Should I tell her, how I really feel

Or should I moving closer just be still

How would I know?

Cause if I take a chance, and I touch her hand

Will everything change?

How do I know if she feels the same?

~~

Lily suspirou calmamente enquanto se levantava da cama. Era uma segunda feira, o que significava que ela teria aula logo mais as sete e meia. Caminhou lentamente até o banheiro e se despiu, ligou o chuveiro e esperou que água fizesse o efeito desejado.

Ela fechou os olhos, se recostando contra a parede e deixando que as gotas deslizassem pelo seu corpo. Os flashes da festa de sexta-feira ainda estavam recentes e ela não saberia como encararia James novamente; pelo menos sem que suas bochechas ficassem vermelhas.

– Lily, você tem que se apressar. - Sua mãe falou, doce, pela porta.

– Sim, claro, mamãe.

Ela finalizou seu banho e se enroscou em uma toalha enquanto usava outra para enxugar seus cabelos ruivos. Não conseguia se reconhecer. Estava muito diferente. Onde estava aquela sua personalidade forte e teimosa? Ela gostava daquela personalidade, conseguia esconder muito bem quando estava abalada com alguma coisa.

Ela balançou a cabeça bruscamente. Não podia-se esconder nada que não existia e ela até podia apostar que James já nem sequer se lembrava do que tinha ocorrido.

Por algum motivo, esse pensamento a fez se sentir mal.

xxx

– James, acorda! - Berrou, a terceira vez pela manhã, Alexia.

– Ok, ok, já estou de pé! - murmurou, rolando da cama, e saiu rastejando a procura de seu uniforme.

Não se deu o trabalho de tomar banho, simplesmente vestiu o uniforme, da forma desleixada possível, e desceu para sala de jantar, onde o café da manhã já estava sendo servido.

Sua mãe tomava uma xícara de chá, seu pai, como sempre, estava ao notebook enquanto tomava uma xícara de café e, por fim, Lethicia comia algo parecido com torradas e suco.

Ele pegou uma torrada e mastigou depressa, engolindo tudo com um copo de leite, não tinha tempo a perder, afinal a escola começaria dentro de dez minutos e James não cogitaria chegar atrasado.

Não porque realmente se preocupava com as aulas, mas sim porque o garoto estava ansioso. Uma preocupação que nunca sentiu antes, afinal, após dois dias consecutivos, ele iria encontrar Lily, apesar de não ter certeza de como ela estava, tentaria agir de forma normal e não assustá-la impondo seus sentimentos.

Sondaria a área.

– planet earth calling... - Lethicia murmurou, com uma risadinha.

– O quê? Ah, eu infelizmente continuo no planeta terra, Lelê, só estou preocupado. - sussurrei.

– pss, vai dar tudo certo. - ela me replicou, em mesmo tom. - confia em mim.

James suspirou, beijando a testa da mãe e puxando a garota mais baixa pela mão, correndo até finalmente chegarem de encontro ao carro. A morena riu, e James bufou, entrando no carro, seguido pela mesma.

– Hm, eu já notei que você está morrendo de vontade de ver a Lily, mas presta atenção na estrada que eu quero viver. Obrigada, de nada!

– Calada! -exclamou enquanto gargalhava.

Ele sabia como ninguém o quanto Lily era tímida e teimosa ao mesmo tempo, e que, provavelmente, deveria estar ficando vermelha só de pensar em se encontrar com ele e isso o deixava ainda mais animado para encontrar-se com ela. Saber se, pelo menos, ela ficara mexida com aquele beijo, que nada mais fora que encostar de lábios.

James ficou pensativo de repente, voltando a lembrar do beijo que a bebedeira não permitiu apagar de sua lembrança. Lembrando de como seus lábios eram macios e quentes, como as correntes elétricas percorreram seu corpo chicoteando seus sentidos. Um sorriso surgiu em seus lábios e ele sabia que nada conseguiria apagar ele.

Estacionou o carro e olhou o relógio. Cinco minutos. Pouco tempo para muita coisa a se dizer. Procurou a ruiva com o olhar e a achou conversando com uma garota que ele nunca havia visto antes, pelo menos não que se lembrasse, deveria ser novata.

– Lily? - Indagou cauteloso, se aproximando delas.

– Ah, olá, James. - falou, mordendo o lábio inferior.

– Hm, olá? - o garoto de cabelos rebeldes disse, olhando para a outra garota.

– Ah, it's Jessica, she's from Venise. (ah, essa a Jessica, ela é de Veneza)– ela falou, erguendo as sobrancelhas. - Não fala muito inglês.

– Oh. - James soltou, desconcertado.

– il suo nome è James, lui è mio amico (o nome dele é James, é um amigo meu). - informou-lhe, em um italiano impecável.

– Hello!– ela disse simpática, o moreno acenou.

– guardare, jess (olha, Jess) - Lily falou-lhe, avisando-a. - ho bisogno di parlare con lui, quindi se mi potesse dare qualche minuto ... (eu preciso falar com ele, então se você puder me dar alguns minutos...)

A garota italiana acenou, e Lily saiu com James.

Ela ainda estava encarando o chão, mas mesmo assim, ele conseguiu ver a coloração vermelha que se espelhava por suas bochechas. Pegou sua mão levemente e a puxou para um lugar reservado, Lily coçou a cabeça, um pouco desconcertada pela situação.

– James... Eu acho melhor a gente não falar sobre isso.

– Por quê?

– Because we kissed! (porque nós nos beijamos)– ela disse ultrajada.

– So what? (e daí?)

– how can you say "so what?"? We're like brother and sister and then we kissed! (como você pode dizer "e daí"? Nós somos como irmãos e então nós nos beijamos!)

