Ao nascer de uma nova Esperança escrita por Rafú
Notas iniciais do capítulo
OIZINHO. Mais um capítulo fresquinho pra vocês. Bejinhos.
Fui acordada por Peeta na manhã seguinte. Eu estava deitada de bruços na cama com o lençol cobrindo até metade das minhas costas. Ele me chamou:
– Katniss. - sussurrou ele no meu ouvido, enquanto passava as mãos no meu cabelo – Acorde.
– Não quero. – falei empurrando a mão dele e puxando o lençol pra cima da minha cabeça. – Vá embora.
Ele riu:
– Levanta, Katniss. – falou ele tirando o lençol da minha cabeça. – São dez horas.
– Que saco, Peeta. Vai achar o que fazer. Vá assar pães, sei lá. – respondi irritada.
– Na verdade já assei pães, fiz o café-da-manhã, tomei banho e ainda passei na minha casa pra trocar de roupa. – disse ele perdendo um pouco a paciência.
– Mas como fez tudo isso? – perguntei espantada. – Que horas você se levantou afinal?
– Seis e meia.
– Mas, quem é que sai da cama às seis e meia numa segunda-feira?
– Pelo visto você não sai. E hoje é terça, não segunda.
– Não importa. Não vou sair da cama. Estou muito bem aqui.
– Tudo bem. Acho que terei que comer sozinho, todos aqueles pães de queijo que fiz. – falou ele se afastando, indo em direção à porta. – E tem mais aquele chocolate quente esfriando em cima da mesa.
– O que você disse? – perguntei sentando-me imediatamente. – Você fez pães de queijo?
– E chocolate quente. – falou ele sorrindo.
Encarei ele por um certo tempo, até que levantei e corri para o banheiro:
– Vou tomar um banho e já desço.- falei rapidamente.
– Te espero lá embaixo. – anunciou ele enquanto eu fechava a porta do banheiro.
Tomei o banho mais rápido da minha vida. Vesti a primeira roupa que vi e desci. Peeta estava na cozinha (obviamente) esquentando o chocolate quente. Ele se virou e eu o beijei.
– Não entendo você. – ele disse parecendo confuso – Uma hora grita comigo pelo simples fato de eu a acordar e no outro já está me beijando.
– Desculpa. Odeio que me acordem cedo. – respondi envergonhada. – E eu não estava gritando.
–Ah, não? Então nem quero ver quando você realmente estiver gritando. – disse ele me passando um copo com chocolate e rindo.
– Você já me viu gritando, lembra? – perguntei rindo também.
– Apagaram metade das minhas memórias com você, lembra? – sussurrou ele olhando para sua xícara de chocolate.
Aquilo fez eu calar a boca. Não conseguia nem imaginar o inferno que Peeta deve ter passado nas garras de Snow. Imediatamente me senti culpada. Senti toda a culpa caindo de uma só vez em cima dos meus ombros. Uma lágrima caiu na minha xícara.
– Está chorando? – perguntou ele demonstrando agonia na voz.
– Desculpa. – não me desculpava só pelo fato de estar chorando, mas também, pelo fato de ter causado todo o sofrimento que ele passou, pelo fato de ter sido a causa dele deixar de ser quem era. Por causar todas aquelas mortes.
– Não tem o que desculpar. Não foi culpa sua. – falou ele calmamente, largando a xícara na mesa e se aproximando de mim.
Comecei a gritar, me afastando dele, me sentindo frustrada:
– NÃO FOI CULPA MINHA?! ENTÃO VOCÊ NÃO PERDEU A SUA PERNA POR CULPA MINHA? ENTÃO VOCÊ NÃO FOI PARAR NO MASSACRE QUATERNÁRIO POR CULPA MINHA? ENTÃO VOCÊ NÃO FOI TELESSEQUESTRADO E PERDEU SUA MEMÓRIA POR CULPA MINHA? – Peeta me olhava apavorado, as lágrimas caiam igual à água numa cachoeira, atirei minha xícara de chocolate quente no chão, e ela se espatifou espalhando cacos de vidro e chocolate pelo chão. – DE QUEM A CULPA ENTÃO, PEETA? ME DIZ DE QUEM É A CULPA! ME DIZ QUEM É O CULPADO POR TODAS AQUELAS MORTES E PELO BOMBARDEIO AO DISTRITO 12. ME DIZ!!! ME DIZ!!!
