquei um olhar apreensivo com os outros três, principalmente com Rosalie, pois acreditei que tanto eu quanto ela havíamos reconhecido aquela voz. – Eu poderia ter deixado meu kit de magia na cela da própria serpente, mas continua sendo meu e ninguém, principalmente você tem o direito de mexer nele!

– Eu não sabia que era seu! – Respondeu uma voz grave que logo reconheci como sendo de Kevin. – Se soubesse faria questão de nem chegar perto!

– Vamos interromper? – Perguntei incerta enquanto a briga continuava.

– Não, em breve Sadie e Walt vão aparecer e separar esses dois. – Aaron respondeu revirando os olhos. – Isso já é comum, esses dois vivem arrumando motivo para discutir.

– Falando neles. – Michelle continuou ao avistar uma Sadie parecendo nada contente e pisando duro no chão com os coturnos, o marido (ou os maridos?) dela estava (m) logo atrás, com uma expressão séria e cautelosa.

Quando nos avistaram fizeram um sinal para que seguíssemos em frente.

Olhei para Rosalie, que apenas deu de ombros e voltou a andar, logo estávamos longe da briga.

– Esses dois ainda vão arranjar confusão com Quíron. – Ela murmurou ao meu lado. – Ele falou que não queria mais reclamações por causa deles.

Concordei com um aceno.

– Vamos para onde agora? – Perguntei.

– Eu não sei vocês, mas eu vou comer mais alguma coisa antes de seguir para a biblioteca, estou absolutamente faminta. – Michelle respondeu ao meu lado.

– Na verdade você não precisa acompanhar a gente em todas as turmas Nat, os horários aqui é você quem escolhe, desde que haja um equilíbrio entre eles, claro. – Aaron falou e eu ergui as sobrancelhas. – É sério, aqui a gente escolhe as aulas que queremos assistir, de forma saudável, é claro, não podemos passar o dia inteiro assistindo a mesma aula.

– Parece legal. – Comentei embora não achasse realmente tão legal assim. – Então eu acho que vou direto para a biblioteca, não estou com fome.

– Eu vou para a aula de Sadie. – Rosalie falou e começou a subir os degraus para o andar de cima. – Nos vemos depois.

– Até depois. – Murmurei e olhei para Aaron.

– Vou para a aula de Anúbis, quero dizer, Walt, quero dizer... Ah, você entendeu. – Ele se atrapalhou e eu sorri.

– Tudo bem. – Falei e ele voltou pelo caminho que viemos. Dei um suspiro triste quando só estávamos eu e Michelle.

– Eles só estão tentando te dar um espaço para decidir que caminho você quer seguir. – Ela falou como se soubesse o que eu estava pensando.

– Mas precisam fugir de mim? – Perguntei um tanto magoada.

– Não é de você. – Ela explicou e fez um gesto para que descêssemos as escadas para o Grande Salão. – É da tentação de tentar recrutar você para o caminho divino que eles seguem.

– Quer dizer que você não vai tentar me recrutar para o caminho que você segue?

– Admito que tenho vontade de te contar todas as coisas legais que os seguidores de Bastet podem fazer, mas aí tiraria toda a graça se você escolhesse Bastet e já soubesse tudo, não seria um desafio, uma descoberta.

Franzi as sobrancelhas, não entendendo muito bem o que ela queria dizer.

– Não entendi. – Admiti em voz baixa e ela riu.

– Não, imagino que não, mas vai entender, em breve. – Falou com convicção e apontou para as portas duplas de ouro maciço do outro lado de onde estávamos. – A biblioteca é ali, guarde um lugar para mim está bem?

Concordei com a cabeça e a acompanhei com o olhar enquanto ela seguia para a mesa na varanda, onde alguns iniciados beliscavam as comidas que estavam ali.

Quando ela se sentou virei de costas e fui para a biblioteca.

*****

Parece que aquele era o dia nacional de Natália Vasconcelos esbarrar nas pessoas, pois assim que as portas da biblioteca se abriram alguém mais alto, e evidentemente distraído com algo, saiu por elas demos uma trombada e tanto.

– Ui! – Reclamei aborrecida e ouvi o som de algo caindo.

Meus óculos! Pensei desesperada enquanto a pessoa com quem trombei me segurava com firmeza. A pessoa tinha um cheiro peculiar, parecia baunilha misturada com chocolate, porém os aromas eram tão suaves que não chegavam a ser enjoativos. E também era muito quente, como se estivesse com febre.

