Jogos Vorazes - Peeta Mellark escrita por Nicoly Faustino


Capítulo 24
Parte 24




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/522956/chapter/24

Alguém bate na porta de meu quarto. Quando abro, é Portia quem eu encontro. Ela me estende uma troca de roupa, e diz que me espera na sala. Tomo um banho rápido, e me visto. Quando chego na sala, só encontro Portia lá. Eu já sabia que era assim, mas não sei porque isso me deixa mais nervoso ainda. Até se Effie estivesse aqui, eu ficaria mais calmo. Meu corpo está exausto pela turbulenta noite de sono que tive, e eu estou faminto também. Sigo Portia pela escada que leva até o telhado, quando de repente um aerodeslizador aparece, e lança uma espécie de escada até nós. Quando coloco meus pés ali, não sei o que acontece, mas parece que estou preso. Não consigo me mover. A escada vai subindo lentamente enquanto eu não vejo a hora de me ver livre disso, pois a sensação é horrível. Quando estou chegando lá dentro, uma mulher vestida de branco, aparentemente normal, se aproxima de mim.

– Peeta Mellark, preciso inserir o seu localizador. Peço para que não se mexa.

Certo, pensei, nem se eu quisesse, eu não poderia me mexer. Ela pega uma seringa enorme, e enfia em meu antebraço. A dor é terrível, e por alguns segundos, consigo ver o dispositivo metálico sob minha pele. Quando ela retira a agulha, a escada me liberta. Vejo que Portia já chegou, e então uma garota Avox, nos leva em direção ao lugar onde será servido o café. Apesar de estar faminto, não tenho vontade de comer. Faz sentido? Não nenhum. Mesmo assim, eu como o máximo que posso, pois na arena, não sei se será uma tarefa fácil arranjar comida. Enquanto o aerodeslizador voa, fico admirado com a paisagem. Tantas cores. Tudo fica tão mais bonito se olhado de cima. Mas mal acabo de admirar uma enorme arvore, com tons de laranja em suas folhas, o aerodeslizador entra em uma escuridão profunda. Eu estremeço, isso significa que estamos chegando. Quando ele pousa, a porta se abre, e a escada nos leva até uma espécie de catacumba. Estou todo arrepiado, pois sei que esse lugar, está embaixo da arena. Portia e eu seguimos as instruções para irmos até a sala de preparação.

Portia passa uma espécie de spray em meu cabelo, e em minha pele. Então me entrega um pacote, onde imagino estarem as roupas projetadas para a arena. Peças iguais para todos os tributos. Calça marrom, blusa verde-clara, cinto marrom e um casaco de capuz preto. Ao meu ver, as roupas parecem bem finas, projetadas para um ambiente quente. Quando pergunto isso a Portia, ela balança a cabeça negativamente.

– Pelo material dessa jaqueta, posso afirmar que vocês terão pelo menos algumas noites bem frias – ela diz.

Calço então as meias, e as botas de couro. Estou pronto. Portia sugere que eu me movimente um pouco, para garantir que eu esteja bem confortável. Faço o que ela manda, corro, pulo. Está tudo ok. Não podia haver roupa melhor para eu morrer. Extremamente confortável, penso tentando fazer graça com minha própria desgraça.

Portia e eu nos sentamos em um sofá, esperando as próximas instruções. Depois do que eu considerei ser uma eternidade, uma voz feminina anuncia que é hora da abertura. Me posiciono em uma placa de metal circular, enquanto Portia me diz para lembrar de todas as instruções de Haymitch. Agradeço a ela, sabendo que essa é a última vez que a verei. Um cilindro de vidro desce ao meu redor, e eu começo a subir como numa espécie de elevador. O brilho do sol me cega por uns instantes, mas consigo ver que está ventando. Olho ao redor procurando por Katniss, enquanto escuto o locutor Claudius Templesmith dizer:

— Damas e cavalheiros, Começa agora o septuagésimo quarto Jogos Vorazes!!!

Tenho que esperar o gongo soar para sair dali. Consigo ver uma floresta um pouco atrás de mim. Ouço o barulho de agua correndo. Deve ser um lago. A arena é bem bonita de se ver. A minha frente está a cornucópia, uma espécie de casa de metal, com chifres dourados, onde se encontrar desde barracas, comidas, até armas letais. Vejo os Carreiristas olhando fixamente para lá. Mas eu vou seguir as instruções de Haymitch. Vou correr direto para a floresta.

Finalmente avisto Katniss. Ela também está olhando para a cornucópia. Ela não pode ir até lá. Será um banho de sangue. O tempo está quase acabando, tenho que lembra-la do combinado. Ela olha em minha direção, e eu balanço a cabeça, dizendo não vá até lá. O gongo soa. Começo a correr o máximo que posso em direção a floresta, enquanto olho para trás a ponto de ver Katniss hesitar um segundo, mas depois ir correndo em direção a cornucópia.

Quando pego uma boa distância, começo a escutar o som de canhões. Cada tiro significa que um tributo morreu. E esse som parece não acabar mais. Sento no chão e tampo os meus ouvidos. Não quero pensar que um desses sons, pode ser um canhão avisando que Katniss morreu. Não quero. Esmurro o chão com força, pensando que nada do que eu fiz terá valido a pena. Quando o som para, eu necessito saber o paradeiro de Katniss. Me levanto, mas não sei para onde ir. Não posso ir andando por ai sem nenhuma arma, indefeso. Mas se ela sobreviveu, a maior ameaça para ela seriam os carreiristas. E Trash do distrito 11. Começo a correr na direção da cornucópia novamente. Quando estou me aproximando, paro e me escondo atrás de algumas arvores. Consigo vislumbrar vários corpos caídos. Quatro estão de pé. Os carreiristas claro. Mas entre todos os mortos, não vejo Katniss. Um alivio preenche meu peito. Aerodeslizadores aparecem, carregando corpos ensanguentado para o céu. Assim eu me certifico, de que Katniss ainda está viva. Mas como posso protege-la desses monstros?

É aí que uma ideia absurda me ocorre. Uma ideia que nem Haymitch aprovaria, surge em minha mente. Saio de traz das arvores, e ando lentamente em direção a cornucópia. Eles ainda não me viram, e sinto estar andando em direção a morte. Permaneço firme, e paro a uma pequena distância. Uma menina de cabelos negros me avista, e mira uma faca em minha direção. Ergo os braços em sinal de rendição.

– Quero me juntar a vocês – digo. Para ser mais convincente completo. – Se vocês querem achar Katniss, irão precisar de mim.

Um garoto alto e loiro, me lança um olhar curioso. Ele se aproxima, com uma espada na mão e me avalia. Ele dá uma risada assustadora, enquanto beira sua espada em meu pescoço.

– Está certo. Você pode se juntar a nós. Mas se eu descobrir que você está nos enganado, eu mesmo mato você, está entendendo?

Faço que sim com a cabeça, enquanto respiro aliviado. No que depender de mim, esses carreiristas nunca acharão Katniss. Só não quero pensar no que vai acontecer quando eles decidirem que não sou mais útil. Olho para espada do garoto loiro, banhada de sangue, e me arrepio ao pensar naquilo entrando em meu pescoço.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Jogos Vorazes - Peeta Mellark" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.