Porque voltar para casa era realmente o que importava, ainda mais vendo tudo tão enfeitado e todo empenho de Rosalie, e de minha mãe e sogra que jamais a deixavam sozinha, uma cuidava de Victor, outra fazia o almoço e Rosalie ia decorando tudo com seu jeitinho.
A árvore eu havia trazido na semana passada, e havia ficado bem bonita no canto da sala. Rose sorriu ao me ver chegar e me puxou para mostrar tudo, por mais que o natal fosse ser na casa da mãe de Rosalie, esse ano a festa de ano novo era por nossa casa, e, mais do que nunca, Rose queria tudo perfeito.
O que eu não duvidava que fosse fácil para ela.
Ah querida, aceite, tudo que você fez sempre ficou perfeito, porque dessa vez seria diferente?
Beijei seus lábios e sorri vendo Victor sentado sobre um cobertor no chão da sala, todo encasacado ele tinha mais dificuldade para engatinhar, mas dizer isso para minha mãe seria comprar briga com o diabo, porque elas sabem como cuidar de um bebê... Bem, eu achava que meu filho deveria estar suando com tanta coisa.
- Preciso de um banho – ela assentiu e eu subi as escadas para tomar uma ducha e me arrumar para o trabalho.
- O almoço estará servido quando você descer – ela disse voltando a sua arrumação. – E depois temos de ver que presente falta comprar – eu assenti para então sim ir para o banho.
Sentir a água batendo contra as minhas costas era um dos melhores modos de relaxar, ainda mais depois de passar a mãe toda na companhia de meu pai, era como lavar as impurezas dele, só por via das dúvidas eu me esfregava quase até ficar vermelho, só para garantir que a loucura dele não me atingisse.
Até agora estava dando certo.
Sorri saindo do chuveiro, a menção de brinquedos me fez pensar nos que havíamos comprado para Victor, fora o que minha mãe e a minha sogra já haviam se proposto a dar. Nisso Rose tinha razão, eu adorava mimá-lo.
- Querido? – ouvi a voz de Rosalie desde o corredor, ela havia subido para ver se eu já havia saído do banho.
O salto, mesmo que baixo, de seu sapato fazia barulho contra o piso, anunciando que estava chegando.
- Já está pronto? – ela perguntou entrando, e fechou ao me ver só de toalha.
Eu sorri vendo-a morder os lábios e estendi uma mão para que ela segurasse, quando Rose o fez eu a puxei de encontro ao meu corpo.
- Se não fosse por nossas mães no andar debaixo que logo subiriam para ver o porque da demora... Se não fosse pelo nosso filho solto com elas. Ah querida – ela voltou a morder os lábios enquanto minhas mãos pousaram em seu quadril. – Você não sairia daqui tão cedo.
Ela gargalhou passando a mão em meu peito nu.
Querida, você queria era brincar com fogo.
Um chorinho de Victor a fez se encostar em meu peito.
- E agora o bebê está chorando – eu murmurei apoiando meu queixo sobre sua cabeça. – Ah querida, sorte sua – ela voltou a gargalhar. – Senão você não saia daqui tão cedo!
- Eu amo você – ela murmurou erguendo o rosto e mordiscando meu queixo.
Victor continuaria a chorar, eu sabia, era hora de seu almoço e dia ou outro tinha a manha de que só Rose poderia alimentá-lo.
- Só depois não me diga que sou eu que faço as manias do meu filho – eu disse a vendo se afastar alguns passos.
- Mas você as faz! – ela disse me encarando com uma sobrancelha arqueada.
- Ele tá esperando por você – eu disse negando com a cabeça.
Na verdade Rosalie mais fazia questão de alimentá-lo ela mesma, ele já não mamava tanto e ela queria ter sempre esse laço com ele.
Mas okay, nós dois tínhamos culpa no cartório.
Desci e sorri ao vê-la sentada com Victor em seu colo, ele se agitou e eu o peguei um instante, beijei sua bochecha gordinha e ele sorria mostrando as covinhas, mas Rosalie sempre teria vantagem quando se tratava dele, por isso em meio minuto lá estava ele em seu colo novamente.
Como se eu não gostasse de vê-los assim juntos.
Minha mãe murmurou algo e saiu de casa, tinha que preparar alguma coisa para meu pai ou algo assim, não dei importância mesmo.
Minha sogra já havia saído enquanto nós estávamos lá em cima. Então agora era só nós três.
- Eu amo você – eu disse lembrando de não ter retribuído quando estávamos no quarto.
Ela sorriu assentindo, e eu vi o brilho em seus olhos acusando que ela sabia – que ele sempre soubera e saberia.
E não desconfiava que meus olhos brilhassem tanto quanto os dela...
Droga. Definitivamente eu estava perdido, Rosalie era mais que essencial.
E era minha.