Demorou mais do que eu imaginava para que Rosalie começasse a sentir as verdadeiras contrações, e eu fiquei mais assustado do que pensaria ficar.
Na verdade aquele dia foi meio estranho, ou nós é que já estávamos afetados depois de tanto tempo tendo minha mãe e minha sogra ao nosso lado, seguindo cada passo e blábláblá, lembra-se querida?
Era sexta da semana seguinte e eu havia ido almoçar em casa, durante a noite Rosalie já se sentia incomoda e eu queria ficar ao seu lado, pois não havia dado outra. Assim que cheguei em casa havia um prato com comida em cima da mesa, minha mãe que havia preparado, e tudo parecia meio silencioso, e do lado um bilhete dizendo que elas já haviam almoçado. Meio despreocupado, meio apressado, eu almocei e quando subia as escadas para ver como Rose estava, eu já imaginava que ela passaria o dia no quarto, pude ouvir o primeiro gemido. Você não sabe como meu coração disparou naquele momento. Então, meio que de repente minha mãe saía pela porta de nosso quarto e voltava com uma chaleira de água, eu a observei sem entender, na verdade eu havia ficado meio paralisado. Assim que outro gemido soou eu adentrei o quarto correndo e, a sensação daquele momento era como se meu coração estivesse na boca.
Em nossa cama, que havia sido toda forrada, estava Rose, numa posição nem sentada nem deitada, com os joelhos dobrados e o rosto suado. Na hora eu entendi do que se tratava, corri para o seu lado e segurei sua mão, no momento Rose parecia ter relaxado comigo ao seu lado.
- Filho, você não pode ficar aqui – minha mãe disse se aproximando.
- Cinco minutos – eu pedi. Era o mínimo por não ter estado com ela desde o início. – Hey, como você está? – eu perguntei a Rose tirando uma mecha suada de cabelo da sua testa.
Ela me olhou respirando fundo e outra contração a atingiu, Rose levou uma mão a barriga como se aquele gesto pudesse acalmar o bebê.
- Dói mais do que eu imaginei – ela disse chorosa.
- Já tem algumas horas que as contrações começaram – minha sogra disse.
Horas? Arregalei os olhos nem conseguindo imaginar tudo que Rose já havia passado, ela até estava suportando bem.
- Você chegou na hora querido – minha mãe disse abaixando-se para ver entre as pernas de Rosalie.
Eu havia me esquecido que minha mãe havia sido criada no interior, e junto com suas irmãs haviam aprendido a realizar partos e tudo mais, por isso minha mãe era tão prendada.
- O bebê já está quase coroando – e eu lá sabia o que aquilo significava. – Você está indo muito bem, querida – minha mãe disse tocando seu joelho. – O bebê não demora a chegar...
Graças a Deus, nos poucos minutos que eu estava ali já estava quase me apavorando pela provável dor que Rose estava passando, era um alívio saber que estava prestes a acabar.
Eu ainda não acreditava que já fazia horas.
- Emmett, você tem que sair – foi a mãe de Rose que dizia, parecia que os homens não podiam estar presentes quando os bebês nasciam, eu só não fazia a mínima ideia do porque disso.
- Um segundo – eu respondi sorrindo, só então eu estava me dando conta de que o bebê estava mesmo nascendo. – Eu amo você – eu disse dando um selinho em Rose assim que outra contração passou. – E não o limpem muito, quero ver meu filho como ele vier ao mundo!
Minha mãe sorriu e, naquele momento eu sabia que ela estava orgulhosa de mim, assim como eu sabia que ela me via cada vez mais diferente de meu pai. E eu tenho que agradecê-la por ter me educado desse jeito...
Meio minuto desde que eu saíra do quarto e Rosalie já havia voltado a gritar de dor, era agonizante ouvi-la gritar e saber que nada eu poderia fazer. Toquei meu bolso e sorri, sorte eu ter pegado seu presente no dia anterior.
Houve mais um ou dois gritos antes daquele choro fininho e estridente ecoar por todo o andar. Eu sorri abobado dando-me conta de que, finalmente, havia virado pai – e a sensação era realmente indescritível.
- Nasceu – minha sogra disse abrindo a porta para que eu entrasse. – Ela quer ver você...