Peeta veio até mim e segurou o meu rosto me fazendo olhar pra ele:
– CHEGA, KATNISS. – gritou ele comigo. – Sim, a culpa é sua. A culpa é sua pela morte do Snow, pelo fim dos Jogos Vorazes, por nós dois estarmos vivos e pela paz que triunfa Panem. Toda guerra tem suas consequências, e essas consequências não são culpa sua. Então para com isso. Você não é a culpada por todas aquelas mortes. Está me ouvindo? A culpa não é sua. A culpa é da guerra.
– Mas Prim... – tentei falar, mas ele me interrompeu.
– Prim morreu porque estava no lugar errado e na hora errada. A morte de Prim não tem nada a ver com você.
Desisti de retrucar. Ele me abraçou e eu continuei a chorar.
– Vai ficar tudo bem, amor. Vai ficar tudo bem. – ele sussurrou no meu ouvido – Eu sei que você é mais forte que isso.
Ele segurou meu rosto novamente me fazendo olhar em seus olhos:
– Eu estou aqui. Você não está sozinha, Kat. Eu te amo.
– Eu também te amo. – respondi parando de chorar
– Então vamos limpar o chão e fingir que essa crise nunca aconteceu. Pode ser?
– Pode.
Limpamos o chão da cozinha com cuidado para não se cortar com os cacos de vidro, Peeta fez outro chocolate quente pra mim. Começamos a comer nosso café-da-manhã como se nada tivesse acontecido.
– Vou começar a reforma da padaria amanhã. – me informou ele.
– Isso é bom. – respondi – Tem que tirar todo o entulho de lá antes.
– Já dei um jeito nisso ontem antes de preparar o nosso piquenique. Jared resolveu isso pra mim. – respondeu ele mergulhando o pão de queijo no chocolate.
– Quem é Jared? – não lembrava de ninguém com esse nome no Distrito.
– Um amigo de meu pai. Paguei a ele pelo serviço. Ele e mais alguns amigos fizeram esse favor pra mim. Você vai caçar hoje?
– Não. Vou ficar por casa. Onde está Greasy Sae?
– Ela venho aqui mais cedo, mas eu disse que poderia ir pra casa e que não precisaria mais vir aqui. A não ser, é claro, que tivesse o desejo de te visitar. Disse que eu cuidaria de você a partir de hoje. – respondeu ele se levantando ,levando a xícara para a pia e a lavando.
– Não sou criança, não preciso de um babá. – sussurrei.
– Ok, então, Senhora Adulta. Você poderá fazer o almoço hoje. – retrucou ele de volta.
Levantei e levei minha xícara para a pia também.
– Tudo bem. Retiro o que eu disse. – decidi trocar de assunto. – E os seus quadros?
– Que que tem eles?
– Fizemos um acordo, está lembrado? Eu te levaria até a um piquenique na floresta e, em troca, você me mostraria seus quadros.
– Ah, sim. Me lembro.
– E você ganhou seu piquenique, então quero ver seus quadros.
– É, ganhei um piquenique na floresta com você, um banho no lago e... – eu o interrompi:
– E um beijo.
Me aproximei dele e o beijei. Interrompi o beijo e falei:
– Promessa é dívida.
– Eu sei, não se preocupe, eu vou mostrar meus quadros pra você. Mas, primeiro, vou até a padaria ver se todo o lixo já foi retirado. Quer vir comigo?
– Não. Estou com preguiça.
– Preguiçosa.
– Eu sou e não nego.
Ele riu:
– Então eu vou lá e já volto, daí você poderá ver os quadros que você quer desesperadamente ver. Tudo bem pra você?
– Sim.
Ele me beijou e saiu me deixando sozinha. Fui pra sala ver televisão mas nenhuma programação da Capital chamava minha atenção. Resolvi desligar o aparelho e arrumar meu quarto. Enquanto arrumava a cama, lembrei-me da noite anterior que tive ali com Peeta. Queria passar por aquela momento todo de novo, mas infelizmente não se pode voltar no tempo. Terminei meu quarto e desci, fui pra rua, sentar na varanda e pegar um pouco de sol. Pouco tempo depois, avistei Peeta se aproximando. Me levantei e o beijei:
– Tudo certo lá?
– Sim. Pronta pra ver os quadros? – perguntou-me ele.
– Prontíssima. – respondi entusiasmada.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Pronto, meus amores. Não esqueçam de comentar, favoritar, recomendar e não percam o próximo capítulo. Beijocas da Tia Rafú. ;)