– Você está bem? – Perguntou uma voz de menino com preocupação.

Olhei para cima e perdi a voz.

Era ele!

Olhando de perto notei que havia estimado errado a idade dele, o garoto parecia ter de 13 a 14 anos, seus olhos eram de um ouro líquido impressionante e seu cabelo castanho desalinhado dava a ele um ar rebelde incrível, seus lábios eram cheios e bem desenhados e uma de suas sobrancelhas estava erguida.

– Então? – Ele perguntou e eu fiz um esforço para me lembrar o que ele havia perguntado.

Pov: Richard

Ela é problema!

Foi isso que os meus instintos me disseram assim que a vi na porta de entrada da sala de Zia.

E o pior é que eu havia me sentido atraído por ela, me senti ansioso para conhecê-la, falar com ela.

Estou ficando louco. Foi o que pensei em resposta a esse sentimento. Não posso me aproximar dela, nem de ninguém.

E foi por isso que me enfiei na biblioteca, quase ninguém ia naquela hora, normalmente os outros preferiam as aulas de Zia e Walt/Anúbis. E enquanto fingia ler os pergaminhos que Cleo enfiou na minha mão eu pensava nela.

Natália Vasconcelos.

Ela parecia tão assustada, também pudera, todos na mansão estavam sussurrando pelos cantos sobre a nova iniciada, que também era U.R.

Soltei um suspiro pesado com o pensamento, ela era uma U.R., jamais repararia em alguém como eu, um mago comum, mesmo que estivesse seguindo o caminho de Rá, e assim como Zia fui escolhido pelo próprio deus dos deuses, mas isso não queria dizer muito.

“- Esse é o seu problema! – Zia havia dito parecendo bastante chateada a alguns meses atrás. – Você se apaixona muito fácil Richard, e quase sempre, para não dizer sempre, sai ferido!”

Mas ela era diferente das outras. Isso até eu podia dizer. Com os óculos escuros posicionados sobre os cabelos cor de caramelo ela parecia tão sofisticada, tão linda...

Sacudi a cabeça, completamente frustrado e voltei a prestar atenção na tradução que devia estar fazendo, mas mesmo assim meus pensamentos a cada poucos minutos se desviavam, eu não estava apaixonado, mas poderia vir a ficar... E fiquei debatendo os prós e contras sobre falar ou não com ela mais tarde, na hora da refeição.

Mas por todos os deuses, tanto gregos quanto egípcios quanto quaisquer outros que possam existir, parece que tudo foi conspirado.

E agora ali estava eu, segurando a garota que havia dominado meus pensamentos nas últimas duas horas em meus braços e tentando ignorar o cheiro de morangos que emanava dos cabelos dela após esbarrarmos um no outro.

– Eu... Eu... – Ela gaguejou e eu fiz um esforço para soltá-la, que automaticamente se afastou de mim e olhou ao redor. – Meus óculos!

Ela parecia bastante irritada, foi então que eu notei os óculos que enfeitavam os cabelos dela haviam caído no chão e as lentes se quebrado.

– Me desculpe! – Murmurei e ela me olhou com irritação.

– Isso foi um presente do meu pai! – Se queixou enquanto juntava os cacos e depois se colocava diante de mim.

Olhei com culpa para as mãos dela, então de repente todos os pedaços se juntaram novamente, deixando os óculos com aparência de saído da loja.

– Oh! – Ela parecia completamente surpresa.

– Acho que mereço um pedido de desculpas. – Murmurei com um sorriso e ela me deu um murro de leve no ombro.

Olhei para dentro da biblioteca e decidi rapidamente fazer mais uma hora de tradução/tortura se ela fosse ficar na aula de Cleo.

– Que tal conversarmos durante a aula e aí eu penso se te desculpo? – Ela propôs e eu dei de ombros.

– Muito justo. – Respondi e abri caminho para ela. – Primeiro as damas.

Ela revirou os olhos, mas passou na frente.

Espero estar fazendo a coisa certa. Pensei incerto.


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Notas finais do capítulo

me digam se gostaram, se odiaram
e por favor não me matem por causa do Richard, prometo que ele é o último possível par da Nat
só pra repassar a lista: Peter
Leonard (o filho de Atena)
Richard

façam suas apostas sobre com quem ela vai ficar....