If it ain't you, I ain't myself

You're all that matters to me

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Segundos, minutos, horas, dias poderiam se passar, mas James sabia que ele nunca perderia a vontade de analisar, observar, aquele olhar esmeralda que só os olhos dela possuíam. O matava por dentro não poder expressar sua admiração, não poder abraçá-la, beijar seu pescoço ou lábios.

Ele sabia que estava sendo altruísta demais e que não deveria fazer isso consigo mesmo. Entretanto, era algo que ele não conseguia evitar, porque só o pensamento de não tê-la próximo o fazia experienciar uma dor que não se comparava a nenhuma outra.

— James? - uma voz suave o tirou de seus pensamentos.

Ele balançou a cabeça e sorriu, tomando a mão dela entre as suas e depositando um beijo no torso; o que fez a ruiva a sua frente soltar uma risadinha e corar instantaneamente.

— Em que mundo você estava, Jimmy? - indagou, com um sorriso maroto.

— That, lady, is none of your bussiness.* - ele replicou, com uma risada baixa.

Lily riu abertamente, para logo em seguida deitar-se na grama e encarar o céu crepuscular, cheio de nuvens coloridas. Era algo que ele sabia que a garota amava fazer, olhar para as nuvens e tentar descobrir formatos, dar nomes. Uma coisa boba que, todavia, a deixava feliz.

E se ela estava feliz, ele também estava.

Apalpou o bolso da calça que estava vestindo e retirou um pacotinho de jujubas, um doce que Lily simplesmente adorava, e ele também, porém não tanto quanto ela. James sempre os tinha próximo, pela razão de que adorava provocá-la e vê-la fazer de tudo para conseguir aquela guloseima.

Evans arregalou os olhos quando viu o que estava na mão do garoto de olhos igualmente verdes, bufando irritada quando ele se levantou, esticando o braço e impedindo-a de alcançar os seus amados doces.

— Me dá! - exclamou, com um biquinho que fez James se derreter completamente. - Por favor, Jamesieeee!

— Certo, certo. - ele entregou-a. - Mas olha, não me chama de Jamesie de novo.

Ele subiu as calças, o que, para Lily, era inútil, já que elas sempre estavam abaixo da linha do seu quadril. Ela simplesmente achava lindo a forma como ele se vestia e como andava de moto como ninguém ou contava-lhe as melhores histórias, até mesmo a sua risada ela achava linda.

No céu, uma lua branca surgiu, pontilhada por diversas estrelas.

— Tenho quase certeza que é hora de ir para casa.

— É, também acho, você quer ir?

— Você quer ir? - replicou-lhe petulante.

— No, no, eu perguntei primeiro.

— Sim, eu quero ir. Eu estou morta de fome!

— Quando você não está com fome?

Ambos gargalharam.

Eles caminharam por uns cinco minutos até que pararam de frente a uma moto. Mas não era simplesmente uma moto, segundo o moreno, era a melhor moto de todos os tempos.

Lily não sabia ao certo como era o nome dela, mas era uma BMW e sabia que era muito potente, porque James lhe explicara tintin por tintin como ela funcionava. A lembrança a fez rir. 

Ele subiu, dando partida na moto, e esperando apenas Lily montar na garupa para eles irem embora. Após trinta minutos de cabelo voando e o cheiro intoxicante do perfume de James, que Lily aspirava enquanto se espremia contra ele, finalmente pararam em frente a uma casa de estilo épico, que deveria ter por volta de meio século de idade, algo que a dava um aspecto encantador.

James, na primeira vez que se lembrava de estar ali, recordava-se de achar o lugar mais aconchegante que já estivera antes.

— Chegamos. - Lily sussurrou, decepcionada, o que fez James sorrir.

Eles desceram da moto e James a acompanhou até a porta de casa, onde ela apertou a campainha. Eles aguardaram durante cerca de dois minutos até uma exuberante loura atender a porta.

Rosie Evans era a mãe de Lily e elas não tinham nada a ver uma com a outra. Enquanto Lily tinha madeixas ruivas e uma pele clarinha, Rosie era loura e sua pele tinha um bronzeado natural.

Um sorriso agradável brotou em seus lábios e, sem que percebesse, havia sido induzido a jantar na casa de Lily. Isso acontecia quando ele ficava distraído demais.

— James... - ela sussurrou, enquanto ambos estavam observando o lento ascender da lua. - Você fica tão bobo olhando para minha mãe!

Ele semi-cerrou os olhos para ela numa evidente cara de deboche e riu. Se ela ao menos soubesse que, enquanto a mãe dela ficava falando e falando, a única coisa que ele conseguia pensar era ela...

— Vai dormir aqui?

— Infelizmente não. Preciso ficar de olho numa certa pessoa.

Ela o abraçou, comprimindo-o entre seus braços. Ele a tirou do chão e Lily soltou um gritinho alegre. Logo ela descansou a sua cabeça no pescoço do moreno e ficaram assim por algum tempo até que a voz estridente da irmã mais velha de Lily invadiu o quarto.

— Ô ruiva de farmácia um tal de... What the fuck? Are you hooking up with Potter?**

— Sai fora, Petúnia! - exclamou enraivecida, odiava quando a irmã lhe chama de ruiva de farmácia. - Não estou hooking up*** com ninguém, agora vê se diz logo quem está me procurando e chispa daqui.

— Aquele tal de Amus, ou sei lá o nome daquele feiozinho.

A Evans mais nova estreitou os olhos ao ouvir quem a procurava e desceu as escadas com uma pontada de raiva. Porém, ao mesmo tempo sentia medo do que viria, fazia dias desde que ela não falava com ele... Desde o dia em que o pegou em uma situação por deveras íntima com Hestia Jones.

Ela engoliu a seco e girou a maçaneta dando de cara com o seu ex-namorado e um buquê de flores.

— Lily... Me deixa explicar!

— Explicar o quê? Eu vi!

— I was drunk!****

— Desista, nada que você me diga vai me fazer mudar de ideia! - ela exclamou, pronta pra fechar a porta.

Amus, de outro lado, foi mais rápido e puxou-a bruscamente para o lado de fora.

— Escuta aqui sua vadia de quinta... - ele começou, com um olhar rude. - Você vai voltar sim comigo e ponto final.

— Se você encostar mais um dedo nela, eu juro que eu te mato. - James disse com uma expressão de ódio, que até quem não tivesse culpa sentiria medo.

— Claro! - Disse irônico. - Como se você pudesse.

— Não só posso como vou. - murmurou determinado. - Vamos, não quero te machucar. Solta ela. AGORA!

Lily não gostava de se sentir como uma donzela em apuros. Mas algo no modo como James estava falando, fazia-a se sentir segura e de, uma forma estranha para ela, especial. 

Assim que Amus soltou seus cabelos, ela correu para os braços de James aflita com o que aquele sádico poderia aprontar com ela.

— Ei! - o garoto sussurrou-lhe, com uma carícia nos cabelos. - Vai ficar tudo bem, ok?

— Dorme aqui comigo hoje?

— Durmo. - replicou-lhe com um abraço ainda mais forte.

Ele ficou.

E ficaria até a eternidade ao seu lado, se fosse necessário, porque ela é tudo o que importa para ele.