O silêncio consumiu a sala, engolindo qualquer coisa que tentasse quebrá-lo. James respirou fundo e encarou Lily com seriedade. Não sabia ao certo o que ele falaria para ela, mas sabia como deveria terminar - como tem que acabar.

– Do you wanna know the truth? (você quer saber a verdade?)– ele finalmente falou, quebrando o silêncio.

– I do! Of course i do! (Eu quero, é claro que eu quero!)

– I...– Hesitou por um momento, só poderia ser agora, ou não teria mais coragem para contar para ela. - Well, i know this may sound completely weird and insane to you, but, it's been a while that i am... (Bem, eu sei que isso pode soar completamente estranho e maluco, mas, já faz um tempo que eu estou...)

– that i am...?

– that i am in love with you. Done. That's it, i said it. And i know that you only see me as a "brother" and probably will never talk to me again and... (que eu estou apaixonado por você. Pronto. É isso, eu disse. E eu sei que você me vê apenas como um irmão e provavelmente nunca mais vai querer falar comigo que de novo e...)

Ela o calou com seus lábios. As bocas ávidas, procurando se descobrir numa forma de intensificar o que estavam sentindo no momento, se completando como nunca poderiam ser feitas por outras. E James sorriu enquanto sua mão apertava levemente a cintura de Lily, a mesma apertava com força o seu pescoço, escorregando a unhas de vez em quando.

Quando finalmente se separaram, ficaram com as testas coladas, sem dizer nada apenas ouvindo a respiração arfante um do outro. James se sentia completo como nunca havia sentido antes com nenhum outro beijo, sempre fora Lily. A única dona do seu coração. Aquela ruiva que virou sua vida de ponta cabeça desde que entrou nela.

O alarme tocou anunciando o começo das aulas e encerrando completamente o momento entre eles. Ela se virou indo buscar sua bolsa e se dirigir para suas aulas, enquanto ele ficou parado olhando-a ir embora. E agora? O que é que aconteceria agora? Ele meteu as mãos dentro dos bolsos e fez o mesmo caminho dela, indo buscar a bolsa.

~~

Quando as aulas finalmente acabaram, ela agradeceu mentalmente por não ter todas as aulas com ele. Se antes ela já se sentia completamente envergonha de encontrar com seu melhor amigo, neste momento, ela simplesmente queria ser engolida pela terra antes de poder sequer trocar um oi com ele.

Lily sabia perfeitamente que alimentava sentimentos por James, e quando ambos se beijaram, ela teve a prova concreta que não eram simples sentimentos de amigos. E isso a deixava confusa, agora sabendo que ele era apaixonado por ela, que a amava, isso tinha piorado sua confusão.

Ela correu para longe da escola, precisava mais do que nunca ficar um tempo sozinha. Seu celular vibrava no bolso; A garota sabia exatamente quem era e por isso resolveu ignorar.

Deitou-se na grama, observando o céu azul cheio de nuvens branquinhas, com formatos diversos. Uma alegria subita a dominou, e começou a ser embalada por lembranças suas com James, de como ele sempre a ouviu, sempre tentou ajudá-la em tudo, como sempre a compreendeu.

Sentia pena de si mesma por não ter aberto os olhos para aquele amor que a aguardava de braços abertos.

– Lily? - ouviu uma voz chamá-la.

Sentou-se, comtemplando o mar verde dos olhos de James e o bagunçado dos seus cabelos.

– Presente. - sussurrou, com um sorriso.

– Será que nós podemos conversar?

– Sobre o que, exatamente, James? - murmurou, sem ousar levantar o olhar.

– Sobre o que aconteceu entre nós dois.

– ah, sobre isso...

– Lily! - ele exclamou, um tanto chateado pelo tom que ela usou.

– I'm sorry, i don't know, i'm confused. (me desculpa, eu não sei, estou confusa.)

Ela escondeu o rosto entre as mãos, em um gesto de vergonha e nervosismo. E também um pouco de raiva de si mesma, desse medo estúpido que alimentava.

As costas do moreno estavam retesadas, com medo do que poderia acontecer com ambos e com sua amizade. Tudo que ele mais tinha medo estava acontecendo, e, apesar de saber que Lily o correspondia, ou pelo menos achava que correspondia, pelo o que o seu beijo transpareceu, ela estava com medo demais, confusa demais.

Sorrateiramente, o moreno se aproximou de Lily, abraçando-a carinhosamente. Esperou que ela reagisse, porém, não o fez, continuou se olhos fechados, como que aproveitando o momento.

James estava a ponto de colapsar quando a ruiva ergueu o rosto e o encarou. Seus olhos verdes estavam marejados por lágrimas que, abundantemente corriam por sua face, o que fez o coração do garoto apertar. Ele puxou-a para si, deixando que ela chorasse em seu peito. Lily agarrou sua camiseta e enterrou as unhas nela, o choro ficando um pouco maior.

– Ei, presta atenção, não quero que fiques assim.

– É que eu não consigo entender o que eu estou sentindo, James.

– Você não precisa entender, ok? Só precisa sentir. - sussurrou acarinhando as madeixas ruivas dela.

– And if i do, you promise to never hurt me? (e se eu sentir, promete que nunca vai me machucar?)

James sorriu para ela e enxugou suas lágrimas.

– É claro que não, bobinha.

Ela pulou em cima dele, o abraçando com força e os derrubando na grama de novo. Ambos riram da situação. Lily rolou para o lado e voltou a observar as nuvens, lentamente foi deitando sua cabeça no peito de James. Ela não sabia se aquilo iria da certo, mas pelo menos não diria que não tentou.

Afinal, a vida é feita de oportunidades e cabe, apenas a nós escolhermos a certa.