Cap. 3 – HOUSEKEEPER (A GOVERNANTA)

         Andréias me ajudou a contratar a governanta, entrou em contato com as agências de emprego e fez todas as entrevistas, confiei plenamente nele para fazer esse processo, se tinha alguém a quem eu confiava a minha filha e minha casa, esse alguém era ele... Um amigo como poucos.

         Ele havia me ligado a noite perguntando se poderia levar a forte candidata para minha aprovação final. E eu estava esperando ele e a governanta chegarem, tentando arrumar a casa e, ao entrar no quarto de Lucy sorri, parecia que havia passado um furacão por ele.

         Sentei na cama dela e peguei uma das blusas que estava jogada em cima da cama, eu teria que mandá-la arrumar o quarto, era o que todo pai fazia. Passava tanto tempo longe dela, que a ultima coisa que eu queria era vê-la emburrada, quando ela estava com minha mãe o quarto tinha que ficar impecável, com a Susan deveria estar brilhando, coitado do Georg ela tem TOC por limpeza! Era mesmo na casa do Andréias que ela ficava mais a vontade, mas eu não poderia ficar prendendo meu amigo.

         Ouvi a buzina do carro do Andréias, me avisando que estava chegando ao parar em frente minha casa, saí do quarto e puxei a porta, não queria que a governanta se assustasse com a bagunça da minha filha.

         Abri a porta e vi meu amigo ao lado de uma loira de aproximadamente uns 30 asnos muito bonita, o cabelo com algumas mexas em um tom de loiro mais escuro fazia contraste não só com seus olhos de um azul profundo, como com sua pele muito branca, meu amigo tirou o óculos escuro e me deu um olhar sacana e um leve tremor me percorreu só de imaginar o que podia estar passando por sua cabeça. “Se aquele filho de uma boa mãe está pensando que a governanta vai me servir na cama ele pode esquecer, eu o mato antes disso.”.

-Vivian esse é o seu chefe. – ele falou com a loira ao me apontando – Como eu já te falei tudo tem que ser muito reservado.

- Claro! Discrição em primeiro lugar! – ela respondeu esticando a mão para me cumprimentar.

- Vamos entrar! – falei dando passagem para ela e Andréias. – Eu quero saber se o Andréias te explicou tudo? Suas funções, remuneração e exigências? – perguntei quando nos sentamos no sofá.

- Falei, mas se você quiser repetir pra confirmar... – meu amigo falou se esparramando no meu sofá.

Ele sempre fora quase um irmão, esteve do meu lado todos esses anos me ajudando com minha filha, quantas vezes ele deixou de ir para balada para cuidar dela, eu confiava mais nele do que em Tom quando se tratava de Lucy.

- Então vamos lá. Eu preciso de alguém com disponibilidade de dormir aqui em casa. As compras da casa, as contas da casa, e a arrumação da casa ficam por sua conta. Se você observar que tem a necessidade de uma faxineira semanalmente, você devera se encarregar da contratação da faxineira e também da manutenção da limpeza. Mas, o mais importante é cuidar da minha filha de 12 anos enquanto eu tiver em turnê, fazer o jantar e verificar os horários. No mais, ela é muito independente. - fiz meu discurso e pela expressão dela realmente ela escutara tudo o que eu disse com muita atenção.

- E então aprovada? – Andréias me perguntou sorrindo, dando uma bela sacada nas coxas bem torneadas da candidata.

- Você fez a entrevista, o que você acha? Ela vai se dar bem com a Lucy? – perguntei a ele.

- Com certeza, ela é formada em economia doméstica.

- Você não acha esse emprego pouco? – perguntei para a loira.

- Na verdade não. O senhor está pagando muito bem, melhor que em muitos lugares, então eu achei por bem me candidatar à vaga. – ela me respondeu confiante.

- Tudo bem! Você está contratada, e pode começar na segunda, já que hoje é quinta. A mudança tem de vir na semana que vem porque na outra a casa estará com você. – falei esticando a mão para ela que a pegou sem evitar.

- Muito obrigada senhor Kaulitz.

         Eles saíram da minha casa e eu acabei me jogando no sofá. Me sentia um pouco desconfortável sabendo que confiaria minha filha na mão de uma estranha, mas era necessário. Não percebi que havia cochilado, só quando a porta foi aberta pela minha filha que estava chegando em casa.

         - Te acordei papai? – ela perguntou enquanto se sentava perto de mim.

         - Não. Como foi o seu dia na escola? – perguntei me sentando e a puxando para perto de mim.

         - Normal! Nada espetacular como sempre. – ela respondeu sem jeito

         - Lucy! Você não me fala dos seus amigos. – o tempo que eu passava com ela era tão pouco, e minha filha era tão reservada que chegava a me incomodar em alguns momentos.

         - São normais, nada para falar. – ela respondeu se ajeitando no sofá para levantar.

As palavras de Susan ecoaram em minha mente “A Lucy não tem amigos, por isso nunca fala de ninguém!”, essa lembrança me bateu agora. “Será que o que ela disse era verdade?”, agora realmente me questiono sobre isso.

         - Lucy!? – como eu iria perguntar isso a ela. Respirei fundo e tomei coragem – Lucy, me fala a verdade, você tem amigos?