Para o Meu Amor, Emmett escrita por thysss


Capítulo 113
Capítulo 113




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Na manhã seguinte, sentado a mesa do café eu só conseguia pensar que ainda não havia falado com Rosalie. E durante todo o percurso para o campo onde meu pai me esperava, também. Mas a questão era: eu a havia visto durante a manhã dando café a Victor, cuidando de Elle, e ela parecia tão serena e tranquila, tão feliz, que não queria ser eu a tirar um sorriso tão lindo de seus lábios. Não queria vê-la chorar novamente, porque isso me destruía também.

Mas não pense que eu não havia notado mudanças, porque Rosalie por mais que passasse todo o tempo com as crianças, estava sempre sabendo do que acontecia, o que certamente envolvia em saber que a guerra havia voltado a avançar. Ela não era tola, nem eu a julgava assim, apenas preferi não mencionar – porque ela parecia estar lidando bem, e não seria eu a fazer tudo desandar.

Apesar de que a grande verdade era que nem mesmo eu queria aceitar que estava acontecendo, que o momento estava chegando e eu teria de partir. E de alguma forma, em minha mente confusa, eu preferia acreditar que se não comentasse com ninguém, que se não elevasse a voz mais que um sussurro para falar sobre a guerra, então isso poderia desaparecer quando eu voltasse a abrir os olhos, e no fim estaria tudo perfeitamente certo.

Porém eu só estava me iludindo, e eu sabia disso.

- Tudo bem? – Rose perguntou se dando conta do meu olhar distante, e eu acenei positivamente, apenas mais alguns minutos e eu estaria fora de casa. Era nisso que eu pensava. Concentre-se Emmett, em alguns minutos você vai estar fora da sua casa e poderá gritar como odeia toda essa situação, até lá, contenha-se.

Mas eu nunca fui exatamente bom nesse negócio de me conter.

- Só estou cansado – respondi quando me dei conta de que o olhar de Rosalie continuava fixo em mim, enquanto ao seu lado Victor tomava leite quente e comia bolachas, e Elle mamava em seu seio.

Só pude realmente respirar quando estava fora, e ainda assim, sentia meu coração apertado porque eu odiava mentir para ela – mesmo estando só omitindo. Nossa relação era baseada em confiança, afinal de contas, e eu não gostaria que ela me ocultasse nada desse tipo, mas mesmo assim, ali estava eu, dividido entre o que fazer e qual seria a reação dela.

Ergui o rosto decidido a não pensar mais nisso, principalmente porque o momento de conversar com Rosalie não poderia ser evitado por mais tempo, eu só precisava ouvir de meu pai que os planos dele haviam dado certo, e então era voltar para casa, mesmo estando exausto, e estar pronto para ouvi-la reclamar, tendo razão, até o ponto de eu não saber mais o que fazer nem como agir – o que vinha se tornando comum ultimamente.

O sorriso presunçoso nos lábios do meu pai – considerando principalmente que ele nunca sorria – me dizia, diretamente, que ele havia conseguido. Isso só me fez ficar pior, obviamente, e as palavras seguintes dele passaram todas como se estivessem em algum idioma que eu não podia compreender, tudo porque eu não queria entender nem aceitar, e os fatos se tornaram borrões, até estarmos ali, eu de frente para ele, e as malditas palavras saírem de sua boca.

- Vamos a guerra!

Houve um grito alto e geral, jovens comemorando por poderem por o treinamento em prática, excitados pela nova ocasião – claro que eles estariam, meu pai estava ali iludindo-os de que seria só uma ajuda, que não seriamos o batalhão principal nem nada desse gênero que envolvia muita exposição e riscos, então, por que não se animar?

Mas eu sabia que era uma grande fachada. Aquele sorriso não estaria ali a menos que ele tivesse conseguido algo importante, algo que fosse lhe dar reconhecimento e honra, bravura, que mostrasse sua coragem. O que era tudo uma hipocrisia sem limites, considerando que meu pai não era o grande herói, nem nunca seria, porque ele só estava ali dando ordens, nós é que daríamos nossa cara para bater.

Vê-lo com aquele jeito todo confiante, com um sorriso presunçoso e comemorando com os mais jovens só fez a irritação em meu interior crescer, mas não havia nada que eu pudesse fazer... Com os punhos fechados, contei até mil para manter o controle.

Mas não foi fácil.

- Emmett... Preciso falar com você.

E ele me chamar sinceramente não ajudava em nada.

Ergui o rosto, estávamos em um local de treinamento e eu deveria manter o autocontrole.

- Por aqui – ele disse abrindo espaço para sua sala.

A sala era pequena, cheia de instrumentos antigos de guerra, heranças de outras batalhas. Uma estante com armas, munições e pequenas facas. Era um perfeito lugar para quem gostava dessas besteiras, alguém como o meu pai.

- O que você quer? – eu perguntei assim que a porta foi fechada. Estávamos só nos dois ali, eu não precisava ficar fingindo.

- Você vai cumprir com a sua palavra – ele disse, não dando espaço para negações.

- Eu lhe prometi. Mas saiba que você é um maldito bastardo com esse vício ridículo...

- Não me importa – ele se aproximou agarrando-me pela camisa, e minha vontade foi de cuspir em seu rosto. – Você pode negar Emmett, mas está em seu sangue, você é meu filho, e você é o melhor atirador que temos aqui.

- Eu aprendi atirar antes mesmo de andar – ironizei não suportando encará-lo. – Você sempre quis isso, não foi? Você é um maldito bastardo por estar acabando com a minha vida.

- Com a vida medíocre que você leva com aquela garota? – ele gargalhou e se meus punhos não estivessem tão longe de seu rosto, eu já o teria esmurrado.

- Lave sua boca antes de falar dela – gritei, mas ele pareceu me ignorar.

- Você acha que eu não sei tudo que essa garota já te fez passar? – ele voltou a rir e eu senti meu sangue ferver. – Ela foi usada por aquele Royce e jogada fora, algo de errado tinha de haver, não acha? – ele maneou a cabeça. – E agora com duas crianças, é, porque você não me conta mais o que se passa, mas eu sei da sua pequena menina, há – ele parecia louco. – Você deveria era me agradecer por afastá-lo de uma vida tão medíocre, a rotina vai chegar, filho, e você vai desejar voltar aos campos.

- Não me chame de filho – respondi soltando-me dele. Ele me dava nojo.

- E como eu deveria chamá-lo? É isso que você é: meu f-i-l-h-o – ele fez questão de destacar letra por letra, jogando em meu rosto que eu tinha um pai miserável feito ele.

- Não há muito tempo!

- Você ainda é um moleque e não sabe da vida a metade, mas guarde o que eu estou te falando: estar em um campo é a melhor das sensações, e quando essa sua brincadeira de casinha cansar, você vai desejar voltar.

Nunca.

 


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Notas finais do capítulo

n/a: era pra ter sido ontem, mas saiu hoje UHASUHAHUSHUASHAUHSHUASHASH
espero que gostem, e deixem reviews, ok? :)


até o próximo.
beijos.



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