Para o Meu Amor, Emmett escrita por thysss


Capítulo 120
Capítulo 120


Notas iniciais do capítulo

Leiam com a música!



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http://www.youtube.com/watch?v=Jgv2BgpfaJA - Contigo en la Distancia (Belinda)

Levando uma mão ao peito, Rosalie andava de um lado para o outro dentro de casa. O ano novo havia passado, as crianças dormiam exaustas e mais uma vez ela estava ali, sozinha e sem conseguir dormir. No início a saudade era o que mais incomodava, acostumar-se a dormir na primeira semana sem ter o peito de Emmett para se apoiar, sem o peito dele pegado as suas costas, ou mesmo sem os carinhos dele em seu cabelo, havia sido insuportável, e agora ela mal podia esperar para vê-lo voltando para casa, para lhe gritar e agarrar dizendo que nunca mais ele passaria tanto tempo longe. Deus, como ansiava por aquele momento.

E com certeza até a noite anterior ela poderia dizer que estava se aproximando, que ele voltaria para casa e iria abraçá-la na hora de dormir, que fariam amor durante a madrugada, que ele ficaria ninando e babando em Elle por horas a fio, porque ele estava simplesmente apaixonado por aquela criaturinha feita do amor dos dois. Ela sabia que ele voltaria correndo para casa, para brincar até cansar com Victor, para cuidar do garoto dele, que cada dia ficava mais parecido com o pai.

Mas naquele preciso instante, massageando a pele sobre seu peito, sobre seu coração que batia acelerado, naquele instante Rosalie já não tinha mais certeza de nada.

Deus. Ela queria acreditar que ele voltaria, ela daria sua vida por isso, mas naquele instante as batidas irregulares de seu coração e o aperto em seu peito lhe diziam o contrário. Ela tinha certeza de que Emmett voltaria, até a noite anterior. O ano estava começando, e ela estava ali sozinha, a dor em seu peito não a deixava dormir, mesmo que o cansaço por cuidar de duas crianças sozinha a dominasse.

Sim, havia pedido ajuda a sua mãe, mas o ano mal começara e ela pensava que deveria dar um descanso tanto a sua mãe, quanto a sua sogra, até porque sua sogra encontrava-se ainda mais desolada que ela própria, e havia prometido a Emmett que não ficaria chorando a ausência dele, não enquanto ainda soubesse que ele estava bem, estava vivo. E ver a mãe dele se lamentando a todo instante certamente não a ajudava a se manter firme.

Jogou-se em sua cama, abraçando o travesseiro dele, sentindo o perfume que havia voltado a borrifar ali para ver se diminuía um pouco a dor da ausência, mas não adiantou em nada, sabia que não era ele ali, não havia ninguém sussurrando em seu ouvido que a amava, não havia a quem abraçar e beijar.

O chorinho fraco de Elle foi como um bálsamo, para socorrê-la de sua própria angustia por pelo menos alguns instantes. A próxima hora se passou assim, ela pensando em Emmett ali, Emmett cuidando de Elle, Emmett cantando para Elle... Mas quando sua pequena princesa voltou a dormir, a dor em seu peito se fez mais forte, e mesmo tendo prometido a Emmett que não iria chorar, naquela madrugada ela não pode se conter, derramando as lágrimas que há semanas estavam presas.

E nem assim o aperto em seu peito diminuiu. E permaneceu na semana seguinte, deixando-a cada vez mais aflita, convertendo todas as madrugadas em horas de solidão e exaustão, assim como de desespero. Droga. Ela estava enlouquecendo.

Naquela noite, quando finalmente conseguiu fechar os olhos e dormir, o sol já nascia no horizonte.

E quando voltou a abrir os olhos, parecia que havia acabado de fechá-los. Mas ao olhar no relógio, constatou que havia conseguido dormir quase oito horas, o que, se comparado aos últimos dias, era um record. Foi a voz de sua mãe que a havia despertado, e Rosalie desconfiou que tamanho o cansaço em seu corpo, talvez se sua mãe não estivesse ali, ela dormisse ainda mais.

- Querida, as crianças.

Balançou a cabeça, novamente voltava a ouvir a voz de Emmett. Fechou os olhos pedindo para que desaparecesse, porque ouvi-lo só fazia o aperto em seu peito aumentar, e a saudade consumi-la ainda mais. E não queria isso, queria seguir firme. Havia prometido a ele, e mesmo que se encontrasse destruída naquele momento, ela tinha de ser forte pelas crianças. Victor e Elle dependiam dela, não das avós que, nos últimos dias, eram as pessoas que mais passavam tempo com eles. De fato Rose mal havia visto os filhos nos últimos dias, Elle vinha para seus braços quando precisava mamar, fazendo-a agradecer por ainda ter leite, e só. Qualquer outro cuidado ficava por conta de sua mãe e de sua sogra, e mesmo que ela se sentisse péssima por isso, não era como se tivesse força suficiente para cuidar da casa e das crianças. Estava destruída.

Depois do Ano Novo havia passado dois dias com as crianças, deixando as duas mulheres longes, e tudo havia virado um caos.

- Rose, querida – era sua mãe que voltava a chamá-la.

Coçando os olhos, Rose se sentou em sua cama, olhando o estado em que seu quarto se encontrava. Não conseguia sequer reconhecer a si própria, logo ela que sempre fora tão perfeccionista com tantas coisas, que sempre quisera tudo ajeitado, e agora ali estava, no meio da bagunça.

- Levante, querida. Venha – sua mãe a puxou pela mão, tratando-a como se tivesse a idade de Anne, mas naquele momento Rose não se importou com isso. Ela se sentia fraca e languida, então o melhor era que sua mãe estivesse mesmo por perto. – Você precisa de um banho...

Por vários minutos Rose ficou sozinha na banheira, com os olhos fechados, o cabelo molhado e a mente vazia, porque ela não queria pensar em mais nada, ela só queria que os dias passassem logo e Emmett voltasse logo.

Quando voltou ao seu quarto, já vestida e penteada, não parecia o mesmo cômodo de instantes atrás. Sua mãe havia arrumado a cama, recolhido as roupas que estavam largadas pelo chão, fechado as gavetas que estavam abertas e arrumado os frascos que haviam sido derrubados. Com um abraço forte, Rose agradeceu sua mãe por tudo que vinha lhe fazendo nos últimos dias.

- Tem alguém que quer falar com você – ela disse para a filha, pondo o cabelo loiro de Rosalie para trás da orelha e lhe acariciando o rosto.

- Quem? – Rose perguntou com o cenho franzido.

- É melhor você descer – a mãe dela disse, beijando sua testa.

Com alguma esperança, Rosalie desceu os degraus correndo, esperando encontrar Emmett parado em sua sala. Seu coração disparava, mas ao encarar o oficial parado a porta, foi como se parasse. Ela se sentiu tonta e queria fugir, voltar para o seu quarto. Ela sabia o que receber a visita de um oficial significava.

- Boa tarde, senhora – ele disse tirando o chapéu de oficial, e lhe estendendo uma mão para cumprimentá-la.

Os olhos dela correram pelo jornal que ele carregava debaixo do braço, e quando o oficial se virou, a manchete ficou clara: “Comboio de Indiana é atacado”.

Suas pernas fraquejaram, e Rose teve de se sentar, já prevendo o que lhe diriam.


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Notas finais do capítulo

n/a: desculpem a demora, já disse e repito, eu não vou abandonar a fic! mas com o feriado, eu viajei e ai a semana foi toda uma loucura pra acertar tudo.
espero que gostem, não sumam da fic nessa reta final, e aguardem pelo próximo capítulo!

beijooos :*